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quarta-feira, novembro 13, 2024

Percival Lowell morreu há 108 anos

 
   
Percival Lowell (Boston, 13 de março de 1855 - Flagstaff, 13 de novembro de 1916) foi um matemático, autor, empresário e astrónomo amador dos Estados Unidos da América. Alimentou especulações de que existiam canais em Marte e fundou o Observatório Lowell em Flagstaff, Arizona, que deu início ao esforço que levou à descoberta de Plutão, 14 anos após a sua morte. A escolha do nome Plutão e o seu símbolo foram parcialmente influenciados pelas suas iniciais, PL.
  

sexta-feira, outubro 04, 2024

Marte pode ser geologicamente ativo...

Encontradas misteriosas estruturas ocultas sob o antigo oceano de Marte

 

 

Novas imagens detetaram estruturas por baixo do antigo oceano e da maior montanha de Marte, o que desafia a ideia que de o planeta já não é geologicamente ativo.

Dados recentes de mapeamento gravitacional de Marte revelaram estruturas densas anteriormente desconhecidas por baixo das planícies do norte do planeta, o que poderá fornecer novos conhecimentos sobre a história antiga de Marte.

Os dados, apresentados por Bart Root da Universidade de Tecnologia de Delft no Congresso Europlanet Science em Berlim, sugerem também que o Olympus Mons, o maior vulcão do Sistema Solar, pode ainda estar a crescer devido a forças planetárias internas, explica o IFLScience.

O mapeamento foi efetuado utilizando dados de satélites em órbita de Marte. Alterações subtis na velocidade destes satélites à medida que passam sobre o planeta fornecem uma imagem detalhada das variações locais da gravidade marciana. A análise destacou estruturas escondidas por baixo das planícies polares do norte de Marte, uma área que se crê ter sido coberta por um grande oceano há milhares de milhões de anos.

“Estas estruturas densas podem ser de origem vulcânica ou o resultado de impactos antigos”, explicou Root. Foram identificadas cerca de 20 estruturas deste tipo, algumas das quais com formas únicas, incluindo uma que se assemelha a um cão.

Estas estruturas, mais densas em 300-400 quilogramas por metro cúbico do que as que as rodeiam, oferecem um vislumbre da história geológica mais antiga de Marte. Se se tratarem de crateras de impacto, isso poderá sugerir que o hemisfério norte de Marte é muito mais antigo do que se pensava.

Para além destas estruturas misteriosas, o mapeamento gravitacional também lançou luz sobre a região de Tharsis Rise, onde se encontram os vulcões mais maciços de Marte, incluindo o Olympus Mons. Estranhamente, foi detetada uma região de gravidade fraca em torno dos vulcões, o que implica a presença de uma grande área de baixa densidade nas profundezas do planeta.

Root e a sua equipa propõem que isto pode ser causado por uma pluma de lava gigante, a mais de 1000 quilómetros abaixo da superfície, que sobe lentamente e que pode alimentar a atividade vulcânica contínua. A pluma pode ser responsável pela enorme dimensão do Olympus Mons e pode mesmo estar a empurrar o vulcão para cima.

Esta nova evidência desafia a crença de longa data de que Marte é geologicamente inativo. Os vulcanólogos estão a começar a considerar a possibilidade de Marte ainda estar a sofrer movimentos internos que podem levar a atividade vulcânica à superfície.

O estudo está atualmente a ser revisto por pares e uma pré-impressão está disponível em authorea.com.

 

in ZAP

segunda-feira, setembro 16, 2024

As coisas que se pode encontrar em Marte...

Cientistas encontram uma antiga “cara sorridente” em Marte que pode ter sinais de vida

 

 

A “cara” é feita com depósitos de sal antigos que terão sido formados após a secagem de um lago. Estes depósitos podem ter ainda sinais de vida microbiana, caso esta alguma vez tenha existido.

Os astrónomos detetaram recentemente uma formação única de “cara sorridente” na superfície de Marte, provavelmente um remanescente de um lago há muito seco. A descoberta, captada pelo ExoMars Trace Gas Orbiter da Agência Espacial Europeia (ESA), foi partilhada numa publicação no Instagram a 7 de setembro.

A estrutura sorridente, visível apenas em condições específicas, consiste em antigos depósitos de sal formados há milhares de milhões de anos. O seu aparecimento reacendeu a esperança de descobrir sinais de vida anterior em Marte.

A cara sorridente, que apresenta dois “olhos” de cratera de meteoro e um contorno circular, foi detetada usando as câmaras de infravermelhos da sonda. Estas câmaras permitem aos cientistas distinguir os depósitos de sal, que parecem cor-de-rosa ou violeta, do resto da superfície de Marte, explica o Live Science.

A imagem faz parte de um estudo publicado na revista Scientific Data a 3 de agosto, onde os investigadores catalogaram 965 depósitos de sal na paisagem marciana. O tamanho exato da carinha sorridente é ainda desconhecido, mas estes depósitos variam geralmente entre 300 e 3000 metros de largura.

Os investigadores estão particularmente entusiasmados com estes depósitos de sal porque podem fornecer pistas cruciais sobre a habitabilidade passada de Marte. Os depósitos, que foram deixados para trás à medida que as massas de água do planeta se evaporavam, podem oferecer condições ótimas para preservar provas de atividade biológica antiga.

Como Marte passou de um mundo aquoso com lagos, rios e oceanos para um planeta seco e desolado há cerca de 2 a 3 mil milhões de anos, estes vestígios salgados são alguns dos poucos indicadores do clima outrora dinâmico do Planeta Vermelho.

Acredita-se que a secagem da água de Marte tenha sido causada pela perda do seu campo magnético, o que permitiu que os ventos solares destruíssem a atmosfera. À medida que o planeta arrefecia, a maior parte da sua água líquida congelava ou evaporava-se no espaço. Os últimos restos de água ter-se-iam tornado cada vez mais salgados, permitindo-lhe potencialmente manter-se líquida em condições frias – um ambiente que poderia ter suportado vida microbiana.

Os cientistas sugerem que estas poças salgadas poderiam ter sido um refúgio para extremófilos, organismos capazes de sobreviver em condições extremas. Se estes micróbios existiram, os seus restos poderiam ser preservados nos depósitos de sal, oferecendo uma janela para o passado biológico de Marte. Os sais podem ter atuado como conservantes, mantendo intactas potenciais provas durante milhares de milhões de anos.

 

in ZAP

terça-feira, setembro 03, 2024

A Viking 2 chegou a Marte há 48 anos

     
The Viking 2 mission was part of the American Viking program to Mars, and consisted of an orbiter and a lander essentially identical to that of the Viking 1 mission. The Viking 2 lander operated on the surface for 1316 days, or 1281 sols, and was turned off on April 11, 1980 when its batteries failed. The orbiter worked until July 25, 1978, returning almost 16,000 images in 706 orbits around Mars.
    
Mission profile
The craft was launched on September 9, 1975. Following launch using a Titan/Centaur launch vehicle and a 333-day cruise to Mars, the Viking 2 Orbiter began returning global images of Mars prior to orbit insertion. The orbiter was inserted into a 1500 x 33,000 km, 24.6 h Mars orbit on August 7, 1976 and trimmed to a 27.3 h site certification orbit with a periapsis of 1499 km and an inclination of 55.2 degrees on 9 August. Imaging of candidate sites was begun and the landing site was selected based on these pictures and the images returned by the Viking 1 Orbiter.
The lander separated from the orbiter on September 3, 1976 at 22:37:50 UT and landed at Utopia Planitia. Normal operations called for the structure connecting the orbiter and lander (the bioshield) to be ejected after separation, but because of problems with the separation the bioshield was left attached to the orbiter. The orbit inclination was raised to 75 degrees on 30 September 1976.
   
Orbiter
The orbiter primary mission ended at the beginning of solar conjunction on October 5, 1976. The extended mission commenced on 14 December 1976 after solar conjunction. On 20 December 1976 the periapsis was lowered to 778 km and the inclination raised to 80 degrees.
Operations included close approaches to Deimos in October 1977 and the periapsis was lowered to 300 km and the period changed to 24 hours on 23 October 1977. The orbiter developed a leak in its propulsion system that vented its attitude control gas. It was placed in a 302 × 33,176 km orbit and turned off on 25 July 1978 after returning almost 16,000 images in about 700–706 orbits around Mars.
   
Lander
The lander and its aeroshell separated from the orbiter on 3 September 19:39:59 UT. At the time of separation, the lander was orbiting at about 4 km/s. After separation, rockets fired to begin lander deorbit. After a few hours, at about 300 km attitude, the lander was reoriented for entry. The aeroshell with its ablative heat shield slowed the craft as it plunged through the atmosphere.
The Viking 2 Lander touched down about 200 km west of the crater Mie in Utopia Planitia.
Approximately 22 kg (49 lb) of propellants were left at landing. Due to radar misidentification of a rock or highly reflective surface, the thrusters fired an extra time 0.4 second before landing, cracking the surface and raising dust. The lander settled down with one leg on a rock, tilted at 8.2 degrees. The cameras began taking images immediately after landing.
The Viking 2 lander was powered by radioisotope generators and operated on the surface until April 11, 1980, when its batteries failed.
   
First color image (Viking Lander 2 Camera 2 sol 2, September 5, 1976) 14:36
   

sexta-feira, agosto 30, 2024

Novidades sobre os meteoritos marcianos encontrados na Terra...

Descoberta origem dos 200 meteoritos que chegaram à Terra vindos de Marte

 

 

Mosaico do hemisfério Valles Marineris de Marte projetado de modo semelhante à que se veria a partir de uma nave espacial

 

Os investigadores identificaram os locais específicos de onde a maioria dos cerca de 200 meteoritos marcianos provém.

Uma equipa de investigadores rastreou os meteoritos que chegaram à Terra provenientes de Marte até 5 crateras de impacto em duas regiões vulcânicas do Planeta Vermelho, chamadas Tharsis e Elysium.

O seu estudo foi publicado a semana passada na revista Science Advances.

Os meteoritos marcianos chegam à Terra quando algo atinge a superfície de Marte com força suficiente para que o material seja “projetado da superfície e acelerado suficientemente depressa para escapar à gravidade de Marte”, explica Chris Herd, curador da Coleção de Meteoritos da Universidade de Alberta e professor na sua Faculdade de Ciências.

Este material ejetado é lançado para o espaço, acaba por entrar numa órbita à volta do Sol e parte eventualmente cai no nosso planeta sob a forma de meteoritos. A colisão deixa uma cratera de impacto na superfície de Marte. Isto aconteceu 10 vezes na história recente de Marte.

“Pensamos ter encontrado as crateras de origem de metade dos 10 grupos de meteoritos marcianos”, diz Herd.

Segundo o autor principal do estudo, a compreensão melhorada dos cientistas acerca da física de exatamente como as rochas são ejetadas de Marte foi fundamental para esta descoberta.

As descobertas deste estudo são um passo para desvendar os mistérios de Marte, uma vez que as tentativas anteriores para determinar as fontes exatas dos meteoritos marcianos tiveram um sucesso limitado.

“Agora, podemos agrupar estes meteoritos pela sua história comum e pela sua localização na superfície antes de chegarem à Terra”, diz Herd.

Mais conhecimento sobre como e onde em Marte estes meteoritos tiveram origem dá-nos uma visão adicional sobre as amostras que já temos na Terra.

A capacidade de contextualizar e posicionar estas amostras dentro da geologia marciana pela primeira vez “permitirá a recalibração da cronologia de Marte, com implicações para o tempo, duração e natureza de uma vasta gama de grandes eventos ao longo da história marciana”, dizem os investigadores.

“Um dos maiores avanços aqui é ser capaz de modelar o processo de ejeção e, a partir desse processo, ser capaz de determinar o tamanho da cratera ou a gama de tamanhos de crateras que, em última análise, poderiam ter ejetado esse grupo particular de meteoritos, ou mesmo um meteorito em particular”, diz Herd.

Chamo a isso o elo perdido – ser capaz de dizer, por exemplo, que as condições em que este meteorito foi ejetado foram satisfeitas por um evento de impacto que produziu crateras entre 10 e 30 quilómetros de diâmetro.”

   

Representação artística da física envolvida na ‘entrega’ de um meteorito marciano à Terra

 

O conhecimento sobre a origem dos meteoritos, combinado com os avanços da tecnologia, como a deteção remota, dá aos investigadores uma estrutura sobre a qual se podem basear.

Herd diz que também podemos restringir os potenciais locais em Marte que são a origem de meteoritos que ainda temos de investigar. Para isso, precisamos de certos pormenores sobre quando e como um meteorito foi lançado de Marte e que idade tinha quando cristalizou na superfície do planeta, explica Herd.

“De todas estas crateras potenciais, podemos reduzi-las a 15, e depois, das 15, podemos reduzi-las ainda mais com base em características específicas dos meteoritos. Talvez possamos até reconstruir a estratigrafia vulcânica, a posição de todas estas rochas, antes de terem sido expulsas da superfície”, diz Herd.

A estratigrafia é o registo geológico de um planeta, composto por camadas de rochas sedimentares ou, como neste caso, vulcânicas. É análoga a um livro, onde as camadas de rocha são páginas, e a partir delas os cientistas podem procurar pistas sobre ambientes passados no planeta.

“Quando refletimos nisto, é realmente espantoso“, diz Herd. “É o passo mais próximo que podemos ter sem ir a Marte e apanhar uma rocha”.

Quanto à forma de confirmar que uma determinada amostra de meteorito encontrada na Terra é de facto de Marte, Herd explica que, na década de 1980, os cientistas descobriram que “há uma assinatura, uma impressão digital da atmosfera marciana, que está presa dentro destas rochas”.

Essa impressão digital inclui uma combinação específica de gases aprisionados na rocha que correspondem aos gases da atmosfera de Marte medidos pelos ‘landers’ Viking na década de 1970.

Com este quadro em posição, é provável que haja mais descobertas a fazer, uma vez que existem várias crateras, no âmbito do estudo, das quais não foram identificados meteoritos marcianos conhecidos.

Embora possa ser porque não ejetaram qualquer material para o espaço, Herd diz que há também uma possibilidade real de que os meteoritos desses eventos de ejeção específicos ainda não tenham chegado à Terra, ou ainda não tenham sido encontrados.

“A ideia de pegar num grupo de meteoritos que foram todos lançados ao mesmo tempo e depois fazer estudos específicos sobre eles para determinar onde estavam antes de serem ejetados – para mim, esse é o mais excitante próximo passo”, diz Herd. “Isto vai mudar fundamentalmente a forma como estudamos os meteoritos de Marte”.

 

in ZAP/CCVAlg

domingo, agosto 18, 2024

Fobos, o maior satélite de Marte, foi descoberto há 147 anos


Observando o planeta Marte, identificou os seus dois satélites naturais: Deimos, em 12 de agosto de 1877, e Fobos, em 18 de agosto de 1877, usando o telescópio refrator de 26" do U. S. Naval Observatory.
  
      

   
Fobos é uma das duas luas de Marte, sendo a maior e a mais próxima lua de Marte. Fobos foi descoberto por Asaph Hall em 18 de agosto de 1877, justamente seis dias após a descoberta de seu parceiro Deimos.
Fobos é, em todo o Sistema Solar, o satélite que orbita mais próximo do planeta-mãe: menos de seis mil quilómetros acima da superfície marciana. Encontra-se, por isso, abaixo da órbita síncrona para Marte. Por esse motivo, a sua órbita vai descendo a um ritmo de 1,8 m por século. Assim, dentro de 50 milhões de anos pode ocorrer uma de duas coisas: ou Fobos despenha-se sobre Marte ou, o que é mais provável, antes que isso aconteça, as forças gravitacionais destruirão o satélite, criando um anel à volta de Marte.
Os astrónomos supõem que o satélite era provavelmente um asteroide que foi capturado pela força de gravidade do planeta. A outra lua de Marte, Deimos, e também algumas luas de Neptuno, acreditam-se também que eram asteroides que foram capturados.
As formações geológicas em Fobos recebem o nome de astrónomos que estudaram Fobos e pessoas e lugares fictícios da obra de Jonathan Swift - As Viagens de Gulliver. Apenas um regio recebeu nome, Laputa Regio, e apenas uma planitia, Lagado Planitia; ambos receberam nomes de lugares de As Viagens de Gulliver. O único tergo que recebeu nome em Fobos é Kepler Dorsum, em honra ao astrónomo Johannes Kepler. A várias crateras já foi atribuído nome.
    
Cratera Referência Coordenadas
Clustril Personagem de As Viagens de Gulliver 60°N 91°W
D'Arrest Heinrich Louis d'Arrest, astrónomo 39°S 179°W
Drunlo Personagem de As Viagens de Gulliver 
36.5°N 92°W
Flimnap Personagem de As Viagens de Gulliver 60°N 350°W
Grildrig Personagem de As Viagens de Gulliver 81°N 195°W
Gulliver Personagem principal de As Viagens de Gulliver 62°N 163°W
Hall Asaph Hall, descobridor de Fobos 80°S 210°W
Limtoc Personagem de As Viagens de Gulliver 11°S 54°W
Öpik Ernst J. Öpik, astrónomo 7°S 297°W
Reldresal Personagem de As Viagens de Gulliver 41°N 39°W
Roche Édouard Roche, astrónomo 53°N 183°W
Sharpless Bevan Sharpless, astrónomo 27.5°S 154°W
Shklovsky Iosif Shklovsky, astrónomo 24°N 248°W
Skyresh Personagem de As Viagens de Gulliver 52.5°N 320°W
Stickney Angeline Stickney, esposa de Asaph Hall 1°N 49°W
Todd David Peck Todd, astrónomo 9°S 153°W
Wendell Oliver Wendell, astrónomo 1°S 132°W
   

segunda-feira, agosto 12, 2024

Deimos, o mais pequeno satélite de Marte, foi descoberto há 147 anos

 

 
Durante uma maior aproximação, de Marte, em 1877, Hall foi encorajado por Angeline Stickney, a sua esposa, a procurar as luas marcianas. Os seus cálculos mostraram que a órbita deve ser muito próxima do planeta. Hall escreveu: "A chance de encontrar um satélite parecia muito pequena, de modo que eu poderia ter abandonado a busca se não fosse pelo encorajamento de minha esposa."

Asaph Hall descobriu Deimos em 12 de agosto de 1877, por volta das 07.48 UTC, e Phobos em 18 de agosto de 1877, no Observatório Naval dos Estados Unidos em Washington, DC, por volta das 09.14 GMT (fontes contemporâneas, usando a convenção astronómica pré-1925 que começou o dia ao meio-dia, dá a hora da descoberta como 11 de agosto 14.40 e 17 de agosto 16.06 (hora média de Washington, respetivamente). Na época, ele estava deliberadamente procurando por luas marcianas. Hall já tinha visto o que parecia ser uma lua marciana em 10 de agosto, mas devido ao mau tempo, ele não pôde identificá-los definitivamente até mais tarde.

Hall registou a sua descoberta de Fobos em seu caderno da seguinte forma:

"Repeti o exame na parte inicial da noite de 11 [de agosto de 1877], e novamente não encontrei nada, mas tentando novamente algumas horas depois, encontrei um objeto tênue no lado seguinte e um pouco ao norte do planeta. hora de garantir uma observação da sua posição quando o nevoeiro do Rio interrompeu os trabalhos, isto foi às duas e meia da noite do dia 11. O tempo nublado interveio durante vários dias.

"Em 15 de agosto o tempo parecia mais promissor, dormi no Observatório. O céu clareou com uma tempestade às 11 horas e a busca foi retomada. A atmosfera, entretanto, estava em muito mau estado e Marte estava tão escaldante e instável que nada podia ser visto do objeto, que agora sabemos que estava naquela época tão perto do planeta que era invisível. “Em 16 de agosto o objeto foi encontrado novamente no lado seguinte do planeta, e as observações daquela noite mostraram que ele estava se movendo com o planeta, e se um satélite, estava perto de um de seus alongamentos. Até este momento eu não havia dito nada a ninguém no Observatório da minha busca por um satélite de Marte, mas ao deixar o observatório após as observações do dia 16, por volta das três da manhã, contei ao meu assistente, George Anderson, a quem havia mostrado o objeto, que pensei ter descoberto um satélite de Marte. Disse-lhe também para ficar calado, pois não queria que nada fosse dito até que o assunto estivesse fora de dúvida. Ele não disse nada, mas a coisa era boa demais para se guardar. Em 17 de agosto, entre a uma e as duas horas, enquanto eu reduzia minhas observações, o Professor Newcomb entrou em meu quarto para almoçar e eu mostrei a ele as minhas medidas do objeto fraco perto de Marte, o que provou que ele estava se movendo com o planeta.

"Em 17 de agosto, enquanto esperava e observava a lua externa, a interna foi descoberta. As observações dos dias 17 e 18 colocaram fora de dúvida o caráter desses objetos e a descoberta foi anunciada publicamente pelo almirante Rodgers."
   
     


Deimos (em grego: terror), é o menor e mais afastado dos dois satélites naturais de Marte.  É, também, uma das mais pequenas luas do Sistema Solar. Deimos tem um raio médio de 6.2 km e uma velocidade de escape de 5.6 m/s (20 km/h). Além disso, a lua leva 30.3 horas para girar em torno de Marte, com uma velocidade orbital de 1.35 km/s.
Deimos demora o mesmo tempo a completar uma volta ao redor de Marte e uma volta sobre si próprio. Como consequência disso, Deimos tem sempre a mesma face voltado para Marte.
A lua foi descoberta a 12 de agosto de 1877 – juntamente com Fobos, o outro satélite de Marte, seis dias depois – por Asaph Hall e fotografado pela Viking 1 em 1977. Deimos tem um formato bastante irregular e acredita-se que se trate de um asteroide que foi perturbado de sua órbita por Júpiter e que acabou por ser capturado pela gravidade de Marte, passando a ser seu satélite.
O nome Deimos (pânico) vem de uma figura mitologia grega e é um dos três filhos de Ares (Marte na mitologia romana) e Afrodite.
  
Características principais
Por ser pequeno, Deimos não apresenta uma forma esférica, possuindo dimensões muito irregulares. É composto por rochas ricas em carbono, tal como muitos asteroides, e gelo. A sua superfície apresenta um número razoável de crateras mas, relativamente a Fobos, é muito mais lisa, consequência do preenchimento parcial das crateras com rególito (rochas decompostas). As maiores crateras deste satélite são Swift e Voltaire que medem, aproximadamente, 3 km de diâmetro.
Visto de Deimos, Marte surge no céu como um objeto 1000 vezes maior e 400 vezes mais brilhante do que a Lua cheia, como é observada da Terra.
Visto de Marte, Deimos surge como um pequeno ponto no céu, difícil de distinguir dos outros astros embora, no seu máximo brilho, possua um brilho equivalente a Vénus (tal como é visto da Terra).
    
Geologia
Apenas duas formações geológicas em Deimos receberam nomes. As crateras Swift e Voltaire receberam nomes de autores que especularam a existência de luas marcianas antes da descoberta das mesmas.
   
Exploração
A exploração de Deimos é similar à exploração de Marte e de Fobos. Entretanto, nenhuma aterragem foi realizado e nenhuma amostra analisada. O satélite foi apenas fotografado pela sonda Viking 1.
Uma missão de retorno de amostras chamada "Gulliver" foi conceptualizada. Basicamente, um quilograma de material de Deimos seria trazido para a Terra nessa missão.
   

terça-feira, agosto 06, 2024

É desta que vamos saber que há vida (ou já houve) em Marte...?!?

NASA acredita ter encontrado sinais de vida em Marte

 

 

‘Selfie’ tirada pelo rover Perseverance com a “intrigante” Cheyava Falls

 

“Intrigante” rocha na superfície marciana pode ter alojado vida microbiana há milhares de milhões de anos.

O rover Perseverance da NASA encontrou uma rocha “intrigante” na superfície de Marte, que pode ter alojado vida microbiana há milhares de milhões de anos, segundo dados divulgados na sexta-feira pela agência espacial norte-americana.

A rocha foi recolhida pelo robô de seis rodas a 21 de julho na região norte de Neretva Vallis, que se acredita ter sido um antigo vale fluvial, com cerca de 400 metros de largura, há milhões de anos.

A agência espacial explicou que as primeiras análises realizadas com os instrumentos do rover revelam que “a rocha possui qualidades que se enquadram na definição de um possível indicador de vida antiga”.

“A rocha exibe assinaturas químicas e estruturas que poderiam ter sido formadas pela vida há milhares de milhões de anos, quando a área explorada pelo rover continha água corrente”, divulgou o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da NASA.

 

Um “leopardo” associado a micróbios

Ao longo da rocha existem grandes filões brancos de sulfato de cálcio, entre os quais se encontra um material cuja cor avermelhada sugere a presença de hematite, um dos minerais que confere a Marte o seu característico tom enferrujado.

O rover examinou mais de perto estas regiões vermelhas e encontrou “dezenas de manchas esbranquiçadas, de tamanho milimétrico e forma irregular, cada uma rodeada de material preto, semelhante às manchas de leopardo”, explicou a agência espacial.

Análises subsequentes realizadas com instrumentos da Perseverance dão pistas de que estes “halos negros” contêm ferro e fosfato, o que surpreendeu os cientistas.

“Na Terra, estes tipos de características nas rochas estão frequentemente associados ao registo fossilizado de micróbios que vivem no subsolo”, frisou David Flannery, astrobiólogo e membro da equipa científica do Perseverance.

 

 

Mas…

A agência norte-americana foi rápida a indicar que são necessárias mais investigações para determinar se estes são realmente sinais de vida microscópica nesta rocha com filões em forma de ponta de seta, que mede aproximadamente 1 por 0,6 metros.

E os vestígios que a rocha possui e que dão pistas sobre uma possível vida microscópica também podem ter sido formados através de “processos não biológicos”, apontou a NASA.

Ainda assim, a rocha, apelidada de ‘Cheyava Falls’, é a “rocha mais intrigante, complexa e potencialmente importante investigada até agora pelo Perseverance”, realçou Ken Farley, da equipa científica do rover.

Farley lembrou que ainda existem muitas dúvidas sobre as características da rocha, que estudaram de trás para a frente com as ferramentas do rover, que já esgotou as suas possibilidades.

Para um estudo mais completo, é necessário trazê-la para a Terra, o que permitirá também compreender plenamente o que aconteceu na cratera Jezero, local onde se situa o Perseverance e onde se estima que tenha existido água há milhões de anos.

A NASA está no meio de uma campanha para enviar uma missão para devolver as amostras recolhidas pelo Perseverance.

O plano mais recente que concebeu envolve até 11 mil milhões de dólares (10,1 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual), o que representa um desafio orçamental.

 

in ZAP

domingo, agosto 04, 2024

A sonda Phoenix partiu, para explorar Marte, há 17 anos


Phoenix foi uma sonda espacial da NASA, lançada de Cabo Canaveral em 4 de agosto de 2007, com o objetivo de pesquisar por moléculas de água na região do polo norte do planeta Marte. A sonda pousou em Marte em 25 de maio de 2008 e operou até 2 de novembro de 2008, data da última comunicação com a Terra. A NASA anunciou o fim da missão em 10 de novembro de 2008.

   

  

quarta-feira, julho 24, 2024

Há geodes de enxofre em Marte...!

“Não devia estar lá”. Curiosity descobre oásis de cristais de enxofre ultra-raros em Marte

 

 

Ao quebrar uma rocha acidentalmente, o rover da NASA descobriu um esconderijo de cristais de enxofre nunca antes detetados em Marte.

O rover Curiosity Mars, da NASA, fez uma descoberta surpreendente ao encontrar acidentalmente uma abundância de cristais nunca antes vistos no Planeta Vermelho.

Esta descoberta inesperada ocorreu quando o rover passou inadvertidamente por cima de uma rocha, revelando um esconderijo de cristais amarelos.

No dia 30 de maio, enquanto explorava Gediz Vallis – um canal escavado nas encostas íngremes do Monte Sharp, na Cratera Gale – o Curiosity passou por cima de uma pequena rocha, fazendo-a abrir-se.

As câmaras do rover captaram imagens do interior recentemente exposto, revelando peculiares cristais amarelos que brilhavam entre os fragmentos de rocha.

Os cristais, embora demasiado pequenos e delicados para serem manuseados pelo rover, foram mais tarde identificados como enxofre puro quando o rover perfurou uma rocha próxima. Esta descoberta marca a primeira vez que se encontra enxofre elementar em Marte. Anteriormente, o enxofre em Marte só tinha sido detetado em compostos conhecidos como sulfatos, escreve o Live Science.

Isto não devia estar lá, por isso agora temos de o explicar”, disse Ashwin Vasavada, cientista do projeto do rover Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. “Descobrir coisas estranhas e inesperadas é o que torna a exploração planetária tão excitante”, acrescentou.

A área circundante também mostrou sinais de geodos semelhantes, como revelado por fotografias tiradas pelo rover. Embora o Curiosity não tenha confirmado a presença dos cristais amarelos noutras rochas, os cientistas estão confiantes de que as rochas próximas também contêm enxofre, tornando esta região um local importante para estudos futuros.

“Encontrar um campo de pedras feitas de enxofre puro é como encontrar um oásis no deserto”, comentou Vasavada, destacando o significado da descoberta.

Esta última descoberta de cristais de enxofre acrescenta outra camada de complexidade à nossa compreensão de Marte e sugere que a história geológica do planeta é mais variada e intrincada do que se pensava anteriormente, levando os cientistas a reavaliar as teorias existentes e a explorar novas vias de investigação.

 

in ZAP

terça-feira, julho 23, 2024

Em vez de aranhas, a NASA quer abelhas em Marte...!

A NASA quer enviar um enxame de abelhas robô para Marte

  


O projeto Marsbee inspira-se nas características de voo das borboletas e pretende criar um enxame de abelhas robô preparadas para explorar o planeta vermelho.

O Instituto de Conceitos Avançados da NASA (NIAC) é pioneiro numa nova abordagem à exploração de Marte: um enxame de abelhas-robô. Estes minúsculos exploradores robóticos, inspirados na natureza, poderão ultrapassar os desafios únicos de voar no Planeta Vermelho.

A NASA já teve sucesso com robots aéreos em Marte. O helicóptero Ingenuity, por exemplo, excedeu largamente as expetativas, completando 72 voos ao longo de mais de 1000 dias marcianos, apesar de ter sido concebido para apenas cinco voos. Este sucesso, no entanto, realçou as dificuldades de voo em Marte, onde a gravidade é apenas um terço da da Terra e a atmosfera é incrivelmente fina, com apenas 1% da pressão à superfície da Terra.

Neste ambiente desafiante, um enxame de robôs modelados a partir de animais voadores pode prosperar. A ideia inspira-se em criaturas como a borboleta monarca e o albatroz errante, conhecidos pelos seus voos de longo alcance, apesar do seu tamanho. Estas proezas devem-se, em parte, ao facto de as suas asas serem leves e flexíveis, o que contribui para um voo eficiente em termos energéticos e para a adaptação a atmosferas instáveis, escreve o IFLScience.

O projeto Marsbee pretende reproduzir estas eficiências naturais. As abelhas de Marte, mais ou menos do tamanho de abelhas mas com asas semelhantes às das cigarras, seriam equipadas com sensores e dispositivos de comunicação.

Recolheriam dados e transmiti-los-iam a um rover que lhes serviria de base. Concebidos para serem eficientes em termos energéticos, espera-se que estes robôs consigam uma duração de voo de cerca de 16 minutos.

Os resultados preliminares indicam que um robô do tamanho de um abelhão com asas de cigarra pode gerar uma elevação suficiente na fina atmosfera de Marte. A utilização de estruturas de asas compatíveis e de mecanismos inovadores de recolha de energia reduz significativamente a potência necessária para o voo. Esta conceção não só garante um voo eficiente, como também torna as Marsbees leves e robustas.

A leveza das Marsbees oferece vantagens significativas para as missões espaciais. O seu tamanho reduzido permite uma maior flexibilidade nas configurações de carga útil para as naves espaciais interplanetárias. Além disso, uma abordagem de enxame assegura que, se um robô falhar, os outros podem continuar a missão, aumentando a robustez geral do sistema.


in ZAP

sábado, junho 29, 2024

Notícia com interesse para espeleólogos sobre Marte

Marte tem um buraco na superfície (e ninguém sabe o que há dentro dele)

 

O misterioso buraco em Arsia Mons

 

Arsia Mons, uma região peculiar no Planeta Vermelho, tem um buraco misterioso que despertou recentemente o interesse dos cientistas.

Uma imagem capturada pela câmara High-Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE) no Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA revelou, recentemente, um buraco na superfície do Planeta Vermelho.

Para já, segundo o Science Alert, os cientistas não fazem qualquer ideia do que existe no seu interior.

O poço está localizado na região de Arsia Mons, em Marte, um dos vulcões adormecidos do grupo de três vulcões Tharsis Montes, vasta planície vulcânica com milhares de quilómetros de diâmetro.

Esta região foi vulcanicamente ativa no passado, pelo que características como este buraco recém captado são resultado direto da atividade vulcânica.

Ainda que haja para já muita incerteza acerca da natureza desta formação, os cientistas sugerem que os poços na região de Arsia Mons podem, na verdade, ser aberturas em tubos de lava subterrâneos.

A imagem mostra uma parede lateral iluminada, que pode indicar que se trata apenas de um poço cilíndrico, em vez de uma entrada para um sistema subterrâneo maior.

No Havai, há formações semelhantes chamadas crateras, que não estão ligadas a tubos de lava extensos. São buracos profundos formados por colapsos subterrâneos, que variam de 6 a 186 metros de profundidade e de 8 a 1.140 metros de largura.

O buraco de Arsia Mons tem cerca de 178 metros de profundidade, encaixando neste intervalo.

A comunidade científica têm um maior entendimento sobre os poços e tubos de lava na Lua. Alguns deles são termicamente estáveis ​​a cerca de 17°C e há até quem pondere que os astronautas poderão construir habitats no interior desses tubos lunares para se protegerem das variações de temperatura, radiação e micrometeoritos.

Mas Marte é muito mais complexo, pelo que será preciso lançar uma missão robótica para os explorar - e descobrir o que é afinal o misterioso

    

in ZAP

sexta-feira, maio 10, 2024

O passado geológico de Marte continua a surpreender-nos...

Intrigante: descoberto em Marte antigo ambiente habitável, parecido com o da Terra

 

A sonda norte-americana Curiosity

 

A sonda Curiosity foi essencial para encontrar manganésio em rochas. É um ambiente em Marte que sugere que tinha condições habitáveis, noutros tempos.

A sonda Curiosity da NASA encontrou altos níveis de manganésio em rochas do leito de um antigo lago dentro da Cratera Gale em Marte.

Esta nova descoberta sugere que, em Marte, houve ambiente semelhante ao da Terra, com condições habitáveis.

“É difícil para o óxido de manganésio se formar na superfície de Marte, por isso não esperávamos encontrá-lo em concentrações tão altas num depósito da costa”, diz o autor principal do estudo, Patrick Gasda.

Na Terra é habitual encontrar estes depósitos, porque há muito oxigénio na atmosfera, produzido pela vida fotossintética e por micróbios, que contribuem para acelerar as reações de oxidação do manganésio.

Essa substância foi uma fonte útil de energia - se houve vida no planeta. “Em Marte, não temos evidências de vida, e o mecanismo para produzir oxigénio na antiga atmosfera do planeta não está claro”.

“Por isso, é realmente intrigante ver que o óxido de manganésio foi formado e concentrado aqui”, comentou Gasda, citado no EurekAlert!.

Esta descoberta sugere que houve “processos maiores a ocorrer na atmosfera de Marte ou na água da superfície, e mostra que é preciso mais trabalho para entender a oxidação em Marte”.

Esta descoberta foi conseguida pela ChemCam da sonda Curiosity. A câmara usa um laser para formar um plasma na superfície de uma rocha e recolhe essa luz para quantificar a sua composição elementar.

Ao analisarem as rochas sedimentares, os cientistas encontraram uma mistura de areias, limos e lamas.

Como as rochas arenosas são mais porosas, a água subterrânea flui mais facilmente do que nas lamas.

Os investigadores acreditam que o manganésio concentrou-se naquelas areias devido à infiltração da água ao longo da costa do lago ou na entrada de um delta.

 

in ZAP

terça-feira, abril 30, 2024

The Spiders from Mars...!

Afinal o David Bowie tinha razão...

Sonda da ESA deteta “sinal de aranhas” em Marte

 

 


A ExoMars Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), detetou aquilo a que os astrónomos chamaram de “sinal de aranhas de Marte”.

As imagens, da região polar sul do Planeta Vermelho, mostram o que parecem ser aranhas gigantes na superfície do planeta. Não são animais, mas são características criadas no gelo à medida que o inverno marciano se transforma em primavera.

“Estas características pequenas e escuras formam-se quando a luz do sol da primavera incide sobre camadas de dióxido de carbono depositadas durante os meses escuros de inverno”, explicou a Agência Espacial Europeia (ESA), em comunicado.

“A luz solar faz com que o gelo de dióxido de carbono na parte inferior da camada se transforme em gás, que subsequentemente se acumula e parte as placas de gelo sobrejacentes. O gás liberta-se na primavera marciana, arrastando material escuro para a superfície à medida que avança e parte as camadas de gelo, que chegam a ter até um metro de espessura.”

À medida que o gás emerge, empurrando poeira e areia para cima, cria fontes gigantes que depois caem de volta para o planeta. Este fenómeno faz com que surjam as manchas escuras observadas na imagem, que se estendem entre 45 metros e 1 quilómetro de diâmetro.

Mas porque é que vemos “aranhas”? A resposta está na pareidolia, um fenómeno cognitivo enraizado na perceção humana.

Em termos evolutivos, a sobrevivência dos nossos ancestrais dependia da identificação rápida de ameaças. Esta tendência em discernir padrões reconhecíveis, mesmo em estímulos aleatórios, era um garante de sobrevivência.

É por isso que a inclinação para perceber formas familiares em contextos desconhecidos persiste como um vestígio do nosso passado evolutivo.

Jess Taubert, da Universidade de Queensland, corroborou essa evidência ao IFLScience, acrescentando que esta característica predispõe os humanos a interpretar erroneamente estímulos aleatórios, como os padrões de “aranha” em Marte.

 

in ZAP

terça-feira, abril 09, 2024

Notícias interessantes para paleontólogos e exobiólogos...

Rover da NASA encontra possíveis sinais de fósseis em Marte

 

 

 

Ao assinalar o seu milésimo dia marciano no Planeta Vermelho, o rover Perseverance da NASA completou recentemente a sua exploração do antigo delta de um rio que contém evidências de um lago que encheu a cratera Jezero há milhares de milhões de anos.

Até à data, o cientista de seis rodas recolheu um total de 23 amostras, revelando a história geológica desta região de Marte.

Uma amostra chamada “Lefroy Bay” contém uma grande quantidade de grãos finos de sílica, um material conhecido por preservar fósseis antigos na Terra.

Outra, “Otis Peak“, contém uma quantidade significativa de fosfato, que está frequentemente associado à vida tal como a conhecemos.

Ambas as amostras são também ricas em carbonato, que pode preservar um registo das condições ambientais de quando a rocha se formou.

As descobertas foram partilhadas na terça-feira, 12 de dezembro, na reunião de outono da União Geofísica Americana, em São Francisco.

“Escolhemos a cratera Jezero como local de aterragem porque as imagens de órbita mostravam um delta – uma evidência clara de que um grande lago encheu a cratera”, disse Ken Farley investigador do Caltech e cientista do projeto Perseverance.

“Um lago é um ambiente potencialmente habitável e as rochas do delta são um ótimo ambiente para enterrar sinais de vida antiga como fósseis no registo geológico. Depois de uma exploração minuciosa, reunimos a história geológica da cratera, traçando a sua fase de lago e rio do princípio ao fim”, acrescenta Farley.

Jezero formou-se a partir do impacto de um asteroide há quase 4 mil milhões de anos. Após o pouso do Perseverance em fevereiro de 2021, a equipa da missão descobriu que o chão da cratera é feito de rocha ígnea formada a partir de magma subterrâneo ou de atividade vulcânica à superfície.

Desde então, encontraram arenito e lamito, sinalizando a chegada do primeiro rio à cratera centenas de milhões de anos mais tarde.

Por cima destas rochas encontram-se lamitos ricos em sal, indicando a presença de um lago pouco profundo que sofreu evaporação. A equipa pensa que o lago acabou por crescer até 35 quilómetros de diâmetro e 30 metros de profundidade.

Mais tarde, a água de fluxo rápido transportou pedras do exterior de Jezero, distribuindo-as no topo do delta e noutros pontos da cratera.

“Conseguimos ver um esboço geral destes capítulos da história de Jezero em imagens de órbita, mas foi necessário aproximarmo-nos com o Perseverance para compreender realmente a linha temporal em pormenor”, disse Libby Ives, pós-doutoranda no JPL da NASA no sul da Califórnia, que gere a missão.

 

Esta imagem da cratera Jezero de Marte é sobreposta com dados de minerais detetados a partir de órbita. A cor verde representa carbonatos – minerais que se formam em ambientes aquosos com condições que podem ser favoráveis à preservação de sinais de vida antiga. O Perseverance da NASA está atualmente a explorar a área verde acima do leque de Jezero (centro).

 

Amostras sedutoras

As amostras recolhidas pelo Perseverance têm o tamanho de um pedaço de giz de sala de aula e são armazenadas em tubos metálicos especiais como parte da campanha MSR (Mars Sample Return), um esforço conjunto da NASA e da ESA.

Trazer os tubos para a Terra permitiria aos cientistas estudar as amostras com equipamento de laboratório potente, demasiado grande para ser levado para Marte.

Para decidir quais as amostras a recolher, o Perseverance começa por usar uma ferramenta de abrasão para desgastar um pedaço de uma prospetiva rocha e depois estuda a química da rocha usando instrumentos científicos de precisão, incluindo o PIXL (Planetary Instrument for X-ray Lithochemistry), construído pelo JPL.

Num alvo a que a equipa chama “Bills Bay“, o PIXL detetou carbonatos – minerais que se formam em ambientes aquosos com condições que podem ser favoráveis à preservação de moléculas orgânicas (as moléculas orgânicas formam-se tanto por processos geológicos como por processos biológicos).

Estas rochas também tinham sílica em abundância, um material que é excelente para preservar moléculas orgânicas, incluindo as relacionadas com a vida.

Na Terra, esta sílica de grão fino é o que se encontra frequentemente num local que já foi arenoso“, disse Morgan Cable, investigador do JPL e investigador principal adjunto do PIXL. “É o tipo de ambiente onde, na Terra, os restos de vida antiga podem ser preservados e encontrados mais tarde”.

Os instrumentos do Perseverance são capazes de detetar tanto estruturas microscópicas, semelhantes a fósseis, como alterações químicas que podem ter sido deixadas por micróbios antigos, mas ainda não viram evidências de nenhuma delas.

Num outro alvo que o PIXL examinou, chamado “Ouzel Falls“, o instrumento detetou a presença de ferro associado a fosfato. O fosfato é um componente do ADN e das membranas celulares de toda a vida terrestre conhecida e faz parte de uma molécula que ajuda as células a transportar energia.

Depois de avaliar as descobertas do PIXL em cada uma destas manchas de abrasão, a equipa enviou comandos para o rover recolher amostras de rocha nas proximidades: “Lefroy Bay” foi recolhida junto a Bills Bay e “Otis Peak” em Ouzel Falls.

“Temos condições ideais para encontrar sinais de vida antiga, onde encontramos carbonatos e fosfatos, que apontam para um ambiente aquoso e habitável, bem como sílica, que é ótima para a preservação”, disse Cable.

 

 

O trabalho do Perseverance está, naturalmente, longe de estar terminado. A quarta campanha científica da missão vai explorar a margem da cratera Jezero, perto da entrada do desfiladeiro onde um rio inundou o fundo da cratera.

Foram detetados ricos depósitos de carbonato ao longo da margem, que se destaca nas imagens orbitais como um anel dentro de uma banheira.

 

in ZAP

sexta-feira, março 29, 2024

Houve um sismo (martemoto...?!?) no planeta vermelho - e os cientístas começam a perceber porquê

O gigantesco terramoto que abalou Marte durante horas teve uma origem surpreendente

 

Ilustração artística de Marte, com as trajetórias das ondas sísmicas de dois tremores de terra distintos em 2021

 

O InSight, da NASA, captou o evento sísmico de magnitude 4,7 em 2022. Agora, cientistas descobriram a sua origem.

O enorme evento sísmico que abalou o Planeta Vermelho no ano passado – o “marsquake” – teve uma origem inesperada, surpreendendo astrofísicos de todo o mundo que pensavam que tinha sido desencadeado por um meteorito.

O módulo de aterragem InSight, da NASA, registou o terramoto de magnitude 4,7 no dia 4 de maio de 2022, um evento a que os cientistas chamaram de S1222a. O seu sinal sísmico era semelhante ao de terramotos anteriores causados por impactos de meteoritos, pelo que a equipa começou a procurar uma cratera de impacto.

Neste novo estudo, uma equipa da Universidade de Oxford colaborou com a Agência Espacial Europeia, a Agência Espacial Nacional Chinesa, a Organização de Investigação Espacial Indiana e a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos na análise dos dados provenientes dos seus próprios satélites para procurar uma cratera, uma nuvem de poeira ou outra assinatura de um impacto de meteorito.

Como a busca foi em vão, os cientistas acreditam que o S1222a terá sido causado pela libertação de enormes forças tectónicas do interior do planeta.

Ainda assim, o indício não significa que as placas tectónicas de Marte se moveram. “Continuamos a pensar que Marte não tem atualmente nenhuma placa tectónica ativa, por isso este evento foi provavelmente causado pela libertação de tensões na crosta de Marte”, disse o coautor do estudo e geofísico planetário da Universidade de Oxford, Benjamin Fernando, em comunicado.

“Estas tensões são o resultado de milhares de milhões de anos de evolução, incluindo o arrefecimento e a contração de diferentes partes do planeta a ritmos diferentes”, acrescentou ainda.

Embora os investigadores não compreendam totalmente porque é que algumas partes de Marte parecem ter mais tensão do que outras, estes resultados podem ajudá-los a investigar o assunto. “Um dia, esta informação pode ajudar-nos a compreender onde seria seguro para os humanos viverem em Marte.”

O artigo científico foi publicado, este mês, na Geophysical Research Letters.

S1222a foi um dos últimos eventos registados pela missão InSight da NASA. O módulo de aterragem foi lançado em maio de 2018 e sobreviveu a “sete minutos de terror” para aterrar em Marte, onde estudou o interior do planeta e a sismologia durante alguns anos.

Os últimos dados da nave espacial foram recolhidos em dezembro de 2022, depois de uma acumulação de poeira nos painéis solares ter provocado a perda de energia do instrumento.

 

in ZAP

quinta-feira, março 14, 2024

Schiaparelli nasceu há 189 anos

    
Giovanni Virginio Schiaparelli (Savigliano, 14 de março de 1835 - Milão, 4 de julho de 1910) foi um astrónomo italiano, que, inadvertidamente, popularizou a falsa ideia de haver canais artificiais na superfície de Marte. Foi o primeiro a criar um mapa daquele planeta.
Estudou na Universidade de Turim e no Observatório de Berlim. Trabalhou mais de quarenta anos no Observatório Astronómico de Brera.
Dentre as contribuições de Schiaparelli estão as suas observações telescópicas de Marte. Nas suas observações iniciais, ele nomeou os "mares" e "continentes" de Marte. Ele observou uma densa rede de estruturas lineares sobre a superfície de Marte, que ele chamava de "canali", em italiano "canais". O termo indica tanto uma construção artificial como uma configuração natural do terreno. A partir disto, diversas hipóteses sobre a vida em Marte derivados dos "canais" logo se tornaram famosas, dando origem a ondas de hipóteses, especulação e folclore sobre a possibilidade de haver vida lá. Entre os mais fervorosos apoiantes dos canais artificiais estava o célebre astrónomo americano Percival Lowell,  que passou grande parte de sua vida tentando provar a existência de vida inteligente no planeta vermelho. Mais tarde, porém, graças às observações do astrónomo italiano Vicenzo Cerulli, foi possível determinar que os famosos canais eram realmente simples ilusões óticas.
     
   
No seu livro Vida em Marte, Schiaparelli escreve: "Ao invés de canais de verdade, uma forma familiar para nós, temos de imaginar depressões no solo que não são muito profundas, prorrogadas numa direção reta de milhares de quilómetros, mais uma largura de 100, 200 km e talvez mais. Eu já assinalei que, na ausência de chuva em Marte, estes canais são provavelmente o principal mecanismo pelo qual a água (e com ela a vida orgânica) podem se espalhar sobre a superfície seca do planeta".
   
Mapa (errado) de Marte, desenhado por Giovanni Schiaparelli
     

quarta-feira, janeiro 03, 2024

A sonda espacial Spirit chegou a Marte há vinte anos...!


O Spirit (MER-A) foi um veículo de exploração espacial não tripulado, cuja missão era estudar o planeta Marte, permanecendo ativo de 2004 a 2010. Foi um dos veículos projetados pela NASA para o Programa Mars Exploration Rovers. Pousou com sucesso em Marte em 3 de janeiro de 2004, três semanas antes do outro veículo, Opportunity (MER-B). O seu nome foi escolhido numa competição estudantil promovida pela NASA. O robot ficou preso durante o seu trajeto em 2009 e perdeu contacto com o Centro de Controle da missão em 22 de março de 2010.

O robot atingiu o tempo planeado para a missão, mas continuou em atividade por mais de vinte vezes o tempo inicial, devido ao excelente condicionamento de seus sistemas. Além disso, o robot percorreu cerca de 7,7 km, ao invés de um quilómetro, que era esperado no início da missão, permitindo uma investigação geológica mais extensa e completa que o previsto.

O Spirit continuou a realizar as suas tarefas até 22 de março de 2010, quando a comunicação foi interrompida. O JPL tentou restabelecer a comunicação até 24 de maio de 2011, quando a NASA anunciou que os esforços para se comunicar com o rover sem resposta tinham terminado. A despedida formal foi planeada na sede da NASA após o feriado do Memorial Day e foi transmitida pela NASA TV

 

segunda-feira, dezembro 11, 2023

Estruturas geológicas com formas geométricas descobertas em Marte

Rover chinês detetou estruturas poligonais a 35 metros sob a superfície de Marte

 

 

Uma equipa de investigadores da agência espacial chinesa identificou, com a ajuda dos radares do rover Zhurong, estruturas geométricas poligonais enterradas 35 metros abaixo da superfície do Planeta Vermelho.

Cientistas da agência espacial chinesa CMSA identificaram misteriosas estruturas poligonais a 35 metros abaixo da superfície marciana, na região de Utopia Planitia do planeta.

Estas formações de grandes dimensões, cujas origens são atualmente desconhecidas, foram detetadas com dados do sistema de radar de penetração no solo do rover Zhurong, que chegou a Marte em maio de 2021 - tornando a China, depois dos Estados Unidos, a segunda nação a chegar ao Planeta Vermelho.

A descoberta foi publicada a semana passada na revista Nature Astronomy.

O rover Zhurong, que faz parte da missão Tianwen-1 da China, foi projetado para a exploração da superfície marciana. Até agora, percorreu 1.921 metros através de Utopia Planitia, recolhendo dados sobre a topografia e características subterrâneas desta vasta planície localizada na maior cratera de impacto de asteroide conhecida no sistema solar.

Com um diâmetro estimado de 3.300 quilómetros, Utopia Planitia oferece um potencial significativo para desvendar a história geológica e climática de Marte.

O tamanho das estruturas poligonais subterrâneas reveladas pelo radar do Zhurong variam de alguns centímetros a dezenas de metros. Foram detetadas em 16 locais ao longo do percurso do Zhurong, o que sugere que pode haver mais estruturas semelhantes sob Utopia Planitia.

 

Mapa topográfico de Utopia Planitia mostrando os locais de pouso do Zhurong, do Perseverance e da Viking 2, e as estruturas poligonais agora identificadas

 

Segundo o El Confidencial, os investigadores acreditam que estes polígonos se formaram há cerca de 3,7 mil milhões de anos, durante períodos geológicos marcianos conhecidos como Hesperiano Tardio e Amazónico Inicial.

Uma hipótese adiantada pelos investigadores sugere que estas estruturas poderão ter sido criadas por ciclos de congelamento e descongelamento, envolvendo potencialmente depósitos de água e gelo subterrâneos.

Em alternativa, dizem os investigadores, as estruturas poderiam ter uma origem vulcânica, resultante de fluxos de lava arrefecidos e cristalizados, sugerem os cientistas.

A profundidade a que estas estruturas estão enterradas sugere que Marte pode ter sofrido uma transformação climática significativa, com mudanças notáveis na atividade da água ou nas condições térmicas.

 

in ZAP