sábado, outubro 19, 2013

A agonia de El-Rei D. Luís I acabou há 124 anos

D. Luís I de Portugal (nome completo: Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança) (Lisboa, 31 de outubro de 1838 - Cascais, 19 de outubro de 1889) foi o segundo filho da rainha D. Maria II e do rei D. Fernando II. Luís herdou o trono depois da morte do seu irmão mais velho, D. Pedro V, em 1861. Ficou conhecido como O Popular, devido à adoração pelo seu povo; Eça de Queirós chamou-lhe O Bom.

Biografia
D. Luís herdou a coroa em novembro de 1861, sucedendo ao seu irmão D. Pedro V, por este não deixar descendência, e foi aclamado rei a 22 de dezembro do mesmo ano. A 27 de setembro do ano seguinte casou-se, por procuração, com a princesa D. Maria Pia de Sabóia, filha do rei Vitor Emanuel II da Itália. Enquanto Infante serviu na Marinha, visitando a África Portuguesa. Exerceu o seu primeiro comando naval em 1858.
Luís era um homem culto e de educação esmerada, como todos os seus irmãos. De grande sensibilidade artística, pintava, compunha e tocava violoncelo e piano. Poliglota, falava correctamente algumas línguas europeias e fez traduções de obras de William Shakespeare.
Durante o seu reinado e, em consequência da criação do imposto geral de consumo, que a opinião pública recebeu mal, originou-se o motim a que se chamou a Janeirinha (em finais de 1867). Também a 19 de maio de 1870, verificou-se uma revolta militar, promovida pelo Marechal Duque da Saldanha e que pretendia a demissão do governo. À revolta de 19 de Mmaio, respondeu o monarca em 29 de agosto, com a demissão do ministério de Saldanha, chamando ao poder Sá da Bandeira.
Em setembro de 1871, subiu ao poder Fontes Pereira de Melo, que organizou um gabinete regenerador, o qual se conservou até 1877. Seguiu-se o Duque de Ávila, que não se aguentou durante muito tempo por lhe faltar maioria. Assim, e depois do conflito parlamentar que rebentou em 1878, Fontes foi chamado outra vez para constituir gabinete. Consequentemente, os progressistas atacaram o rei, acusando-o de patrocinar escandalosamente os regeneradores. Este episódio constitui um incentivo ao desenvolvimento do republicanismo. Em 1879, D. Luís chamava, então, os progressistas a formarem governo.
No seu tempo surgiu a Questão Coimbrã (1865-1866) e ocorreu a iniciativa das Conferências do Casino (1871), a que andavam ligados os nomes de Antero de Quental e Eça de Queiroz, os expoentes de uma geração que se notabilizou na vida intelectual portuguesa. De temperamento calmo e conciliador, foi um modelo de monarca constitucional, respeitador escrupuloso das liberdades públicas. Do seu reinado merecem especial destaque o início das obras dos portos de Lisboa e de Leixões, o alargamento da rede de estradas e dos caminhos-de-ferro, a construção do Palácio de Cristal, no Porto, a abolição da pena de morte para os crimes civis, a abolição da escravatura no Reino de Portugal, e a publicação do primeiro Código Civil.
Em 1884, foi efectuada a Conferência de Berlim, resultando daí o chamado Mapa Cor-de-Rosa, que definia a partilha de África entre as grandes potências coloniais: Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra e Portugal.
Fértil em acontecimentos, é no reinado de D. Luís que são fundados alguns dos partidos políticos portugueses: o Partido Reformista (1865), que ascendeu ao poder em 1868, o Partido Socialista Português (1875), com o nome de Partido Operário Socialista, e o Partido Progressista (1876), que chega ao poder em 1879. Em 1883, dá-se a realização do Congresso de Comissão Organizadora do partido republicano. No final do seu reinado, o partido republicano apresenta-se já como uma força política perfeitamente estruturada.
D. Luís era principalmente um homem das ciências, com uma paixão pela oceanografia. Investiu grande parte da sua fortuna no financiamento de projectos científicos e de barcos de pesquisa oceanográfica, que viajaram pelos oceanos em busca de espécimes.
D. Luís seguiu os passos de sua mãe - D. Maria II - mandando construir e fundar associações culturais. Em 1 de junho de 1871, D. Luís esteve no Seixal (uma vila fundada pela sua mãe), para testemunhar a fundação da Sociedade Filarmónica União Seixalense. Neste mesmo dia terminava a Guerra Franco-Prussiana.
Morre subitamente no seu palácio de verão, na cidadela de Cascais, a 19 de outubro de 1889. Sucede-lhe o seu filho mais velho, Carlos, sob o nome de Carlos I de Portugal.
No dizer dos biógrafos, D. Luís, era: "muito agradável e liberal. [...] A Sr.ª D. Maria Pia, dizia que ele era um pouco doido, aludindo acertas aventuras de amor. [...] Além de tais aventuras, nada satisfazia mais o sr. D. Luís que o culto da arte. Escrevia muito, traduzia obras estrangeiras, e desenhava; mas o seu entusiasmo ia sobretudo para a música. Tinha uma grande colecção de violinos, e um bom mestre-escola [...]".

sexta-feira, outubro 18, 2013

Notícia sobre o mercado legal e ilegal de fósseis...

Quer comprar um dinossauro de 17 metros?

O esqueleto vai a leilão a 27 de novembro

Leiloeira britânica vai pôr à venda um esqueleto completo de um saurópode, que foi descoberto nos EUA por duas crianças, filhas de um caçador de fósseis.

Aquele oásis era um paraíso para os animais cheios de sede devido à intensa seca, mas acabou por se revelar uma armadilha para todos os que ficaram presos nas suas lamas finas. Misty, como agora lhe chamam, estava longe de imaginar que, 150 milhões de anos depois, a iriam colocar à venda num leilão britânico, a mais de sete mil quilómetros de distância do leito de sedimentos prensados de onde foi retirada.
Esse lago jurássico aprisionou vários dinossauros, tanto herbívoros como carnívoros, que têm sido gradualmente descobertos pela empresa Dinosauria International, na Pedreira de Dana, no Wyoming, Estados Unidos.
Num dia de escavação, em 2009, o caçador de fósseis Raimund Albersdörfer, presidente da empresa, fez-se acompanhar dos dois filhos, de 11 e 14 anos, mas ficaram numa área afastada para que não perturbassem a escavação. "Ele [Raimund Albersdörfer] indicou-lhes um local, suficientemente perto mas fora da zona da escavação, onde supôs que houvesse apenas alguns fragmentos de menor importância. Mas eles [os filhos] voltaram ao fim do dia dizendo que tinham encontrado um osso enorme”, conta à CNN Errol Fuller, curador na leiloeira Summer Place, da coleção de história natural que vai a leilão, no próximo mês.
Ao fim de nove semanas de escavação, os cientistas conseguiram retirar o esqueleto completo de um Diplodocus longus, um dos maiores animais que alguma vez caminharam no nosso planeta. O saurópode, um herbívoro quadrúpede, de cauda e pescoço longos, tem 17 metros de comprimento e seis metros de altura. Chamaram-lhe Misty, porque a zona da pedreira onde a encontraram foi considerada “misteriosa”. Ao contrário do que se supunha, é rica em fósseis.

Meia dúzia de esqueletos completos
Estima-se que existam apenas seis esqueletos completos desta espécie em todo o mundo. O famoso Dippy, o esqueleto de Diplodocus à entrada do Museu de História Natural de Londres é uma réplica do exemplar do Museu Carnegie de História Natural em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), e mesmo este resulta da combinação dos esqueletos de dois indivíduos, conforme revela o comunicado da leiloeira Summer Place.
A primeira viagem da Misty foi para chegar a um laboratório na Holanda, onde os seus ossos foram preparados por especialistas em fósseis, e agora viaja até Billingshurst, no Reino Unido, onde fará parte da colecção que será leiloada pela Summer Place a 27 de Novembro. Este exemplar é um gigantesco puzzle tridimensional, que ficará fixo por uma estrutura metálica. “Foi especialmente concebido para poder ser montado e desmontado”, diz Errol Fuller. “Nenhuma das peças é tão pesada que não possa ser transportada por duas pessoas.”
Este esqueleto, com um valor estimado entre 470 mil e 700 mil euros, faz parte da colecção Evolução, uma colecção de história natural, com peças antigas e modernas, que inclui ainda um fóssil de Ichthyosaurus (réptil marinho) com 150 milhões de anos, ossos de dodó (ave da ilha Maurícia extinta pelo homem no século XVII), outros fósseis, animais embalsamados, minerais e rochas.
Este espécime de saurópode, escavado na América do Norte e à venda na Europa, poderá ser comprado por algum magnata ou um museu de qualquer parte do mundo. Isto levanta questões sobre as restrições impostas pelos Estados Unidos à venda de fósseis encontrados no país. Errol Fuller alega que, como este fóssil foi descoberto numa propriedade privada, não estará sujeito a essas normas. Já nos anos de 1990 um problema semelhante tinha surgido com o fóssil de um Tyrannosaurus rex encontrado na propriedade privada de um índio sioux. O Governo norte-americano ainda confiscou os ossos, mas acabou por perder a causa e o dinossauro foi vendido em leilão por mais de seis milhões de euros.
Já este ano, as autoridades americanas tiveram de entregar à Mongólia um tiranossauro asiático (Tyrannosaurus bataar) que tinha sido roubado do país de origem e leiloado online por uma empresa com sede em Dallas, no Texas.

Chuck Berry - 87 anos

Chuck Berry, nome artístico de Charles Edward Anderson Berry (Saint Louis, 18 de outubro de 1926) é um compositor, cantor e guitarrista americano. É apontado por muitos como o inventor do rock and roll. Apesar de ninguém poder garantir que criou o rock and roll sozinho, já que o estilo é produto de um contexto do pós-guerra nos EUA e da mistura de blues, country, música gospel e folk que era feita por vários músicos durante a época, Chuck Berry é considerado, e correctamente, um dos pioneiros do estilo justamente por ter feito a mistura funcionar. De um forma geral só se pode afirmar que o rock and roll foi criado pelos seus pioneiros, o que inclui vários músicos.
Foi eleito pela revista Rolling Stone o 5º maior artista da música de todos os tempos, e foi considerado o quinto melhor guitarrista do mundo pela mesma revista.

Peter Tosh nasceu há 69 anos

Peter Tosh com Robbie Shakespeare, 1978

Winston Hubert McIntosh, mais conhecido como Peter Tosh (Westmoreland, 18 de outubro de 1944Kingston, 11 de setembro de 1987) foi um pioneiro músico de reggae/ska, conhecido pela sua militância, por ser bem-instruído e por se meter frequentemente em confusões.


A teocracia iraniana quer executar duas vezes o mesmo homem

Irão determinado a executar preso que sobreviveu a enforcamento

Polícia iraniano à espera do início de uma execução


Amnistia Internacional faz campanha contra aplicação da sentença a homem que foi entregue à família vivo no dia a seguir à execução.

Alireza M., de 37 anos, foi enforcado numa manhã de outono. Após 12 minutos, foi pronunciado morto. Mas no dia seguinte, enquanto entregava o corpo à família, um trabalhador da morgue viu vapor no plástico. Não se sabe como, Alireza sobreviveu ao enforcamento. A Amnistia Internacional (AI) lançou uma campanha contra a aplicação da sentença.
“Não queríamos acreditar que estava vivo quando fomos buscar o corpo”, diz um familiar. “Mais do que qualquer pessoa, as suas duas filhas ficaram muito felizes”, contou. O estado de saúde de Alireza tem vindo a melhorar de dia para dia, disse, pelo seu lado, uma enfermeira ao jornal estatal Jam-e-Jam, que tem acompanhado o estranho caso que ocorreu no Norte do país.
Mas Alireza está a recuperar apenas para ser enforcado de novo. A lei iraniana diz que os condenados têm de estar conscientes e em relativa boa saúde antes de serem executados – as execuções de pessoas em coma ou que estejam grávidas são adiadas.
A Amnistia Internacional lançou agora uma campanha para poupar o prisioneiro, que tinha sido condenado por posse de metanfetaminas, a um segundo enforcamento. Em alguns casos, por exemplo, se alguém é condenado à morte por apedrejamento, se a pessoa conseguir sair do local depois de ser enterrada até ao pescoço, ou se conseguir de algum modo sobreviver, a sua vida é poupada, aponta o diário britânico The Guardian.
Mas as autoridades iranianas permanecem convictas: “A sentença do tribunal revolucionário foi a pena de morte”, disse Mohammad Erfan, juiz do tribunal que condenou o preso. “Nestas circunstâncias, deveria ser repetida.” “O veredicto foi a pena de morte e esta será levada a cabo assim que ele fique bem”, garantiu outro responsável citado pela BBC.
“Estou horrorizado com o plano de ‘reexecutar’ um homem que foi enforcado, teve a morte certificada e cujo corpo foi entregue à família”, disse Drewery Dyke, responsável da Amnistia, ao The Guardian. “A perspectiva horrífica de este homem enfrentar um segundo enforcamento, quando já passou por todo o processo uma vez, sublinha a crueldade e desumanidade da pena de morte”, avaliou, por seu lado, Philip Luther, director da AI para o Médio Oriente e Norte de África.
A Amnistia sublinha que o Irão é dos países que mais pessoas executam, provavelmente o segundo, logo a seguir à China. Desde a tomada de posse do novo Presidente, Hassan Rohani, foram mortas 125 pessoas por decisão judicial, nota a organização de defesa de direitos humanos.

in Público - ler notícia

Notícia sobre o Doutor Jorge Dinis no blog LusoDinos

Jorge Dinis no Cabo Espichel (agosto de 2012)

O paleontólogo que honramos este mês na rúbrica Paleontólogos é o Prof. Jorge Dinis, da Universidade de Coimbra, que se encontra neste preciso momento a lutar pela vida após um acidente de viação que o deixou em coma profundo desde 30 de setembro.

Jorge Manuel Leitão Dinis é Licenciado em Geologia (Ramo Científico) na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em 1986, com 15 valores.
Frequentou em 1993 dois módulos do Mestrado em Geologia do Subsolo organizado pela Universidade Complutense de Madrid e pela Universidade Politécnica de Madrid:
Em fevereiro de 2000 apresentou na Universidade de Coimbra a Tese de Doutoramento em Geologia, especialidade de Estratigrafia e Paleontologia, intitulada “Estratigrafia e sedimentologia da Formação de Figueira da Foz - Aptiano a Cenomaniano do sector norte da Bacia Lusitânica”, aprovada por Unanimidade, com Distinção e Louvor.
Desde 13/12/84, e durante os anos lectivos de 1984/85 e 1985/86 exerceu, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, as funções de Monitor do grupo de Mineralogia e Geologia, lugar que ocupou até à altura em que passou a exercer as funções de Assistente Estagiário.
Em 4 de dezembro de 1986 foi contratado como Assistente Estagiário, além do quadro, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Tendo apresentado Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica em 15 e 16 de outubro de 1990, foi aprovado com a classificação de "Muito Bom", passando assim à categoria de Assistente.
Após a aprovação nas provas de Doutoramento, é Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desde Fevereiro de 2000.
Obteve Nomeação Definitiva na mesma categoria e mesma instituição em 28 de setembro de 2005, com efeitos desde 18 de Fevereiro de 2006.

  1. É atualmente investigador no centro de investigação do IMAR-CMA Instituto do Mar. Apesar de o seu perfil ser mais ligado à geologia sedimentar, ele tem contribuído para a Paleontologia através de contribuições em estudos de paleobotânica, invertebrados e vertebrados.


    Os seus interesses incluem: Sedimentologia de sistemas clásticos: continentais, estuarinos e costeiros, Estratigrafia e ambientes deposicionais do Cretácico inferior, Jurássico Superior e Holocénico do centro oeste de Portugal, Gestão e ordenamento das áreas costeiras, Preservação e valorização do Património Geológico, Geomorfologia do Quaternário, Correlações estratigráficas, interpretação paleoambiental e cronostratigrafia do Cretácico inferior e do Jurássico Superior da Bacia Lusitânica.
    Eu (O. Mateus) e o Jorge Dinis temos dois trabalhos em conjunto: um sobre a Formação da Lourinhã, como resultado da visita de estudo do congresso Strati 2013 com o Prof. Pedro Proença e Cunha, e outro trabalho sobre a transição Jurássico/Cretácico em Portugal. Essa experiência permitiu-me ir para o campo várias vezes com ele e posso relatar que é um grande geólogo e amigo: erudito, trabalhador, inteligente e divertido. Desejamos ao nosso amigo e colega Jorge Dinis as rápidas melhoras e a nossa solidariedade à família.
Jorge Dinis, à direita, numa explicação de campo a sul da Praia da Consolação (junho de 2013)



Bibliografia seleccionada:

  • Heimhofer, U., Hochuli, P. A., Burla, S., Dinis, J. M. L., Weissert, H. (2005). Timing of Early Cretaceous angiosperm diversification and possible links to major paleoenvironmental change. Geology, 33(2), 141-144.
  • Dinis, J. L., Rey, J., Cunha, P. P., Callapez, P., & Pena dos Reis, R. (2008). Stratigraphy and allogenic controls of the western Portugal Cretaceous: an updated synthesis. Cretaceous Research, 29(5), 772-780.
  • Reis, R. P., Cunha, P. P., Dinis, J., & Trincao, P. R. (2000). Geological evolution of the Lusitanian Basin (Portugal) during the Late Jurassic.
  • Dinis, J. L., & Trincão, P. (1995). Recognition and stratigraphical significance of the Aptian unconformity in the Lusitanian Basin, Portugal. Cretaceous Research, 16(2-3), 171-186.
  • Rey, J., & Dinis, J. L. (2004). Shallow marine to fluvial interplay in the Lower Cretaceous of central Portugal: sedimentology, cycles and controls. In Cretaceous and Cenozoic events in West Iberia margins, 23rd IAS Meeting of Sedimentology Field Trip Guidebook (Vol. 2, pp. 5-35).
  • Salminen, J., Dinis, J., Mateus, O. 2013 Preliminary magnetostratigraphy for Jurassic/Cretaceous transition in Porto da Calada, Portugal.
  • Dinis, J. L., Henriques, V., Freitas, M. C., Andrade, C., Costa, P. (2006). Natural to anthropogenic forcing in the Holocene evolution of three coastal lagoons (Caldas da Rainha valley, western Portugal). Quaternary international,150(1), 41-51.
  • Pena dos Reis, R., Dinis, J. L., Proenca Cunha, P., & Trincão, P. (1996). Upper Jurassic sedimentary infill and tectonics of the Lusitanian Basin (Western Portugal). In GeoResearch Forum (Vol. 1, No. 2, pp. 377-386).

Informação e partes dos textos deste post são proveniente das seguintes fontes:

pt.linkedin.com/pub/jorge-dinis/24/4b2/805



in LusoDinos - post de Octávio Mateus

O cantor Ne-Yo nasceu há 31 anos

Shaffer Chimere Smith (Camden, 18 de outubro de 1982), mais conhecido pelo seu nome artístico Ne-Yo, é um cantor de pop/R&B, compositor, produtor, dançarino e ator norte-americano. Ne-Yo lançou o seu primeiro disco em 2006 com 23 anos de idade, chamado In My Own Words.
No ano de 2007 lançou o segundo disco, chamando-se Because of You. Imitando o sucesso do primeiro, estreou também em primeiro lugar na Billboard 200, tornando-se o segundo álbum número um do cantor. Com as músicas de trabalho "Because of You" e "Crazy", esta última com a participação de Jay-Z, Ne-Yo atingiu o topo de paradas pop sem maiores dificuldades. Como prova desta repercussão, o disco vendeu em torno de 250 mil cópias somente na primeira semana, e mais de um milhão e meio no mundo todo até hoje. Ainda no ano de 2007, Ne-Yo participou dos filmes Save the Last Dance 2 e Stomp The Yard e Battle: Los Angeles e Red Tails.
Em 2008 lançou o seu terceiro disco, chamado Year of the Gentleman, cujas músicas de trabalhos são Closer, Miss Independent e Mad. Entre seus mais novos hits de sucesso encontra-se "Never Knew I Needed", que é o single promocional para o filme da Walt Disney The Princess and the Frog (A Princesa e o Sapo).
O seu quarto álbum de estúdio, Libra Scale, foi lançado a 22 de novembro de 2010. Ele recebeu elogios por parte dos críticos de música mas foi um fracasso comercial.


Charles Gounod morreu há 120 anos

Charles Gounod (Paris, 17 de junho de 1818Saint-Cloud, 18 de outubro de 1893) foi um compositor francês famoso sobretudo por suas óperas e música religiosa.

Gounod era filho de um pintor e uma pianista. Muito jovem, entrou para o Conservatório de Paris, onde foi aluno de Jacques Fromental Halévy e Lesueur. Em 1839, compôs uma cantata (Ferdinand) e ganhou o Prix de Rome, um prémio famoso para jovens compositores, que dava direito a uma bolsa de estudos na Itália. Naquele país, ele entrou em contacto com a música polifónica do século XVI, que o fascinou. Tomado por ideias místicas (que nunca o abandonaram completamente), ele pensou em entrar para o sacerdócio, e começou a compor música religiosa. Terminados os seus estudos em Itália, ele regressou a França, mas não sem antes passar por Viena, e assumiu o cargo de organista na Igreja das Missões Estrangeiras, em Paris, que ocupou durante três anos. Nessa época, ficou a conhecer duas mulheres que tiveram grande influência na sua vida: uma foi a cantora Pauline Viardot, que o introduziu no mundo da ópera, e a outra foi Fanny Hensel, que apresentou a Gounod o seu irmão, o célebre compositor Felix Mendelssohn. Através de Mendelssohn, Gounod entrou em contacto com a música de Bach, então pouco conhecida.
A primeira ópera de Gounod, Sapho, estreou em 1851. Várias óperas se seguiram, mas as mais importantes são Fausto (1859), Mireille (1864), Roméo et Juliette (1867) - todas as três estão entre as mais populares do repertório operístico francês.
Ao rebentar a Guerra Franco-Prussiana (1870), Gounod refugiou-se na Inglaterra, onde permaneceu até 1875. Lá, ele teve uma amante inglesa, Georgina Weldon, e sua música fez grande sucesso na Inglaterra vitoriana.
Nos últimos anos de vida, Gounod só compôs música religiosa.


O pintor italiano Canaletto nasceu há 316 anos

Canaletto (Veneza, 17 de outubro de 1697 - Veneza, 19 de abril de 1768 - 70 anos), de seu verdadeiro nome Giovanni Antonio Canal foi um artista famoso pelas suas paisagens urbanas de Veneza. Era filho do pintor Bernardo Canal, daí o nome Canaletto. Em 1746 mudou-se para Londres, onde se dedicou a pintar paisagens inglesas.
Também se conhece como Canaletto o pintor Bernardo Bellotto, seu sobrinho.

Canaletto, circa 1738 - The J. Paul Getty Museum, Los Angeles

Notícia sobre paleontologia, artrópodes e aracnídeos

Descoberto fóssil com sistema nervoso similar ao da aranha

O sistema nervoso encontrado num fóssil de um artrópode de "grandes apêndices" de 520 milhões de anos guarda vestígios que o vinculam ao grupo que engloba as aranhas e os escorpiões, segundo um estudo divulgado ontem pela Nature.

Uma equipa liderada por Nick Strausfeld, da Universidade de Arizona, nos Estados Unidos, e Greg Edgecombe, do Museu de História Natural de Londres, analisou esse fóssil perfeitamente preservado de artrópode de "grandes apêndices" (antenas, mandíbulas ou patas).
O objetivo é tentar estabelecer uma relação evolutiva destes exemplares, objeto de muitos debates científicos.
Estes artrópodes de "grandes apêndices" sobrepostos na cabeça constituem um grupo extinto de criaturas de patas unidas que nadavam ou se arrastavam há 520 milhões de anos e cuja configuração nunca foi vista nos artrópodes modernos.
Um dos debates sobre a evolução dos insetos, aranhas e estes exemplares estuda como os diferentes segmentos da cabeça se relacionam nos diversos grupos.
Quando os apêndices têm aspeto diferente, a melhor maneira é estudar o sistema nervoso, de acordo com o estudo.
Os especialistas analisaram a neuroanatomia de um sistema nervoso completo encontrado num fóssil de exemplar de artrópode de há 520 milhões de anos não descrito anteriormente.
Identificaram uma criatura de três centímetros de comprimento, encontrada em Chengjiang, na China, como representante do extinto género Alalcomenaeus.

in DN - ler notícia

Manuel Vázquez Montalbán, o criador do detetive Pepe Carvalho, morreu há 10 anos

(imagem daqui)

Manuel Vázquez Montalbán (Barcelona, 14 de junho de 1939 - Banguecoque, Tailândia, 18 de outubro de 2003) foi um escritor, jornalista espanhol, poeta e novelista espanhol, de orientação política comunista e adepto do F. C. Barcelona.

O seu pai, Evaristo Vázquez, republicano exilado em França, entrou clandestinamente em Espanha para conhecer o filho recém-nascido e foi preso. Enquanto estudava jornalismo, Montalbán trabalhou como cobrador de uma casa funerária e deu aulas no seu bairro. Estudou Filosofia e Letras na Universidade Autónoma de Barcelona.
O seu primeiro trabalho profissional foi uma biografia do Cid. Em 1960 foi chefe nacional de propaganda do Servicio Universitário del Trabajo e depois colaborador interno da imprensa do Movimiento. Em 1961 casou com Ana Sallés e depois passou um ano e meio na prisão por ter participado numa manifestação. Ali escreveu o seu ensaio Informe sobre la información (1963). Entre 1963 e 1969 foi-lhe proibido o acesso aos meios de comunicação, e foi-lhe retirado o passaporte até 1972.
Participou na revista CAU (1970-74) e foi colaborador fixo da Triunfo e animador indiscutível das revistas Mundo Obrero, La Calle e Interviú. Em 1977 ingressou no Comité Central do Partido Socialista Unificado da Catalunha.
Montalbán é o criador do detetive galego Pepe Carvalho, protagonista de uma série policial que se passa em Barcelona. Escreveu ainda livros de poesia e vários ensaios. Publicou também a Autobiografia do General Franco (1992).

Pepe Carvalho (daqui)

Inútil escrutar tan alto cielo...

Inútil escrutar tan alto cielo
inútil cosmonauta el que no sabe
el nombre de las cosas que le ignoran
el color del dolor que no le mata

inútil cosmonauta
el que contempla estrellas
para no ver las ratas.

in
Pero el viajero que huye (1990) - Manuel Vázquez Montalbán

quinta-feira, outubro 17, 2013

Sobre a Educação, as Escolas e o burro que morreu de fome...

Opinião
A fábula do burro e a educação


A estória é bem conhecida mas lembro-a rapidamente: o dono de um burro teve que se ausentar e deixou dinheiro a um vizinho para ir comprando comida para o animal enquanto ele estava fora. O vizinho, para poupar dinheiro, foi dando cada vez menos comida ao burro até que ele morreu de fome. O comentário do desajeitado aforrador foi: “Que pena! O animal foi morrer logo agora, quando já estava quase habituado a não comer!”.

O orçamento proposto pelo Governo para 2014 corta – em cima dos cortes anteriores – mais 314 milhões de euros no Ministério da Educação. Os gastos com professores e auxiliares no ensino básico representam um corte de 13% em relação ao orçamento anterior.

Não é razoável afirmar que não é possível racionalizar alguns gastos na Educação: o esforço sobre-humano que o país está a fazer para recuperar das incursões de rapina feitas pela ganância nacional e internacional, convoca-nos a todos para um esforço de contenção de despesa. Certo! Mas…

Reduzir professores e auxiliares é cortar a força da educação. Vejamos: não podemos defender que, se tudo está a funcionar dentro da lei, logo está bem. A questão é que nem tudo está a funcionar dentro da lei: continuam a faltar, por exemplo, professores de Educação Especial nas escolas, continuam a faltar técnicos em número e tempo de atuação para apoiar alunos com dificuldades. Depois temos que considerar que muitos projetos das escolas se foram desenvolvendo tendo em conta parcerias e acordos pontuais que permitiram um notável aumento da oferta educativa das escolas. Pensar pois estritamente no “cumprimento da lei” não é nem verdadeiro – dado que a lei não está a ser cumprida – nem conveniente porque exclui muitos projetos e apoios que as escolas conseguiram construir localmente.

A questão dos auxiliares de educação é também importante. De novo dou como exemplo os alunos com dificuldades: há alunos que, se não tiverem um apoio para a sua permanência na escola, para a sua higiene, para a sua alimentação, dificilmente poderão usufruir de um serviço que lhes é essencial para o seu desenvolvimento e socialização.

Assim, reduzir professores e auxiliares, é uma poupança que nos vai custar muito caro. Cada vez mais as nossas escolas vão estar preparadas para educar alunos que têm ambientes familiares estimulantes e que lhes permitem seguir o currículo sem a necessidade de apoios. Para os outros, aqueles cada vez mais numerosos que não têm em casa, quem lhes dê apoio ou quem lhes possa pagar este apoio, a escola está cada vez mais pobre. Pobre porque não consegue criar ambientes de aprendizagem diferenciados que tenham atenção aos diferentes ritmos e condições de aprendizagem; pobre porque cada vez mais é encorajada a atuar como se os alunos se dividissem em “normais” – aqueles que aprendem da forma como tradicionalmente se ensina e os “especiais” aqueles que dão problemas e que não se tem possibilidades e recursos para ensinar.

E voltamos à fábula do burro. Todos estes cortes têm os seus efeitos: um dia perdemos uma auxiliar, daqui a meses um professor, para o ano mais duas auxiliares, e assim vamos… Tal como o burro vamo-nos desabituando de comer… A questão que é preciso recordar é o final da estória: o burro morreu. Quer dizer que estes cortes na educação vão-nos distanciando de uma escola para todos em cuja construção estivemos empenhados durante muitos anos. Não se trata só de racionalizar os gastos, o problema é que estamos a retomar uma conceção de escola – à semelhança da escola de má memória do “antigamente” – que ensine quem quer, quem está preparado, quem se comporta, quem ao fim e ao cabo se apresenta como um aluno “normal”.

Era muito bom que não nos conformássemos, que não nos habituássemos a esta dieta de recursos que fazem regredir a nossa educação e que leva a que muitos milhares de alunos – que podiam e são os nossos filhos – se sintam estrangeiros numa escola que foi feita para eles.

*Professor Universitário e presidente da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial.

Arqueologia e tafonomia numa estranha notícia sobre seres humanos, incêndios e um sismo

Como quatro cérebros cozidos há 4000 anos chegaram até nós

Um dos cérebros fossilizados com 4000 anos

Cérebros encontrados na escavação

Um dos esqueletos encontrados na escavação

Casa onde se descobriram os cérebros

Condições únicas de mumificação permitiram a preservação de quatro cérebros humanos na região da Anatólia, na Turquia.

Nos últimos oito anos, escavações – que antecederam a exploração de carvão que a empresa Seyitömer Lignite quer fazer no monte Seyitömer Höyük, na região de Kütahya, na Turquia – puseram a descoberto cinco milénios de história da humanidade, cerca de 17 mil artefactos e, agora, quatro cérebros humanos cozidos. O estudo destes cérebros cozidos e bem conservados foi publicado online na revista Homo – Journal of Comparative Human Biology.
O monte, de 23,5 metros de altura, que corresponde a uma zona de habitação ancestral com 150 metros quadrado, mostra sinais de um sismo ocorrido na Idade do Bronze, que terá levado à queda de casas e consequente incêndio, deixando subterradas e carbonizadas pelo menos seis pessoas. Os seus esqueletos foram encontrados no interior de uma casa, rodeados por outros objectos também carbonizados. Mas o que mais impressionou os cientistas foram os cérebros dentro de quatro dos crânios, com 4.000 anos.
Noticiada pela revista britânica Newscientist, esta foi uma descoberta extremamente rara porque os tecidos do cérebro são os que se decompõem mais rapidamente após a morte. A mumificação natural, responsável pela fraca deterioração dos tecidos dos cadáveres, ocorre em condições específicas, como temperaturas muito baixas (como nos glaciares), ambiente seco (como no deserto) e condições ácidas ou com baixa concentração de oxigénio (como nas turfeiras).
Para a conservação destes cérebros contribuíram vários factores. Logo após a morte dos indivíduos, o incêndio e as altas temperaturas originadas fizeram com que os cérebros fossem cozidos nos próprios fluídos cerebrais. Para além disso, o incêndio consumiu todo o oxigénio e a humidade presente no espaço, criando mais uma condição para a conservação dos cérebros.
Depois de subterrados, contaram com o próprio solo para manterem a integridade. O boro (elemento químico) é um repelente natural de insectos e bactérias e era utilizado nas mumificações no Egipto. O potássio, magnésio e alumínio, elementos químicos responsáveis por tornarem o solo alcalino (pH alto), promovem a saponificação, formação da “cera dos cadáveres” que preservou o formato dos tecidos cerebrais.
No cérebro em melhor estado de preservação, que será exposto num museu, a equipa de cientistas, liderada por Meriç Altinöz, do Departamento de Biologia Molecular e Genética da Universidade de Halic, na Turquia, já fez uma tomografia axial computorizada (TAC). Neste exame, identificaram-se todas as regiões cerebrais. Pela observação directa detectaram-se também algumas perturbações nos lobos frontais desse cérebro.
  
Para uma história das doenças neurológicas
Noutros dois cérebros foram sujeitos à observação microscópica de “fatias” dos seus tecidos e à análise dos componentes biológicos (como gorduras) ou de elementos químicos (também analisados no solo do local), comparando-os com os de outros cérebros mumificados e com cérebros actuais.
Vários metais pesados (como mercúrio e alumínio) foram encontrados tanto no cérebro como nos ossos e dentes, e também no solo, mostrando que, para além da contaminação que possa ter existido devido aos cadáveres estarem subterrados, houve incorporação desses elementos durante a vida dos indivíduos, sinal de uma actividade profissional que implicava, por exemplo, a exploração mineira e a exposição aos elementos presentes nos solos daquela região.
Salvo temporariamente da exploração mineira, espera-se que este local arqueológico, escavado pela equipa de Nejat Bilgen, do Departamento de Arqueologia da Universidade Dumlupinar, também na Turquia, traga contributos para a história da região da Anatólia. E não só.
“Os cérebros de Seyitömer contribuíram com mais informação sobre novas formas de tafonomia (estudo de organismos em decomposição ao longo do tempo e como fossilizaram) nos tecidos humanos”, conclui a equipa de Meriç Altinöz, no artigo científico. Num comentário à descoberta na revista Newscientist, Frank Rühli, da Universidade de Zurique (na Suíça), que não fez parte do estudo, destacou, por sua vez, como é importante verificar se nos crânios encontrados em escavações arqueológicas ainda restaram tecidos cerebrais. “Se quisermos saber mais sobre a história das doenças neurológicas, temos de ter tecidos como estes”, acrescentou.


O Parque Jurássico em versão paleontológica

Descoberto fóssil raro de mosquito com sangue na barriga

Um fóssil único de um mosquito de 46 milhões de anos, com a barriga cheia de sangue seco, foi encontrado numa zona ribeirinha de Montana, Estados Unidos, revelaram na segunda-feira investigadores norte-americanos.

"É um fóssil extremamente raro, o único do seu género no mundo", disse Dale Greenwalt, coordenador do estudo na Academia Nacional de Ciências.

Instrumentos de tecnologia de ponta detetaram traços inconfundíveis de ferro no seu abdómen inchado, mas de que criatura veio o sangue é um mistério, já que o ADN não pode ser extraído de um fóssil tão antigo.

Greenwalt afirmou que deve ter sido sangue de uma ave, uma vez que o velho mosquito antecedeu um moderno do género Culicidae, que gosta de se alimentar de pássaros.

"Mas isto pode ser pura especulação", declarou Greenwalt, um bioquímico aposentado, voluntário no Museu de História Natural em Washington.

Ainda que distante do mais antigo fóssil de mosquito - a honra vai para um de 95 milhões de anos descoberto em Myanmar - a entomologista Lynn Kimsey, da Universidade da Califórnia, disse ser "uma descoberta muito excitante".

in DN - ler notícia

Notícia sobre o meteorito que caiu em fevereiro na Rússia

Oito meses depois
Encontrado fragmento do meteorito que caiu na Rússia

Um fragmento gigante do meteorito que caiu em fevereiro passado na região dos montes Urais (centro-oeste da Rússia), que provocou na altura mais de mil feridos, foi hoje retirado de um lago, segundo a televisão russa.

O fragmento, com cerca de metro e meio de comprimento, foi resgatado do lago Tchebarkoul, que fica perto da zona de impacto do meteorito. A operação, que envolveu mergulhadores, foi transmitida em direto na televisão.
Durante os trabalhos, o fragmento acabou por dividir-se em pelo menos três partes.
Os cientistas envolvidos na operação não conseguiram determinar o peso exato do fragmento, uma vez que a balança utilizada no local estragou-se depois de ultrapassada a fasquia dos 570 quilos.
"Segundo os primeiros testes, podemos afirmar que é um fragmento de um meteorito", afirmou o professor da universidade de Tcheliabinsk, Serguei Zamozdra, em declarações à agência Interfax.
"É o maior fragmento do meteorito e estará provavelmente entre os 10 maiores meteoritos alguma vez encontrados", sublinhou Zamozdra.
Outros peritos citados pelas agências internacionais admitiram a necessidade de testes suplementares.
Mais de 12 fragmentos identificados aparentemente como meteoritos foram retirados do lago Tchebarkoul desde fevereiro passado, mas apenas quatro reuniam as características exatas.
A 15 de fevereiro, um meteorito caiu a cerca de 80 quilómetros da cidade de Tcheliabinsk, na região dos montes Urais.
Segundo a agência espacial norte-americana, a NASA, o meteorito, cuja queda provocou mais de 1.500 feridos, incluindo 319 crianças, tinha uma massa de cerca de 10 mil toneladas quando entrou na atmosfera.

in DN - ler a notícia

Música para geopedrados...



NOTA: outra versão, para fanáticos de SMS's, da mesma canção:


Chopin morreu há 164 anos

Frédéric François Chopin também chamado Fryderyk Franciszek Chopin (Żelazowa Wola, 1 de março de 1810 - Paris, 17 de outubro de 1849) foi um pianista polaco radicado na França e compositor para piano da era romântica. É amplamente conhecido como um dos maiores compositores para piano e um dos pianistas mais importantes da história. A sua técnica refinada e sua elaboração harmónica vêm sendo comparadas historicamente com as de outros génios da música, como Mozart e Beethoven, assim como a sua duradoura influência na música até os dias de hoje.


O poeta António Ramos Rosa nasceu há 89 anos

(imagem daqui)

António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de outubro de 1924 - Lisboa, 23 de setembro de 2013), foi um poeta português e desenhador.
Ramos Rosa estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde. Em 1958 publica no jornal «A Voz de Loulé» o poema "Os dias, sem matéria". No mesmo ano sai o seu primeiro livro, «O Grito Claro», n.º 1 da colecção de poesia «A Palavra», editada em Faro e dirigida pelo seu amigo e também poeta Casimiro de Brito. Ainda nesse ano inicia a publicação da revista «Cadernos do Meio-Dia», que em 1960 encerra a edição, por ordem da polícia política.
Fez parte do MUD Juvenil.
O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.

Prémios

Obras (incompleto)
  • 1958 - O Grito Claro
  • 1960 - Viagem Através duma Nebulosa
  • 1961 - Voz Inicial
  • 1961 - Sobre o Rosto da Terra
  • 1963 - Ocupação do Espaço
  • 1964 - Terrear
  • 1966 - Estou Vivo e Escrevo Sol
  • 1969 - A Construção do Corpo
  • 1970 - Nos Seus Olhos de Silêncio
  • 1972 - A Pedra Nua
  • 1974 - Não Posso Adiar o Coração (vol.I, da Obra Poética)
  • 1975 - Animal Olhar (vol.II, da Obra Poética)
  • 1975 - Respirar a Sombra (vol.III, da Obra Poética)
  • 1975 - Ciclo do Cavalo
  • 1977 - Boca Incompleta
  • 1977 - A Imagem
  • 1978 - As Marcas no Deserto
  • 1978 - A Nuvem Sobre a Página
  • 1979 - Figurações
  • 1979 - Círculo Aberto
  • 1980 - O Incêndio dos Aspectos
  • 1980 - Declives
  • 1980 - Le Domaine Enchanté
  • 1980 - Figura: Fragmentos
  • 1980 - As Marcas do Deserto
  • 1981 - O Centro na Distância
  • 1982 - O Incerto Exacto
  • 1983 - Quando o Inexorável
  • 1983 - Gravitações
  • 1984 - Dinâmica Subtil
  • 1985 - Ficção
  • 1985 - Mediadoras
  • 1986 - Volante Verde
  • 1986 - Vinte Poemas para Albano Martins
  • 1986 - Clareiras
  • 1987 - No Calcanhar do Vento
  • 1988 - O Livro da Ignorância
  • 1988 - O Deus Nu(lo)
  • 1989 - Três Lições Materiais
  • 1989 - Acordes
  • 1989 - Duas Águas, Um Rio (colaboração com Casimiro de Brito)
  • 1990 - O Não e o Sim
  • 1990 - Facilidade do Ar
  • 1990 - Estrias
  • 1991 - A Rosa Esquerda
  • 1991 - Oásis Branco
  • 1992 - Pólen- Silêncio
  • 1992 - As Armas Imprecisas
  • 1992 - Clamores
  • 1992 - Dezassete Poemas
  • 1993 - Lâmpadas Com Alguns Insectos
  • 1994 - O Teu Rosto
  • 1994 - O Navio da Matéria
  • 1995 - Três
  • 1996 - Delta
  • 1996 - Figuras Solares
  •  La herida intacta - A intacta ferida. Ediciones Sequitur, Madrid, 2009 (em castelhano)

Revistas em que colaborou

Jornais em que colaborou:



A Partir da Ausência 

Imaginar a forma
doutro ser Na língua,
proferir o seu desejo
O toque inteiro

Não existir

Se o digo acendo os filamentos
desta nocturna lâmpada
A pedra toco do silêncio densa
Os veios de um sangue escuro

Um muro vivo preso a mil raízes

Mas não o vinho límpido
de um corpo
A lucidez da terra
E se respiro a boca não atinge
a nudez una
onde começo

Era com o sol E era
um corpo

Onde agora a mão se perde
E era o espaço

Onde não é

O que resta do corpo?
Uma matéria negra e fria?
Um hausto de desejo
retém ainda o calor de uma sílaba?

As palavras soçobram rente ao muro
A terra sopra outros vocábulos nus
Entre os ossos e as ervas,
uma outra mão ténue
refaz o rosto escuro
doutro poema



in A Nuvem Sobre a Página (1978) - António Ramos Rosa

quarta-feira, outubro 16, 2013

Adriano Correia de Oliveira morreu há 31 anos

(imagem daqui)

Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira (Porto, 9 de abril de 1942 - Avintes, 16 de outubro de 1982) foi um músico português que se mudou para Avintes ainda com poucos meses de vida.

Biografia
Filho de Joaquim Gomes de Oliveira e de sua mulher, Laura Correia, Adriano foi um intérprete do fado de Coimbra e cantor de intervenção. A sua família era marcadamente católica, crescendo num ambiente que descreveu como «marcadamente rural, entre videiras, cães domésticos e belas alamedas arborizadas com vista para o rio». Depois de frequentar o Liceu Alexandre Herculano, no Porto, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em 1959. Viveu na Real República Ras-Teparta, foi solista no Orfeon Académico, membro do Grupo Universitário de Danças e Cantares, ator no CITAC, guitarrista no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica e jogador de voleibol na Briosa. Na década de 1960 adere ao Partido Comunista Português, envolvendo-se nas greves académicas de 62, contra o salazarismo. Nesse ano foi candidato à Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo MUD.
Lança em 1963 o seu primeiro EP, Fados de Coimbra. Acompanhado por António Portugal e Rui Pato, o álbum continha a interpretação de Trova do vento que passa, poema de Manuel Alegre, que se tornaria uma espécie de hino da resistência dos estudantes à ditatura. Em 1967 gravou o álbum Adriano Correia de Oliveira, que, entre outras canções, tinha Canção com lágrimas.
Em 1966 casa-se com Maria Matilde de Lemos de Figueiredo Leite, filha do médico António Manuel Vieira de Figueiredo Leite e de sua mulher Maria Margarida de Seixas Nogueira de Lemos, depois casada com Carlos Acosta. O casal, que mais tarde se separaria, veio a ter dois filhos: Isabel, nascida em 1967 e José Manuel, nascido em 1971. Chamado a cumprir o Serviço Militar, em 1967, ficaria apenas a uma disciplina de se formar em Direito.
Em 1970 troca Coimbra por Lisboa, exercendo funções no Gabinete de Imprensa da FIL - Feira Industrial de Lisboa, até 1974. Ainda em 1969 vê editado o álbum O Canto e as Armas, revelando, de novo, vários poemas de Manuel Alegre. Pela sua obra recebe, no mesmo ano, o Prémio Pozal Domingues.
Lança Cantaremos, em 1970, e Gente d' aqui e de agora, em 1971, este último com o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, e composição de José Niza. Em 1973 lança Fados de Coimbra, em disco, e funda a Editora Edicta, com Carlos Vargas, para se tornar produtor na Orfeu, em 1974. Participa na fundação da Cooperativa Cantabril, logo após a Revolução dos Cravos e lança, em 1975, Que nunca mais, onde se inclui o tema Tejo que levas as águas. A revista inglesa Music Week elege-o Artista do Ano. Em 1980 lança o seu último álbum, Cantigas Portuguesas, ingressando no ano seguinte na Cooperativa Era Nova, em ruptura com a Cantabril.
Vítima de uma trágica hemorragia esofágica, morreu na quinta da família, em Avintes, nos braços da sua mãe.
A 24 de setembro de 1983 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade e a 24 de abril de 1994 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em ambos os casos a título póstumo.





E alegre se fez triste - Adriano Correia de Oliveira
Poema de Manuel Alegre e música de José Niza

Aquela clara madrugada que
viu lágrimas correrem no teu rosto
e alegre se fez triste como
chuva que viesse em pleno Agosto.

Ela só viu meus dedos nos teus dedos
meu nome no teu nome. E demorados
viu nossos olhos juntos nos segredos
que em silêncio dissemos separados.

A clara madrugada em que parti.
Só ela viu teu rosto olhando a estrada
por onde um automóvel se afastava.

E viu que a pátria estava toda em ti.
E ouviu dizer adeus: essa palavra
que fez tão triste a clara madrugada.