Vitória Eugénia de Battenberg (Aberdeenshire, 24 de outubro de 1887 – Lausana, 15 de abril de 1969) foi uma princesa britânica, esposa do rei Afonso XIII e Rainha Consorte da Espanha de 1906 até a proclamação da Segunda República Espanhola em 1931. Filha do príncipe Henrique de Battenberg e de sua esposa, a princesa Beatriz do Reino Unido, era neta da rainha Vitória do Reino Unido.
Casou-se em 1906 com o rei Afonso XIII da Espanha, com quem teve 7 filhos, 2 dos quais eram portadores da hemofilia, doença a qual Vitória Eugénia herdou de sua avó materna a rainha Vitória do Reino Unido. Ela foi uma rainha distante de seu povo e pouco popular.
Em 1931 teve de exilar-se da Espanha com o resto da família real
espanhola, após eleições municipais terem colocado republicanos no poder
nas maiores cidades, levando à proclamação da Segunda República Espanhola.
Alfonso XIII esperava que o seu exílio impedisse a guerra civil entre
republicanos e nacionalistas, o que não ocorreu, e em 1936 eclodiria a Guerra Civil Espanhola, na qual os nacionalistas sairiam vitoriosos.
Após a vitoria dos nacionalistas na Guerra Civil e a consolidação de Francisco Franco no poder, a Espanha retornou a seu status quo
de reino, entretanto Franco fez com que o trono permanecesse vago até
à sua morte, em 1975, quando o infante Juan Carlos, neto de Afonso XIII e
Vitória Eugénia sobe ao trono como rei Juan Carlos I da Espanha. Vitória Eugénia voltou brevemente à Espanha em fevereiro de 1968, para ser madrinha de batismo do seu bisneto, o infante Filipe, o atual rei da Espanha. Ela morreu em Lausana a 15 de abril de 1969,
com 81 anos, exatamente 38 anos depois de ter deixado a Espanha para o
exílio. Foi sepultada na Igreja do Sacré Coeur na mesma cidade. Em 25 de
abril de 1985, o seu caixão voltou para Espanha, ficando na Cripta Real
do Mosteiro do Escorial.
A princesa Ena cresceu na corte da rainha
Vitória, passando sua infância no
Castelo de Windsor,
Castelo de Balmoral e
Osborne House, na
Ilha de Wight. O seu pai, depois de contrair
malária em
Prahsu, no
Gana, morreu em
1896, quando Vitória Eugénia tinha apenas oito anos de idade. Após a morte da rainha, em
1901, a família Battenberg estabeleceu residência no
Palácio de Kensington, em
Londres.
Em
1905, a princesa assistiu a uma festa organizada por seu tio, o rei
Eduardo VII, dada em honra de
Afonso XIII da Espanha. O monarca espanhol cortejou a jovem princesa, apesar da oposição materna a um possível matrimónio.
A rainha
Maria Cristina, mãe de
Afonso XIII,
não era partidária da união entre o seu filho e Vitória Eugénia, por
causa das origens do ramo Battenberg. Além disso, a princesa ostentava
unicamente o tratamento de
Alteza Sereníssima, o qual era considerado inferior por Maria Cristina.
Descendência
- Afonso Pio Cristino Eduardo, hemofílico Príncipe das Astúrias, renunciou à sucessão, em 1936, para contrair matrimónio com uma plebeia, tornando-se Conde de Covadonga, desde então.
- Jaime Leopoldo Isabelino Henrique, o chamado "infante surdo", devido à surdez, consequência de uma operação, renunciando aos seus direitos ao trono em 1933, tornando-se, desde então, Duque de Segóvia, e, mais tarde, Duque de Madrid, tal como pretendente ao trono de França, desde 1941 a 1975, e Duque de Anjou.
- Beatriz Isabel Frederica Afonsa Eugénia, infanta de Espanha, nascida em Madrid e falecida em Roma.
- Fernando de Borbón e Battenberg, nascido morto em 1910.
- Maria Cristina Teresa Alexandra, infanta de Espanha.
- João Carlos Teresa Silvestre Afonso, conde de Barcelona, casou com Maria das Mercedes de Bourbon, Princesa das Duas Sicílias (avô do atual Rei de Espanha).
- Gonçalo Manuel Maria Bernardo, nascido hemofílico.
A tendência hemofílica desta família provém da Rainha
Vitória, que já tinha o gene e que o espalhou, através dos seus filhos, pela maioria das
casas reais europeias. Como Beatriz, a mãe de Vitória Eugénia, era filha da Rainha
Vitória, alguns dos seus filhos e netos nasceram hemofílicos.