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sexta-feira, outubro 18, 2013

Notícia sobre paleontologia, artrópodes e aracnídeos

Descoberto fóssil com sistema nervoso similar ao da aranha

O sistema nervoso encontrado num fóssil de um artrópode de "grandes apêndices" de 520 milhões de anos guarda vestígios que o vinculam ao grupo que engloba as aranhas e os escorpiões, segundo um estudo divulgado ontem pela Nature.

Uma equipa liderada por Nick Strausfeld, da Universidade de Arizona, nos Estados Unidos, e Greg Edgecombe, do Museu de História Natural de Londres, analisou esse fóssil perfeitamente preservado de artrópode de "grandes apêndices" (antenas, mandíbulas ou patas).
O objetivo é tentar estabelecer uma relação evolutiva destes exemplares, objeto de muitos debates científicos.
Estes artrópodes de "grandes apêndices" sobrepostos na cabeça constituem um grupo extinto de criaturas de patas unidas que nadavam ou se arrastavam há 520 milhões de anos e cuja configuração nunca foi vista nos artrópodes modernos.
Um dos debates sobre a evolução dos insetos, aranhas e estes exemplares estuda como os diferentes segmentos da cabeça se relacionam nos diversos grupos.
Quando os apêndices têm aspeto diferente, a melhor maneira é estudar o sistema nervoso, de acordo com o estudo.
Os especialistas analisaram a neuroanatomia de um sistema nervoso completo encontrado num fóssil de exemplar de artrópode de há 520 milhões de anos não descrito anteriormente.
Identificaram uma criatura de três centímetros de comprimento, encontrada em Chengjiang, na China, como representante do extinto género Alalcomenaeus.

in DN - ler notícia

sexta-feira, junho 17, 2011

Guerra de Reinos: descoberto 1º caso de competição directa entre uma planta e um animal


Ambas as observações em meio selvagem e as experiências em laboratório indicam que uma espécie de aranha que habita os pântanos da Flórida influencia de forma negativa o vigor de uma planta carnívora ao “roubar” as presas de que se alimenta.

De acordo com um estudo recentemente publicado na revista Proceedings of the Royal Society B. não é necessário viajar ao mundo do imaginário como é o do saga dos Senhor dos Anéis para assistir a uma batalha entre reinos.

Segundo um grupo de investigadores da Universidade do Sul da Flórida, apenas há que deslocar-se até às zonas pantanosas de estado norte-americano onde habitam uma determinada espécie de aranha que dá pelo nome de aranha-lobo e uma planta carnívora pertencente ao género Drosera.

Observações realizadas no meio selvagem tinham sugerido que havia uma sobreposição do espectro alimentar de ambas as espécies, que consomem insectos, o que levou os cientistas a planear um conjunto de experiências em laboratório para determinar se havia, de facto, competição.

Para tal criaram 5 cenários distintos em aquários onde introduziram 6 exemplares de Drosera sp. e uma quantidade de solo recolhido no seu habitat natural: com uma aranha e elevada disponibilidade de alimento; com aranha e baixa disponibilidade de alimento; sem aranha e com elevada disponibilidade alimentar e sem aranha e sem alimento.

Os resultados revelaram que a presença da aranha condicionava de facto a vitalidade das plantas, reduzindo por exemplo o número de hastes com flor e o número de sementes. Por outro lado, as aranhas também revelaram ser sensíveis à presença das Drosera sp., tecendo teias maiores para garantir a captura das presas em situações que em que partilham o espaço com as plantas.

Os cientistas provaram pela primeira vez num meio terrestre, que um membro do Reino das Plantas e outro do Reino Animal podem competir pelos mesmos recursos. Depois de demonstrar que as plantas são prejudicadas pela presença das aranhas, resta saber se o inverso também se verifica, algo que será alvo de estudos futuros, segundo adiantou David Jennings, co-autor do artigo recentemente publicado.