terça-feira, fevereiro 25, 2020

O pintor impressionista Renoir nasceu há 179 anos

   
Desde o princípio que a sua obra foi influenciada pela sensualidade e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza das suas habilidades anteriores, como decorador de porcelana. O seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma - de facto, teve um período de rebeldia diante das obras de seus amigos, no qual se voltou para uma pintura mais figurativa, evidente na longa série Banhistas. Mais tarde retomaria a plenitude da cor e recuperaria sua pincelada enérgica e ligeira, com motivos que lembram o mestre Ingres, pela sua beleza e sensualidade.
A sua obra de maior impacto é Le Moulin de la Galette, em que conseguiu elaborar uma atmosfera de vivacidade e alegria à sombra refrescante de algumas árvores, aqui e ali intensamente azuis. Percebendo que traço firme e riqueza de colorido eram coisas incompatíveis, Renoir concentrou-se em combinar o que tinha aprendido sobre cor durante o seu período impressionista, com métodos tradicionais de aplicação de tinta. O resultado foi uma série de obras-primas bem no estilo Ticiano, assim como de Fragonard e Boucher, a quem ele admirava. Os trabalhos que Renoir incluiu numa mostra individual de 70, organizada pelo marchand Paul Durand-Ruel, foram elogiados e o seu primeiro reconhecimento oficial veio quando o governo francês comprou a obra Ao Piano, em 1892.
    

Cesário Verde nasceu há 165 anos!

  
José Joaquim Cesário Verde (Lisboa, 25 de fevereiro de 1855 - Lumiar, 19 de julho de 1886) foi um poeta português, sendo considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX.
Filho do lavrador e comerciante José Anastácio Verde e de Maria da Piedade dos Santos Verde, Cesário matriculou-se no Curso Superior de Letras em 1873, mas apenas o frequentou alguns meses. Ali conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto da vida. Dividia-se entre a produção de poesias (publicadas em jornais), destacando-se o semanário Branco e Negro (1896-1898) e a revista O Occidente (1878-1915), e as actividades de comerciante herdadas do pai.
Em 1877 começou a ter sintomas de tuberculose, doença que já lhe tirara o irmão e a irmã. Estas mortes inspiraram contudo um de seus principais poemas, Nós (1884).
Tenta curar-se da tuberculose, mas sem sucesso, vem a falecer no dia 19 de julho de 1886. No ano seguinte Silva Pinto organiza O Livro de Cesário Verde, compilação da sua poesia publicada em 1901.
No seu estilo delicado, Cesário empregou técnicas impressionistas, com extrema sensibilidade ao retratar a Cidade e o Campo, que são os seus cenários predilectos. Evitou o lirismo tradicional, expressando-se de uma forma mais natural.
  
A dicotomia cidade/campo
A supremacia exercida pela cidade sobre o campo leva o poeta a tratar estes dois espaços em termos dicotómicos. O contacto com o campo na sua infância determina a visão que dele nos dá e a sua preferência. Ao contrário de outros poetas anteriores, o campo não tem um aspecto idílico, paradisíaco, bucólico, susceptível de devaneio poético, mas sim um espaço real, concreto, autêntico, que lhe confere liberdade. O campo é um espaço de vitalidade, alegria, beleza, vida saudável… Na cidade, o ambiente físico, cheio de contrastes, apresenta ruas macadamizadas/esburacadas, casas apalaçadas (habitadas pelos burgueses e pelos ociosos)/quintalórios velhos, edifícios cinzentos e sujos… O ambiente humano é caracterizado pelos calceteiros, cuja coluna nunca se endireita, pelos padeiros cobertos de farinha, pelas vendedeiras enfezadas, pelas engomadeiras tísicas, pelas burguesinhas… É neste sentido que podemos reconhecer a capacidade de Cesário Verde em trazer para a poesia o real quotidiano do homem citadino.
Ao ler-se o poema "Da Tarde", pertencente a "Em Petiz", é visível o tom irónico em relação aos citadinos, mas onde o tom eufórico também sobressai, ao percorrer os lugares campestres ao lado da sua "companheira". A preferência do poeta pelo campo está expressa nos poemas "De Verão" e "Nós" (o mais longo), onde desaparecem a aspereza e a doença ligadas à vida citadina e surge o elogio ao ambiente campesino. A arte de Cesário Verde é, pois, reveladora de uma preocupação social e intervém criticamente. O campo oferece ao poeta uma lição de vida multifacetada (por exemplo, os camponeses são retratados no seu trabalho diário) que ele transmite com objectividade e realismo. Trata-se, pois, de uma visão concreta do campo e não da abstracção da Natureza.
A força inspiradora de Cesário é a terra-mãe, sendo nela que Cesário encontra os seus temas. É por isto que, habitualmente, se associa o poeta ao mito de Anteu.
  
A mulher em Cesário Verde
Deambulando pelos dois espaços, depara com dois tipos de mulher, que estão articulados com os locais. A cidade maldita surge associada à mulher fatal, frívola, calculista, madura, destrutiva, dominadora, sem sentimentos. Em contraste com esta mulher predadora, surge um tipo feminino, por exemplo em "A Débil", que é o oposto complementar das esplêndidas aristocráticas, presentes em poemas como "Deslumbramentos" e "Vaidosa". Essa mulher é frágil, terna, ingénua e despretensiosa.
A mulher (desfavorecida) do campo é-nos mostrada numa perspetiva diferente. A vendedora em "Num Bairro Moderno", ou a engomadeira em "Contrariedades" mostram as características da mulher do povo no campo. Sempre feias, pobres e por vezes doentes, ou em esforço físico, as mulheres trabalhadoras são objecto da admiração de Cesário.
"Depois de referir o cenário geral da acção em "Num Bairro Moderno", os olhos do sujeito poético retêm, como uma objectiva, um elemento novo - a vendedeira. A sua caracterização é de uma duplicidade contrastante: ela é pobre, anémica, feia, veste mal e tem de trabalhar para sobreviver, mas aparece envolvida numa força quase épica, de "peito erguido" e "pulsos nas ilhargas", encarnando, pela sua castidade, a força genuína do povo trabalhador, que Cesário tão bem defende."
  
A poética de Cesário e as escolas literárias
Podemos afirmar a sua aproximação a várias estéticas, embora seja visível a proximidade com Baudelaire, por retratar realidades quotidianas, o que o aproxima dos poetas portugueses do século XX e o fez incompreendido em seu tempo.
Embora Cesário Verde não pudesse ser enquadrado em nenhuma das escolas poéticas dos países de língua portuguesa da época podemos dizer que ele não poderia não estar relacionado às estéticas do seu tempo de alguma forma. Se se tiver em conta o interesse pela captação do real, por exemplo, ao considerarmos o tipo de cena a serem retratadas pelas quais o poeta optou, seus quadros e figuras citadinos, concretos, plásticos e coloridos, é fácil detectar aqui a afinidade ao Realismo. A ligação aos ideais do Naturalismo verifica-se na medida em que o meio surge determinante dos comportamentos. Se considerarmos o fato do poeta figurar plasticamente uma cena, poderia aproximá-lo, inclusive, do Parnasianismo. Porém, sua obra ainda tem um certo sentimentalismo que remete ao Romantismo e as imagens retratadas, muitas vezes de personagens doentes ou pobres, jamais poderiam ser retratadas por um parnasiano.
Aproxima-se dos impressionistas que captam a realidade mas que a retratam já filtrada pelas percepções, o que, definitivamente, o inscreve no quadro dos poetas fundadores da modernidade. Ecos de sua obra podem ser vistos nos poemas de Fernando Pessoa, parecendo Cesário Verde o predecessor do heterónimo Álvaro de Campos de Opiário e sendo citado várias vezes por Alberto Caeiro.
   
Importância da representação do quotidiano na poesia de Cesário Verde
A observação das situações do quotidiano é o ponto de partida preferencial para os poemas de Cesário Verde. É o mundo real, rotineiro, que é retratado e analisado, servindo de suporte às ideias e sentimentos do poeta.
Os sujeitos poéticos criados por Cesário Verde são atentos ao que se passa. Aquilo que para outro transeunte seria uma banalidade é, na perspectiva do poeta, parte de um quadro do real. Veja-se que antes de se focar numa situação particular, que prenda a atenção, o poeta dá-nos uma visão geral do ambiente: "Dez horas da manhã, os transparentes/Matizam uma casa apalaçada(…)E fere a vista, com brancuras quentes, a larga rua macadamizada" (em "Num bairro moderno"). Mas, apesar de existirem situações particulares, estas poderiam ser integradas no movimento quotidiano de uma rua de uma cidade onde "(…) rota, pequenina azafamada,/Notei de costas uma rapariga" (em "Num bairro moderno"), mas que para o sujeito poético tomam uma nova dimensão. Um processo análogo pode verificar-se em "Cristalizações", onde as primeiras estrofes constituem uma visão panorâmica, para se focar mais à frente nos "calceteiros" ou na "actrizita". É essencialmente destacado o quotidiano urbano, onde o sujeito poético deambula, sendo o poema "O sentimento de um ocidental" aquele em que é mais clara a descrição do dia-a-dia como ponto de partida para a revolta contra a vivência desumana da cidade. Aliás, Cesário Verde está longe de se deixar na passividade da observação casual, e repara naquilo, que tendo-se tornado parte de cada dia, é um factor de animalização e doença. Outras vezes, partindo da realidade, transfigura-a, num impulso salutar, em que tudo parece tomar formas orgânicas e vivas em oposição ao emparedamento das ruas da cidade: "Se eu transformasse os simples vegetais, num ser humano que se mova e exista/Cheio de belas proporções carnais?!".
  
Linguagem e estilo
Eis algumas das características estilísticas e linguísticas: vocabulário objectivo; imagens extremamente visuais de modo a dar uma dimensão realista do mundo (daí poeta-pintor-calceteiro-condutor de metro); pormenor descritivo; mistura o físico e o moral; combina sensações; usa sinestesias, metáforas, comparações, hipálage; emprega dois ou mais adjectivos a qualificar o mesmo substantivo; quadras, em versos decassilábicos ou versos alexandrinos; utilização do "enjambement".
  
  
Impossível
 
Nós podemos viver alegremente,
Sem que venham com fórmulas legais,
Unir as nossas mãos, eternamente,
As mãos sacerdotais.
  
Eu posso ver os ombros teus desnudos,
Palpá-los, contemplar-lhes a brancura,
E até beijar teus olhos tão ramudos,
Cor de azeitona escura.
  
Eu posso, se quiser, cheio de manha,
Sondar, quando vestida, pra dar fé,
A tua camisinha de bretanha,
Ornada de crochet.
  
Posso sentir-te em fogo, escandescida,
De faces cor-de-rosa e vermelhão,
Junto a mim, com langor, entredormida,
Nas noites de verão.
  
Eu posso, com valor que nada teme,
Contigo preparar lautos festins,
E ajudar-te a fazer o leite-creme,
E os mélicos pudins.
 
Eu tudo posso dar-te, tudo, tudo,
Dar-te a vida, o calor, dar-te cognac,
Hinos de amor, vestidos de veludo,
E botas de duraque
  
E até posso com ar de rei, que o sou!
Dar-te cautelas brancas, minha rola,
Da grande loteria que passou,
Da boa, da espanhola,
   
Já vês, pois, que podemos viver juntos,
Nos mesmos aposentos confortáveis,
Comer dos mesmos bolos e presuntos,
E rir dos miseráveis.
  
Nós podemos, nós dois, por nossa sina,
Quando o Sol é mais rúbido e escarlate,
Beber na mesma chávena da China,
O nosso chocolate.
  
E podemos até, noites amadas!
Dormir juntos dum modo galhofeiro,
Com as nossas cabeças repousadas,
No mesmo travesseiro.
   
Posso ser teu amigo até à morte,
Sumamente amigo! Mas por lei,
Ligar a minha sorte à tua sorte,
Eu nunca poderei!
  
Eu posso amar-te como o Dante amou,
Seguir-te sempre como a luz ao raio,
Mas ir, contigo, à igreja, isso não vou,
Lá essa é que eu não caio!

George Harrison nasceu há 77 anos

George Harrison (Liverpool, 25 de fevereiro de 1943 - Los Angeles, 29 de novembro de 2001) foi um artista inglês, cuja carreira abrangeu diversas áreas. Músico, compositor, ator e produtor de cinema, Harrison atingiu fama internacional como guitarrista dos Beatles. Por vezes referido como "o Beatle calmo", Harrison, com o passar do tempo, tornou-se um admirador do misticismo indiano, introduzindo-o aos Beatles, assim como aos seus fãs do Ocidente. Após a dissolução da banda, ele teve uma bem-sucedida carreira a solo; posteriormente, também obteve sucesso como membro do Traveling Wilburys e como produtor de cinema e musical. Harrison ocupa a 11ª posição da lista "Os 100 Maiores Guitarristas de Todos os Tempos", da revista Rolling Stone.
Ainda que a maioria das músicas dos Beatles tenham sido compostas por Lennon e McCartney, os álbuns do grupo, a partir de With the Beatles (1963), geralmente incluíam uma ou duas músicas de autoria de Harrison. As suas últimas composições com o grupo incluíram "Here Comes the Sun", "Something" e "While My Guitar Gently Weeps". 
     
      

Paco de Lucía morreu há seis anos...

  
Paco de Lucía, nome artístico de Francisco Sánchez Gomes (Algeciras, 21 de dezembro de 1947Playa del Carmen, Quintana Roo, México, 25 de fevereiro de 2014) foi um guitarrista espanhol de flamenco reconhecido internacionalmente. Fez carreira como compositor, produtor e guitarrista.
  
    

Enrico Caruso nasceu há 147 anos

   
Enrico Caruso (Nápoles, 25 de fevereiro de 1873 - Nápoles, 2 de agosto de 1921) foi um tenor italiano, considerado, inclusive pelo ilustre Luciano Pavarotti, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos. Com vasto reportório, Caruso foi o primeiro cantor clássico a atrair grandes plateias em todo o mundo e ainda hoje figura entre os maiores intérpretes clássicos da história. A sua interpretação de Vesti la giubba, da ópera Pagliacci, foi a primeira gravação na história a vender 1 milhão de cópias.
 


Alfredo Marceneiro nasceu há 129 anos

(imagem daqui)

Alfredo Rodrigo Duarte (Lisboa, 25 de fevereiro de 1891 - Lisboa, 26 de junho de 1982) mais conhecido como Alfredo Marceneiro, devido à sua profissão inicial, foi um fadista português que marcou uma época, detentor de uma voz inconfundível tornando-se um marco deste género da canção em Portugal. Embora o bilhete de identidade refira a data acima, o seu nascimento pode ter acontecido, de facto, em 29 de fevereiro de 1888.
  
  
Vida
Alfredo Marceneiro nasceu na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, e foi-lhe posto o nome de baptismo de Alfredo Rodrigo Duarte.
Era filho de uma família oriunda do Cadaval. Com a morte do pai teve que deixar os estudos. Começou então a trabalhar como aprendiz de encadernador para ajudar o sustento da sua mãe e irmãos.
Desde pequeno, sentia grande atracção para a arte de representar e para a música. Junto com amigos começou a dar os primeiros passos cantando o fado em locais populares começando a ser solicitado pela facilidade que cantava e improvisava a letra das canções.
Um dia, conheceu Júlio Janota, fadista improvisador, de profissão marceneiro que o convenceu a seguir esse ofício que lhe daria mais salário e mais tempo disponível para se dedicar à sua paixão.
Alfredo Marceneiro era um rapaz vaidoso. Andava sempre tão bem vestido que ganhou a alcunha de Alfredo Lulu. Era, também, muito namoradeiro. Apaixonou-se por várias raparigas, chegando a ter filhos com duas delas. As aventuras terminaram quando conheceu Judite, amor que durou até à sua morte e com o qual teve três filhos.
Em 1924, participa no Teatro São Luiz, em Lisboa, na sua primeira Festa do Fado e ganha a medalha de prata num concurso de fados.1
Nos anos 1930, Alfredo Marceneiro trabalhou nos estaleiros da CUF, onde fazia móveis para navios. Dividia o seu tempo entre as canções e o trabalho. A sua presença nas festas organizadas pelos operários era sempre motivo de alegria.
Em 3 de janeiro de 1948, foi consagrado o Rei do Fado no Café Luso.
Reformou-se em 1963, após uma carreira recheada de sucessos, numa grande festa de despedida no Teatro São Luiz.
Dos muitos temas que Alfredo Marceneiro cantou destaca-se a Casa da Mariquinhas, de autoria do jornalista e poeta Silva Tavares.
Faleceu no dia 26 de junho de 1982, com 91 anos, na mesma freguesia que o viu nascer.
No dia 30 de julho de 1984, foi condecorado, a título póstumo, com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo então Presidente da República Portuguesa, o General Ramalho Eanes.
O álbum The Fabulous Marceneiro (Columbia/Valentim de Carvalho, 1961)  
Alfredo Marceneiro gravou pouco e este álbum de início dos anos 60 é um dos clássicos absolutos do fado. Era um milagre meter Alfredo Marceneiro em estúdio: o fado era quase uma religião que se cantava de noite e com público, onde o guitarrista devia cingir-se a servir a voz e o contador era também um contador da história contida na letra.
A revista Blitz considerou este álbum o décimo-primeiro melhor disco português de sempre.

  

segunda-feira, fevereiro 24, 2020

Notícia interessante sobre sismos em Marte



Música(s) adequada(s) à data...





 
Barco Negro
 
De manhã temendo que me achasses feia,
acordei tremendo deitada na areia,
mas logo os teus olhos disseram que não
e o sol penetrou no meu coração.
 
Vi depois, numa rocha, uma cruz,
e o teu barco negro dançava na luz;
vi teu braço acenando, entre as velas já soltas.
Dizem as velhas da praia que não voltas...
São loucas! São loucas!
 
Eu sei, meu amor,
que nem chegaste a partir,
pois tudo em meu redor
me diz que estás sempre comigo.
 
No vento que lança
areia nos vidros,
na água que canta,
no fogo mortiço,
no calor do leito,
nos bancos vazios,
dentro do meu peito
estás sempre comigo.
 
 
David Mourão-Ferreira

David Mourão-Ferreira nasceu há 93 anos

Estátua no Parque dos Poetas
 
David de Jesus Mourão-Ferreira (Lisboa, 24 de fevereiro de 1927 - Lisboa, 16 de junho de 1996) foi um escritor e poeta lisboeta.
     
Biografia
Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951, onde mais tarde em 1957 foi professor, tendo-se destacado como um dos grandes poetas contemporâneos do Século XX.
Na sua obra, são famosos alguns dos poemas que compôs para a voz de Amália Rodrigues, como Sombra, Maria Lisboa, Nome de Rua, Fado Peniche e sobretudo Barco Negro, entre outros.
Mourão-Ferreira trabalhou para vários jornais, dos quais se destacam a Seara Nova e o Diário Popular, para além de ter sido um dos fundadores da revista Távola Redonda. Entre 1963 e 1973 foi secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Autores. No pós-25 de Abril, foi director do jornal A Capital e director-adjunto do O Dia.
No governo, desempenhou o cargo de Secretário de Estado da Cultura (de 1976 a janeiro de 1978, e em 1979). Foi por ele assinado, em 1977, o despacho que criou a Companhia Nacional de Bailado.
Foi autor de alguns programas de televisão de que se destacam "Imagens da Poesia Europeia", para a RTP.
A 13 de julho de 1981 foi condecorado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Em 1996, a 3 de junho, foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. No mesmo ano, 1996, recebeu o Prémio de Carreira da Sociedade Portuguesa de Autores.
Do primeiro casamento, com Maria Eulália, sobrinha de Valentim de Carvalho, teve dois filhos, David João e Adelaide Constança, que lhe deram 11 netos e netas.
Em 2005 é celebrado um protocolo entre a Universidade de Bari e o Instituto Camões, decidindo, como homenagem ao poeta, abrir naquela cidade o Centro Studi Lusofoni - Cátedra David Mourão-Ferreira que, dirigida pela Professora Fernanda Toriello e com a colaboração do professor Rui Costa, tem como objetivo o estudo da obra de David Mourão-Ferreira, assim como a divulgação da língua portuguesa e das culturas lusófonas. Promove também o Prémio Europa David Mourão-Ferreira.
    
  
A Secreta Viagem
  
  
No barco sem ninguém, anónimo e vazio,
ficámos nós os dois, parados, de mão dada...
Como podem só dois governar um navio?
Melhor é desistir e não fazermos nada!
  
Sem um gesto sequer, de súbito esculpidos,
tornamo-nos reais, e de madeira, à proa...
Que figuras de lenda! Olhos vagos, perdidos...
Por entre nossas mãos, o verde mar se escoa...
 
Aparentes senhores de um barco abandonado,
nós olhamos, sem ver, a longínqua miragem...
Aonde iremos ter? — Com frutos e pecado,
se justifica, enflora, a secreta viagem!

Agora sei que és tu quem me fora indicada.
O resto passa, passa... alheio aos meus sentidos.
— Desfeitos num rochedo ou salvos na enseada,
a eternidade é nossa, em madeira esculpidos!
   
   

in A Secreta Viagem (2001) - David Mourão-Ferreira

Pablo Milanés - 77 anos

(imagem daqui)
  
Pablo Milanés (Bayamo, 24 de febrero de 1943) es un compositor, cantante, guitarrista y cantautor cubano, uno de los fundadores - junto con Silvio Rodríguez y Noel Nicola - de la Nueva Trova Cubana.
      
  

El-Rei D. José I morreu há 243 anos

   
D. José I de Portugal (nome completo: José Francisco António Inácio Norberto Agostinho de Bragança; Lisboa, 6 de junho de 1714 - Sintra, 24 de fevereiro de 1777), cognominado O Reformador devido às reformas que empreendeu durante o seu reinado, foi Rei de Portugal da Dinastia de Bragança desde 1750 até à sua morte. Casou, em 1729, com Mariana Vitória de Bourbon, infanta de Espanha.
Sucedeu-lhe a filha, a futura Rainha D.ª Maria I de Portugal (Maria Francisca Isabel Josefa Antónia Gertrudes Rita Joana de Bragança; Lisboa, 17 de dezembro de 1734 - Rio de Janeiro, 20 de março de 1816) que, antes de assumir o trono, foi Princesa do Brasil, Princesa da Beira e duquesa de Bragança. A continuidade dinástica da Casa de Bragança ficou assegurada com o seu casamento com o irmão do Rei e tio da princesa, o futuro Rei D. Pedro III de Portugal. O casamento foi realizado no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, em Lisboa, a 6 de julho de 1760. Dado o casal já ter filhos quando Maria ascendeu ao trono, passou a ser o rei Pedro III, sendo ainda o 19.º duque de Bragança, 16º duque de Guimarães e 14.º duque de Barcelos, 12.º marquês de Vila Viçosa, 20º conde de Barcelos, 16.º conde de Guimarães, de Ourém, de Faria, e de Neiva, 22.º conde de Arraiolos. Tiveram quatro filhos e três filhas.
El-Rei D. José I jaz no Panteão dos Braganças, no mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
 
  

Chris Fehn, dos Slipknot, faz hoje 47 anos

  
Christopher Michael "Chris" Fehn (Des Moines, Iowa, 24 de fevereiro de 1973) é um músico dos Estados Unidos, integrante da banda de new metal Slipknot.
Fehn, nasceu em Des Moines, Iowa. Antes de entrar nos Slipknot, ele jogou futebol americano na equipa da Wayne State University e juntou-se à banda em abril de 1997, substituindo o percussionista Greg Welts, que foi forçado a sair do Slipknot após devido a conflitos pessoais com o baterista Joey Jordison, por causa de Welts namorar a irmã de Jordison.
Bem como emprestar o seu talento à percussão na banda, Fehn faz coros nos Slipknot e também é fundamental no apoio executados ao vivo nos palcos. Fora do Slipknot, Fehn é um jogador muito forte, e estava em evidências sobre a banda do DVD de 2006, Voliminal: Inside the Nine, onde ele é entrevistado enquanto jogava golfe. Fehn descreve-se como um "grande fã da banda", e diz dos Slipknot, "o mundo precisava de algo assim."
    
  

domingo, fevereiro 23, 2020

O autor do primeiro bombardeamento nuclear nasceu há 105 anos

  
Paul Warfield Tibbets, Jr. (Quincy, 23 de fevereiro de 1915 - Columbus, 1 de novembro de 2007) foi um brigadeiro-general da Força Aérea dos Estados Unidos, comandante do avião que lançou a bomba atómica sobre Hiroshima, a 6 de agosto de 1945.
Piloto americano de missões de bombardeio sobre a Alemanha durante a Segunda Guerra, o então tenente-coronel Tibbets, de 30 anos, foi o escolhido para lançar a bomba atômica sobre Hiroshima. Na ocasião comandava o 509.º Agrupamento Aéreo dos Estados Unidos e desde fevereiro de 1945 preparava-se para a missão.
Desde o final de abril, o comandante aguardava, na pequena ilha de Tinian, no arquipélago das Marianas, no Oceano Pacífico, a ordem para bombardear o Japão.
Para realizá-la, Tibbets escolheu pessoalmente um quadrimotor B-29 que foi denominado Enola Gay, em homenagem sua mãe dele.
Dos 1.500 membros do esquadrão, Tibbets era o único que sabia para o que estava sendo treinado. Os demais membros da tripulação que acompanhou o piloto apenas tinham recebido instruções pouco precisas sobre os reais objetivos da missão.
Até o fim de sua vida, Tibbets acreditou ter feito o necessário para acabar com a guerra e não demonstrou arrependimento pela bomba por ele lançada ser responsável pela morte de mais de 119 mil pessoas, no primeiro ataque nuclear contra seres humanos na história.
O presidente Harry Truman, que ordenou o ataque, teria dito à tripulação, depois do retorno aos Estados Unidos: "Não percam o sono por terem cumprido esta missão; a decisão foi minha, vocês não podiam escolher".
Paul Tibbets viveu por mais de sessenta anos após Hiroshima, falecendo em casa, no estado de Ohio, em 1 de novembro de 2007, aos 92 anos de idade.
  
Paul Tibbets, acenando do cockpit do Enola Gay, a 6 de agosto de 1945, antes de partir para Hiroshima
   

Travassos, o Zé da Europa e um dos Cinco Violinos, nasceu há 94 anos

(imagem daqui)
   
José António Barreto Travassos (Lisboa, 22 de fevereiro de 1926 - 12 de fevereiro de 2002) também conhecido por Zé da Europa por ter sido o 1º jogador de futebol português a jogar na selecção da Europa, em 1955 contra a Grã-Bretanha.
Curiosamente nasceu no mesmo local onde se situava a Bancada Nova do antigo estádio de Alvalade.
Como jogador de futebol foi 35 vezes internacional e representou a CUF (onde foi necessário autorização do ministro, por ainda não ter idade de júnior) e o Sporting Clube de Portugal. Praticou ainda atletismo, nos anos em que jogava na CUF.
Ainda na época em que era moda o futebol de ataque Travassos actuava como interior-direito, e juntamente com Albano, António Jesus Correia, Peyroteo e Vasques formaram os famosos Cinco Violinos. Também famoso foi o golo que marcou no seu primeiro jogo contra o F.C.Porto, um remate de moinho que ficou imortalizado no filme O Leão da Estrela.
Fora do grande ecrã teve a mais curiosa crítica de um jornalista estrangeiro, no caso inglês, em 1951: "Portugal não figura entre os seis primeiros países da Europa do futebol, mas possui um interior-direito, Travassos, que vale quatro mil contos. Travassos, com um penteado impecável, é tão brilhante com os pés como o seu inalterável penteado de brilhantina".
Na sua estreia no Campeonato Nacional, a 16 de fevereiro de 1947,  foi autor de 3 golos, ajudando a golear o Benfica por 6-1, num jogo disputado no Estádio do Lumiar e que lhe valeu um relógio de ouro como prémio pela exibição.
Despediu-se do futebol a 7 de setembro de 1958.
 
(imagem daqui)
 
  
Troféus conquistados e jogos
  • 8 Campeonatos Nacionais (1946/47, 1947/48, 1948/49, 1950/51, 1951/52, 1952/53 e 1953/54)
  • 2 Taças de Portugal (1947/48 e 1953/54)
  • Jogos pelo Sporting: 249 no Campeonato, 457 em total
  • Golos pelo Sporting: 99 no Campeonato, 172 em total
     
(imagem daqui
    

Há 75 anos, meia dúzia de homens ergueram uma bandeira e fizeram História...

Raising the Flag on Iwo Jima, por Joe Rosenthal - The Associated Press
  
Raising the Flag on Iwo Jima é uma fotografia histórica, tirada em 23 de fevereiro de 1945, por Joe Rosenthal. Ela mostra cinco fuzileiros navais americanos e um paramédico da Marinha dos Estados Unidos fincando a bandeira dos Estados Unidos da América no topo do Monte Suribachi, indicando a sua conquista durante a batalha de Iwo Jima, na Segunda Guerra Mundial.
A fotografia é muito popular, vindo a ser reproduzida em milhares de publicações. Foi a primeira fotografia a ganhar o Prémio Pulitzer no mesmo ano da sua publicação e veio a ser lembrada nos Estados Unidos como uma das mais significantes e reconhecidas imagens de guerra, e uma fotografia das mais reproduzida de todos os tempos.
Dos seis homens que aparecem na fotografia, três morreram durante a batalha (Franklin Sousley, Harlon Block e Michael Strank) e três sobreviveram a ela (John Bradley, Rene Gagnon e Ira Hayes). Os que sobreviveram acabaram por se tornar célebres, depois que foram identificados na foto. A imagem foi usada depois por Felix de Weldn para esculpir o USMC War Memorial, no Cemitério Nacional de Arlington, na Virgínia.
  

A poetisa Fernanda Seno nasceu há 78 anos

(imagem daqui)

Fernanda Seno Cardeira Alves Valente (Canha, 23 de fevereiro de 1942 - Lisboa, 19 de maio de 1996) foi uma poetisa, escritora, jornalista e professora portuguesa.
Fernanda Seno concluiu o ensino secundário em Évora e licenciou-se em Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Abraçou a carreira do ensino com passagens em escolas de Almada, Reguengos de Monsaraz e Évora.
Como jornalista Fernanda Seno foi colaboradora da imprensa regional e local, contribuindo para os jornais "Mouranense", "Palavra", e "A Defesa". Foi chefe de redação no "Jornal de S. Brás" e redatora principal do Boletim "Igreja Eborense". Colaborou ainda - entre outros - na revista "Ao Largo" (Lisboa).
Em 1998 a Câmara Municipal de Évora homenageou-a, atribuindo o nome da poetisa Fernanda Seno a uma rua do Bairro da Horta das Figueiras - a Rua Fernanda Seno.
   
  
Coroam-nos de rosas e de glórias
  
As rosas cedo secam.
E as glórias
são todas transitórias como nós.
Os louros que colhemos pelos caminhos
e essas alegrias que há nos dias,
são por causa da luz misteriosa
que faz vibrar de canto a nossa voz.
As glórias e os louvores não são para nós. 
  
Somos apenas frágeis emissários
da melodia esparsa no universo
que não cabe no mais excelso verso.
Somos só os lugares de acontecer.
De tentar exprimir o Amor total.
Somos sinos.
Reflexos de vitral.
Passam por nós os sons de sinfonias,
cantares de água ou de lumes crepitantes,
centelhas de poentes,
harmonias de ciareiras distantes.
Aves intemporais pelos espaços
bebendo a luz dos astros e a cor
queremos erguer as asas
e é de rastos, que tanta vez compomos o louvor. 

  
É sempre aquém do Sonho a nossa voz.
Tudo o que é Belo, Alto e Transcendente
está para além de nós.
Somos o chão onde se pousam estrelas.
E o brilho não é nosso. O brilho é delas.
Somos o espelho a reflectir os céus,
mas por detrás do espelho é que está Deus.
As glórias e os louvores não são para nós,
mas para quem deu acordes de infinito
à nossa breve voz!

   
   
Fernanda Seno

Händel nasceu há 335 anos

     
Georg Friedrich Händel (Halle an der Saale, 23 de fevereiro de 1685 - Londres, 14 de abril de 1759) foi um célebre compositor germânico, naturalizado cidadão britânico em 1726.
Desde cedo mostrou notável talento musical, e a despeito da oposição de seu pai, que o queria um advogado, conseguiu receber um treinamento qualificado na arte da música. A primeira parte da sua carreira foi passada em Hamburgo, como violinista e maestro da orquestra da ópera local. Depois dirigiu-se para a Itália, onde conheceu a fama pela primeira vez, estreando várias obras com grande sucesso e entrando em contacto com músicos importantes. Em seguida foi indicado mestre de capela do Eleitor de Hanôver, mas pouco trabalhou para ele, e esteve na maior parte do tempo ausente, em Londres. O seu patrão mais tarde se tornou rei da Grã-Bretanha como Jorge I, para quem continuou a compor. Fixou-se definitivamente em Londres, e ali desenvolveu a parte mais importante de sua carreira, como autor de óperas, oratórios e música instrumental. Quando adquiriu cidadania britânica adotou o nome George Frideric Handel. Tinha grande facilidade para compor, como prova a sua vasta produção, que compreende mais de 600 obras, muitas delas de grandes proporções, entre elas dezenas de óperas e oratórios em vários movimentos. A sua fama em vida foi enorme, tanto como compositor quanto como instrumentista, e mais de uma vez foi chamado de "divino" pelos seus contemporâneos. A sua música se tornou conhecida em muitas partes do mundo, foi de especial importância para a formação da cultura musical britânica moderna, e desde a metade do século XX tem sido recuperada com crescente interesse. Hoje ele é considerado um dos grandes mestres do barroco musical europeu.
     
    

Stan Laurel, o Estica da mais famosa dupla cómica, morreu há 55 anos

  
Stan Laurel, nascido Arthur Stanley Jefferson (Ulverston, 16 de junho de 1890 - Santa Mónica, 23 de fevereiro de 1965), foi um ator cómico, escritor e realizador norte-americano, nascido na Inglaterra. Tornou-se famoso principalmente por seu trabalho com Oliver Hardy, com o qual formou a dupla cómica Laurel & Hardy (O Bucha e Estica).
  
Início da carreira
Filho de Madge Metcalfe e de Arthur Jefferson, um empresário teatral, Stan estreou no palco após completar seus estudos na King James Gramar School, em Bishop Auckland, na The King's School, em Tynemouth, e por um tempo na Rutherglen Academy. A sua primeira performance foi no Britannia Panopticon, em Glasgow, Escócia, aos 16 anos de idade.
Viajou com várias companhias de teatro pelo país, até entrar na “trupe” de Fred Karno, em 1910, da qual fazia parte Charles Chaplin. Chegou a ser “substituto” de Chaplin numa pantomima, "Mumming Bird", a qual foi levada por Karno para os Estados Unidos, sob o título “A Night at an English Music Hall”.
Stan conheceu então Mae Dahlberg, que exerceria grande influência na sua vida. Stan, que até então era creditado como Stan Jefferson, adotou o nome Laurel, por sugestão de Mae, que trabalhou com ele em seu primeiro filme, “Nuts in May”, em 1917, uma produção independente de Adolph Ramish, assinando contrato com a Universal. Ele e Mae jamais casaram, mas chegaram a viver um tempo maritalmente, e em muitos filmes foi creditada como "Mae Laurel".
A partir dessa época, Stan trabalhou como “free lancer” para vários estúdios, e entre os seus trabalhos estava “Lucky Dog”, na qual Oliver Hardy participava num pequeno papel. Essa foi a primeira vez que trabalharam juntos. O seu nome passou a ser conhecido com as paródias de filmes populares feitas na época, entre elas “The Soilers” e “Under Two Jags”, em 1920, “Mud and Sand” em 1922, e “Dr. Prycle and Mr. Pryde”, em 1925.
Em 1924, Stan assinou um contrato com Joe Rock, para doze comédias, mas uma das cláusulas estipulava que Dahlberg não poderia aparecer em nenhum de seus filmes. Em 1925, julgando que Dahlberg estava interferindo na carreira de Stan, Rock ofereceu a ela uma passagem só de ida para a Austrália, e aceitou, separando-se definitivamente de Laurel.
  
   
A partir de 1926, Laurel passou a trabalhar definitivamente com Hal Roach, como “gagman” e diretor. Em 1927, no Hal Roach Studios, Stan trabalhou em “Slipping Wives”, ao lado de Oliver Hardy, sendo a sua primeira vez propositadamente juntos. O diretor supervisor do Roach Studios, Leo McCarey, observou numa apresentação a reação da audiência, e começou a colocá-los juntos, criando assim a mais famosa dupla de humoristas da história do cinema. A partir de então, os dois foram se destacando, e a dupla O Bucha e Estica foi-se constituindo, com a estreia oficial em 1927, com “Putting Pants on Philip”.
Durante os anos 30, Laurel esteve envolvido numa disputa com Hal Roach, tendo o seu contrato terminado. Posteriormente, regressou para o Roach Studio. Após muitos filmes com Roach, os dois, em 1940, formaram uma companhia própria, a Laurel and Hardy Feature Productions, mas não fizeram filmes, e sim excursionaram pelo país com o show “The Laurel and Hardy Revue”.
Posteriormente a dupla fez filmes para a 20th Century Fox, MGM e finalmente fez “Atoll K” para produtoras europeias, em 1950, encerrando a sua carreira.
Ao todo, fizeram cerca de 106 filmes juntos, sendo 40 curta-metragens sonoros, 32 curta-metragens no cinema-mudo, 23 longa-metragens, e 11 filmes como convidados. Stan esteve envolvido, no total, em cerca de 190 filmes.
   
     
Vida pessoal
Em 1926, Stan casou pela primeira vez, com Lois Nielson; posteriormente, casou mais três vezes. Em 1928, Stan teve uma filha com Lois, que recebeu o mesmo nome da mãe. Stan teve também um filho, que morreu dez dias após nascer, em 1930.
Laurel divorciou-se posteriormente de Lois e casou com Virginia Ruth Rogers em 1935, e em 1938, divorciou-se para casar com Vera Ivanova Shuvalova ("Illeana"). Em 1941, voltou a casar com Virginia Ruth Rogers. Laurel foi casado, na realidade, oito vezes, mas com quatro mulheres.
Um boato dizia que Clint Eastwood seria seu filho. Isso é não é verdade, embora o rosto dos dois tenha semelhanças. Eastwood afirma que este assunto é passado, mas que às vezes a lenda ressurge.
   
Morte de Hardy
Em maio de 1954, Hardy teve um enfarte do miocárdio; em 1955, Hardy e Laurel planeavam fazer a série de TV Laurel and Hardy's Fabulous Fables, mas Laurel teve um AVC. Hardy teve um AVC em 15 de setembro de 1956, ficando paralisado e acamado por vários meses, sem falar e se mover.
Em 7 de agosto de 1957, Oliver Hardy morreu. Laurel não compareceu ao seu funeral, dizendo que "Babe (Oliver) entenderia". Laurel decidiu, a partir de então, não mais trabalhar sem o seu amigo de tanto tempo, e passou a escrever comédias. Os amigos diziam que Laurel ficara totalmente arrasado após a morte de Hardy, sem nunca ter recuperado.
  
Morte de Stan
Stan Laurel viveu os seus últimos anos num apartamento no Oceana Hotel, em Santa Mónica. Jerry Lewis era um dos muitos comediantes que o visitavam, aproveitando as suas sugestões para a produção de The Bellboy (1960). Stan nunca mais atuou em nenhum filme após a morte de Oliver Hardy. Dizia que não suportaria entrar num set de filmagem e não encontrar mais o seu amigo de mais de três décadas.
Faleceu, vítima de um ataque cardíaco, aos 74 anos. O seu corpo está enterrado no Forest Lawn- Hollywood Hills Cemetery, em Los Angeles.