sexta-feira, março 14, 2025
Schiaparelli nasceu há 190 anos
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terça-feira, fevereiro 18, 2025
A sonda Perseverance chegou a Marte há quatro anos...!
Perseverance, também referido como Percy, é um rover planetário baseado nas configurações do rover Curiosity do Mars Science Laboratory. Desenvolvido pela NASA, foi lançado em 30 de julho de 2020 com destino a Marte. Investigará a astrobiologia, geologia e história de Marte, incluindo a possibilidade do planeta ter sido habitável no passado. Foi anunciado pela agência americana em 4 de dezembro de 2012, na União de Geofísica dos Estados Unidos, em São Francisco. O rover é do tamanho de um carro, com cerca de 3 metros de comprimento (sem incluir o braço), 2,7 metros de largura, 2,2 metros de altura e 1.050 kg. O veículo era conhecido pelo nome genérico do veículo da missão Mars 2020, mas, em 5 de março de 2020, a NASA revelou o nome escolhido para o veículo espacial. O veículo espacial foi renomeado como Perseverance (literalmente Perseverança).
Perseverance possui uma broca capaz de perfurar o solo marciano para recolher amostras e deixá-las na superfície de Marte. Uma missão futura poderia recolher essas amostras e trazer de volta para a Terra para serem estudadas. O lançamento ocorreu em 30 de julho de 2020, na base de lançamentos Cabo Canaveral, num foguete Atlas V. Àquela data, Terra e Marte estavam em boas posições em relação um ao outro. Para manter os custos e riscos da missão mais baixos possíveis, o projeto foi baseado na missão do Mars Science Laboratory, que pôs o Curiosity em Marte.
A missão também oferece oportunidade de adquirir informações e desenvolvimento das tecnologias que poderão ser usadas futuramente para expedições humanas no planeta vermelho.
(...)

A missão Perseverance também levou consigo um helicóptero experimental chamado Ingenuity. Este helicóptero/drone, movido a energia solar, tem uma massa de 1,8 kg. Ele tem a missão de demonstrar estabilidade de voo na atmosfera rarefeita de Marte e de testar o potencial para explorar rotas para o rover. Sua janela de teste experimental de voo foi planeada para 30 dias marcianos (31 dias terrestres). Além de uma câmara, ele não carrega instrumentos científicos. O helicóptero comunica com a Terra por meio do Perseverance. A primeira descolagem foi tentada no dia 19 de abril de 2021 às 07.15 UTC, com um evento ao vivo na internet três horas depois, às 10.15 UTC , confirmando o voo. Foi o primeiro voo motorizado noutro corpo celeste. O Ingenuity já fez outros voos mais ambiciosos, que foram gravados usando câmaras do Perseverance.
(...)
No dia 25 de janeiro de 2024 a NASA anunciou que, ao retomar o contacto com o Ingenuity, foi constatado que uma das pás de seus rotores se quebrou no pouso, eliminando sua capacidade de voar. Os dados coletados mostraram que o voo anterior do helicóptero havia atingido a altitude máxima de 12 metros, na qual ele permaneceu por 4,5 segundos e começou a descer a 1 m/s. Contudo, o helicóptero perdeu o contacto com o rover Perseverance quando faltava apenas um metro para tocar a superfície de Marte. Como a proporção dos danos causados às hélices inviabiliza a realização de novos voos, a NASA anunciou então o fim da missão, embora o equipamento ainda tenha permanecido totalmente funcional em relação aos seus instrumentos e capacidade de comunicação com a Terra.
Perseverance | |
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![]() Esta imagem estática é parte de um vídeo gravado por várias câmaras quando o rover Perseverance da NASA pousou em Marte em 18 de fevereiro de 2021. Uma câmara a bordo do estágio de descida capturou a imagem. | |
Tipo | Rover |
Operador(es) | ![]() |
Propriedades | |
Fabricante | ![]() |
Massa | 1.050 kg |
Altura | 2,2 metros |
Largura | 2,7 metros |
Comprimento | 3 metros |
Tripulação | não tripulada |
Missão | |
Contratante(s) | NASA |
Data de lançamento | 30 julho de 2020 |
Local de lançamento | Estados Unidos |
Destino | Marte |
Data de pouso | 18 de fevereiro de 2021 |
Local de pouso | Cratera Jezero |
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sexta-feira, janeiro 03, 2025
Há novidades sobre vulcanismo atenuado em Marte...
Black Beauty foi encontrado na Terra em 2011. Agora, um grão de zircão deste meteorito prova que existiram termas em Marte
Um mineral preso num meteorito marciano que caiu na Terra revelou vestígios de água em Marte que datam de há 4,45 mil milhões de anos, de acordo com uma nova investigação. O grão de zircão pode conter a mais antiga prova direta de água quente no planeta vermelho, que pode ter proporcionado ambientes como as fontes termais que estão associadas à vida na Terra.
A descoberta abre novos caminhos para compreender se Marte foi habitável no passado. Também acrescenta mais suporte às observações já recolhidas pela frota de naves espaciais que orbitam e percorrem o planeta vermelho, que detetaram indícios da existência de rios e lagos na superfície marciana.
Mas, continuam a existir questões fundamentais sobre quando exatamente a água apareceu em Marte e como evoluiu - e desapareceu - ao longo do tempo.
Os cientistas analisaram uma amostra do meteorito “Black Beauty”, também conhecido como NWA 7034, que foi encontrado no deserto do Saara, em 2011. O meteorito foi ejetado da superfície marciana depois de outro objeto celeste ter atingido o planeta entre 5 milhões e 10 milhões de anos atrás, e os seus fragmentos têm servido como uma fonte determinante para estudar Marte antigo durante anos.
O novo estudo, publicado na revista Science Advances a 22 de novembro, centrou-se num único grão do mineral zircão encontrado no meteorito. A análise da equipa mostra que a água estava presente apenas 100 milhões de anos após a formação do planeta, o que sugere que Marte pode ter sido capaz de suportar vida em algum momento da sua história.
“Os nossos dados sugerem a presença de água na crosta de Marte numa altura comparável à das primeiras evidências de água na superfície da Terra, há cerca de 4,4 mil milhões de anos”, afirma o principal autor do estudo, Jack Gillespie, investigador da Faculdade de Geociências e Ambiente da Universidade de Lausanne, na Suíça, num comunicado. “Esta descoberta fornece novas provas para a compreensão da evolução planetária de Marte, dos processos que nele tiveram lugar e do seu potencial para ter albergado vida.”
Minerais como cápsulas do tempo
As rochas podem conter as respostas a algumas das maiores questões que ainda subsistem sobre Marte, incluindo a quantidade de água existente e se alguma vez existiu vida no planeta. É por isso que meteoritos como o Black Beauty são de grande interesse para os cientistas. Carl Agee, professor e diretor do Instituto de Meteorítica da Universidade do Novo México, apresentou pela primeira vez a rocha espacial à comunidade científica em 2013.
“(O meteorito Black Beauty) contém centenas de fragmentos de rochas e minerais, cada um com uma parte diferente dos 4,5 mil milhões de anos da história marciana”, diz o coautor do estudo, Dr. Aaron Cavosie, cientista planetário e professor sénior do Centro de Ciência e Tecnologia Espacial da Universidade de Curtin, num e-mail. “É a única fonte de peças para o puzzle geológico do Marte pré-Noachiano”.
O período Noachiano ocorreu entre 4,1 e 3,7 mil milhões de anos atrás, e pouco se sabe a partir de medições diretas que datam do período pré-Noachiano em Marte, entre 4,5 mil milhões e 4,1 mil milhões de anos atrás, embora seja crucial compreender porque serve como a primeira página no livro de história de Marte, disse Cavosie.
Mas, o Black Beauty revelou alguns dos seus segredos. Muitos dos fragmentos de rocha que o meteorito contém mostram que a crosta marciana sofreu uma série de impactos, causando uma enorme quantidade de perturbações na superfície do planeta, explicou o mesmo especialista.
A rocha espacial também contém os mais antigos fragmentos conhecidos de Marte, incluindo os mais antigos zircões, explica Cavosie.
O zircão, usado em produtos como joias, azulejos de cerâmica e implantes médicos, é um mineral resistente que pode ajudar os cientistas a perscrutar o passado e a determinar as condições presentes quando cristalizou, incluindo a temperatura na altura e se o mineral interagiu com a água.
“O zircão contém vestígios de urânio, um elemento que funciona como um relógio natural”, refere Gillespie, que era investigador associado de pós-doutoramento na Escola de Ciências da Terra e Planetárias da Universidade de Curtin na altura do estudo. “Este elemento decompõe-se em chumbo ao longo do tempo a uma taxa conhecida com precisão. Comparando o rácio entre o urânio e o chumbo, podemos calcular a idade de formação dos cristais”.
O zircão do Black Beauty não foi alterado pela sua viagem à Terra e pela sua entrada ardente na atmosfera do nosso planeta antes de se despenhar no Saara, porque estava protegido pela sua localização no interior do meteorito, disse Cavosie.
Durante a análise do grão de zircão, a equipa de estudo detetou quantidades invulgares de ferro, sódio e alumínio, sugerindo que fluidos ricos em água deixaram estes vestígios no zircão quando este se formou há 4,45 mil milhões de anos. Estes elementos não são normalmente encontrados no zircão cristalino, mas os estudos à escala atómica dos investigadores do zircão mostraram os elementos incorporados na estrutura cristalina e alinhados como bancas de fruta num mercado, disse Cavosie.
“Pelos padrões de como os elementos (ferro, alumínio e sódio) se encontram no interior do zircão, podemos dizer que foram incorporados no grão à medida que este crescia, como as camadas de uma cebola”, acrescenta Cavosie.
Na Terra, os zircões de sistemas hidrotermais - que se formam quando a água é aquecida por atividade vulcânica subterrânea, como o fluxo ascendente de magma quente - têm padrões semelhantes aos encontrados em Black Beauty.
Se existiam sistemas hidrotermais na crosta marciana há 4,45 mil milhões de anos, é provável que a água líquida tenha chegado à superfície.
“A nossa experiência na Terra mostra que a água é essencial para os habitats capazes de suportar vida”, argumenta Cavosie. “Muitos ambientes na Terra albergam vida em sistemas de água quente, incluindo nascentes de água quente e fontes hidrotermais. Estes ambientes podem ter dado origem às primeiras formas de vida na Terra. O nosso novo estudo mostra que a crosta de Marte era quente e húmida no período pré-Noachiano, o que significa que podem ter existido ambientes habitáveis nessa altura.”
Aproximar-se de Marte
Cavosie tem curiosidade em determinar se os sistemas hidrotermais, como as fontes termais, eram predominantes quando o magma estava a ajudar a formar a crosta do planeta vermelho, entre 4,48 mil milhões e 4,43 mil milhões de anos atrás, ou se eram mais episódicos.
“Se os sistemas hidrotermais eram uma caraterística estável no início de Marte, isso indicaria que as condições de habitabilidade podem ter persistido durante um período de tempo considerável”, explica Cavosie. “Esta é agora uma hipótese testável que pode ser abordada através da recolha de mais dados de zircões marcianos”.
Até que as amostras possam ser devolvidas diretamente de Marte, o meteorito Black Beauty é uma das melhores janelas para a formação da crosta marciana e para a superfície inicial de Marte, disse Briony Horgan, co-investigadora da missão do rover Perseverance e professora de ciências planetárias na Universidade Purdue em West Lafayette, Indiana. Horgan não esteve envolvido neste estudo.
Encontrar provas de sistemas hidrotermais na subsuperfície a partir de um pequeno grão de zircão alinha-se com as teorias científicas sobre a quantidade de água e a atividade vulcânica que existia em Marte antigo, disse. E estes primeiros ambientes potencialmente habitáveis teriam sido protegidos da radiação por um forte campo magnético planetário, que Marte não tem atualmente, acrescentou Horgan. Os cientistas ainda estão a tentar explicar como é que o planeta vermelho perdeu o seu campo magnético protetor.
Atualmente, o rover Perseverance está a escalar a borda da cratera Jezero em Marte, um antigo lago que se encheu de água há 3,7 mil milhões de anos. Algumas das rochas que o rover encontrou podem ter sido formadas por sistemas hidrotermais, disse Horgan.
O rover vai recolher amostras das rochas porque estas podem preservar provas de vida microbiana antiga.
“Por muito que os meteoritos nos possam dizer, podemos fazer ainda melhor com uma amostra de rocha cuidadosamente selecionada e intacta de um local conhecido em Marte com um bom contexto geológico”, diz Horgan. “Por isso, este artigo é uma grande motivação para trazer as nossas amostras de Marte para a Terra, para serem estudadas com o mesmo nível de pormenor nos próximos anos”.
in CNN Portugal
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A sonda espacial Spirit chegou a Marte há vinte e um anos
O robot atingiu o tempo planeado para a missão, mas continuou em atividade por mais de vinte vezes o tempo inicial, devido ao excelente condicionamento de seus sistemas. Além disso, o robot percorreu cerca de 7,7 km, ao invés de um quilómetro, que era esperado no início da missão, permitindo uma investigação geológica mais extensa e completa que o previsto.
O Spirit continuou a realizar as suas tarefas até 22 de março de 2010, quando a comunicação foi interrompida. O JPL tentou restabelecer a comunicação até 24 de maio de 2011, quando a NASA anunciou que os esforços para se comunicar com o rover sem resposta tinham terminado. A despedida formal foi planeada na sede da NASA após o feriado do Memorial Day e foi transmitida pela NASA TV.
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quarta-feira, novembro 13, 2024
Percival Lowell morreu há 108 anos

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sexta-feira, outubro 04, 2024
Marte pode ser geologicamente ativo...
Encontradas misteriosas estruturas ocultas sob o antigo oceano de Marte
Novas imagens detetaram estruturas por baixo do antigo oceano e da maior montanha de Marte, o que desafia a ideia que de o planeta já não é geologicamente ativo.
Dados recentes de mapeamento gravitacional de Marte revelaram estruturas densas anteriormente desconhecidas por baixo das planícies do norte do planeta, o que poderá fornecer novos conhecimentos sobre a história antiga de Marte.
Os dados, apresentados por Bart Root da Universidade de Tecnologia de Delft no Congresso Europlanet Science em Berlim, sugerem também que o Olympus Mons, o maior vulcão do Sistema Solar, pode ainda estar a crescer devido a forças planetárias internas, explica o IFLScience.
O mapeamento foi efetuado utilizando dados de satélites em órbita de Marte. Alterações subtis na velocidade destes satélites à medida que passam sobre o planeta fornecem uma imagem detalhada das variações locais da gravidade marciana. A análise destacou estruturas escondidas por baixo das planícies polares do norte de Marte, uma área que se crê ter sido coberta por um grande oceano há milhares de milhões de anos.
“Estas estruturas densas podem ser de origem vulcânica ou o resultado de impactos antigos”, explicou Root. Foram identificadas cerca de 20 estruturas deste tipo, algumas das quais com formas únicas, incluindo uma que se assemelha a um cão.
Estas estruturas, mais densas em 300-400 quilogramas por metro cúbico do que as que as rodeiam, oferecem um vislumbre da história geológica mais antiga de Marte. Se se tratarem de crateras de impacto, isso poderá sugerir que o hemisfério norte de Marte é muito mais antigo do que se pensava.
Para além destas estruturas misteriosas, o mapeamento gravitacional também lançou luz sobre a região de Tharsis Rise, onde se encontram os vulcões mais maciços de Marte, incluindo o Olympus Mons. Estranhamente, foi detetada uma região de gravidade fraca em torno dos vulcões, o que implica a presença de uma grande área de baixa densidade nas profundezas do planeta.
Root e a sua equipa propõem que isto pode ser causado por uma pluma de lava gigante, a mais de 1000 quilómetros abaixo da superfície, que sobe lentamente e que pode alimentar a atividade vulcânica contínua. A pluma pode ser responsável pela enorme dimensão do Olympus Mons e pode mesmo estar a empurrar o vulcão para cima.
Esta nova evidência desafia a crença de longa data de que Marte é geologicamente inativo. Os vulcanólogos estão a começar a considerar a possibilidade de Marte ainda estar a sofrer movimentos internos que podem levar a atividade vulcânica à superfície.
O estudo está atualmente a ser revisto por pares e uma pré-impressão está disponível em authorea.com.
in ZAP
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segunda-feira, setembro 16, 2024
As coisas que se pode encontrar em Marte...
Cientistas encontram uma antiga “cara sorridente” em Marte que pode ter sinais de vida
A “cara” é feita com depósitos de sal antigos que terão sido formados após a secagem de um lago. Estes depósitos podem ter ainda sinais de vida microbiana, caso esta alguma vez tenha existido.
Os astrónomos detetaram recentemente uma formação única de “cara sorridente” na superfície de Marte, provavelmente um remanescente de um lago há muito seco. A descoberta, captada pelo ExoMars Trace Gas Orbiter da Agência Espacial Europeia (ESA), foi partilhada numa publicação no Instagram a 7 de setembro.
A estrutura sorridente, visível apenas em condições específicas, consiste em antigos depósitos de sal formados há milhares de milhões de anos. O seu aparecimento reacendeu a esperança de descobrir sinais de vida anterior em Marte.
A cara sorridente, que apresenta dois “olhos” de cratera de meteoro e um contorno circular, foi detetada usando as câmaras de infravermelhos da sonda. Estas câmaras permitem aos cientistas distinguir os depósitos de sal, que parecem cor-de-rosa ou violeta, do resto da superfície de Marte, explica o Live Science.
A imagem faz parte de um estudo publicado na revista Scientific Data a 3 de agosto, onde os investigadores catalogaram 965 depósitos de sal na paisagem marciana. O tamanho exato da carinha sorridente é ainda desconhecido, mas estes depósitos variam geralmente entre 300 e 3000 metros de largura.
Os investigadores estão particularmente entusiasmados com estes depósitos de sal porque podem fornecer pistas cruciais sobre a habitabilidade passada de Marte. Os depósitos, que foram deixados para trás à medida que as massas de água do planeta se evaporavam, podem oferecer condições ótimas para preservar provas de atividade biológica antiga.
Como Marte passou de um mundo aquoso com lagos, rios e oceanos para um planeta seco e desolado há cerca de 2 a 3 mil milhões de anos, estes vestígios salgados são alguns dos poucos indicadores do clima outrora dinâmico do Planeta Vermelho.
Acredita-se que a secagem da água de Marte tenha sido causada pela perda do seu campo magnético, o que permitiu que os ventos solares destruíssem a atmosfera. À medida que o planeta arrefecia, a maior parte da sua água líquida congelava ou evaporava-se no espaço. Os últimos restos de água ter-se-iam tornado cada vez mais salgados, permitindo-lhe potencialmente manter-se líquida em condições frias – um ambiente que poderia ter suportado vida microbiana.
Os cientistas sugerem que estas poças salgadas poderiam ter sido um refúgio para extremófilos, organismos capazes de sobreviver em condições extremas. Se estes micróbios existiram, os seus restos poderiam ser preservados nos depósitos de sal, oferecendo uma janela para o passado biológico de Marte. Os sais podem ter atuado como conservantes, mantendo intactas potenciais provas durante milhares de milhões de anos.
in ZAP
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terça-feira, setembro 03, 2024
A Viking 2 chegou a Marte há 48 anos
sexta-feira, agosto 30, 2024
Novidades sobre os meteoritos marcianos encontrados na Terra...
Descoberta origem dos 200 meteoritos que chegaram à Terra vindos de Marte
Mosaico do hemisfério Valles Marineris de Marte projetado de modo semelhante à que se veria a partir de uma nave espacial
Os investigadores identificaram os locais específicos de onde a maioria dos cerca de 200 meteoritos marcianos provém.
Uma equipa de investigadores rastreou os meteoritos que chegaram à Terra provenientes de Marte até 5 crateras de impacto em duas regiões vulcânicas do Planeta Vermelho, chamadas Tharsis e Elysium.
O seu estudo foi publicado a semana passada na revista Science Advances.
Os meteoritos marcianos chegam à Terra quando algo atinge a superfície de Marte com força suficiente para que o material seja “projetado da superfície e acelerado suficientemente depressa para escapar à gravidade de Marte”, explica Chris Herd, curador da Coleção de Meteoritos da Universidade de Alberta e professor na sua Faculdade de Ciências.
Este material ejetado é lançado para o espaço, acaba por entrar numa órbita à volta do Sol e parte eventualmente cai no nosso planeta sob a forma de meteoritos. A colisão deixa uma cratera de impacto na superfície de Marte. Isto aconteceu 10 vezes na história recente de Marte.
“Pensamos ter encontrado as crateras de origem de metade dos 10 grupos de meteoritos marcianos”, diz Herd.
Segundo o autor principal do estudo, a compreensão melhorada dos cientistas acerca da física de exatamente como as rochas são ejetadas de Marte foi fundamental para esta descoberta.
As descobertas deste estudo são um passo para desvendar os mistérios de Marte, uma vez que as tentativas anteriores para determinar as fontes exatas dos meteoritos marcianos tiveram um sucesso limitado.
“Agora, podemos agrupar estes meteoritos pela sua história comum e pela sua localização na superfície antes de chegarem à Terra”, diz Herd.
Mais conhecimento sobre como e onde em Marte estes meteoritos tiveram origem dá-nos uma visão adicional sobre as amostras que já temos na Terra.
A capacidade de contextualizar e posicionar estas amostras dentro da geologia marciana pela primeira vez “permitirá a recalibração da cronologia de Marte, com implicações para o tempo, duração e natureza de uma vasta gama de grandes eventos ao longo da história marciana”, dizem os investigadores.
“Um dos maiores avanços aqui é ser capaz de modelar o processo de ejeção e, a partir desse processo, ser capaz de determinar o tamanho da cratera ou a gama de tamanhos de crateras que, em última análise, poderiam ter ejetado esse grupo particular de meteoritos, ou mesmo um meteorito em particular”, diz Herd.
“Chamo a isso o elo perdido – ser capaz de dizer, por exemplo, que as condições em que este meteorito foi ejetado foram satisfeitas por um evento de impacto que produziu crateras entre 10 e 30 quilómetros de diâmetro.”
Representação artística da física envolvida na ‘entrega’ de um meteorito marciano à Terra
O conhecimento sobre a origem dos meteoritos, combinado com os avanços da tecnologia, como a deteção remota, dá aos investigadores uma estrutura sobre a qual se podem basear.
Herd diz que também podemos restringir os potenciais locais em Marte que são a origem de meteoritos que ainda temos de investigar. Para isso, precisamos de certos pormenores sobre quando e como um meteorito foi lançado de Marte e que idade tinha quando cristalizou na superfície do planeta, explica Herd.
“De todas estas crateras potenciais, podemos reduzi-las a 15, e depois, das 15, podemos reduzi-las ainda mais com base em características específicas dos meteoritos. Talvez possamos até reconstruir a estratigrafia vulcânica, a posição de todas estas rochas, antes de terem sido expulsas da superfície”, diz Herd.
A estratigrafia é o registo geológico de um planeta, composto por camadas de rochas sedimentares ou, como neste caso, vulcânicas. É análoga a um livro, onde as camadas de rocha são páginas, e a partir delas os cientistas podem procurar pistas sobre ambientes passados no planeta.
“Quando refletimos nisto, é realmente espantoso“, diz Herd. “É o passo mais próximo que podemos ter sem ir a Marte e apanhar uma rocha”.
Quanto à forma de confirmar que uma determinada amostra de meteorito encontrada na Terra é de facto de Marte, Herd explica que, na década de 1980, os cientistas descobriram que “há uma assinatura, uma impressão digital da atmosfera marciana, que está presa dentro destas rochas”.
Essa impressão digital inclui uma combinação específica de gases aprisionados na rocha que correspondem aos gases da atmosfera de Marte medidos pelos ‘landers’ Viking na década de 1970.
Com este quadro em posição, é provável que haja mais descobertas a fazer, uma vez que existem várias crateras, no âmbito do estudo, das quais não foram identificados meteoritos marcianos conhecidos.
Embora possa ser porque não ejetaram qualquer material para o espaço, Herd diz que há também uma possibilidade real de que os meteoritos desses eventos de ejeção específicos ainda não tenham chegado à Terra, ou ainda não tenham sido encontrados.
“A ideia de pegar num grupo de meteoritos que foram todos lançados ao mesmo tempo e depois fazer estudos específicos sobre eles para determinar onde estavam antes de serem ejetados – para mim, esse é o mais excitante próximo passo”, diz Herd. “Isto vai mudar fundamentalmente a forma como estudamos os meteoritos de Marte”.
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domingo, agosto 18, 2024
Fobos, o maior satélite de Marte, foi descoberto há 147 anos
Cratera | Referência | Coordenadas |
---|---|---|
Clustril | Personagem de As Viagens de Gulliver | 60°N 91°W |
D'Arrest | Heinrich Louis d'Arrest, astrónomo | 39°S 179°W |
Drunlo | Personagem de As Viagens de Gulliver | 36.5°N 92°W |
Flimnap | Personagem de As Viagens de Gulliver | 60°N 350°W |
Grildrig | Personagem de As Viagens de Gulliver | 81°N 195°W |
Gulliver | Personagem principal de As Viagens de Gulliver | 62°N 163°W |
Hall | Asaph Hall, descobridor de Fobos | 80°S 210°W |
Limtoc | Personagem de As Viagens de Gulliver | 11°S 54°W |
Öpik | Ernst J. Öpik, astrónomo | 7°S 297°W |
Reldresal | Personagem de As Viagens de Gulliver | 41°N 39°W |
Roche | Édouard Roche, astrónomo | 53°N 183°W |
Sharpless | Bevan Sharpless, astrónomo | 27.5°S 154°W |
Shklovsky | Iosif Shklovsky, astrónomo | 24°N 248°W |
Skyresh | Personagem de As Viagens de Gulliver | 52.5°N 320°W |
Stickney | Angeline Stickney, esposa de Asaph Hall | 1°N 49°W |
Todd | David Peck Todd, astrónomo | 9°S 153°W |
Wendell | Oliver Wendell, astrónomo | 1°S 132°W |
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segunda-feira, agosto 12, 2024
Deimos, o mais pequeno satélite de Marte, foi descoberto há 147 anos
Asaph Hall descobriu Deimos em 12 de agosto de 1877, por volta das 07.48 UTC, e Phobos em 18 de agosto de 1877, no Observatório Naval dos Estados Unidos em Washington, DC, por volta das 09.14 GMT (fontes contemporâneas, usando a convenção astronómica pré-1925 que começou o dia ao meio-dia, dá a hora da descoberta como 11 de agosto 14.40 e 17 de agosto 16.06 (hora média de Washington, respetivamente). Na época, ele estava deliberadamente procurando por luas marcianas. Hall já tinha visto o que parecia ser uma lua marciana em 10 de agosto, mas devido ao mau tempo, ele não pôde identificá-los definitivamente até mais tarde.
Hall registou a sua descoberta de Fobos em seu caderno da seguinte forma:
"Repeti o exame na parte inicial da noite de 11 [de agosto de 1877], e novamente não encontrei nada, mas tentando novamente algumas horas depois, encontrei um objeto tênue no lado seguinte e um pouco ao norte do planeta. hora de garantir uma observação da sua posição quando o nevoeiro do Rio interrompeu os trabalhos, isto foi às duas e meia da noite do dia 11. O tempo nublado interveio durante vários dias."Em 15 de agosto o tempo parecia mais promissor, dormi no Observatório. O céu clareou com uma tempestade às 11 horas e a busca foi retomada. A atmosfera, entretanto, estava em muito mau estado e Marte estava tão escaldante e instável que nada podia ser visto do objeto, que agora sabemos que estava naquela época tão perto do planeta que era invisível. “Em 16 de agosto o objeto foi encontrado novamente no lado seguinte do planeta, e as observações daquela noite mostraram que ele estava se movendo com o planeta, e se um satélite, estava perto de um de seus alongamentos. Até este momento eu não havia dito nada a ninguém no Observatório da minha busca por um satélite de Marte, mas ao deixar o observatório após as observações do dia 16, por volta das três da manhã, contei ao meu assistente, George Anderson, a quem havia mostrado o objeto, que pensei ter descoberto um satélite de Marte. Disse-lhe também para ficar calado, pois não queria que nada fosse dito até que o assunto estivesse fora de dúvida. Ele não disse nada, mas a coisa era boa demais para se guardar. Em 17 de agosto, entre a uma e as duas horas, enquanto eu reduzia minhas observações, o Professor Newcomb entrou em meu quarto para almoçar e eu mostrei a ele as minhas medidas do objeto fraco perto de Marte, o que provou que ele estava se movendo com o planeta.
"Em 17 de agosto, enquanto esperava e observava a lua externa, a interna foi descoberta. As observações dos dias 17 e 18 colocaram fora de dúvida o caráter desses objetos e a descoberta foi anunciada publicamente pelo almirante Rodgers."
Visto de Deimos, Marte surge no céu como um objeto 1000 vezes maior e 400 vezes mais brilhante do que a Lua cheia, como é observada da Terra.
Visto de Marte, Deimos surge como um pequeno ponto no céu, difícil de distinguir dos outros astros embora, no seu máximo brilho, possua um brilho equivalente a Vénus (tal como é visto da Terra).
Uma missão de retorno de amostras chamada "Gulliver" foi conceptualizada. Basicamente, um quilograma de material de Deimos seria trazido para a Terra nessa missão.
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terça-feira, agosto 06, 2024
É desta que vamos saber que há vida (ou já houve) em Marte...?!?
NASA acredita ter encontrado sinais de vida em Marte
‘Selfie’ tirada pelo rover Perseverance com a “intrigante” Cheyava Falls
“Intrigante” rocha na superfície marciana pode ter alojado vida microbiana há milhares de milhões de anos.
O rover Perseverance da NASA encontrou uma rocha “intrigante” na superfície de Marte, que pode ter alojado vida microbiana há milhares de milhões de anos, segundo dados divulgados na sexta-feira pela agência espacial norte-americana.
A rocha foi recolhida pelo robô de seis rodas a 21 de julho na região norte de Neretva Vallis, que se acredita ter sido um antigo vale fluvial, com cerca de 400 metros de largura, há milhões de anos.
A agência espacial explicou que as primeiras análises realizadas com os instrumentos do rover revelam que “a rocha possui qualidades que se enquadram na definição de um possível indicador de vida antiga”.
“A rocha exibe assinaturas químicas e estruturas que poderiam ter sido formadas pela vida há milhares de milhões de anos, quando a área explorada pelo rover continha água corrente”, divulgou o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da NASA.
Um “leopardo” associado a micróbios
Ao longo da rocha existem grandes filões brancos de sulfato de cálcio, entre os quais se encontra um material cuja cor avermelhada sugere a presença de hematite, um dos minerais que confere a Marte o seu característico tom enferrujado.
O rover examinou mais de perto estas regiões vermelhas e encontrou “dezenas de manchas esbranquiçadas, de tamanho milimétrico e forma irregular, cada uma rodeada de material preto, semelhante às manchas de leopardo”, explicou a agência espacial.
Análises subsequentes realizadas com instrumentos da Perseverance dão pistas de que estes “halos negros” contêm ferro e fosfato, o que surpreendeu os cientistas.
“Na Terra, estes tipos de características nas rochas estão frequentemente associados ao registo fossilizado de micróbios que vivem no subsolo”, frisou David Flannery, astrobiólogo e membro da equipa científica do Perseverance.
Mas…
A agência norte-americana foi rápida a indicar que são necessárias mais investigações para determinar se estes são realmente sinais de vida microscópica nesta rocha com filões em forma de ponta de seta, que mede aproximadamente 1 por 0,6 metros.
E os vestígios que a rocha possui e que dão pistas sobre uma possível vida microscópica também podem ter sido formados através de “processos não biológicos”, apontou a NASA.
Ainda assim, a rocha, apelidada de ‘Cheyava Falls’, é a “rocha mais intrigante, complexa e potencialmente importante investigada até agora pelo Perseverance”, realçou Ken Farley, da equipa científica do rover.
Farley lembrou que ainda existem muitas dúvidas sobre as características da rocha, que estudaram de trás para a frente com as ferramentas do rover, que já esgotou as suas possibilidades.
Para um estudo mais completo, é necessário trazê-la para a Terra, o que permitirá também compreender plenamente o que aconteceu na cratera Jezero, local onde se situa o Perseverance e onde se estima que tenha existido água há milhões de anos.
A NASA está no meio de uma campanha para enviar uma missão para devolver as amostras recolhidas pelo Perseverance.
O plano mais recente que concebeu envolve até 11 mil milhões de dólares (10,1 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), o que representa um desafio orçamental.
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domingo, agosto 04, 2024
A sonda Phoenix partiu, para explorar Marte, há 17 anos
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quarta-feira, julho 24, 2024
Há geodes de enxofre em Marte...!
“Não devia estar lá”. Curiosity descobre oásis de cristais de enxofre ultra-raros em Marte
Ao quebrar uma rocha acidentalmente, o rover da NASA descobriu um esconderijo de cristais de enxofre nunca antes detetados em Marte.
O rover Curiosity Mars, da NASA, fez uma descoberta surpreendente ao encontrar acidentalmente uma abundância de cristais nunca antes vistos no Planeta Vermelho.
Esta descoberta inesperada ocorreu quando o rover passou inadvertidamente por cima de uma rocha, revelando um esconderijo de cristais amarelos.
As câmaras do rover captaram imagens do interior recentemente exposto, revelando peculiares cristais amarelos que brilhavam entre os fragmentos de rocha.
Os cristais, embora demasiado pequenos e delicados para serem manuseados pelo rover, foram mais tarde identificados como enxofre puro quando o rover perfurou uma rocha próxima. Esta descoberta marca a primeira vez que se encontra enxofre elementar em Marte. Anteriormente, o enxofre em Marte só tinha sido detetado em compostos conhecidos como sulfatos, escreve o Live Science.
“Isto não devia estar lá, por isso agora temos de o explicar”, disse Ashwin Vasavada, cientista do projeto do rover Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. “Descobrir coisas estranhas e inesperadas é o que torna a exploração planetária tão excitante”, acrescentou.
A área circundante também mostrou sinais de geodos semelhantes, como revelado por fotografias tiradas pelo rover. Embora o Curiosity não tenha confirmado a presença dos cristais amarelos noutras rochas, os cientistas estão confiantes de que as rochas próximas também contêm enxofre, tornando esta região um local importante para estudos futuros.
“Encontrar um campo de pedras feitas de enxofre puro é como encontrar um oásis no deserto”, comentou Vasavada, destacando o significado da descoberta.
Esta última descoberta de cristais de enxofre acrescenta outra camada de complexidade à nossa compreensão de Marte e sugere que a história geológica do planeta é mais variada e intrincada do que se pensava anteriormente, levando os cientistas a reavaliar as teorias existentes e a explorar novas vias de investigação.
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terça-feira, julho 23, 2024
Em vez de aranhas, a NASA quer abelhas em Marte...!
A NASA quer enviar um enxame de abelhas robô para Marte
O projeto Marsbee inspira-se nas características de voo das borboletas e pretende criar um enxame de abelhas robô preparadas para explorar o planeta vermelho.
O Instituto de Conceitos Avançados da NASA (NIAC) é pioneiro numa nova abordagem à exploração de Marte: um enxame de abelhas-robô. Estes minúsculos exploradores robóticos, inspirados na natureza, poderão ultrapassar os desafios únicos de voar no Planeta Vermelho.
A NASA já teve sucesso com robots aéreos em Marte. O helicóptero Ingenuity, por exemplo, excedeu largamente as expetativas, completando 72 voos ao longo de mais de 1000 dias marcianos, apesar de ter sido concebido para apenas cinco voos. Este sucesso, no entanto, realçou as dificuldades de voo em Marte, onde a gravidade é apenas um terço da da Terra e a atmosfera é incrivelmente fina, com apenas 1% da pressão à superfície da Terra.
Neste ambiente desafiante, um enxame de robôs modelados a partir de animais voadores pode prosperar. A ideia inspira-se em criaturas como a borboleta monarca e o albatroz errante, conhecidos pelos seus voos de longo alcance, apesar do seu tamanho. Estas proezas devem-se, em parte, ao facto de as suas asas serem leves e flexíveis, o que contribui para um voo eficiente em termos energéticos e para a adaptação a atmosferas instáveis, escreve o IFLScience.
O projeto Marsbee pretende reproduzir estas eficiências naturais. As abelhas de Marte, mais ou menos do tamanho de abelhas mas com asas semelhantes às das cigarras, seriam equipadas com sensores e dispositivos de comunicação.
Recolheriam dados e transmiti-los-iam a um rover que lhes serviria de base. Concebidos para serem eficientes em termos energéticos, espera-se que estes robôs consigam uma duração de voo de cerca de 16 minutos.
Os resultados preliminares indicam que um robô do tamanho de um abelhão com asas de cigarra pode gerar uma elevação suficiente na fina atmosfera de Marte. A utilização de estruturas de asas compatíveis e de mecanismos inovadores de recolha de energia reduz significativamente a potência necessária para o voo. Esta conceção não só garante um voo eficiente, como também torna as Marsbees leves e robustas.
A leveza das Marsbees oferece vantagens significativas para as missões espaciais. O seu tamanho reduzido permite uma maior flexibilidade nas configurações de carga útil para as naves espaciais interplanetárias. Além disso, uma abordagem de enxame assegura que, se um robô falhar, os outros podem continuar a missão, aumentando a robustez geral do sistema.
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