sábado, julho 06, 2024
Roy Rogers, ator e cantor, morreu há vinte e seis anos...
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Joaquín Rodrigo morreu há vinte e cinco anos...
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Marcadores: cegos, Espanha, Fantasía para un gentilhombre, guitarra, Joaquín Rodrigo, música, piano
Matilde Rosa Araújo morreu há 14 anos...
Matilde Rosa Lopes de Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 - Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa, especializada em literatura infantil.
Biografia
Matilde Rosa Araújo nasceu e viveu em Lisboa, em 1921, tendo estudado em casa com professores particulares até ter entrado na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, em 1945. Foi professora, lecionando a disciplina de Português e de Literatura Portuguesa na Escola Industrial Fonseca de Benevides em Lisboa. Foi formadora de professores na Escola do Magistério Primário de Lisboa.
Foi autora de mais de 40 livros (contos e de poesia para adultos) e de mais de duas dezenas de livros de contos e poesia para crianças. Dedicou-se à defesa dos direitos das crianças através da publicação de livros e de intervenções em organismos com atividade nesta área, como a UNICEF em Portugal.
Em 1980, recebeu o Grande Prémio de Literatura para Crianças, da Fundação Calouste Gulbenkian, e o prémio para o melhor livro infantil, pela mesma fundação, em 1996, pelo seu trabalho Fadas Verdes (livro de poesias de 1994).
Matilde Rosa Araújo recebeu o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (8 de março de 2003) e, em maio de 2004, foi distinguida com o Prémio Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores.
Encontra-se colaboração da sua autoria na revista Mundo Literário (1946-1948). Faleceu, em 6 de julho de 2010, na sua casa em Lisboa.
Matilde tinha 2 irmãos e nunca casou nem teve filhos.
Morte
A escritora Matilde Rosa Araújo tinha 89 anos quando morreu em sua casa em Lisboa na madrugada de 6 de julho de 2010. O seu corpo esteve em câmara ardente na Sociedade Portuguesa de Autores, donde saiu para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.
in Wikipédia
Loas à Chuva e ao Vento
Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...
Chuva, porque cais?
Vento, aonde vais?
Pingue...Pingue...Pingue...
Vu...Vu...Vu...
Ó vento que vais,
Vai devagarinho.
Ó chuva que cais,
Mas cai de mansinho.
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...
Muito de mansinho
Em meu coração.
Já não tenho lenha,
Nem tenho carvão...
Pingue...Pingue...
Vu...Vu...
Que canto tão frio
Que canto tão terno,
O canto da água,
O canto do Inverno...
Pingue...
Que triste lamento,
Embora tão terno,
O canto do vento,
O canto do Inverno...
Vu...
E os pássaros cantam
E as nuvens levantam!
in O Livro da Tila - Matilde Rosa Araújo
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Marcadores: literatura juvenil, Matilde Rosa Araújo, poesia
sexta-feira, julho 05, 2024
A batalha naval que precipitou a queda do absolutismo em Portugal há 191 anos
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Marcadores: Batalha do Cabo de São Vicente, D. Maria II, D. Miguel I, D. Pedro IV, guerra civil portuguesa
Cecil Rhodes nasceu há 171 anos...
A companhia foi criada por Cecil Rhodes através da fusão da Central Gold Search Association, empresa liderada por Charles Rudd, e da Exploring Company, Ltd, de Arthur Edward Maund.
Rhodes e o racismo
Rhodes, assim como muitos homens de seu tempo, acreditava nas aplicação social das ideias de Darwin, o chamado darwinismo social. Devido a isso era um profundo defensor da superioridade da raça branca, em relação as demais raças. Em um de seus testamentos, intitulado: "Last Will and Testament", ele escreve:
"Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa hipótese de que ele exista. Se ele realmente existir, deve estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e fazer o melhor possível para ajudá-lo em sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, procurar a raça que Deus escolheu para ser o instrumento divino da futura evolução. Inquestionavelmente, é a raça branca… Devotarei o restante de minha vida ao propósito de Deus e a ajudá-lo a tornar o mundo inglês."
Talvez essas crenças na superioridade do homem branco, sejam a explicação para as empreitadas violentas, dirigidas por Rhodes, contra os nativos da África do Sul e a vontade que o acompanhou por toda a sua vida de expandir o Império britânico apesar de sua tradição anticolonialista no Congresso de Viena, sendo um dos maiores apologistas do imperialismo anglo-saxónico ao lado de Joseph Chamberlain no final do século XIX.
O local onde ele decidiu que seria enterrado - da mesma forma que um rei africano - foram as colinas de Matobo, onde ele dominou uma rebelião dos matabeles. O funeral de Rhodes ocorreu em 11 de abril de 1902 e ele foi enterrado perto do rei Mzilikazi. Milhares de matabeles vieram ao seu enterro, mesmo tendo sido Rhodes o opressor deste povo. A cerimónia foi cristã, apesar disso os chefes guerreiros matabeles pagaram tributos a Rhodes de acordo com as suas crenças animistas locais.
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Marcadores: África, África do Sul, Cecil Rhodes, De Beers Mining Company, diamantes, Império Britânico, Minas, ouro, Reino Unido, Rodésia, Zimbabwe
Georges Pompidou nasceu há 113 anos...
Georges Jean Raymond Pompidou (Montboudif, 5 de julho de 1911 - Paris, 2 de abril de 1974) foi um político francês que serviu como Presidente da França a partir de 1969 até à sua morte, em 1974. Anteriormente, ele foi primeiro-ministro da França de 1962 a 1968 - o mais longo mandato na história do cargo. Assessor do presidente Charles de Gaulle; como chefe de estado, ele foi um conservador moderado que restaurou o relacionamento da França com os Estados Unidos e manteve relações positivas com as ex-colónias recém-independentes na África.
Ele fortaleceu o seu partido político, a União dos Democratas pela República ("Union des Democrates pour la République" ou UDR), para torná-lo um bastião do movimento gaullista. A presidência de Pompidou é geralmente tida em alta conta pelos comentaristas políticos franceses.
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Marcadores: França, Georges Pompidou, Presidente da República
Salazar chegou a primeiro-ministro há 92 anos...
O 8.º governo da Ditadura portuguesa, nomeado a 5 de julho de 1932 e exonerado a 11 de abril de 1933, com a adoção da Constituição de 1933, que instituiu o Estado Novo, foi o primeiro dos três governos, consecutivos, liderados por António de Oliveira Salazar.
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Marcadores: António de Oliveira Salazar, ditadura, estado novo, II República
São Francisco de Assis nasceu há 842 anos...
O leite puro
O mundo devia ser refeito
por alguns santos.
São Francisco de Assis,
a seu cargo as criaturas,
não deixaria que se pervertessem
e o sol poluísse os mortos.
Santo António
falaria aos peixes
e dar-lhes-ia de comer
multiplicando as águas
com o canal dessalgado do abismo.
São João da Cruz
faria o amor
exasperadamente sensual
à semelhança do seu por Deus.
E São João
do Apocalipse simularia
ressuscitar Nossa Senhora
e seu pobre Filho.
in Décima Aurora (1982) - António Osório
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Marcadores: António Osório, clarissas, Ecologia, franciscanos, Giotto, Igreja Católica, pintura, poesia, S. Francisco de Assis, São Francisco
Robbie Robertson nasceu há oitenta e um anos...
- 1968 Music from Big Pink
- 1969 The Band
- 1970 Stage Fright
- 1971 Cahoots
- 1972 Rock of Ages
- 1973 Moondog Matinee
- 1975 Northern Lights - Southern Cross
- 1977 Islands
- 1978 The Last Waltz
- 1995 Live at Watkins Glen
- 1974 Before the Flood
- 1974 Planet Waves
- 1975 The Basement Tapes
- 1998 The Bootleg Series Vol. 4: Bob Dylan Live 1966, The "Royal Albert Hall" Concert
- 1987 Robbie Robertson (com U2 e Peter Gabriel)
- 1991 Storyville
- 1994 Music for The Native Americans
- 1998 Contact from the Underworld of Redboy
- 2018 Soundtrack for The Irishman
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A Batalha de Kursk começou há oitenta e um anos...
A Batalha de Kursk foi uma batalha significativa da Segunda Guerra Mundial entre as forças nazis alemãs e soviéticas na Frente Oriental perto de Kursk (450 quilómetros a sudoeste de Moscovo) na União Soviética, entre 5 de julho e 23 de agosto de 1943. A ofensiva alemã teve o nome de código Operação Cidadela (alemão: Unternehmen Zitadelle) e levou a um dos maiores confrontos blindados da história, a batalha de Prokhorovka. Mantém-se, até hoje, como a maior batalha de blindados de todos tempos, e inclui o maior número de perdas aéreas num só dia na história da guerra. Embora os alemães tivessem planeado e iniciado uma ofensiva, a defesa soviética conseguiu com sucesso lançar uma contra-ofensiva e parar as suas ambições.
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Marcadores: Batalha de Kursk, Estaline, II Grande Guerra, II Guerra Mundial, nazis, URSS
O biquíni faz hoje 78 anos
O biquíni ou bikini é um conjunto de duas peças, derivadas do maiô, de tamanhos reduzidos, que cobrem o busto e a parte inferior do tronco. O seu nome deriva do atol de Bikini, um atol do Pacífico, usado para testes com bombas nucleares e em 5 de julho de 1946 ocorreu o seu lançamento, numa piscina de Paris. Assim, pretendia-se propor que a mulher de biquíni provocava, na época, o efeito de uma "bomba atómica". Na França, o termo é marca registada.
(...)
A criação do biquíni é disputada por dois estilistas franceses: primeiro, em 1946, Jacques Heim apresentou o "átomo" como "o menor maiô do mundo"; três semanas depois, em 5 de julho de 1946, Louis Réard mostrou o "bikini, menor que o menor maiô do mundo" e ficou com a fama de criador da peça.
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Marcadores: atol de Bikini, bikini, biquíni, ensaios nucleares, moda
A Argélia tornou-se independente há 62 anos
(...)
A crise social chegou ao seu limite, com índices de analfabetismo subindo cada vez mais enquanto que a tomada de terras desapropriou boa parte da população nativa. A Argélia foi obrigada a enfrentar uma guerra prolongada de libertação em virtude da resistência dos colonos franceses, que dominam as melhores terras. Em 1947, a França estende a cidadania francesa aos argelinos e permite o acesso dos muçulmanos aos postos governamentais, mas os franceses da Argélia resistem a qualquer concessão aos nativos. Nesse mesmo ano é fundada a Frente de Libertação Nacional (FLN), para organizar a luta pela independência. Uma campanha de atentados antiárabes (1950-1953) desencadeada por colonos direitistas, tem como reação da FLN uma onda de atentados nas cidades e guerra de guerrilha no campo. Em 1958, rebeldes exilados fundam no Cairo um governo provisório republicano. A intervenção de tropas de elite da metrópole (Legião Estrangeira e paraquedistas) amplia a guerra. Ações terroristas, tortura e deportações caracterizam a ação militar da França. Os nacionalistas e oficiais de extrema direita dão um golpe militar na Argélia em 1958.
No ano seguinte o presidente francês, Charles de Gaulle, concede autodeterminação aos argelinos. Mas a guerra intensifica-se em 1961, pela entrada em ação da organização terrorista de direita OAS (Organização do Exército Secreto), comandada pelo general Salan, um dos protagonistas do golpe de 1958. Ao terrorismo da OAS, a FLN responde com mais terrorismo. Nesse mesmo ano fracassam as negociações franco-argelinas, por discordâncias em torno do aproveitamento do petróleo descoberto em 1945. Em 1962 é acertado o Armistício de Evian, com o reconhecimento da independência argelina pela França em troca de garantias aos franceses na Argélia. A República Popular Democrática da Argélia é proclamada, após eleições em que a FLN se apresenta como partido único. Ben Bella torna-se presidente.
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Marcadores: Argélia, independência
Mia Couto nasceu há 69 anos
Mia Couto, pseudónimo de António Emílio Leite Couto (Beira, 5 de julho de 1955), é um escritor e biólogo moçambicano.
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Marcadores: literatura, Mia Couto, Moçambique
Bill Watterson, o criador de Calvin & Hobbes, nasceu há 66 anos
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A Terra chegou ao afélio - o ponto da sua órbita em que fica mais afastada do Sol...!
in Wikipédia
NOTA: hoje, às 05.06 horas, a Terra está no ponto mais afastado do Sol da sua órbita, girando em torno da estrela do seu sistema à mínima velocidade, de acordo com a Segunda Lei de Kepler. Aproveitamos tal facto para recordar que as estações não têm nada a ver com a distância da Terra ao Sol (de outro modo estaríamos agora no inverno...) e sim com com o facto do eixo de rotação da Terra ser inclinado em relação ao plano orbital; assim, em qualquer momento, uma parte do planeta estará mais diretamente exposta aos raios do Sol do que outra.
O livro de Newton que deu origem à moderna Física foi publicada há 337 anos
- De motu corporum - Sobre o movimento dos corpos
- De motu corporum - Sobre o movimento dos corpos (cont.)
- De mundi systemate - Sobre o sistema do Mundo
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A rainha D.ª Maria Pia morreu há cento e treze anos...
No dia de seu batismo, o Papa Pio IX, o seu padrinho, concedeu-lhe a Rosa de Ouro.
Casamento e vida como Rainha de Portugal
No dia 6 de outubro de 1862, um dia depois de chegar a Lisboa, D. Maria Pia casou-se com o rei D. Luís I, tornando-se assim rainha de Portugal. A cerimónia ocorreu na Igreja de São Domingos.
Rainha aos quinze anos, D. Maria Pia cumpriu rapidamente o seu principal papel, assegurando a sucessão ao trono com o nascimento do príncipe D. Carlos, em 28 de setembro de 1863, e do infante D. Afonso Henriques, em 31 de julho de 1865, titulado como Duque do Porto.
Mulher de temperamento meridional, ela foi mãe extremosa dos seus filhos e mulher atenta aos mais necessitados, tendo-se destacado pela sua solidariedade para com os parentes das vítimas do incêndio do Teatro Baquet, em 1888. Habituada aos luxos da corte de Turim, D. Maria Pia era amante da alta costura e de festas, como bailes de máscaras.
Manteve-se alheia aos assuntos políticos, exceto quando o Marechal Saldanha, que cercou o Palácio da Ajuda em 1870, obrigou o rei a nomeá-lo presidente do Conselho de Ministros. Reza a lenda que D. Maria Pia teria exclamado ao Marechal:
Se eu fosse o Rei, mandava-o fuzilar!
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Reinado do filho e neto
Após a subida ao trono português de seu filho, o rei D. Carlos I, D. Maria Pia cedeu o protagonismo à sua nora, a princesa Amélia de Orleães, continuando a residir oficialmente no Palácio da Ajuda (cuja decoração se deve ao seu gosto), utilizando como residências de recreio o Palácio da vila de Sintra e um chalé que adquiriu no Estoril. Serviu diversas vezes como regente do Reino durante as visitas oficiais do seu filho e da nora ao estrangeiro.
Na sequência do Regicídio de 1908, em que o seu filho, D. Carlos I, e o seu neto, o herdeiro do trono, D. Luís Filipe, Duque de Bragança, foram assassinados, D. Maria Pia ficou abatida pelo desgosto e, durante o breve reinado do seu outro neto, D. Manuel II, a rainha manteve-se praticamente retirada do público e quase sempre estava acompanhada do segundo filho, D. Afonso, Duque do Porto.
Morte
Com a implantação da república, em 5 de outubro de 1910, D. Maria Pia seguiu então para o exílio, mas não com os restantes membros da família real; partiu para o seu Piemonte natal, onde viria a falecer no ano seguinte, a 5 de julho de 1911. Foi sepultada no Panteão Real dos Saboias, na Basílica de Superga, em Itália. Momentos antes de expirar, ela pediu que a voltassem no leito na direção de Portugal, país onde permaneceu durante quarenta e oito anos. Espera ainda hoje que seja cumprido o seu último desejo, o regresso a Portugal, onde possa descansar em paz junto do marido, dos seus filhos, dos seus netos e restante família. É o único membro da Família Real exilada que ainda não voltou para Portugal.
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Um golpe de estado, no Paquistão, há 47 anos, derrubou Zulfikar Ali Bhutto
Em seguida à derrota frente à Índia, Yahya Khan demitiu-se do cargo de presidente em favor de Zulfikar Ali Bhutto, do Partido Popular Paquistanês (PPP), conformando-se então o retorno dos civis à alta administração do país. Em 1973, adotou-se uma nova constituição, de modelo federalista. A figura presidencial tornou-se principalmente simbólica, com os poderes do Estado transferidos para o primeiro-ministro, para cujo cargo a Assembleia Nacional elegeu Bhutto.
Desde 1972, Bhutto dera início a um vasto programa de nacionalizações, principalmente das indústrias de base, e a um ambicioso projeto de reforma agrária. Todos os bancos foram nacionalizados em janeiro de 1974. Os militares foram alijados dos cargos de decisão política mas o orçamento destinado à defesa nacional foi ampliado para 6 por cento do PIB. Não obstante, as iniciativas de Bhutto geraram descontentamento, em especial entre os empresários, ressentidos com as nacionalizações, e entre os religiosos, que rejeitavam a política de tendência socialista.
Em 1972, o serviço de informações paquistanês descobriu que a Índia estava perto de desenvolver uma bomba nuclear; em reação, Bhutto formou um grupo de engenheiros com o propósito de fazer o mesmo. Em 1974, após o teste nuclear indiano, Bhutto prometeu que o Paquistão teria a sua bomba "mesmo que tenhamos que comer capim e folhas". Durante o governo Bhutto, uma séria revolta ocorrida no Baluchistão foi reprimida com o auxílio presumido do xá do Irão, temeroso de que a rebelião contaminasse o Sistão-Baluchistão iraniano.
Nas eleições gerais de 1977 - o segundo pleito geral da história do Paquistão - nove partidos de oposição aliaram-se contra o PPP. O resultado, porém, favoreceu o o partido de Bhutto, que elegeu 150 deputados numa Assembleia de 200 assentos. A oposição contestou violentamente os resultados, que teriam sido marcados, alegava, pela fraude e coação. Estalaram então manifestações e distúrbios no país.
Frente a esta situação, o General Muhammad Zia-ul-Haq decidiu impor a lei marcial no Paquistão, em 5 de julho de 1977.
Regime militar Zia (1977-1988)
Ali Bhutto foi preso, julgado e condenado à morte pelo suposto assassinato de um rival político do PPP. Apesar dos apelos do Ocidente, o ex-primeiro-ministro foi enforcado em 1979. Apesar de afirmar inicialmente que a sua permanência no poder seria temporal, até que o Paquistão recuperasse a estabilidade interna, Zia adiou indefinidamente eleições e terminou por decretar a dissolução dos partidos políticos. Os partidos de centro e de esquerda, por inspiração do PPP, criaram o Movimento pela restauração da democracia (MRD) em 6 de outubro de 1981, exigindo o fim da lei marcial, novas eleições e o restabelecimento da constituição de 1973.
O governo Zia reprimiu com severidade protestos da oposição civil e empreendeu uma paulatina islamização da sociedade paquistanesa, no que foi apoiado pelos partidos tradicionais e opositores do laicismo implementado por Bhutto. Pouco a pouco, instituíram-se impostos de origem religiosa, como a esmola obrigatória exigida pelo Alcorão. Criou-se um tribunal federal para aplicar a sharia. A blasfémia contra Maomé passou a ser punível com a pena de morte. A chamada Majlis-i-Shoora substituiu a Assembleia Nacional em 1980, perdendo suas funções legislativas para tornar-se um conselho do presidente. A língua árabe e os estudos islâmicos passaram a ser matérias obrigatórias na maior parte dos estabelecimentos de ensino superior. Os media também foram incluídos neste processo, com a instalação de jornais televisivos em árabe, a exigência de que as apresentadoras cobrissem a cabeça e a difusão pela televisão da chamada à oração islâmica. No exército, patentes do oficialato são conferidas a teólogos.
Embora a islamização do país desagradasse os Estados Unidos, a Casa Branca seguiu ajudando financeiro ao regime de Zia, já que o Paquistão era um dos principais aliados dos norte-americanos durante a Guerra Fria. O governo paquistanês deu suporte aos guerrilheiros mujahedins afegãos contra o regime pró-soviético em Cabul. Desde 1979, quando as forças soviéticas invadiram o Afeganistão, Zia tornou-se um dos principais opositores da ocupação no país vizinho.
Em 19 de dezembro de 1984, um referendo convocado por Zia sobre a sua política de islamização, boicotado pelo MRD, deu 97,7% de votos favoráveis ao governo - ante uma participação de 62,1% do eleitorado. No mesmo pleito, Zia foi eleito para o cargo de presidente por um período de cinco anos.
Em 25 de fevereiro de 1985, ocorreram as primeiras eleições legislativas no país, também boicotadas pelo MRD, desde 1977, e no final desse ano, Zia suspendeu a lei marcial. Essas eleições permitiram a restauração de uma Assembleia Nacional dotada de poderes legislativos. Zia nomeou Muhammad Khan Junejo para o cargo de primeiro-ministro. Apesar de esforços, Junejo não conseguiu reformar o sistema político, fortemente controlado por Zia. As tensões acerca da questão afegã aumentavam entre o Presidente Zia e o Primeiro-Ministro Junejo.
A evolução democrática do regime pode ser explicada pelas pressões americanas que acompanhavam o auxílio financeiro. Entrementes, o êxodo maciço de civis afegãos para o Paquistão deu origem a enormes dificuldades para um país de economia precária e de organização política instável. Junejo tentou consolidar um consenso nacional, ao consultar o conjunto das forças políticas paquistanesas, inclusive Benazir Bhutto, que sucedera ao pai à frente do PPP. Esta movimentação não contava, porém, com a aprovação de Zia, que acabou por demitir o governo Junejo e, em seguida, a dissolver os parlamentos federais e provinciais.
Morte de Zia
Em 29 de maio de 1988, Zia endureceu o regime novamente, com a dissolução da Assembleia Nacional e a destituição do primeiro-ministro Muhammad Khan Junejo, tendo o próprio Zia assumido o posto. Em 15 de junho, o ditador decretou a adoção da sharia (lei islâmica). Em 17 de agosto, o avião em que viajavam Zia, o embaixador dos Estados Unidos e outras 28 pessoas, foi sabotado e caiu, minutos depois de descolar do aeroporto de Bahawalpur.
Postado por Fernando Martins às 00:47 0 bocas
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