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sexta-feira, julho 05, 2024

Um golpe de estado, no Paquistão, há 47 anos, derrubou Zulfikar Ali Bhutto

   

Em seguida à derrota frente à Índia, Yahya Khan demitiu-se do cargo de presidente em favor de Zulfikar Ali Bhutto, do Partido Popular Paquistanês (PPP), conformando-se então o retorno dos civis à alta administração do país. Em 1973, adotou-se uma nova constituição, de modelo federalista. A figura presidencial tornou-se principalmente simbólica, com os poderes do Estado transferidos para o primeiro-ministro, para cujo cargo a Assembleia Nacional elegeu Bhutto.

Desde 1972, Bhutto dera início a um vasto programa de nacionalizações, principalmente das indústrias de base, e a um ambicioso projeto de reforma agrária. Todos os bancos foram nacionalizados em janeiro de 1974. Os militares foram alijados dos cargos de decisão política mas o orçamento destinado à defesa nacional foi ampliado para 6 por cento do PIB. Não obstante, as iniciativas de Bhutto geraram descontentamento, em especial entre os empresários, ressentidos com as nacionalizações, e entre os religiosos, que rejeitavam a política de tendência socialista.

Em 1972, o serviço de informações paquistanês descobriu que a Índia estava perto de desenvolver uma bomba nuclear; em reação, Bhutto formou um grupo de engenheiros com o propósito de fazer o mesmo. Em 1974, após o teste nuclear indiano, Bhutto prometeu que o Paquistão teria a sua bomba "mesmo que tenhamos que comer capim e folhas". Durante o governo Bhutto, uma séria revolta ocorrida no Baluchistão foi reprimida com o auxílio presumido do do Irão, temeroso de que a rebelião contaminasse o Sistão-Baluchistão iraniano.

Nas eleições gerais de 1977 - o segundo pleito geral da história do Paquistão - nove partidos de oposição aliaram-se contra o PPP. O resultado, porém, favoreceu o o partido de Bhutto, que elegeu 150 deputados numa Assembleia de 200 assentos. A oposição contestou violentamente os resultados, que teriam sido marcados, alegava, pela fraude e coação. Estalaram então manifestações e distúrbios no país.

Frente a esta situação, o General Muhammad Zia-ul-Haq decidiu impor a lei marcial no Paquistão, em 5 de julho de 1977. 

  


      
Regime militar Zia (1977-1988)

Ali Bhutto foi preso, julgado e condenado à morte pelo suposto assassinato de um rival político do PPP. Apesar dos apelos do Ocidente, o ex-primeiro-ministro foi enforcado em 1979. Apesar de afirmar inicialmente que a sua permanência no poder seria temporal, até que o Paquistão recuperasse a estabilidade interna, Zia adiou indefinidamente eleições e terminou por decretar a dissolução dos partidos políticos. Os partidos de centro e de esquerda, por inspiração do PPP, criaram o Movimento pela restauração da democracia (MRD) em 6 de outubro de 1981, exigindo o fim da lei marcial, novas eleições e o restabelecimento da constituição de 1973.

O governo Zia reprimiu com severidade protestos da oposição civil e empreendeu uma paulatina islamização da sociedade paquistanesa, no que foi apoiado pelos partidos tradicionais e opositores do laicismo implementado por Bhutto. Pouco a pouco, instituíram-se impostos de origem religiosa, como a esmola obrigatória exigida pelo Alcorão. Criou-se um tribunal federal para aplicar a sharia. A blasfémia contra Maomé passou a ser punível com a pena de morte. A chamada Majlis-i-Shoora substituiu a Assembleia Nacional em 1980, perdendo suas funções legislativas para tornar-se um conselho do presidente. A língua árabe e os estudos islâmicos passaram a ser matérias obrigatórias na maior parte dos estabelecimentos de ensino superior. Os media também foram incluídos neste processo, com a instalação de jornais televisivos em árabe, a exigência de que as apresentadoras cobrissem a cabeça e a difusão pela televisão da chamada à oração islâmica. No exército, patentes do oficialato são conferidas a teólogos.

Embora a islamização do país desagradasse os Estados Unidos, a Casa Branca seguiu ajudando financeiro ao regime de Zia, já que o Paquistão era um dos principais aliados dos norte-americanos durante a Guerra Fria. O governo paquistanês deu suporte aos guerrilheiros mujahedins afegãos contra o regime pró-soviético em Cabul. Desde 1979, quando as forças soviéticas invadiram o Afeganistão, Zia tornou-se um dos principais opositores da ocupação no país vizinho.

Em 19 de dezembro de 1984, um referendo convocado por Zia sobre a sua política de islamização, boicotado pelo MRD, deu 97,7% de votos favoráveis ao governo - ante uma participação de 62,1% do eleitorado. No mesmo pleito, Zia foi eleito para o cargo de presidente por um período de cinco anos. 

   

Restauração de uma ordem constitucional

Em 25 de fevereiro de 1985, ocorreram as primeiras eleições legislativas no país, também boicotadas pelo MRD, desde 1977, e no final desse ano, Zia suspendeu a lei marcial. Essas eleições permitiram a restauração de uma Assembleia Nacional dotada de poderes legislativos. Zia nomeou Muhammad Khan Junejo para o cargo de primeiro-ministro. Apesar de esforços, Junejo não conseguiu reformar o sistema político, fortemente controlado por Zia. As tensões acerca da questão afegã aumentavam entre o Presidente Zia e o Primeiro-Ministro Junejo.

A evolução democrática do regime pode ser explicada pelas pressões americanas que acompanhavam o auxílio financeiro. Entrementes, o êxodo maciço de civis afegãos para o Paquistão deu origem a enormes dificuldades para um país de economia precária e de organização política instável. Junejo tentou consolidar um consenso nacional, ao consultar o conjunto das forças políticas paquistanesas, inclusive Benazir Bhutto, que sucedera ao pai à frente do PPP. Esta movimentação não contava, porém, com a aprovação de Zia, que acabou por demitir o governo Junejo e, em seguida, a dissolver os parlamentos federais e provinciais.

 

Morte de Zia 

Em 29 de maio de 1988, Zia endureceu o regime novamente, com a dissolução da Assembleia Nacional e a destituição do primeiro-ministro Muhammad Khan Junejo, tendo o próprio Zia assumido o posto. Em 15 de junho, o ditador decretou a adoção da sharia (lei islâmica). Em 17 de agosto, o avião em que viajavam Zia, o embaixador dos Estados Unidos e outras 28 pessoas, foi sabotado e caiu, minutos depois de descolar do aeroporto de Bahawalpur. 

 

sexta-feira, junho 21, 2024

Benazir Bhutto nasceu há setenta e um anos...


    
Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 - Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) foi uma política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno.
    
(...)
    
Benazir Bhutto foi morta no dia 27 de dezembro de 2007, durante um atentado suicida em Rawalpindi, cidade próxima de Islamabad, quando retornava de um comício no Parque Liaquat (Liaquat Bagh). O parque é assim chamado em homenagem ao primeiro-ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no local, em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro da ex-primeira-ministra andava lentamente, seguido por simpatizantes, e Benazir acenava para a multidão, pelo teto aberto do veículo. Bhutto foi alvejada no pescoço e no peito, possivelmente por um homem bomba que, em seguida, se explodiu próximo do veículo, provocando a morte de cerca de 20 pessoas. Um dirigente da Al-Qaeda no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ato.
   

quinta-feira, abril 04, 2024

Zulfikar Ali Bhutto foi executado há 45 anos...


Zulfikar Ali Bhutto (Larkana, 5 de janeiro de 1928 - Rawalpindi, 4 de abril de 1979) foi um político paquistanês. Líder do Partido Popular do Paquistão (Pakistan People's Party - PPP), Bhutto foi presidente do Paquistão entre 1971 e 1973 e primeiro-ministro entre 1973 e 1977. Ele era pai da já falecida primeira ministra paquistanesa Benazir Bhutto

 

Vida

Ali Bhutto assumiu a presidência do Paquistão em 1971, logo após a derrota do país na Terceira Guerra Indo-Paquistanesa. Desde que assumiu o poder, Bhutto deu início a um vasto programa de nacionalizações, principalmente da indústria de base, e a um ambicioso projeto de reforma agrária. Todos os bancos foram nacionalizados em janeiro de 1974. Os militares foram alijados dos cargos de decisão política, mas a parcela do orçamento destinada à defesa nacional foi ampliada para 6% do PIB. Não obstante, as iniciativas de Bhutto geraram descontentamento, em especial entre os empresários, ressentidos com as nacionalizações, e entre os religiosos islâmicos, que rejeitavam a política de tendência socialista.

Em 1972, o serviço de informações paquistanês descobriu que a Índia estava perto de desenvolver uma bomba nuclear. Em reação, Bhutto formou um grupo de engenheiros com o propósito de fazer o mesmo. Em 1973, com a adoção de uma nova constituição, de corte federalista, os poderes do Estado foram transferidos para o primeiro-ministro, para cujo cargo a Assembleia Nacional elegeu Bhutto. Em 1974, após o bem sucedido teste nuclear indiano, Bhutto prometeu que o Paquistão teria a sua bomba.

Durante o governo Bhutto, uma séria revolta ocorrida no Baluchistão foi reprimida com o provável auxílio do da Pérsia, temeroso de que a rebelião contaminasse a província iraniana de Sistão-Baluchistão.

Nas eleições gerais de 1977 - o segundo pleito geral da história do Paquistão - nove partidos de oposição aliaram-se contra o PPP. O resultado, porém, favoreceu o o partido de Bhutto, que elegeu 150 deputados numa assembleia de 200 assentos. A oposição contestou violentamente os resultados, que teriam sido marcados, alegava, pela fraude e coação. Estalaram então manifestações e distúrbios no país. Frente a esta situação, o general Muhammad Zia-ul-Haq decidiu impor a lei marcial no Paquistão, em 5 de julho de 1977, e destituiu Ali Bhutto do cargo de primeiro-ministro.

Ali Bhutto foi preso, julgado e condenado à morte na forca, pelo suposto assassinato do pai de um dissidente do PPP. 

 

quarta-feira, julho 05, 2023

Um golpe de estado no Paquistão há 46 anos derrubou Zulfikar Ali Bhutto

   

Em seguida à derrota frente à Índia, Yahya Khan demitiu-se do cargo de presidente em favor de Zulfikar Ali Bhutto, do Partido Popular Paquistanês (PPP), conformando-se então o retorno dos civis à alta administração do país. Em 1973, adotou-se uma nova constituição, de modelo federalista. A figura presidencial tornou-se principalmente simbólica, com os poderes do Estado transferidos para o primeiro-ministro, para cujo cargo a Assembleia Nacional elegeu Bhutto.

Desde 1972, Bhutto dera início a um vasto programa de nacionalizações, principalmente das indústrias de base, e a um ambicioso projeto de reforma agrária. Todos os bancos foram nacionalizados em janeiro de 1974. Os militares foram alijados dos cargos de decisão política mas o orçamento destinado à defesa nacional foi ampliado para 6 por cento do PIB. Não obstante, as iniciativas de Bhutto geraram descontentamento, em especial entre os empresários, ressentidos com as nacionalizações, e entre os religiosos, que rejeitavam a política de tendência socialista.

Em 1972, o serviço de informações paquistanês descobriu que a Índia estava perto de desenvolver uma bomba nuclear; em reação, Bhutto formou um grupo de engenheiros com o propósito de fazer o mesmo. Em 1974, após o teste nuclear indiano, Bhutto prometeu que o Paquistão teria a sua bomba "mesmo que tenhamos que comer capim e folhas". Durante o governo Bhutto, uma séria revolta ocorrida no Baluchistão foi reprimida com o auxílio presumido do do Irão, temeroso de que a rebelião contaminasse o Sistão-Baluchistão iraniano.

Nas eleições gerais de 1977 - o segundo pleito geral da história do Paquistão - nove partidos de oposição aliaram-se contra o PPP. O resultado, porém, favoreceu o o partido de Bhutto, que elegeu 150 deputados numa Assembleia de 200 assentos. A oposição contestou violentamente os resultados, que teriam sido marcados, alegava, pela fraude e coação. Estalaram então manifestações e distúrbios no país.

Frente a esta situação, o General Muhammad Zia-ul-Haq decidiu impor a lei marcial no Paquistão, em 5 de julho de 1977.

    
Regime militar Zia (1977-1988)

Ali Bhutto foi preso, julgado e condenado à morte pelo suposto assassinato de um rival político do PPP. Apesar dos apelos do Ocidente, o ex-primeiro-ministro foi enforcado em 1979. Apesar de afirmar inicialmente que a sua permanência no poder seria temporal, até que o Paquistão recuperasse a estabilidade interna, Zia adiou indefinidamente eleições e terminou por decretar a dissolução dos partidos políticos. Os partidos de centro e de esquerda, por inspiração do PPP, criaram o Movimento pela restauração da democracia (MRD) em 6 de outubro de 1981, exigindo o fim da lei marcial, novas eleições e o restabelecimento da constituição de 1973.

O governo Zia reprimiu com severidade protestos da oposição civil e empreendeu uma paulatina islamização da sociedade paquistanesa, no que foi apoiado pelos partidos tradicionais e opositores do laicismo implementado por Bhutto. Pouco a pouco, instituíram-se impostos de origem religiosa, como a esmola obrigatória exigida pelo Alcorão. Criou-se um tribunal federal para aplicar a sharia. A blasfémia contra Maomé passou a ser punível com a pena de morte. A chamada Majlis-i-Shoora substituiu a Assembleia Nacional em 1980, perdendo suas funções legislativas para tornar-se um conselho do presidente. A língua árabe e os estudos islâmicos passaram a ser matérias obrigatórias na maior parte dos estabelecimentos de ensino superior. Os media também foram incluídos neste processo, com a instalação de jornais televisivos em árabe, a exigência de que as apresentadoras cobrissem a cabeça e a difusão pela televisão da chamada à oração islâmica. No exército, patentes do oficialato são conferidas a teólogos.

Embora a islamização do país desagradasse os Estados Unidos, a Casa Branca seguiu ajudando financeiro ao regime de Zia, já que o Paquistão era um dos principais aliados dos norte-americanos durante a Guerra Fria. O governo paquistanês deu suporte aos guerrilheiros mujahedins afegãos contra o regime pró-soviético em Cabul. Desde 1979, quando as forças soviéticas invadiram o Afeganistão, Zia tornou-se um dos principais opositores da ocupação no país vizinho.

Em 19 de dezembro de 1984, um referendo convocado por Zia sobre a sua política de islamização, boicotado pelo MRD, deu 97,7% de votos favoráveis ao governo - ante uma participação de 62,1% do eleitorado. No mesmo pleito, Zia foi eleito para o cargo de presidente por um período de cinco anos. 

   

Restauração de uma ordem constitucional

Em 25 de fevereiro de 1985, ocorreram as primeiras eleições legislativas no país, também boicotadas pelo MRD, desde 1977, e no final desse ano, Zia suspendeu a lei marcial. Essas eleições permitiram a restauração de uma Assembleia Nacional dotada de poderes legislativos. Zia nomeou Muhammad Khan Junejo para o cargo de primeiro-ministro. Apesar de esforços, Junejo não conseguiu reformar o sistema político, fortemente controlado por Zia. As tensões acerca da questão afegã se acumulavam entre o Presidente Zia e o Primeiro-Ministro Junejo.

A evolução democrática do regime pode ser explicada pelas pressões americanas que acompanhavam o auxílio financeiro. Entrementes, o êxodo maciço de civis afegãos para o Paquistão deu causa a enormes dificuldades para um país de economia precária e de organização política instável. Junejo tentou consolidar um consenso nacional, ao consultar o conjunto das forças políticas paquistanesas, inclusive Benazir Bhutto, quem sucedera ao pai à frente do PPP. Esta movimentação não contava, porém, com a aprovação de Zia, que terminou por demitir o governo Junejo e, em seguida, por dissolver os legislativos federais e provinciais.

 

Morte de Zia 

Em 29 de maio de 1988, Zia endureceu o regime novamente com a dissolução da Assembleia Nacional e a destituição do primeiro-ministro Muhammad Khan Junejo, tendo o próprio Zia assumido o posto. Em 15 de junho, o ditador decretou a adoção da sharia (lei islâmica). Em 17 de agosto, o avião em que viajavam Zia, o embaixador dos Estados Unidos e outras 28 pessoas, foi sabotado e caiu, minutos depois de descolar do aeroporto de Bahawalpur. 

 

quarta-feira, junho 21, 2023

Benazir Bhutto nasceu há setenta anos...



    
Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 - Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) foi uma política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno.
    
(...)
    
Benazir Bhutto foi morta no dia 27 de dezembro de 2007, durante um atentado suicida em Rawalpindi, cidade próxima de Islamabad, quando retornava de um comício no Parque Liaquat (Liaquat Bagh). O parque é assim chamado em homenagem ao primeiro-ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no local, em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro da ex-primeira-ministra andava lentamente, seguido por simpatizantes, e Benazir acenava para a multidão, pelo teto aberto do veículo. Bhutto foi alvejada no pescoço e no peito, possivelmente por um homem bomba que, em seguida, se explodiu próximo do veículo, provocando a morte de cerca de 20 pessoas. Um dirigente da Al-Qaeda no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ato.
   

terça-feira, abril 04, 2023

Zulfikar Ali Bhutto foi enforcado há 44 anos...


Zulfikar Ali Bhutto (Larkana, 5 de janeiro de 1928 - Rawalpindi, 4 de abril de 1979) foi um políticopaquistanês. Líder do Partido Popular do Paquistão (Pakistan People's Party - PPP), Bhutto foi presidente do Paquistão entre 1971 e 1973 e primeiro-ministro entre 1973 e 1977. Ele era pai da ex-primeira ministra paquistanesa Benazir Bhutto

 

Vida

Ali Bhutto assumiu a presidência do Paquistão em 1971, logo após a derrota do país na Terceira Guerra Indo-Paquistanesa. Desde que assumiu o poder, Bhutto deu início a um vasto programa de nacionalizações, principalmente da indústria de base, e a um ambicioso projeto de reforma agrária. Todos os bancos foram nacionalizados em janeiro de 1974. Os militares foram alijados dos cargos de decisão política, mas a parcela do orçamento destinada à defesa nacional foi ampliada para 6% do PIB. Não obstante, as iniciativas de Bhutto geraram descontentamento, em especial entre os empresários, ressentidos com as nacionalizações, e entre os religiosos islâmicos, que rejeitavam a política de tendência socialista.

Em 1972, o serviço de informações paquistanês descobriu que a Índia estava perto de desenvolver uma bomba nuclear. Em reação, Bhutto formou um grupo de engenheiros com o propósito de fazer o mesmo. Em 1973, com a adoção de uma nova constituição, de corte federalista, os poderes do Estado foram transferidos para o primeiro-ministro, para cujo cargo a Assembleia Nacional elegeu Bhutto. Em 1974, após o bem sucedido teste nuclear indiano, Bhutto prometeu que o Paquistão teria a sua bomba.

Durante o governo Bhutto, uma séria revolta ocorrida no Baluchistão foi reprimida com o provável auxílio do da Pérsia, temeroso de que a rebelião contaminasse a província iraniana de Sistão-Baluchistão.

Nas eleições gerais de 1977 - o segundo pleito geral da história do Paquistão - nove partidos de oposição aliaram-se contra o PPP. O resultado, porém, favoreceu o o partido de Bhutto, que elegeu 150 deputados numa assembleia de 200 assentos. A oposição contestou violentamente os resultados, que teriam sido marcados, alegava, pela fraude e coação. Estalaram então manifestações e distúrbios no país. Frente a esta situação, o general Muhammad Zia-ul-Haq decidiu impor a lei marcial no Paquistão, em 5 de julho de 1977, e destituiu Ali Bhutto do cargo de primeiro-ministro.

Ali Bhutto foi preso, julgado e condenado à morte na forca, pelo suposto assassinato do pai de um dissidente do PPP. 

 

terça-feira, junho 21, 2022

Benazir Bhutto nasceu há 69 anos

    
Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 - Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) foi uma política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno.
    
(...)
    
Benazir Bhutto foi morta no dia 27 de dezembro de 2007, durante um atentado suicida em Rawalpindi, cidade próxima de Islamabad, quando retornava de um comício no Parque Liaquat (Liaquat Bagh). O parque é assim chamado em homenagem ao primeiro-ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no local, em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro da ex-primeira-ministra andava lentamente, seguido por simpatizantes, e Benazir acenava para a multidão, pelo teto aberto do veículo. Bhutto foi alvejada no pescoço e no peito, possivelmente por um homem bomba que, em seguida, se explodiu próximo do veículo, provocando a morte de cerca de 20 pessoas. Um dirigente da Al-Qaeda no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ato.
   

segunda-feira, abril 04, 2022

Zulfikar Ali Bhutto foi enforcado há 43 anos


Zulfikar Ali Bhutto (Larkana, 5 de janeiro de 1928 - Rawalpindi, 4 de abril de 1979) foi um políticopaquistanês. Líder do Partido Popular do Paquistão (Pakistan People's Party - PPP), Bhutto foi presidente do Paquistão entre 1971 e 1973 e primeiro-ministro entre 1973 e 1977. Ele era pai da ex-primeira ministra paquistanesa Benazir Bhutto

 

Vida

Ali Bhutto assumiu a presidência do Paquistão em 1971, logo após a derrota do país na Terceira Guerra Indo-Paquistanesa. Desde que assumiu o poder, Bhutto deu início a um vasto programa de nacionalizações, principalmente da indústria de base, e a um ambicioso projeto de reforma agrária. Todos os bancos foram nacionalizados em janeiro de 1974. Os militares foram alijados dos cargos de decisão política, mas a parcela do orçamento destinada à defesa nacional foi ampliada para 6% do PIB. Não obstante, as iniciativas de Bhutto geraram descontentamento, em especial entre os empresários, ressentidos com as nacionalizações, e entre os religiosos islâmicos, que rejeitavam a política de tendência socialista.

Em 1972, o serviço de informações paquistanês descobriu que a Índia estava perto de desenvolver uma bomba nuclear. Em reação, Bhutto formou um grupo de engenheiros com o propósito de fazer o mesmo. Em 1973, com a adoção de uma nova constituição, de corte federalista, os poderes do Estado foram transferidos para o primeiro-ministro, para cujo cargo a Assembleia Nacional elegeu Bhutto. Em 1974, após o bem sucedido teste nuclear indiano, Bhutto prometeu que o Paquistão teria a sua bomba.

Durante o governo Bhutto, uma séria revolta ocorrida no Baluchistão foi reprimida com o provável auxílio do da Pérsia, temeroso de que a rebelião contaminasse a província iraniana de Sistão-Baluchistão.

Nas eleições gerais de 1977 - o segundo pleito geral da história do Paquistão - nove partidos de oposição aliaram-se contra o PPP. O resultado, porém, favoreceu o o partido de Bhutto, que elegeu 150 deputados numa assembleia de 200 assentos. A oposição contestou violentamente os resultados, que teriam sido marcados, alegava, pela fraude e coação. Estalaram então manifestações e distúrbios no país. Frente a esta situação, o general Muhammad Zia-ul-Haq decidiu impor a lei marcial no Paquistão, em 5 de julho de 1977, e destituiu Ali Bhutto do cargo de primeiro-ministro.

Ali Bhutto foi preso, julgado e condenado à morte na forca, pelo suposto assassinato do pai de um dissidente do PPP. 

 

segunda-feira, junho 21, 2021

Benazir Bhutto nasceu há 68 anos

    
Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 - Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) foi uma política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno.
    
(...)
    
Benazir Bhutto foi morta no dia 27 de dezembro de 2007, durante um atentado suicida em Rawalpindi, cidade próxima de Islamabad, quando retornava de um comício no Parque Liaquat (Liaquat Bagh). O parque é assim chamado em homenagem ao primeiro-ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no local, em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro da ex-primeira-ministra andava lentamente, seguido por simpatizantes, e Benazir acenava para a multidão, pelo teto aberto do veículo. Bhutto foi alvejada no pescoço e no peito, possivelmente por um homem bomba que, em seguida, se explodiu próximo do veículo, provocando a morte de cerca de 20 pessoas. Um dirigente da Al-Qaeda no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ato.
   

domingo, abril 04, 2021

Zulfikar Ali Bhutto foi executado há 42 anos


Zulfikar Ali Bhutto
(Larkana, 5 de janeiro de 1928 - Rawalpindi, 4 de abril de 1979) foi um político paquistanês. Líder do Partido Popular do Paquistão (Pakistan People's Party - PPP), Bhutto foi presidente do Paquistão entre 1971 e 1973 e primeiro-ministro entre 1973 e 1977. Ele era pai da ex-primeira ministra paquistanesa Benazir Bhutto

 

Vida

Ali Bhutto assumiu a presidência do Paquistão em 1971, logo após a derrota do país na Terceira Guerra Indo-Paquistanesa. Desde que assumiu o poder, Bhutto deu início a um vasto programa de nacionalizações, principalmente da indústria de base, e a um ambicioso projeto de reforma agrária. Todos os bancos foram nacionalizados em janeiro de 1974. Os militares foram alijados dos cargos de decisão política, mas a parcela do orçamento destinada à defesa nacional foi ampliada para 6% do PIB. Não obstante, as iniciativas de Bhutto geraram descontentamento, em especial entre os empresários, ressentidos com as nacionalizações, e entre os religiosos islâmicos, que rejeitavam a política de tendência socialista.

Em 1972, o serviço de informações paquistanês descobriu que a Índia estava perto de desenvolver uma bomba nuclear. Em reação, Bhutto formou um grupo de engenheiros com o propósito de fazer o mesmo. Em 1973, com a adoção de uma nova constituição, de corte federalista, os poderes do Estado foram transferidos para o primeiro-ministro, para cujo cargo a Assembleia Nacional elegeu Bhutto. Em 1974, após o bem sucedido teste nuclear indiano, Bhutto prometeu que o Paquistão teria a sua bomba.

Durante o governo Bhutto, uma séria revolta ocorrida no Baluchistão foi reprimida com o auxílio presumido do da Pérsia, temeroso de que a rebelião contaminasse a província iraniana de Sistão-Baluchistão.

Nas eleições gerais de 1977 - o segundo pleito geral da história do Paquistão - nove partidos de oposição aliaram-se contra o PPP. O resultado, porém, favoreceu o o partido de Bhutto, que elegeu 150 deputados numa assembleia de 200 assentos. A oposição contestou violentamente os resultados, que teriam sido marcados, alegava, pela fraude e coação. Estalaram então manifestações e distúrbios no país. Frente a esta situação, o general Muhammad Zia-ul-Haq decidiu impor a lei marcial no Paquistão, em 5 de julho de 1977, e destituiu Ali Bhutto do cargo de primeiro-ministro.

Ali Bhutto foi preso, julgado e condenado à morte na forca, pelo suposto assassinato do pai de um dissidente do PPP. 

 

in Wikipédia

domingo, junho 21, 2020

Benazir Bhutto nasceu há 67 anos

   
Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 - Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) foi uma política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno.
   
(...)
  
Benazir Bhutto foi morta no dia 27 de dezembro de 2007, durante um atentado suicida em Rawalpindi, cidade próxima de Islamabad, quando retornava de um comício no Parque Liaquat (Liaquat Bagh). O parque é assim chamado em homenagem ao primeiro-ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no local, em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro da ex-primeira-ministra andava lentamente, seguido por simpatizantes, e Benazir acenava para a multidão, pelo teto aberto do veículo. Bhutto foi alvejada no pescoço e no peito, possivelmente por um homem bomba que, em seguida, se explodiu próximo do veículo, provocando a morte de cerca de 20 pessoas. Um dirigente da Al-Qaeda no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ato.
   

quinta-feira, junho 21, 2018

Benazir Bhutto nasceu há 65 anos

Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 - Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) foi uma política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno.
Biografia
Benazir Bhutto foi educada em Harvard e em Oxford, no Reino Unido, onde estudou Ciências Políticas e Filosofia. Em 1976, ela se formou em PPE (Política, Filosofia e Economia). Filha do primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1971-1977), ela voltou ao Paquistão em 1977, quando o general Muhammad Zia Ul-Haq aplicou um golpe de Estado e depôs seu pai, executado em 1979. Benazir assumiu, ao lado da mãe, a liderança do Partido Popular do Paquistão (PPP).
Exílio
Bhutto foi presa e, depois de libertada, em 1984, seguiu para o exílio no Reino Unido, onde permaneceu até o fim da lei marcial no Paquistão e a legalização dos partidos políticos, ocorridos em 1986. Em 10 de abril desse ano, Benazir retornou do exílio em Londres para liderar o PPP
Em 1 de dezembro de 1988, o seu partido venceu as eleições parlamentares e ela tornou-se a primeira premeira-ministra de um Estado muçulmano. Dois anos depois, em 6 de agosto, o presidente paquistanês Ghulam Ishaq Khan destituiu-a do cargo, alegando abuso de poder, nepotismo e corrupção. O seu partido foi derrotado nas eleições e ela passou à oposição no parlamento.
Em 19 de outubro de 1993, tornou-se primeira-ministra pela segunda vez. Mas em 5 de novembro de 1996, foi novamente destituída do cargo, desta vez pelo presidente Farooq Leghari, sob acusações de corrupção e improbidade administrativa, e pela morte extrajudicial de detidos. Em 1999, após a tomada do poder por militares, liderados pelo presidente Pervez Musharraf, Bhutto auto-exilou-se em Londres e Dubai escapando a processos que corriam na justiça paquistanesa por corrupção. A justiça paquistanesa julgou-a culpada das acusações de desvio de dinheiro e lavagem de dinheiro em 2004. Também teve problemas com a justiça na Suíça, por suspeita de ter recebido subornos no valor de 11,7 milhões de dólares das empresas suíças Société Générale de Surveillance (SGS) e Cotecna Inspection SA, participantes de concursos públicos para contratos de inspeção de mercadorias nas alfândegas paquistanesas
Bhutto voltou ao Paquistão em 2007 após um acordo com o presidente Pervez Musharraf que lhe garantia amnistia e retirava todas as acusações.
Amnistia
Em 5 de outubro de 2007, Musharraf concedeu-lhe amnistia, abrindo caminho para um acordo com a líder do PPP.
Após oito anos de auto-exílio, Benazir Bhutto voltou ao Paquistão. Desembarcou em Karachi em 18 de outubro de 2007, sendo recebida por mais de cem mil pessoas. Ao desfilar com seus correligionários pela capital paquistanesa, duas explosões ocorreram em meio à multidão, perto dos carros da sua comitiva, matando ao menos 140 pessoas e ferindo mais de 200. A ex-primeira ministra, entretanto, não foi atingida.
Bhutto chegou a ser mantida em prisão domiciliar temporariamente numa casa na cidade de Lahore, ficando impedida de liderar uma marcha contra o estado de emergência decretado por Musharraf em 3 de novembro. Foi libertada seis dias depois, a 9 de novembro.
Desde o seu retorno ao Paquistão, Benazir Bhutto pediu a renúncia do general Pervez Musharraf da presidência do Paquistão, mesmo este sugerindo à líder oposicionista o cargo de primeira-ministra.
 
Assassinato
Benazir Bhutto foi morta no dia 27 de dezembro de 2007, durante um atentado suicida em Rawalpindi, cidade próxima de Islamabad, quando retornava de um comício no Parque Liaquat (Liaquat Bagh). O parque é assim chamado em homenagem ao primeiro-ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no local, em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro da ex-primeira-ministra andava lentamente, seguido por simpatizantes, e Benazir acenava para a multidão, pelo teto aberto do veículo. Bhutto foi alvejada no pescoço e no peito, possivelmente por um homem bomba que, em seguida, se explodiu próximo ao veículo, provocando a morte de cerca de 20 pessoas. Um dirigente da Al-Qaeda no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ato.

sexta-feira, junho 21, 2013

Benazir Bhutto nasceu há 60 anos

Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 - Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) foi uma política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno.

Biografia
Benazir Bhutto foi educada em Harvard e em Oxford, no Reino Unido, onde estudou Ciências Políticas e Filosofia. Em 1976, ela se formou em PPE (Política, Filosofia e Economia). Filha do primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1971-1977), ela voltou ao Paquistão em 1977, quando o general Muhammad Zia Ul-Haq aplicou um golpe de Estado e depôs seu pai, executado em 1979. Benazir assumiu, ao lado da mãe, a liderança do Partido Popular do Paquistão (PPP).

Exílio
Bhutto foi presa e, depois de libertada, em 1984, seguiu para o exílio no Reino Unido, onde permaneceu até o fim da lei marcial no Paquistão e a legalização dos partidos políticos, ocorridos em 1986. Em 10 de abril desse ano, Benazir retornou do exílio em Londres para liderar o PPP
Em 1 de dezembro de 1988, o seu partido venceu as eleições parlamentares e ela tornou-se a primeira premeira-ministra de um Estado muçulmano. Dois anos depois, em 6 de agosto, o presidente paquistanês Ghulam Ishaq Khan destituiu-a do cargo, alegando abuso de poder, nepotismo e corrupção. O seu partido foi derrotado nas eleições e ela passou à oposição no parlamento.
Em 19 de outubro de 1993, tornou-se primeira-ministra pela segunda vez. Mas em 5 de novembro de 1996, foi novamente destituída do cargo, desta vez pelo presidente Farooq Leghari, sob acusações de corrupção e improbidade administrativa, e pela morte extrajudicial de detidos. Em 1999, após a tomada do poder por militares, liderados pelo presidente Pervez Musharraf, Bhutto auto-exilou-se em Londres e Dubai escapando a processos que corriam na justiça paquistanesa por corrupção. A justiça paquistanesa julgou-a culpada das acusações de desvio de dinheiro e lavagem de dinheiro em 2004. Também teve problemas com a justiça na Suíça, por suspeita de ter recebido subornos no valor de 11,7 milhões de dólares das empresas suíças Société Générale de Surveillance (SGS) e Cotecna Inspection SA, participantes de concursos públicos para contratos de inspeção de mercadorias nas alfândegas paquistanesas
Bhutto voltou ao Paquistão em 2007 após um acordo com o presidente Pervez Musharraf que lhe garantia amnistia e retirava todas as acusações.

Amnistia
Em 5 de outubro de 2007, Musharraf concedeu-lhe amnistia, abrindo caminho para um acordo com a líder do PPP.
Após oito anos de auto-exílio, Benazir Bhutto voltou ao Paquistão. Desembarcou em Karachi em 18 de outubro de 2007, sendo recebida por mais de cem mil pessoas. Ao desfilar com seus correligionários pela capital paquistanesa, duas explosões ocorreram em meio à multidão, perto dos carros da sua comitiva, matando ao menos 140 pessoas e ferindo mais de 200. A ex-primeira ministra, entretanto, não foi atingida.
Bhutto chegou a ser mantida em prisão domiciliar temporariamente em uma casa na cidade de Lahore, ficando impedida de liderar uma marcha contra o estado de emergência decretado por Musharraf em 3 de novembro. Foi libertada seis dias depois, em 9 de novembro.
Desde o seu retorno ao Paquistão, Benazir Bhutto pediu a renúncia do general Pervez Musharraf da presidência do Paquistão, mesmo este sugerindo à líder oposicionista o cargo de primeira-ministra.
 
Assassinato
Benazir Bhutto foi morta no dia 27 de dezembro de 2007, durante um atentado suicida em Rawalpindi, cidade próxima de Islamabad, quando retornava de um comício no Parque Liaquat (Liaquat Bagh). O parque é assim chamado em homenagem ao primeiro-ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no local, em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro da ex-primeira-ministra andava lentamente, seguido por simpatizantes, e Benazir acenava para a multidão, pelo teto aberto do veículo. Bhutto foi alvejada no pescoço e no peito, possivelmente por um homem bomba que, em seguida, se explodiu próximo ao veículo, provocando a morte de cerca de 20 pessoas. Um dirigente da Al-Qaeda no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ato.

quinta-feira, dezembro 27, 2012

Benazir Bhutto foi assassinada há 5 anos

Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 - Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) foi uma política paquistanesa, duas vezes primeira-ministra de seu país, tornando-se a primeira mulher a ocupar um cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno.

Benazir Bhutto foi educada em Harvard e em Oxford, no Reino Unido, onde estudou Ciências Políticas e Filosofia. Filha do primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto (1971-1977), ela voltou ao Paquistão em 1977, quando o general Muhammad Zia Ul-Haq aplicou um golpe de Estado e depôs seu pai, executado em 1979. Benazir assumiu, ao lado da mãe, a liderança do Partido Popular do Paquistão (PPP).

Bhutto foi presa e, depois de libertada, em 1984, seguiu para o exílio no Reino Unido, onde permaneceu até o fim da lei marcial no Paquistão e a legalização dos partidos políticos, ocorridos em 1986. Em 10 de abril desse ano, Benazir retornou do exílio em Londres para liderar o PPP
Em 1 de dezembro de 1988, o seu partido venceu as eleições parlamentares e ela tornou-se a primeira chefe de um governo (primeiro ministro) de um Estado muçulmano. Dois anos depois, em 6 de agosto, o presidente paquistanês Ghulam Ishaq Khan destituiu-a do cargo, alegando abuso de poder, nepotismo e corrupção. O seu partido foi derrotado nas eleições e ela passou a fazer parte da oposição no parlamento.

Em 19 de outubro de 1993, tornou-se primeira-ministra pela segunda vez. Mas em 5 de novembro de 1996, foi novamente destituída do cargo, desta vez pelo presidente Farooq Leghari, sob acusações de corrupção e improbidade administrativa, e pela morte extrajudicial de detentos. Em 1999, após a tomada do poder por militares liderados pelo atual presidente Pervez Musharraf, Bhutto se auto-exilou em Londres e Dubai escapando a processos que corriam na justiça paquistanesa por corrupção. A justiça paquistanesa julgou-a culpada das acusações de desvio de dinheiro e lavagem de dinheiro em 2004. Também teve problemas com a justiça na Suíça, por suspeita de ter recebido subornos no valor de 11,7 milhões de dólares das empresas suíças Société Générale de Surveillance (SGS) e Cotecna Inspection SA, participantes de concorrências públicas para contratos de inspeção de mercadorias nas alfândegas paquistanesas.

Legado e Vida 
Benazir Bhutto nasceu em Karachi, província do Paquistão em 21 de junho de 1953, filha mais velha do primeiro-ministro do Paquistão Zulfikar Ali Bhutto. Além de seu pai ser o primeiro-ministro, a sua família foi sempre muito tradicional na política paquistanesa.
Em 1976, ela se formou em PPE (Política, Filosofia e Economia). No outono de 1976, Benazir voltou mais uma vez a Oxford para fazer um curso de pós-graduação de um ano. Em janeiro de 1977, ela foi eleita a presidente da União de Oxford. Benazir Bhutto regressou ao Paquistão em junho de 1977. Ela queria entrar para o Serviço de Relações Exteriores, mas seu pai queria que ela disputasse a eleição da Assembleia. Como ela ainda não tinha idade para isso, ela assistiu o seu pai como conselheira. Benazir Bhutto, que viveu de 21 de junho de 1953 a 27 de dezembro de 2007, foi uma política paquistanesa de origem curdo-iraniana que liderou o Partido Popular do Paquistão (PPP). Bhutto foi a primeira mulher a governar um pais com maioria muçulmana na historia, teve dois mandatos(1988-1990; 1993-1996), mas não concluiu nenhum dos dois por causa de acusações de corrupção. O seu pai, Zulfikar Ali Bhutto, havia sido primeiro-ministro paquistanês mas foi condenado à morte e enforcado quando ela era apenas uma jovem. Em 1988 Bhutto vence as eleições e é eleita primeira-ministra, mas apenas 20 meses depois é afastada do cargo pelo presidente Ghulam Ishaq Khan, alegando corrupção. Em 1993, ela foi reeleita, mas foi novamente removida, em 1996, sob acusações semelhantes, desta vez pelo presidente Farooq Leghari. Com isso ela entrou em auto-exílio no Dubai em 1998. Bhutto voltou ao Paquistão em 2007, após um acordo com o presidente Pervez Musharraf que lhe garantia amnistia e retirava todas as acusações.

Amnistia
Em 5 de outubro de 2007, Musharraf concedeu-lhe amnistia, abrindo caminho para um acordo com a líder do PPP.
Após oito anos de auto-exílio, Benazir Bhutto voltou ao Paquistão. Desembarcou em Karachi em 18 de outubro de 2007, sendo recebida por mais de cem mil pessoas. Ao desfilar com seus correligionários pela capital paquistanesa, duas explosões ocorreram em meio à multidão, perto dos carros da sua comitiva, matando ao menos 140 pessoas e ferindo mais de 200. A ex-primeira ministra, entretanto, não foi atingida.
Bhutto chegou a ser mantida em prisão domiciliar temporariamente em uma casa na cidade de Lahore, ficando impedida de liderar uma marcha contra o estado de emergência decretado por Musharraf em 3 de novembro. Foi libertada seis dias depois, em 9 de novembro.
Desde seu retorno ao Paquistão, Benazir Bhutto pediu a renúncia do general Pervez Musharraf da presidência do Paquistão, mesmo este sugerindo à líder oposicionista o cargo de primeira-ministra.


Assassinato

Benazir Bhutto foi morta no dia 27 de dezembro de 2007, durante um atentado suicida em Rawalpindi, cidade próxima a Islamabad, quando retornava de um comício no Parque Liaquat (Liaquat Bagh). O parque é assim chamado em homenagem ao primeiro-ministro paquistanês Liaquat Ali Khan, também assassinado no local, em 1951.
O ataque ocorreu enquanto o carro da ex-primeira-ministra andava lentamente, seguido por simpatizantes, e Benazir acenava para a multidão, pelo teto aberto do veículo. Bhutto foi alvejada no pescoço e no peito, possivelmente por um homem bomba que, em seguida, se explodiu próximo ao veículo, provocando a morte de cerca de 20 pessoas. Um dirigente da Al-Qaeda no Afeganistão reivindicou a responsabilidade pelo ato.