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segunda-feira, maio 20, 2024

Pequena nota sobre o bólide de 18 de maio de 2024


Trajeto do bólide de 18.05.24, segundo o astrónomo José Augusto Matos


O pequeno meteoroide que provocou o fenómeno que foi visível em Portugal e Espanha a que chamos meteoro (o meteoroide é um pedaço de rocha ou de cometa no espaço que, puxado pela gravidade da Terra, ao entrar na atmosfera a uma enorme velocidade, aquece e é parcialmente - ou totalmente... - vaporizado, vendo-se e podendo-se ouvir então o meteoro; se sobrar um pedaço sólido que caia na Terra, então esse pedaço passará a ser um meteorito) teve, segundo o meu amigo  José Augusto Matos (que teve um fim de semana muito trabalhoso nas televisões...) o trajeto em cima explanado, voltando para o espaço ou caindo os últimos fragmentos no mar.

O Instituto de Astrofísica de Andaluzia (IAA-CSIC) publicou que o meteoro começou a ser visível, a uma altitude de aproximadamente cento e vinte km, sobre a aldeia de Don Benito, Badajoz, deslocou-se para noroeste, atravessou Portugal e terminou a uma altura de cerca de 54 km sobre o Oceano Atlântico.

O pequeno fragmento de rocha (entre 10 e 40 cm de diâmetro) que fez tamanho estardalhaço não deveria ser proveniente de cometa, ao contrário do que alguns aventaram, pois a cor do meteoro (verde-azulado) indica que era rico em Magnésio, o que não aprece compatível com essa hipótese...

domingo, maio 19, 2024

A propósito do meteoro que ontem se viu em Portugal e Espanha...

Bola de fogo que iluminou céu de quase todo o país foi um meteoroide. Não caíram fragmentos 


Desprendeu-se de um cometa, veio a 161 mil km/h, entrou na atmosfera perto de Badajoz, percorreu Portugal durante 500 km rumo ao norte e 'apagou-se' no Atlântico. Nenhum fragmento caiu no solo.

 

 

O enorme clarão que iluminou o céu de quase todo o país nos últimos minutos deste sábado foi um meteoroide. A rocha espacial que coloriu de azul e verde o céu de Portugal e Espanha libertou-se de um cometa, incendiou-se ao entrar na atmosfera a uma velocidade de cerca de 161 mil quilómetros por hora a uma altitude de 122 quilómetros perto de Badajoz, percorreu depois cerca de 500 quilómetros num percurso para noroeste cruzando o nosso país e extinguiu-se a 54 quilómetros de altura, sobre o Atlântico, já acima do Porto. Neste longo trajeto rompeu-se em vários fragmentos, que tornaram esta bola de fogo ainda mais brilhante, mas nenhum deles caiu no solo.

A informação é do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (IAA-CSIC), que centraliza as informações dos detetores de várias estações do projeto SMART em Espanha (Huelva, Toledo, Granada ou Sevilha, por exemplo) e também Portugal. O SMART monitoriza continuamente a atmosfera para observar e analisar o impacto de possíveis objetos do Sistema Solar contra o nosso Planeta. Foi tornada pública esta manhã e coloca assim de parte a possível queda de qualquer fragmento da rocha em Castro Daire, como chegou a ser admitido pela Proteção Civil, que emitiu um alerta (pouco habitual) para a queda de um meteorito na região de Pinheiro, Castro Daire, Viseu, já na madrugada de domingo, retirando esse mesmo alerta uma hora depois.

Os avistamentos começaram dez minutos antes da meia noite e Proteção Civil abriu uma ocorrência para “queda de meteorito”​ na zona de Castro Daire. Mas depois desmobilizou os meios de socorro na zona. “Pelo menos agora durante a noite não foi encontrado nada”, adiantou à Lusa fonte do Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões por volta das 2h45.

Seis veículos auxiliados por 20 operacionais, da GNR e dos bombeiros de Castro Daire, estiveram na zona de Pereira e da serra de Montemuro. Por volta da 1h20, a mesma fonte disse à Lusa que “houve efetivamente um alerta de possível queda de meteorito” e que, “uma vez que as pessoas referiram que viram um clarão numa zona de antenas”, as equipas patrulharam também “parques eólicos ali ao redor”.

 

Especialista de Instituto da Andaluzia afasta queda de fragmentos

Na manha deste domingo, o Instituto de Astrofísica de Andaluzia explicava cientificamente o fenómeno e garantia que não tinha havido queda de fragmentos. O evento foi analisado pelo responsável pelo projeto SMART daquele instituto, o astrofísico José María Madiedo, que avançou vários detalhes: a rocha espacial chegou à atmosfera terrestre à tal velocidade impressionante de 61 mil quilómetros por hora (45 km por segundo); tinha uma trajetória quase paralela e rasante com a Terra (apenas 10 graus de inclinação); veio de um cometa; e tratou-se de um meteoroide.

O astrofísico acrescentou que ao impactar com a atmosfera bruscamente e a tão grande velocidade, o meteoroide se tornou então incandescente, o que produziu a bola de fogo brilhante que foi avistada no céu. A rocha espacial entrou na atmosfera em Don Benito (perto de Badajoz), a cerca de 122 km de altitude, e depois fez um percurso para noroeste de 500 km cruzando Portugal, onde se “apagou” já sobre o Oceano Atlântico, a 54k de altura, para lá do Porto.

Ao longo deste trajeto, em que foram muitos os avistamentos, mesmo à distância (vão desde Madrid, a Jaen e Sevilha — em Espanha —, passando por Coruche,  Santarém, Lisboa, Viseu, Porto e Braga — em Portugal), o meteoroide sofreu várias explosões. Essas explosões acontecem à medida que a rocha se vai partindo em vários fragmentos, normalmente pequenos detritos, o que, quando acontece, aumenta a sua luminosidade. Nenhum desses fragmentos, garante o Instituto de Astrofísica de Andaluzia, chegou ao solo. Daí que qualquer indício de queda em Castro Daire e respetivas buscas tenham sido em vão, apesar do alerta da Proteção Civil.

Pouco antes da meia-noite, começaram a surgir relatos nas redes sociais do clarão avistado em vários pontos do território nacional. E muitas imagens circularam nas redes sociais.

Os meteoroides podem variar de tamanho, desde serem quase insignificantes  - micrometeoroides ou poeira espacial -, a terem quase um metro de largura. Esse é um dado sobre o qual ainda não existe informação. Na sua maioria são fragmentos de cometas ou asteroides, mas podem também ser detritos de impactos desses corpos com planetas. Neste caso, já se sabe que era uma pedra de um cometa.

Em qualquer caso, quando um meteoroide (ou um asteroide) entra na atmosfera da Terra a uma velocidade superior a 72 mil quilómetros por hora (e no caso deste sábado estamos a falar quase do dobro), o aquecimento aerodinâmico no contacto com o ar produz um raio de luz, porque a pedra fica incandescente porque explode e porque deixa à passagem um rastro de partículas brilhantes. Nesta fase já se pode chamar meteoro ou, como muitas vezes as conhecemos, “estrelas cadentes”.  Os meteoros são visíveis quando estão a cerca de 100 km acima do nível do mar.

Meteoro é o que se se chama à luz brilhante do pedaço de rocha que se desprende do cometa e se incendeia ao entrar na nossa atmosfera, as estrelas cadentes. E os meteoritos são já o que resta dessa rocha depois de atravessar a atmosfera e cair na Terra.

Esses pedaços da rocha, que caem sobre a Terra (25 milhões de meteoroides, micrometeoroides e outros detritos espaciais caem todos os dias), normalmente são bastante pequenos, mas há rochas de maiores dimensões que caem sobre zonas habitadas ou sobre estruturas, causando danos. O que não foi o caso.

Estes não são fenómenos raros. As conhecidas chuvas de estrelas são exatamente isso, detritos de meteoros que entram na atmosfera terrestre em grande velocidade, devido à interação de um cometa com a Terra, em que rochas desse cometa se desprendem da sua órbita, ou, ao contrário, quando é a Terra a cruzar essa órbita.

No caso deste sábado ter-se-á tratado seguramente de uma rocha de alguma dimensão, que entrou a uma enorme velocidade e passou a uma altitude muito baixa. Um bólide, como é conhecido. Este tipo de caso já é fenómeno mais raro: tornam-se extremamente brilhantes, são sempre menos habituais e de uma beleza extraordinária. E há sempre um perigo relativo.

 

in Observador

sexta-feira, março 15, 2024

O meteorito de Alais, o primeiro a ser reconhecido pelos cientistas como tal, caiu há 218 anos

   
La météorite d'Alais est la première météorite de type chondrite carbonée identifiée. Elle est tombée en 1806 près d'Alès, en plusieurs fragments d'une masse totale de 6 kg, dont seulement 0,26 kg a été conservé jusqu'à aujourd'hui. La météorite contient un certain nombre d'éléments chimiques dans des proportions similaires au Système solaire dans son état primordial. Elle contient également des composés organiques et de l'eau. Elle s'est avérée être l'une des météorites les plus importantes découvertes en France. 
Le à 17 h, deux détonations se font entendre près d'Alès dans le Gard (France). Peu de temps après, deux pierres noires et légères sont découvertes sur les communes de Saint-Étienne-de-l'Olm et Valence, pesant respectivement 4 et 2 kg. Les fragments ont été collectés par des personnes qui ont observé l'impact et les ont remis à deux scientifiques locaux. La météorite a été analysée par Louis Jacques Thénard, qui a publié en 1807 une étude montrant qu'elle avait une forte teneur en carbone. Il a été initialement mis en doute que les fragments étaient d'origine non terrestre car ils étaient trop différents des météorites alors connues, puis on s'est rendu compte qu'il s'agissait d'un nouveau type de météorite, rare.  

Aperçu

La météorite d'Alais est l'une des météorites les plus importantes de France. Elle est noire avec une texture friable et lâche, et une faible densité, inférieure à 1,7 g/cm3. Initialement composée de fragments pesant au total 6 kg, elle a fait l'objet d'un examen scientifique approfondi et il n'en reste actuellement que 260 g. Un fragment de 39,3 g est détenu par le Muséum national d'histoire naturelle à Paris. 

 

Composition et classification

La météorite est l'une des cinq météorites connues appartenant au groupe des chondrites CI. Ce groupe est remarquable pour avoir une distribution élémentaire qui a la plus forte similitude avec celle de la nébuleuse solaire. À l'exception de certains éléments volatils, comme le carbone, l'hydrogène, l'oxygène, l'azote et les gaz rares, qui ne sont pas présents dans la météorite, les rapports des éléments sont très similaires. La météorite contient de la cubanite, de la dolomite, de la favorite, de la pyrrhotite et du zircon parmi d'autres minéraux. 

 

Controverse sur l'origine de la vie

La météorite a été au centre d'affirmations controversées sur une origine extraterrestre de la vie depuis la découverte de matière organique sur la météorite par Jöns Jacob Berzelius. Des composés organiques, des acides aminés et de l'eau ont été trouvés dans la météorite. Cependant, les études font la différence entre la matière organique et la matière biologique, cette dernière n'étant pas présente.

 

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

O geólogo José Fernando Monteiro faleceu há dezanove anos...


Passam hoje 19 anos que o promissor professor (assistente e doutorando...) do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa nos deixou. Estava a terminar a Tese de Doutoramento, intitulada “O Registo de Impactos Cósmicos na História da Terra: O Caso da Fronteira Cenomaniano-Turoniano e a Montanha Submarina de Tore”, que já não pode defender. Brilhante divulgador científico, um dos mais prolíficos em Portugal, deixa saudades e alguns materiais e ensinamentos que ainda podemos ler, vide estes exemplos - AQUI.

Porque os geólogos têm memória e recordam os que, dentre eles, foram importantes para a divulgação da sua área, pois uma ciência eminentemente histórica como é a Geologia não pode esquecer os que por ela labutaram e tanto lhe deram, hoje só podemos dizer: Obrigado, José Fernando Monteiro!

quinta-feira, fevereiro 15, 2024

O Meteoro de Tcheliabinsk assustou o mundo há 11 anos

Rastro deixado pelo meteoro sobre os Montes Urais ao amanhecer

 

O Meteoro de Cheliabinsk foi provocado por um asteroide que entrou na atmosfera terrestre sobre a Rússia em 15 de fevereiro de 2013, transformando-se numa bola-de-fogo que cruzou os céus do sul da região dos Urais até explodir sobre a cidade de Cheliabinsk, às 09.20.26 (hora local) ou 03.20.26 (UTC). Estima-se que o asteroide, ao entrar na atmosfera terrestre, tinha aproximadamente 10.000 toneladas de massa e 17 m de diâmetro, libertando o equivalente a 500 quilotoneladas de TNT de energia durante o evento. Para efeitos de comparação, a bomba nuclear de Hiroshima libertou cerca de 13 quilotoneladas de TNT de energia. Após despedaçar-se sobre Cheliabinsk, a maior parte do objeto parece ter caído no lago Chebarkul.

A agência de notícias russa RIA Novosti informou que oficiais haviam detetado uma explosão na troposfera a uma altitude de aproximadamente 10.000 m. Contudo, a Academia de Ciências da Rússia estima que a explosão tenha ocorrido entre 30 e 50 km de altitude. De acordo com estimativas preliminares da agência espacial Russa Roskosmos, o objeto deslocava-se ao longo de uma trajetória baixa com uma velocidade de aproximadamente 30 km/s (equivalente a 108 000 km/h). Dados coletados por pelo menos cinco estações de infrassom indicam que o evento teve uma duração total de 32,5 s. O primeiro registo do evento por uma estação de infrassom ocorreu no Alasca, a 6.500 km de Cheliabinsk. Porém, o asteroide não havia sido detetado antes de entrar na atmosfera. A composição do meteorito assemelhava-se à dos condritos ordinários.

Cerca de 1.200 pessoas procuraram atendimento médico em consequência do evento, sendo que a maioria dos feridos machucou-se com estilhaços de vidro das janelas destruídas pela onda de impacto da explosão da bola-de-fogo. Segundo a defesa civil, pelo menos duas estavam muito mal. A explosão e os impactos resultantes danificaram prédios em seis cidades na região do evento. O calor resultante do atrito do objeto com o ar da atmosfera produziu uma luz ofuscante, a ponto de projetar sombras em Cheliabinsk, tendo sido avistada nos óblasts de Sverdlovsk e Oremburgo e no vizinho Cazaquistão.

O meteoro de Cheliabinsk é o maior corpo celeste a atingir a Terra desde o evento de Tunguska, em 1908, e, até onde se tem conhecimento, o único evento no qual tamanho número de vítimas foi registado. Reconstrução de sua trajetória orbital baseada nas informações e vídeos amadores coletados permitiram concluir com segurança que tal asteroide pertencia a um grupo de asteroides denominado Apollo, que orbitam de forma perigosa na proximidade da Terra.

  

Um dos fragmentos do meteorito encontrados na área de impacto

  

terça-feira, fevereiro 13, 2024

Notícia sobre meteorito enigmático achado no deserto do Saara...

Um objeto com 4500 milhões de anos enterrado no Saara desafia teorias sobre o Sistema Solar

 

 

Megacristal de piroxena retroiluminado no Erg Chech 002

 

Um meteorito revolucionário, o Erg Chech 002, descoberto em Erg Chech, região desértica no sul da Argélia, está a desafiar as teorias existentes sobre a formação do nosso Sistema Solar.

Em maio de 2020, foram encontradas no mar de areia de Erg Chech, uma região cheia de dunas do deserto do Saara, no sul da Argélia, rochas invulgares que continham uns peculiares cristais esverdeados.

Examinadas de perto, as rochas mostraram ser provenientes do espaço exterior: fragmentos de detritos com milhares de milhões de anos de antiguidade, vestígios dos primórdios do Sistema Solar.

Segundo o El Confidencial, estas rochas eram partes de um meteorito conhecido como Erg Chech 002, a rocha vulcânica mais antiga alguma vez encontrada, tendo sido fundida há muito tempo no interior de algum antigo protoplaneta já desaparecido.

Um novo estudo, publicado a semana passada na Nature Communications, usou isótopos de chumbo e urânio para determinar a sua idade: estima-se que esta rocha espacial tenha 4,565 mil milhões de anos, com uma margem de erro de 120.000 anos - o que a torna um dos objetos espaciais datados com mais precisão.

O Erg Chech 002 é um “acondrito não agrupado“, um tipo de rocha espacial que não se encaixa em nenhum dos grupos conhecidos de meteoritos.

Os acondritos são rochas formadas a partir de planetesimais fundidos, que são os aglomerados sólidos na nuvem de poeira e gás que formou o Sistema Solar.

A maioria dos acondritos pertence a grupos conhecidos, frequentemente associados a corpos parentais específicos, como Vesta 4, um dos maiores asteroides do Sistema Solar. No entanto, os corpos parentais de acondritos não agrupadas como o Erg Chech 002 permanecem desconhecidos.

 Para os cientistas que estudam a formação do Sistema Solar, o Alumínio-26 é particularmente importante. Este isótopo radioativo decai ao longo do tempo e é útil para datar eventos, especialmente nos primeiros quatro a cinco milhões de anos do Sistema Solar.

Acredita-se também que o o Alumínio-26 tenha sido a principal fonte de calor no início do Sistema Solar, afetando a fusão de rochas primitivas que mais tarde se agruparam para formar planetas.

O Alumínio-26 sozinho não pode fornecer uma idade absoluta em anos, uma vez que decai relativamente depressa. Mas quando combinado com isótopos de urânio de vida longa (Urânio-235 e Urânio-238), é possível obter uma imagem mais precisa. Estes isótopos de urânio decaem em diferentes isótopos de chumbo (Chumbo-207 e Chumbo-206), fornecendo uma datação mais precisa.

O estudo descobriu que o Erg Chech 002 tem uma quantidade invulgarmente grande de Chumbo-206 e Chumbo-207, bem como quantidades significativas de Urânio-238 e Urânio-235 não decompostos. Estas medições ajudaram a determinar com precisão a idade da rocha.

 

 

Além disso, quando comparado com outros grupos de acondritos, os autores do estudo descobriram que o corpo parental do Erg Chech 002 se formou provavelmente a partir de matéria com três a quatro vezes mais Alumínio-26 do que o corpo parental de outro grupo de acondritos chamado “angritos”.

Isto sugere que o Alumínio-26 não foi distribuído uniformemente no início do Sistema Solar, desafiando assim as teorias existentes.

O nosso Sistema Solar formou-se há cerca de 4.500 milhões de anos, a partir de uma imensa nuvem de gás e poeira. Entre os muitos elementos desta nuvem encontrava-se o alumínio, que se apresentava de duas formas.

A primeira é a forma estável, o Alumínio-27. A segunda é o Alumínio-26, um isótopo radioativo produzido principalmente pela explosão de estrelas, que com o tempo decai em Magnésio-26.

A presença do Alumínio-26 nos primórdios do Universo, sobretudo nos primeiros quatro ou cinco milhões de anos de vida do Sistema Solar, torno-o um elemento útil aos cientistas para datar eventos cósmicos.

O estudo do Erg Chech 002, que coloca em causa a ideia até agora aceite de que o Alumínio-26 se encontrava distribuído de forma uniforme no Sistema Solar, melhora o nosso conhecimento das fases iniciais de desenvolvimento dos sistemas planetários e da história geológica de planetas em formação.

 

in ZAP

segunda-feira, fevereiro 12, 2024

O Meteorito de Sikhote-Alin atingiu a Rússia há 77 anos

A 1.7kg individual meteorite from the Sikhote Alin meteorite shower

  

An iron meteorite fell on the Sikhote-Alin Mountains, in southeastern Russia, in 1947. Large iron meteorite falls have been witnessed and fragments recovered but never before, in recorded history, a fall of this magnitude. An estimated 23 tonnes of fragments survived the fiery passage through the atmosphere and reached the Earth.

 

Orbit

Because the meteor fell during daytime, it was observed by many eyewitnesses. Evaluation of this observational data allowed V. G. Fesenkov, then chairman of the meteorite committee of the USSR Academy of Science, to estimate the meteoroid's orbit before it encountered the Earth. This orbit was ellipse-shaped, with its point of greatest distance from the sun situated within the asteroid belt, similar to many other small bodies crossing the orbit of the Earth. Such an orbit was probably created by collisions within the asteroid belt.  

 

Size

Sikhote-Alin is a massive fall with the pre-atmospheric mass of the meteoroid estimated at approximately 90,000 kg. A more recent estimate by Tsvetkov (and others) puts the mass at around 100,000 kg.

Krinov had estimated the post-atmospheric mass of the meteoroid at some 23,000 kg (51,000 lb). 

 

Strewn field and craters

The strewn field for this meteorite covered an elliptical area of about 1.3 km2 (0.50 sq mi). Some of the fragments made impact craters, the largest of which was about 26 m (85 ft) across and 6 m (20 ft) deep. Fragments of the meteorite were also driven into the surrounding trees. 

 

Composition and classification

The Sikhote-Alin meteorite is classified as an iron meteorite belonging to the meteorite group IIAB and with a coarse octahedrite structure. It is composed of approximately 93% iron, 5.9% nickel, 0.42% cobalt, 0.46% phosphorus, and 0.28% sulfur, with trace amounts of germanium and iridium. Minerals present include taenite, plessite, troilite, chromite, kamacite, and schreibersite.

 

Specimens

Specimens of the Sikhote-Alin Meteorite are basically of two types:

  1. individual, thumbprinted or regmaglypted specimens, showing fusion crust and signs of atmospheric ablation
  2. shrapnel or fragmented specimens, sharp-edged pieces of torn metal showing evidence of violent fragmentation

The first type probably broke off the main object early in the descent. These pieces are characterized by regmaglypts (cavities resembling thumb prints) in the surface of each specimen. The second type are fragments which were either torn apart during the atmospheric explosions or blasted apart upon impact on the frozen ground. Most were probably the result of the explosion at 5.6 km (3.5 mi) altitude.

A large specimen is on display in Moscow. Many other specimens are held by Russian Academy of Science and many smaller specimens exist in the collectors' market.

 

quinta-feira, fevereiro 08, 2024

O meteorito de Allende caiu, no México, há 55 anos...!

Fragmento do meteorito Allende

Allende é um meteorito caído no estado mexicano de Chihuahua. A sua queda ocorreu às 01.05 horas do dia 8 de fevereiro de 1969, e a bola de fogo originada pela sua entrada na atmosfera terrestre foi testemunhada por milhares de pessoas.
O meteorito Allende é o maior condrito (tipo de meteorito primitivo) já descoberto. Como resultado de uma pesquisa neste meteorito, foi descoberto um novo óxido de titânio e esse mineral foi batizado de panguite.
  

  
Panguite é um mineral constituído de óxido de titânio encontrado a partir de pesquisas feitas no meteorito Allende, caído no estado mexicano de Chihuahua em 8 de fevereiro de 1969. Acredita-se que este mineral esteja entre os mais antigos formados no sistema solar. Descoberto em 2012 por cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, esse mineral era, até então, desconhecido pela ciência. O seu nome homenageia a antiga divindade chinesa Pan Gu, criador do yin e yang.
  
Composição
Este mineral possui a fórmula química (Ti4+,Sc,Al,Mg,Zr,Ca)1.8O3. Os elementos encontrados na panguite são titânio, escândio, alumínio, magnésio, zircónio, cálcio e oxigénio. Nas amostras retiradas do meteorito, também foram encontrados zircónio enriquecido. A panguite foi encontrada associada com um outro mineral identificado como davisite e com olivina agregada.

Origem e Propriedades
A panguite, está na classe dos minerais refratários, que se formaram sob altas temperaturas e pressões extremamente altas, o que ocorreu há mais ou menos 4.500 milhões de anos atrás, no inicio do nosso sistema solar. Isso faz com que a panguite seja um dos minerais mais antigos de nosso Sistema Solar. O zircónio é um dos elementos determinantes para se saber as condições de antes e durante a formação do nosso sistema solar.

Descoberta 
Chi Ma, diretor da Divisão de Análise Cientifica Planetária e Geológica (Geological and Planetary Sciences Division Analytical Facility) do Instituto de Tecnologia da Califórnia (California Institute of tecnology), foi o principal autor do artigo referente à panguite, publicado no American Mineralogist. Chi Ma estava liderando uma pesquisa de Nano-Mineralogia desde o ano de 2007, em meteoritos primitivos, no qual se inclui o meteoro Allende. O mineral foi primeiramente descrito e submetido à apreciação na Conferência Anual de Ciência Planetária e Lunar (Lunar and Planetary Science Conference), ocorrida em 2011.
  

quinta-feira, novembro 30, 2023

O meteorito Sylacauga caiu (em cima de um humano) há 69 anos...!

A slice of the meteorite, the National Museum of Natural History, the Smithsonian, DC
   
The Sylacauga meteorite fell on November 30, 1954, at 14:46 local time (18:46 UT) in Oak Grove, Alabama, near Sylacauga. It is commonly called the Hodges meteorite because a fragment of it struck Ann Elizabeth Hodges (1920–1972).

Importance
The Sylacauga meteorite is the first documented extraterrestrial object to have injured a human being in the USA. The grapefruit-sized fragment crashed through the roof of a frame house, bounced off a large wooden console radio, and hit Hodges while she napped on a couch. The 34-year-old woman was badly bruised on one side of her body but able to walk. The event received worldwide publicity.
The Sylacauga meteorite is not the only extraterrestrial object to have struck a human. A manuscript published at Tortona, Italy, in 1677 tells of a Milanese friar who was killed by a meteorite. In 1992 a small meteorite fragment (3 g) hit a young Ugandan boy in Mbale, but it had been slowed down by a tree and did not cause any injury.

Fireball
The meteor made a fireball visible from three states as it streaked through the atmosphere, even though it fell early in the afternoon. There were also indications of an air blast, as witnesses described hearing "explosions or loud booms".

Following events
The United States Air Force sent a helicopter to take the meteorite. Eugene Hodges, the husband of the woman who was struck, hired a lawyer to get it back. The Hodges' landlord, Bertie Guy, also claimed it, wanting to sell it to cover the damage to the house. There were offers of up to $5,000 for the meteorite. By the time it was returned to the Hodgeses, over a year later, public attention had diminished, and they were unable to find a buyer willing to pay.
Ann Hodges was uncomfortable with the public attention and the stress of the dispute over ownership of the meteorite. She donated it to the Alabama Museum of Natural History in 1956.
The day after the fall, local African-American farmer Julius McKinney came upon the second-largest fragment from the same meteorite. An Indianapolis-based lawyer purchased it for the Smithsonian Institution. The McKinney family was able to use the money to purchase a car, new house, and land.

Fragments
Upon the entry within the atmosphere the Sylacauga meteorite fragmented in at least 3 pieces:
  • The Hodges fragment (3.86 kilograms - 33°11′18.1″N 86°17′40.2″W) struck Ann Elizabeth Hodges.
  • The McKinney fragment (1.68 kilograms - 33°13′08.4″N 86°17′20.7″W) was found the next day December 1, 1954 by Julius Kempis McKinney, an African-American farmer, who sold the meteorite fragment he found to purchase a house and more land.
  • A third fragment is believed to have impacted somewhere near Childersburg (a few km north-west of Oak Grove).

Classification
The Sylacauga meteorite is classified as an ordinary chondrite of H4 group.

Orbit
The meteoroid came in on the sunward side of the Earth, so when it hit it had passed the perihelion and was travelling outward from the Sun. Considering the orbit estimations, the best candidate as parent body is 1685 Toro.




Moody Jacobs shows a giant bruise on the side and hip of his patient, Ann Hodges, in 1954, after she was struck by a meteorite


Interior view of a hole in the ceiling of the rental home where Ann Elizabeth Hodges and her husband lived, through which she was struck by a falling meteorite, Sylacauga, Alabama

sexta-feira, novembro 10, 2023

Na pré-história os humanos já conheciam o valor e a importância dos meteoritos...

O material de uma ponta de flecha da Idade da Pedra caiu do céu

 

 

 

O meteorito usado na criação da ponta de flecha terá caído na Estónia, tendo viajado mais de 1.600 quilómetros até chegar à Suíça.

Numa revelação extraordinária, uma equipa de arqueólogos descobriu que uma ponta de flecha da Idade do Bronze, escavada na Suíça no século XIX, foi feita com um meteorito, que pode ter tido origem na Estónia. O estudo foi publicado na Journal of Archaeological Science.

A ponta de seta também nos dá ideias sobre extensas redes de comércio que existiam há milhares de anos, que levaram o ferro da Estónia até à Suíça.

Esta descoberta foi feita durante uma procura detalhada por artefactos antigos de ferro meteorítico, liderada pelo geólogo Beda Hofmann do Museu de História Natural de Berna e da Universidade de Berna, na Suíça.

O ferro, particularmente o ferro puro, era uma mercadoria escassa nos tempos pré-históricos, o que obrigou os primeiros humanos a utilizar o recurso mais facilmente disponível - meteoritos de ferro.

Estes corpos celestes, geralmente compostos de ferro, níquel e vestígios de outros metais, terão sido a principal fonte de ferro para as ferramentas e armas da Idade do Bronze.

O que torna esta ponta de seta particularmente intrigante é a sua origem europeia. A maioria desses artefactos são normalmente encontrados no Médio Oriente, Egito e na Ásia, tornando as descobertas europeias muito raras.

A ponta de seta foi descoberta na povoação de Mörigen, que floresceu durante a Idade do Bronze, entre 800 e 900 a.C, revela o Science Alert.

Embora a povoação esteja a uma curta distância do campo Twannberg, repleto de fragmentos de ferro meteorítico de uma rocha que caiu do céu antes da última Idade do Gelo, a ponta de seta não corresponde ao ferro meteorítico do campo Twannberg.

Em vez disso, a sua composição corresponde a uma classe específica de meteorito de ferro, conhecida como meteoritos IAB.

Três grandes meteoritos IAB na Europa correspondem à composição da ponta de seta: Bohumilitz, da República Checa, Retuerte de Bullaque, de Espanha, e Kaalijarv da Estónia.

Os investigadores acreditam que Kaalijarv, que caiu na Terra por volta de 1.500 a.C. e espalhou fragmentos ideais para a criação de objetos pequenos e afiados, como pontas de seta, é a fonte mais provável.

Apesar da considerável distância de aproximadamente 1.600 quilómetros entre Mörigen e Kaalijarv, os autores sugerem que o ferro meteorítico viajou pelas mesmas rotas de comércio que o âmbar do Báltico.

 

in ZAP

segunda-feira, setembro 18, 2023

A estranha história do calhau terrestre que queria ser meteorito...

Um boomerang espacial? Um meteorito que caiu na Terra será oriundo… da Terra

  

 

  

A composição química do meteorito NWA 13188 é muito semelhante à das rochas da Terra. Pode ser o primeiro meteorito “boomerang” conhecido.

Um meteorito curioso foi encontrado no Deserto do Sahara. Chamado NWA 13188, o objeto parece ter vindo do nosso planeta, mas pode ter sido ejetado para o Espaço por algum impacto e voltado milhares de anos depois. Se a origem dele for confirmada, este vai ser o primeiro meteorito “boomerang” conhecido.

Apesar de a maioria dos meteoritos conhecidos terem vindo de asteroides, impactos violentos em planetas podem ejetar detritos que, às vezes, voltam para os seus planetas. Para o cientista Jérôme Gattacceca e os seus colegas, algo do tipo pode ter acontecido com o meteorito NWA 13188.

Ele foi encontrado no deserto por um grupo que procura meteoritos para vender, e sua localização exata é desconhecida. A Sociedade Meteorítica, organização que promove pesquisas em ciência planetária e estudos em meteoritos, certificou a rocha com um meteorito; como sua origem não foi determinada, ele não foi classificado em nenhum grupo.

A rocha pesa 600 g e tem composição química parecida com aquela das rochas da Terra e das estruturas geológicas presentes entre as placas tectónicas. Ao procurar evidências de irradiação de raios cósmicos, Gattacceca e os demais autores descobriram que o NWA 13188 tinha menos isótopos do que outros meteoritos.

Mesmo assim, os níveis deles eram mais altos do que aqueles de qualquer outro material na Terra, o que sugere que o objeto ficou algum tempo fora do campo magnético terrestre.

“É um meteorito da Terra que passou tempo no Espaço, entre 2000 e algumas dezenas de milhares de anos”, disse Gattacceca numa conferência realizada na última terça-feira. Segundo Gattaccea, a cratera causada pela queda do meteorito deve ter 20 km de diâmetro, mas nenhuma formação do tipo foi encontrada.

Para outros cientistas, a ausência da cratera levanta dúvidas sobre a origem do meteorito. “Quando há uma cratera de impacto tão jovem, teria um derretimento do impacto que ainda está quente e com fumo, seria realmente difícil deixá-la passar”, observou Philippe Claeys, da Universidade de Bruxelas. “Ainda não estou convencido”, finalizou ele.

 

O que é um meteorito?

Além do mistério sobre sua origem, o NWA 13188 ainda deixa perguntas sobre se pode ser considerado um meteorito. Para uma rocha entrar nesta classificação, ela deve ser um pedaço de algum objeto espacial, como cometa e asteroide, que passou pela atmosfera de algum planeta ou lua e resistiu à queima, chegando à superfície.

Por isso, não há consenso sobre se algum objeto vindo da Terra e que ficou em órbita por um curto período de tempo pode ser classificado como meteorito. “Se define um meteorito da Terra, está a estender a definição de meteorito”, observou Stepan Chernonozhkin, da Universidade de Leoben.

De qualquer forma, Gattacceca e os seus colegas estão a usar diferentes métodos para determinar a idade do meteorito NWA 13188 com mais precisão. Com estes dados em mãos, podem aproximar-se de alguma possível origem do objeto.

 

in ZAP

quarta-feira, março 15, 2023

O meteorito de Alais, o primeiro a ser reconhecido pelos cientistas como tal, caiu há 217 anos

   
La météorite d'Alais est la première météorite de type chondrite carbonée identifiée. Elle est tombée en 1806 près d'Alès, en plusieurs fragments d'une masse totale de 6 kg, dont seulement 0,26 kg a été conservé jusqu'à aujourd'hui. La météorite contient un certain nombre d'éléments chimiques dans des proportions similaires au Système solaire dans son état primordial. Elle contient également des composés organiques et de l'eau. Elle s'est avérée être l'une des météorites les plus importantes découvertes en France. 
Le à 17 h, deux détonations se font entendre près d'Alès dans le Gard (France). Peu de temps après, deux pierres noires et légères sont découvertes sur les communes de Saint-Étienne-de-l'Olm et Valence, pesant respectivement 4 et 2 kg. Les fragments ont été collectés par des personnes qui ont observé l'impact et les ont remis à deux scientifiques locaux. La météorite a été analysée par Louis Jacques Thénard, qui a publié en 1807 une étude montrant qu'elle avait une forte teneur en carbone. Il a été initialement mis en doute que les fragments étaient d'origine non terrestre car ils étaient trop différents des météorites alors connues, puis on s'est rendu compte qu'il s'agissait d'un nouveau type de météorite, rare.  

Aperçu

La météorite d'Alais est l'une des météorites les plus importantes de France. Elle est noire avec une texture friable et lâche, et une faible densité, inférieure à 1,7 g/cm3. Initialement composée de fragments pesant au total 6 kg, elle a fait l'objet d'un examen scientifique approfondi et il n'en reste actuellement que 260 g. Un fragment de 39,3 g est détenu par le Muséum national d'histoire naturelle à Paris. 

 

Composition et classification

La météorite est l'une des cinq météorites connues appartenant au groupe des chondrites CI. Ce groupe est remarquable pour avoir une distribution élémentaire qui a la plus forte similitude avec celle de la nébuleuse solaire. À l'exception de certains éléments volatils, comme le carbone, l'hydrogène, l'oxygène, l'azote et les gaz rares, qui ne sont pas présents dans la météorite, les rapports des éléments sont très similaires. La météorite contient de la cubanite, de la dolomite, de la favorite, de la pyrrhotite et du zircon parmi d'autres minéraux. 

 

Controverse sur l'origine de la vie

La météorite a été au centre d'affirmations controversées sur une origine extraterrestre de la vie depuis la découverte de matière organique sur la météorite par Jöns Jacob Berzelius. Des composés organiques, des acides aminés et de l'eau ont été trouvés dans la météorite. Cependant, les études font la différence entre la matière organique et la matière biologique, cette dernière n'étant pas présente.

 

quarta-feira, março 08, 2023

O maior meteorito alguma vez recuperado caiu há 47 anos na China

(imagem daqui)
   
No dia 8 de março de 1976, há 34 anos, ocorreu a queda do maior meteorito rochoso já registada. O Meteorito Jilin caiu perto da cidade de Jilin, na Manchúria, nordeste da China (44° 0′ N, 126° 0′ E).

Foram recuperadas quase 4 toneladas de escombros do meteorito classificado com um condrito tipo H5 e o maior dos pedaços tinha um peso de 1,77 toneladas. Trata-se também do fragmento mais massivo já recuperado de um meteorito.

O impacto produziu uma cratera de 6 metros de profundidade, a cerca de 200 metros da residência mais próxima em Jilin.
  
(imagem daqui)

domingo, fevereiro 26, 2023

Notícia interessante sobre meteoritos e a água da Terra

Meteorito reforça a tese de que a água da Terra veio do Espaço

   

Um dos fragmentos recuperados do meteorito Winchcombe

 

Um meteorito que caiu na cidade de Winchcombe, no sudeste da Inglaterra, no ano passado, continha água que correspondia quase perfeitamente com a existente na Terra.

Isso reforça a ideia de que rochas do Espaço podem ter trazido componentes químicos importantes, incluindo água, para o nosso planeta no início da sua história, há mil milhões de anos. Este meteorito é considerado o mais importante alguma vez recuperado no Reino Unido.

Os cientistas, que acabaram de publicar a primeira análise detalhada, dizem que o objeto rendeu informações fascinantes.

Mais de 500 gramas de detritos escuros foram recolhidos de jardins residenciais, calçadas e campos depois de uma bola de fogo gigante iluminar o céu noturno de Winchcombe.

Os restos fragmentados foram cuidadosamente catalogados no Museu de História Natural de Londres e depois emprestados a equipas de toda a Europa para serem investigados.

A água representava até 11% do peso do meteorito - e continha uma proporção muito semelhante de átomos de hidrogénio à da água na Terra.

Alguns cientistas dizem que quando a Terra era jovem era tão quente que teria expelido grande parte do seu conteúdo volátil, incluindo água.

O facto de a Terra ter tanta água hoje - 70% da sua superfície é coberta por oceanos - sugere que deve ter havido um acréscimo posterior.

Alguns afirmam que isso pode ser proveniente de um bombardeio de cometas gelados - mas a composição química deles não coincide tanto. Mas os condritos carbonáceos - meteoritos como o de Winchcombe — certamente coincidem. E o facto de ter sido recuperado menos de 12 horas após a queda significa que absorveu muito pouca água terrestre, ou até mesmo quaisquer contaminantes.

“Todos os outros meteoritos foram comprometidos de alguma forma pelo ambiente terrestre”, diz Ashley King, coautor principal do estudo, do Museu de História Natural de Londres, à BBC News. “Mas o de Winchcombe é diferente por causa da rapidez com que foi recolhido”.

“Isso significa que, quando analisamos (o meteorito), sabemos que a composição que estamos a ver leva-nos de volta à composição no início do Sistema Solar, há 4,6 mil milhões de anos”.

“Fora buscar amostras de rocha de um asteroide com uma nave espacial, não poderíamos ter um espécime mais intocado”.

 

Trajetória precisa

Os cientistas que examinaram os compostos orgânicos que continham carbono e azoto do meteorito, incluindo os seus aminoácidos, tiveram uma imagem igualmente nítida. É o tipo de química que poderia ter sido matéria-prima para a biologia começar nos primórdios da Terra. A nova análise também confirma a origem do meteorito.

As imagens dos vídeos da bola de fogo permitiram que os investigadores elaborassem uma trajetória muito precisa. Um cálculo retroativo indica que o meteorito veio da parte externa do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.

Outros estudos revelam que se desprendeu da parte superior de um asteroide maior possivelmente devido a uma colisão.

De seguida, levou apenas de 200 mil a 300 mil anos para chegar à Terra, conforme revela o número de átomos específicos, como o néon, criados na matéria do meteorito através da irradiação constante de partículas espaciais de alta velocidade, ou raios cósmicos.

“0,2 a 0,3 milhão de anos parece muito tempo - mas, do ponto de vista geológico, é realmente muito rápido”, explica Helena Bates, do Museu de História Natural de Londres.

“Os condritos carbonáceos precisam chegar rapidamente aqui ou não sobrevivem, porque são tão quebradiços, tão frágeis que simplesmente se desintegram”.

 

 “Mais segredos”

A primeira análise dos cientistas, publicada na edição desta semana da revista Science Advances, é apenas uma visão geral das propriedades do meteorito de Winchcombe.

Mais uma dúzia de artigos sobre temas mais específicos devem ser publicados em breve numa edição da revista Meteoritics & Planetary Science.

E não deve parar por aí.

“Os investigadores vão continuar a estudar este espécime nos próximos anos, desvendando mais segredos sobre as origens do nosso Sistema Solar”, afirmou Luke Daly, coautor do estudo, da Universidade de Glasgow, na Escócia.

 

in ZAP

quinta-feira, fevereiro 23, 2023

O geólogo José Fernando Monteiro morreu há dezoito anos...


Faz hoje exatamente dezoito anos que o promissor professor (assistente e doutorando...) do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa nos deixou. Estava a terminar uma Tese de Doutoramento, intitulada “O Registo de Impactos Cósmicos na História da Terra: O Caso da Fronteira Cenomaniano-Turoniano e a Montanha Submarina de Tore”, que já não pode defender. Brilhante divulgador científico, um dos mais prolíficos em Portugal, deixa saudades e alguns materiais e ensinamentos que ainda podemos ler, vide estes exemplos - AQUI.

Porque os geólogos têm memória e recordam os que, dentre eles, foram importantes para a divulgação da sua área, pois uma ciência eminentemente histórica como é a Geologia não pode esquecer os que por ela labutaram e tanto lhe deram, hoje só podemos dizer: Obrigado, José Fernando Monteiro!

quarta-feira, fevereiro 15, 2023

O Meteoro de Tcheliabinsk assustou o mundo há dez anos

Rastro deixado pelo meteoro sobre os Montes Urais ao amanhecer

 

O Meteoro de Cheliabinsk foi provocado por um asteroide que entrou na atmosfera terrestre sobre a Rússia em 15 de fevereiro de 2013, transformando-se numa bola-de-fogo que cruzou os céus do sul da região dos Urais até explodir sobre a cidade de Cheliabinsk, às 09.20.26 (hora local) ou 03.20.26 (UTC). Estima-se que o asteroide, ao entrar na atmosfera terrestre, tinha aproximadamente 10 000 toneladas de massa e 17 m de diâmetro, liberando o equivalente a 500 quilotoneladas de TNT de energia durante o evento. Para efeitos de comparação, a bomba nuclear de Hiroshima libertou cerca de 13 quilotoneladas de TNT de energia. Após despedaçar-se sobre Cheliabinsk, a maior parte do objeto parece ter caído no lago Chebarkul.

A agência de notícias russa RIA Novosti informou que oficiais haviam detetado uma explosão na troposfera a uma altitude de aproximadamente 10.000 m. Contudo, a Academia de Ciências da Rússia estima que a explosão tenha ocorrido entre 30 e 50 km de altitude. De acordo com estimativas preliminares da agência espacial Russa Roskosmos, o objeto deslocava-se ao longo de uma trajetória baixa com uma velocidade de aproximadamente 30 km/s (equivalente a 108 000 km/h). Dados coletados por pelo menos cinco estações de infrassom indicam que o evento teve uma duração total de 32,5 s. O primeiro registo do evento por uma estação de infrassom ocorreu no Alasca, a 6 500 km de Cheliabinsk. Porém, o asteroide não havia sido detetado antes de entrar na atmosfera. A composição do meteorito assemelhava-se à dos condritos ordinários.

Cerca de 1.200 pessoas procuraram atendimento médico em consequência do evento, sendo que a maioria dos feridos machucou-se com estilhaços de vidro das janelas destruídas pela onda de impacto da explosão da bola-de-fogo. Segundo a defesa civil, pelo menos duas estavam muito mal. A explosão e os impactos resultantes danificaram prédios em seis cidades na região do evento. O calor resultante do atrito do objeto com o ar da atmosfera produziu uma luz ofuscante, a ponto de projetar sombras em Cheliabinsk, tendo sido avistada nos óblasts de Sverdlovsk e Oremburgo e no vizinho Cazaquistão.

O meteoro de Cheliabinsk é o maior corpo celeste a atingir a Terra desde o evento de Tunguska, em 1908, e, até onde se tem conhecimento, o único evento no qual tamanho número de vítimas foi registado. Reconstrução de sua trajetória orbital baseada nas informações e vídeos amadores coletados permitiram concluir com segurança que tal asteroide pertencia a um grupo de asteroides denominado Apollo, que orbitam de forma perigosa na proximidade da Terra.

  

Um dos fragmentos do meteorito encontrados ao redor da área de impacto

  

domingo, fevereiro 12, 2023

O Meteorito de Sikhote-Alin caiu há 76 anos

A 1.7kg individual meteorite from the Sikhote Alin meteorite shower

  

An iron meteorite fell on the Sikhote-Alin Mountains, in southeastern Russia, in 1947. Large iron meteorite falls have been witnessed and fragments recovered but never before, in recorded history, a fall of this magnitude. An estimated 23 tonnes of fragments survived the fiery passage through the atmosphere and reached the Earth.

 

Orbit

Because the meteor fell during daytime, it was observed by many eyewitnesses. Evaluation of this observational data allowed V. G. Fesenkov, then chairman of the meteorite committee of the USSR Academy of Science, to estimate the meteoroid's orbit before it encountered the Earth. This orbit was ellipse-shaped, with its point of greatest distance from the sun situated within the asteroid belt, similar to many other small bodies crossing the orbit of the Earth. Such an orbit was probably created by collisions within the asteroid belt.  

 

Size

Sikhote-Alin is a massive fall with the pre-atmospheric mass of the meteoroid estimated at approximately 90,000 kg. A more recent estimate by Tsvetkov (and others) puts the mass at around 100,000 kg.

Krinov had estimated the post-atmospheric mass of the meteoroid at some 23,000 kg (51,000 lb). 

 

Strewn field and craters

The strewn field for this meteorite covered an elliptical area of about 1.3 km2 (0.50 sq mi). Some of the fragments made impact craters, the largest of which was about 26 m (85 ft) across and 6 m (20 ft) deep. Fragments of the meteorite were also driven into the surrounding trees. 

 

Composition and classification

The Sikhote-Alin meteorite is classified as an iron meteorite belonging to the meteorite group IIAB and with a coarse octahedrite structure. It is composed of approximately 93% iron, 5.9% nickel, 0.42% cobalt, 0.46% phosphorus, and 0.28% sulfur, with trace amounts of germanium and iridium. Minerals present include taenite, plessite, troilite, chromite, kamacite, and schreibersite.

 

Specimens

Specimens of the Sikhote-Alin Meteorite are basically of two types:

  1. individual, thumbprinted or regmaglypted specimens, showing fusion crust and signs of atmospheric ablation
  2. shrapnel or fragmented specimens, sharp-edged pieces of torn metal showing evidence of violent fragmentation

The first type probably broke off the main object early in the descent. These pieces are characterized by regmaglypts (cavities resembling thumb prints) in the surface of each specimen. The second type are fragments which were either torn apart during the atmospheric explosions or blasted apart upon impact on the frozen ground. Most were probably the result of the explosion at 5.6 km (3.5 mi) altitude.

A large specimen is on display in Moscow. Many other specimens are held by Russian Academy of Science and many smaller specimens exist in the collectors' market.

 

 in Wikipédia