Mostrar mensagens com a etiqueta dodó. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta dodó. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, abril 11, 2025

A propósito de desextinções...

Seis espécies extintas que os cientistas ainda podem trazer de volta

 

 

Tigre da Tasmânia, no Jardim Zoológico de Hobart, em 1933

 

A desextinção está a progredir a passos largos. Esta semana, pela primeira vez na história, foi ressuscitada uma espécie anteriormente extinta: o Lobo Gigante. Mas há outras seis criaturas que a ciência poderá trazer de volta à vida.

Esta segunda-feira foi anunciada a primeira desextinção da história.

O Lobo Gigante, um canino extinto que caçou pela última vez há milhares de anos nas florestas e planícies da América do Norte da era Pleistocénica, terá sido agora ressuscitado pela Colossal Biosciences.

Estes lobos (Aenocyon dirus) viveram durante a última era glaciar (entre 2,6 milhões e 11.700 anos atrás) e foram extintos há mais de 10.000 anos.

A desextinção começa com amostras de ADN das espécies perdidas. Idealmente fazer-se-ia com o genoma completo; mas, na maior parte das vezes, os cientistas juntam genes da espécie extinta ao genoma de um animal vivo estreitamente relacionado.

Depois, num processo conhecido como transferência nuclear, os investigadores implantam esta sequência num óvulo retirado da espécie viva parecida. O animal resultante sairá geneticamente semelhante ao animal extinto.

Ou seja, apesar de se usar vulgarmente o termo “desextinção”, até ao momento, ainda não é possível trazer a 100% as espécies extintas.

Apesar disso, depois do Lobo Gigante, espera-se que os cientistas anunciem em breve outras espécies míticas desaparecidas. A Live Science fez uma lista de seis espécies extintas que os cientistas ainda podem trazer de volta.

 

Mamute-lanoso


 

Os mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) viveram entre 300.000 e 10.000 anos atrás, durante a última era glacial.

No entanto, uma pequena população isolada conseguiu sobreviver na Ilha Wrangel (na Rússia) até cerca de 4.000 anos atrás.

As mudanças no clima no final da idade do gelo, a caça e a diminuição da diversidade genética da população levou os mamutes-lanosos à extinção.

O permafrost no Ártico preservou as carcaças dos mamutes-lanosos e até a estrutura 3D do seu genoma.

Isto significa que os cientistas podem extrair ADN bem preservado e, potencialmente, montar uma sequência genética semelhante à dos animais originais.

Uma transferência nuclear seria feita, idealmente, com um óvulo de elefante moderno para dar origem a uma espécie semelhante ao mamute-lanoso.

A Colossal Biosciences prometeu trazer as primeiras crias deste mamute até 2028.

 

Dodó


O dodó (Raphus cucullatus) era uma ave grande que não voava, exclusiva da Maurícia, uma ilha ao largo da costa de Madagáscar.

Os dodós extinguiram-se no século XVII como resultado direto da colonização europeia e tornaram-se, por isso, um emblema da extinção causada pelo Homem.

Os colonizadores chegaram à Maurícia em 1598, trazendo consigo várias espécies não nativas, como ratos, gatos e até macacos.

Estes animais saquearam os ovos e as crias dos ninhos de dodó, reduzindo o número de aves na ilha para níveis críticos em apenas algumas décadas.

Juntamente com a desflorestação e a caça dos dodós pelos humanos, a predação acabou por levar à extinção da espécie em 1681.

Como refere a Live Science, atualmente, o ADN do dodó sobrevive em espécimes de museus de história natural. Em 2022, os cientistas reuniram o primeiro genoma de dodó.

No entanto, trazer o dodó de volta à vida não vai ser tão fácil como parece. Um dos grandes desafios é introduzir diversidade genética na sequência de ADN do dodó, para que não se crie uma população de clones.


Tigre da Tasmânia

 

Exemplar jovem de um tigre-da-Tasmânia em 1910

 

O tigre-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus), era um marsupial carnívoro, semelhante a um lobo, com riscas na parte inferior das costas, que viveu em toda a atual Austrália.

A espécie desapareceu do continente entre 3.000 e 2.000 anos atrás, mas uma população persistiu na ilha da Tasmânia.

No final do século XIX, os primeiros colonos europeus da Tasmânia começaram a caçar este animal, que era um predador de gado.

As matanças subsequentes levaram estes tigres à extinção, tendo o último indivíduo morrido num jardim zoológico em 1936.

Os também conhecidos como tilacinos são um bom candidato à desextinção porque existem muitos espécimes intactos dos quais se pode extrair ADN.

 
Pombo-passageiro

 

O pombo-passageiro (Ectopistes migratorius) já foi a espécie de ave mais abundante na América do Norte. Antes do século XVII, representava entre 25% e 40% da população total de aves.

Mas os colonos europeus caçavam os pombos e destruíram progressivamente o habitat das aves, causando a sua extinção.

Os pombos-passageiros viajavam em grandes bandos e reproduziam-se em comunidade, o que os tornava extremamente vulneráveis à caça.

O último pombo-passageiro conhecido morreu em 1914.

Os museus possuem dezenas de espécimes de pombos de passageiros empalhados, cujo ADN foi extraído e sequenciado pelos cientistas. Mas, como refere a Live Science, o ADN está tão fragmentado que é improvável que os investigadores tragam de volta o pombo-passageiro na sua forma original.

A mesma revista escreve que a empresa de biotecnologia Revive & Restore quer introduzir fragmentos de ADN do pombo-passageiro no genoma de pombos-da-cauda-banda (Patagioenas fasciata) modernos, o que dará origem a aves que se assemelham à espécie extinta.

A empresa tem como objetivo criar a primeira geração de pombos ainda em 2025.

 

Auroque
 
Os auroques, extintos há cerca de 400 anos, assemelham-se aos atuais bovinos
 

Os auroques (Bos primigenius) são os antepassados selvagens de todos os bovinos modernos.

Eram animais gigantes, com chifres, cuja área de distribuição se estendeu pelo Norte de África, Ásia e quase toda a Europa durante milhares de anos, datando os primeiros fósseis conhecidos de há cerca de.700 000 anos.

Os auroques foram os maiores mamíferos terrestres que restaram na Europa após o fim da última era glaciar. No entanto, os humanos levaram-nos à extinção devido à caça excessiva e à destruição do habitat.

O último auroque conhecido morreu em 1627 na floresta de Jaktorów, na Polónia.

Como escreve a Live Science, os esforços em curso para a “desextinção” dos auroques diferem dos de outras espécies extintas pelo facto de não necessitarem de engenharia genética. Isto, porque maior parte do ADN do auroque está presente nas raças modernas de gado,


Quagga
 

   

O quagga (Equus quagga quagga) é uma subespécie extinta das zebras.

As quaggas eram exclusivas da África do Sul e tinham menos riscas nos quartos traseiros do que as outras zebras.

Eram procuradas por caçadores devido às suas peles invulgares e por agricultores que queriam pastar o gado sem a concorrência de outros animais.

A perseguição implacável no século XIX levou à extinção da quagga na natureza. A última quagga em cativeiro morreu em 1883.

Hoje, existem apenas sete esqueletos de quagga, o que – como nota a Live Science – os torna os esqueletos mais raros do mundo.

Tal como acontece com a reprodução do auroque, os esforços para trazer o quagga de volta à vida também não envolvem engenharia genética.

Poderá ser possível clonar quaggas extraindo ADN da medula óssea de um esqueleto, injetando-o depois num óvulo de zebra.
   
in ZAP

sexta-feira, outubro 18, 2013

Notícia sobre o mercado legal e ilegal de fósseis...

Quer comprar um dinossauro de 17 metros?

O esqueleto vai a leilão a 27 de novembro

Leiloeira britânica vai pôr à venda um esqueleto completo de um saurópode, que foi descoberto nos EUA por duas crianças, filhas de um caçador de fósseis.

Aquele oásis era um paraíso para os animais cheios de sede devido à intensa seca, mas acabou por se revelar uma armadilha para todos os que ficaram presos nas suas lamas finas. Misty, como agora lhe chamam, estava longe de imaginar que, 150 milhões de anos depois, a iriam colocar à venda num leilão britânico, a mais de sete mil quilómetros de distância do leito de sedimentos prensados de onde foi retirada.
Esse lago jurássico aprisionou vários dinossauros, tanto herbívoros como carnívoros, que têm sido gradualmente descobertos pela empresa Dinosauria International, na Pedreira de Dana, no Wyoming, Estados Unidos.
Num dia de escavação, em 2009, o caçador de fósseis Raimund Albersdörfer, presidente da empresa, fez-se acompanhar dos dois filhos, de 11 e 14 anos, mas ficaram numa área afastada para que não perturbassem a escavação. "Ele [Raimund Albersdörfer] indicou-lhes um local, suficientemente perto mas fora da zona da escavação, onde supôs que houvesse apenas alguns fragmentos de menor importância. Mas eles [os filhos] voltaram ao fim do dia dizendo que tinham encontrado um osso enorme”, conta à CNN Errol Fuller, curador na leiloeira Summer Place, da coleção de história natural que vai a leilão, no próximo mês.
Ao fim de nove semanas de escavação, os cientistas conseguiram retirar o esqueleto completo de um Diplodocus longus, um dos maiores animais que alguma vez caminharam no nosso planeta. O saurópode, um herbívoro quadrúpede, de cauda e pescoço longos, tem 17 metros de comprimento e seis metros de altura. Chamaram-lhe Misty, porque a zona da pedreira onde a encontraram foi considerada “misteriosa”. Ao contrário do que se supunha, é rica em fósseis.

Meia dúzia de esqueletos completos
Estima-se que existam apenas seis esqueletos completos desta espécie em todo o mundo. O famoso Dippy, o esqueleto de Diplodocus à entrada do Museu de História Natural de Londres é uma réplica do exemplar do Museu Carnegie de História Natural em Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), e mesmo este resulta da combinação dos esqueletos de dois indivíduos, conforme revela o comunicado da leiloeira Summer Place.
A primeira viagem da Misty foi para chegar a um laboratório na Holanda, onde os seus ossos foram preparados por especialistas em fósseis, e agora viaja até Billingshurst, no Reino Unido, onde fará parte da colecção que será leiloada pela Summer Place a 27 de Novembro. Este exemplar é um gigantesco puzzle tridimensional, que ficará fixo por uma estrutura metálica. “Foi especialmente concebido para poder ser montado e desmontado”, diz Errol Fuller. “Nenhuma das peças é tão pesada que não possa ser transportada por duas pessoas.”
Este esqueleto, com um valor estimado entre 470 mil e 700 mil euros, faz parte da colecção Evolução, uma colecção de história natural, com peças antigas e modernas, que inclui ainda um fóssil de Ichthyosaurus (réptil marinho) com 150 milhões de anos, ossos de dodó (ave da ilha Maurícia extinta pelo homem no século XVII), outros fósseis, animais embalsamados, minerais e rochas.
Este espécime de saurópode, escavado na América do Norte e à venda na Europa, poderá ser comprado por algum magnata ou um museu de qualquer parte do mundo. Isto levanta questões sobre as restrições impostas pelos Estados Unidos à venda de fósseis encontrados no país. Errol Fuller alega que, como este fóssil foi descoberto numa propriedade privada, não estará sujeito a essas normas. Já nos anos de 1990 um problema semelhante tinha surgido com o fóssil de um Tyrannosaurus rex encontrado na propriedade privada de um índio sioux. O Governo norte-americano ainda confiscou os ossos, mas acabou por perder a causa e o dinossauro foi vendido em leilão por mais de seis milhões de euros.
Já este ano, as autoridades americanas tiveram de entregar à Mongólia um tiranossauro asiático (Tyrannosaurus bataar) que tinha sido roubado do país de origem e leiloado online por uma empresa com sede em Dallas, no Texas.

sexta-feira, julho 10, 2009

Vende-se retrato de dodó

Desenho holandês tem cerca de 350 anos

Ilustração até agora desconhecida do dodó vendida por mais de 71 mil euros
09.07.2009 - 18h35 PÚBLICO

A ilustração data do século XVII

Uma ilustração com 350 anos do dodó, até agora desconhecida, foi leiloada pela Christie’s londrina por 44.450 libras (71.609 euros), informa a casa leiloeira. O preço da venda superou muito as estimativas, que apontavam para um valor entre oito mil e 11 mil euros.

A ilustração é da escola holandesa, mas não tem autor conhecido. Há algumas possibilidades de ter sido feita a partir de um modelo vivo. Algumas destas grandes aves das Maurícias, que não voavam e não fugiam dos humanos (antes da chegada dos homens ao seu habitat, em 1598, não tinham de enfrentar predadores naturais), foram transportadas para a Europa.

A ave deve o nome popular à designação “pássaro doido”, que lhe deram os marinheiros portugueses – que podem ter visitado a ilha em 1507, ainda antes dos holandeses, que a baptizaram. Leva por nome científico “Raphus cucullatus” e seria um parente dos actuais pombos.

Os relatos dos marinheiros dizem que a sua carne sabia mal e era dura – ainda assim, foi caçado até à extinção em 1700. Não resta nenhum exemplar empalhado sequer, apenas alguns restos de ossos. No entanto, em 2005, em escavações nas ilhas Maurícias, foram descobertos vários ossos fossilizados.

A ilustração tem inscrito a palavra “Dronte”, a designação que os holandeses davam a este animal no século XVII. Julian Hume, especialista em dodós e paleontólogo no Museu de História Natural de Londres, comentou ao jornal britânico “The Telegraph” que a imagem é “muito interessante” e inovadora, dado que o animal aparece a três dimensões em lugar do habitual perfil. O desenho tem 26 por 21 centímetros.

“Há sempre muito interesse em material destes porque o dodó despertava uma grande curiosidade. Esta é, certamente, uma imagem pouco comum, apesar de a imagem não ser, francamente, muito boa”, disse outro especialista, Anthony Cheke.



NOTA - havendo um excelente livro de Clara Pinto Correia sobre dodós, é uma pena que não se explore mais estes assuntos e se continue a publicar textos com alguns erros científicos...