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quinta-feira, agosto 27, 2015

As primeiras flores da Terra, a Bacia Lusitaniana e o doutor Jorge Dinis

As primeiras flores de Portugal são (também) as primeiras flores da Terra

A flor do Kajanthus lusitanicus, com 110 milhões de anos: o seu interior visto num corte longitudinal graças a observações numa máquina de raios X intensos

O exterior da flor do Kajanthus lusitanicus observado ao microscópico electrónico de varrimento

Interior da flor do Kajanthus lusitanicus visto numa máquina de raios X intensos

 Pólenes do Kajanthus lusitanicus

Fruto da planta Canrightiopsis dinisii observado ao microscópio electrónico de varrimento: no topo, vários grãos de pólen
Pormenor dos grãos de pólen num fruto da Canrightiopsis dinisii
Pólenes do género Pennipollis, com 125 milhões de anos, apanhados em Torres Vedras


O paleobotânico Mário Miguel Mendes

Nem sempre a Terra teve flores. Subitamente, elas apareceram – um mistério que Charles Darwin considerou “abominável”. Portugal tem estado a contribuir para o estudo das flores primitivas, graças à descoberta de fósseis de várias plantas novas para a ciência.

Na palma da mão, é um ponto negro, indistinguível a olho nu. Já à lupa binocular, este pedaço de carvão, nem de um milímetro de comprimento, ganha formas. É uma flor, exemplar único, nova para a ciência. Esteve enterrada em argila durante 110 milhões de anos, até ter sido recolhida entre quilos de terra pelo investigador Mário Miguel Mendes perto da vila do Juncal, no concelho de Porto de Mós, distrito de Leiria. Ela e os fósseis de outras três plantas, também classificadas entretanto como novidades científicas, enriquecem as colecções do jardim português do Cretácico, quando os dinossauros reinavam e as plantas com flor começavam a despontar na Terra.
Antes, uma breve história. Há cerca de 440 milhões de anos, ter-se-ão deslocado para terra firme, vindas do mar, as primeiras plantas. “Esses primeiros colonizadores terão sido algas verdes já extintas, que apresentavam semelhanças com os briófitos, grupo de plantas a que pertencem os musgos”, explica-nos o paleobotânico Mário Miguel Mendes, do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve, em Faro, e do Museu Geológico, em Lisboa. “Para que as plantas pudessem conquistar o meio terrestre, tiveram de desenvolver estruturas que possibilitassem, por um lado, a obtenção de água e, por outro, reduzir a sua perda. Além disso, desenvolveram as raízes que fixavam a planta ao solo, absorvendo água necessária à sua manutenção, e os caules que suportam as folhas, órgãos fotossintéticos por excelência.”
Estavam ainda longe de ter flores, e os continentes onde viviam tinham uma configuração muito diferente da de hoje. A evolução tornou as plantas mais complexas, até aparecerem as gimnospérmicas, como as coníferas, em que as sementes não estão encerradas dentro de um fruto, de que são exemplo os pinheiros e os seus pinhões. “Há cerca de 320 milhões de anos, em Portugal formavam-se cordilheiras de montanhas com lagos envolvidos e habitados por vegetação rica e diversificada. Havia cavalinhas gigantes e plantas afins de licopódios e selaginelas actuais, mas de porte arbóreo, a par de coníferas que lembravam araucárias. Os fetos eram particularmente abundantes e diversificados”, conta Mário Miguel Mendes. “Esta vegetação desenvolvia-se em ambientes pantanosos, em clima húmido e relativamente quente das áreas próximas do equador da Terra de então. São desta altura muitos dos depósitos de carvão mundiais, inclusivamente em Portugal.”
Há cerca de 250 milhões de anos, os continentes anteriormente existentes já tinham colidido entre si e formado um só supercontinente, a Pangeia. Mas a tectónica é imparável e a fragmentação das placas ao longo da era Mesozóica – iniciada há 235 milhões de anos, no período do Triásico, e terminada com o Cretácico, entre há 145 e 65 milhões de anos –, colocou novos desafios às plantas terrestres. Se na Pangeia viviam sobre a influência de um clima continental, com a fragmentação das placas tectónicas as plantas tiveram de se adaptar a condições mais húmidas. “Esta interacção entre clima e fenómenos tectónicos ditou o aparecimento e a extinção de alguns grupos vegetais”, explica o paleobotânico.
“Há 225 milhões de anos, no Triásico, as plantas foram povoando as imensas áreas continentais semidesérticas, a partir da vizinhança de áreas lacustres. No Jurássico (200-145 milhões de anos), as coníferas dominavam a vegetação arbórea. Os fetos abundavam.”
Mas a Terra continuava sem flores. As primeiras plantas com flores, ou angiospérmicas, apareceram relativamente tarde na história do planeta – “apenas” há cerca de 130 milhões de anos, no início do Cretácico, como indicam os fósseis mais antigos. E as suas flores eram pequenas. E sem pétalas. Hoje, as angiospérmicas dominam a vegetação terrestre, ocupando quase todos os ecossistemas e representando mais de 85% das espécies vegetais vivas.
“O aparecimento súbito destas plantas no Cretácico Inferior sempre intrigou os cientistas. Charles Darwin referia-se a este súbito evento evolutivo que provocou alterações profundas em todos os ecossistemas terrestres como um ‘ mistério abominável’. Aparentemente, o seu desenvolvimento foi feito a par da evolução dos insectos e a sua enorme diversificação terá resultado do êxito adaptativo das suas inovações evolutivas. Mas muitos aspectos relacionados com as condições paleoambientais que presidiram à proliferação das angiospérmicas continuam por esclarecer”, diz Mário Miguel Mendes.
Portugal tem contribuído para a reconstituição desta história do nosso planeta. Tal como nos Estados Unidos, na China e em Espanha, em Portugal encontram-se os fósseis de plantas com flores mais antigos do mundo. São de flores, sementes e frutos, com cerca de 125 milhões de anos, recolhidos em Torres Vedras pela dinamarquesa Else Marie Friis, uma das maiores especialistas em angiospérmicas. Por exemplo, identificou pólenes que só existem quando há flores de um género e espécie novos – a Mayoa portugallica, descrita em 2004.
Em Torres Vedras, Mário Miguel Mendes também recolheu pólenes (de Pennipollis, por exemplo), sementes e frutos, nos depósitos com 125 milhões de anos. E na praia do Porto da Calada, perto da Ericeira, há ainda registo de um grão de pólen com 139 milhões de anos (atribuído à espécie Clavatipollenites hughesii).
Há ainda os restos de plantas com flores de uma jazida perto de Cercal, no concelho de Cadaval, com cerca de 120 milhões de anos. Ainda que seja agora dúbio que sejam de angiospérmicas, estes restos foram famosos em tempos. Em 1894, foram estudados por um francês apaixonado pela botânica e pela paleobotânica, o marquês Louis Charles Gaston de Saporta. O geólogo português Carlos Teixeira voltou a essas plantas em 1948, nas Memórias dos Serviços Geológicos de Portugal, frisando que o jazigo onde se descobriram ficou célebre: “Não há livro de paleobotânica que não o mencione. E com razão, pois procedem dali os mais antigos restos de dicotiledóneas [um grupo de angiospérmicas], até hoje, na Europa”, escrevia, na época.
  
Remexendo os sedimentos…
Mário Miguel Mendes, de 40 anos, e os seus colegas têm continuado o estudo das angiospérmicas primitivas do país. Nos últimos tempos, anunciaram a descoberta de algumas preciosidades floridas do Cretácico português, na revista científica Grana. Uma delas é precisamente a angiospérmica, de exemplar único, preservada na argila perto da vila do Juncal, que Mário Miguel Mendes encontrou por volta de 2008.
A equipa classificou-a como um género e uma espécie novos para a ciência. Chamou-lhe Kajanthus lusitanicus, em que o género (a primeira palavra) é a derivação do nome de Kaj Raunsgaard Pedersen, em homenagem a este investigador emérito da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, também estudioso de plantas fossilizadas e que vive com Else Marie Friis. E o segundo nome científico, que, em conjunto com o primeiro, designa a espécie, remete visivelmente para o país de origem do fóssil.
O paleobotânico português costuma procurar fósseis de plantas onde as empresas de cerâmica extraem argila para o fabrico de tijolos ou telhas – os barreiros. Percorre esses terrenos argilosos, dispostos em vários níveis, e geralmente o resultado dessas incursões traduz-se em sacos com quilos de argila etiquetados. “Cada amostra deve ter aí uns 15 quilos.”
Os níveis escuros do terreno argiloso têm restos de vegetais fossilizados e são justamente esses que interessam ao paleobotânico, porque pode lá haver fósseis de plantas. E que, ao mesmo tempo, não interessam às empresas de cerâmica, porque os restos vegetais, ao arderem durante a cozedura da argila, deixam as telhas e os tijolos esburacados.
O que veio a ser descrito como a Kajanthus lusitanicus estava em argilas cinzento-escuras no barreiro do Chicalhão, no Juncal. “As condições de fossilização têm de ser as adequadas: estas peças têm de ficar imediatamente protegidas dos agentes de decomposição e degradação, para ficarem conservadas nas melhores condições. Neste caso, ficaram preservadas em argilas”, refere Mário Miguel Mendes.
“A flor está incarbonizada, que é um processo de fossilização”, acrescenta o investigador sobre esse processo que consiste no enriquecimento relativo de carbono à custa da libertação gradual dos componentes voláteis e das moléculas orgânicas da planta.
Uma vez no laboratório, a argila é lavada num crivo, ficando retidos só os carvões e alguns sedimentos. “O material que fica no crivo é seco e visto à lupa binocular. Tudo o que tiver formas aparentemente identificáveis é colocado à parte”, conta. “Na lupa, vê-se logo se temos sementes, frutos, flores... Mas se as flores tiverem pólenes ‘in situ’, isso só consigo ver no microscópio electrónico.” Nem é possível identificar, nesta fase, o tipo de planta a que pertence uma flor.
Sendo promissor, o fóssil da Kajanthus lusitanicus seguiu para observações pormenorizadas no microscópio electrónico de varrimento, já no Museu Sueco de História Natural, em Estocolmo. Aí, Mário Miguel Mendes trabalhou com Else Marie Friis, que co-orientou a sua tese de doutoramento com o paleobotânico João Pais, da Universidade Nova de Lisboa, outro dos autores do artigo da Kajanthus lusitanicus. “Nesse dia, tínhamos visto muito material – flores, sementes e frutos –, já estávamos os dois cansados. Olhei para a flor e pensei: ‘Esta flor diz-me qualquer coisa.’ Sobretudo por causa da disposição dos estames e dos carpelos.”
Mas como tinham tirado poucas fotografias da flor, Mário Miguel Mendes quis observá-la de novo no microscópio electrónico. “Tinha ficado intrigado com ela.” Uns dias mais tarde, quando o microscópio ficou finalmente disponível outra vez, ainda que muito cedo, às seis da manhã, pôde observá-la em várias perspectivas. “Vi que tínhamos uma coisa nova. Quando mostrei a fotografia à professora Friis, ela disse: ‘Nunca vi isso!’”
A singularidade desta flor de carvão do Cretácico tornou-se ainda mais evidente quando as suas estruturas internas puderam ser observadas, nomeadamente os óvulos, sem que fosse destruída. Para tal, a flor viajou até à Suíça, ao Instituto Paul Scherrer, em Villigen, onde foi submetida a raios X intensos (numa máquina chamada “sincrotrão”).
O que tinha de especial esta flor portuguesa? A resposta científica está no artigo da equipa: a planta que deu essa flor é muito parecida com uma espécie actualmente endémica da China, a Sinofranchetia chinensis. Além disso, é o membro mais antigo da família Lardizabalaceae, pelo que está na base da linhagem da evolução das angiospérmicas. Que aspecto teria esta planta, que era terrestre? “Não me atrevo a dizer. Não encontrámos o resto da planta. Não sabemos como eram as folhas, os caules…”, responde. “Actualmente, a Sinofranchetia chinensis é uma planta trepadeira.”
E se procurarmos uma resposta literária, Antoine de Saint-Exupéry deu-nos uma n'O Principezinho. “E se eu, eu que aqui estou à tua frente, conhecer uma flor única no mundo, uma flor que não existe em mais lado nenhum senão no meu planeta, mas que, numa manhã qualquer, uma ovelha pode reduzir a nada num instante, assim sem dar sequer pelo que está a fazer, isso também não tem importância nenhuma?”, diz o principezinho, que vivia num asteróide com os seus vulcões em miniatura e a sua rosa vermelha, irritado com o amigo que encontrou na Terra. “Amar uma flor de que só há um exemplar em milhões e milhões de estrelas basta para uma pessoa se sentir feliz quando olha para o céu. Porque pensa: ‘Ali está ela, algures lá no alto…’ Mas se a ovelha comer a flor, para essa pessoa é como se as estrelas se apagassem todas de repente! Mas isso também não tem importância nenhuma, pois não?”
   
…Na Bacia Lusitaniana
Ao artigo na “Grana” sobre a Kajanthus lusitanicus, seguiu-se agora outro na mesma revista, no qual a equipa descreve de uma assentada três novas espécies de angiospérmicas, todas terrestres também, incluídas no que é descrito também como um género novo. O género é o Canrightiopsis, e as três espécies são a Canrightiopsis dinisii, a Canrightiopsis intermedia e a Canrightiopsis crassitesta, igualmente com 110 milhões de anos. “Até agora, o Canrightiopsis é conhecido apenas em Portugal”, diz o novo artigo.
Na análise das características destas plantas, vasculhadas novamente no microscópio electrónico de varrimento e no sincrotrão do Instituto Paul Scherrer, a equipa pôde determinar a existência de uma relação evolutiva entre o novo género e um género mais antigo e, ainda, com outros géneros actualmente existentes. “O novo género estabelece a ligação entre o género extinto Canrightia e os géneros da flora moderna Chloranthus, Ascarina e Sarcandra”, sublinha o cientista.
E com uma das novas plantas presta-se uma homenagem muito especial. A equipa quis dedicar a Canrightiopsis dinisii a Jorge Dinis, investigador da Universidade de Coimbra que em Setembro de 2013 teve um acidente de viação. “Um camião em contramão deixou-o em coma. Até hoje, o meu colega não consegue andar e não recuperou a fala”, diz Mário Miguel Mendes.
No caso das três novas espécies, não há um só exemplar, como no Kajanthus lusitanicus. A sua descrição baseou-se em quase 1000 espécimes de frutos, sementes e grãos de pólenes. “A maior parte dos espécimes é de Famalicão, onde cerca de 650 já foram separados dos resíduos orgânicos”, relata o segundo artigo na Grana.
Muitos dos 1000 exemplares, só agora descritos na literatura científica, foram apanhados por Else Marie Friis ainda na década de 1990, calcorreando Portugal, e encontram-se no Museu Sueco de História Natural. Mas o Kajanthus lusitanicus e o Canrightiopsis dinisii, por exemplo, ficaram no Museu Geológico de Lisboa.
Além de Famalicão e do Chicalhão, os cerca de 1000 exemplares (também incarbonizados) foram recuperados em Arazede, Buarcos, Catefica, Vale de Água e Vila Verde. Excepto em Catefica, estavam todos em barreiros, alguns entretanto desactivados. Nestes sete locais há depósitos da Bacia Lusitaniana, que começou a formar-se há 150 milhões de anos, quando se iniciou o afastamento entre as massas continentais da Europa e da América do Norte e, no meio delas, ia nascendo o Atlântico Norte.
A Bacia Lusitaniana tinha então águas pouco profundas e zonas costeiras pantanosas. Com o passar do tempo, a água foi secando e a bacia foi sendo preenchida por depósitos continentais – onde estavam as quatro novas espécies de angiospérmicas descritas recentemente na Grana e classificadas dentro dos dois novos géneros –, localizados agora na faixa Oeste da Península Ibérica, indo do Norte de Aveiro até à Península de Setúbal.
O estudo dos restos vegetais portugueses faz parte do projecto CretaCarbo – iniciado em 2009, e coordenado, desde o acidente de Jorge Dinis, por Luís Duarte, também da Universidade de Coimbra, com o objectivo de desvendar os mistérios da evolução e da ecologia das angiospérmicas. “Na Bacia Lusitaniana, temos o Cretácico bem representado, por isso podemos acompanhar a evolução florística desde o Cretácico Inferior, onde dominavam os fetos e as gimnospérmicas, até ao Cretácico Superior, onde passaram a dominar as plantas com flores”, diz Mário Miguel Mendes. “Tem de haver algo que explique por que é que, de repente, as angiospérmicas passaram a dominar toda a flora fóssil. As condições climáticas estão relacionadas com isso. A Terra era mais quente do que actualmente.”
Assim, através da composição da flora, a equipa procura compreender que condições climáticas permitiram a explosão das plantas com flores, na transição do Cretácico Inferior para o Cretácico Superior. Portanto, há cerca de 99 milhões de anos o planeta tornava-se ainda mais florido.
Especulando, será que essas flores já perfumariam a Terra? “É possível que sim, porque algumas, para a polinização por acção dos insectos, teriam de ter alguma coisa que os atraísse.”


in Público - ler notícia

domingo, outubro 26, 2014

Música para aniversariante de hoje...

Para o Doutor Jorge Dinis, professor dos Geopedrados na  Universidade e que hoje faz anos, enquanto recupera de grave acidente que teve, aqui fica uma música que lhe dedicam os seus ex-alunos:

sexta-feira, outubro 18, 2013

Notícia sobre o Doutor Jorge Dinis no blog LusoDinos

Jorge Dinis no Cabo Espichel (agosto de 2012)

O paleontólogo que honramos este mês na rúbrica Paleontólogos é o Prof. Jorge Dinis, da Universidade de Coimbra, que se encontra neste preciso momento a lutar pela vida após um acidente de viação que o deixou em coma profundo desde 30 de setembro.

Jorge Manuel Leitão Dinis é Licenciado em Geologia (Ramo Científico) na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, em 1986, com 15 valores.
Frequentou em 1993 dois módulos do Mestrado em Geologia do Subsolo organizado pela Universidade Complutense de Madrid e pela Universidade Politécnica de Madrid:
Em fevereiro de 2000 apresentou na Universidade de Coimbra a Tese de Doutoramento em Geologia, especialidade de Estratigrafia e Paleontologia, intitulada “Estratigrafia e sedimentologia da Formação de Figueira da Foz - Aptiano a Cenomaniano do sector norte da Bacia Lusitânica”, aprovada por Unanimidade, com Distinção e Louvor.
Desde 13/12/84, e durante os anos lectivos de 1984/85 e 1985/86 exerceu, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, as funções de Monitor do grupo de Mineralogia e Geologia, lugar que ocupou até à altura em que passou a exercer as funções de Assistente Estagiário.
Em 4 de dezembro de 1986 foi contratado como Assistente Estagiário, além do quadro, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Tendo apresentado Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica em 15 e 16 de outubro de 1990, foi aprovado com a classificação de "Muito Bom", passando assim à categoria de Assistente.
Após a aprovação nas provas de Doutoramento, é Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra desde Fevereiro de 2000.
Obteve Nomeação Definitiva na mesma categoria e mesma instituição em 28 de setembro de 2005, com efeitos desde 18 de Fevereiro de 2006.

  1. É atualmente investigador no centro de investigação do IMAR-CMA Instituto do Mar. Apesar de o seu perfil ser mais ligado à geologia sedimentar, ele tem contribuído para a Paleontologia através de contribuições em estudos de paleobotânica, invertebrados e vertebrados.


    Os seus interesses incluem: Sedimentologia de sistemas clásticos: continentais, estuarinos e costeiros, Estratigrafia e ambientes deposicionais do Cretácico inferior, Jurássico Superior e Holocénico do centro oeste de Portugal, Gestão e ordenamento das áreas costeiras, Preservação e valorização do Património Geológico, Geomorfologia do Quaternário, Correlações estratigráficas, interpretação paleoambiental e cronostratigrafia do Cretácico inferior e do Jurássico Superior da Bacia Lusitânica.
    Eu (O. Mateus) e o Jorge Dinis temos dois trabalhos em conjunto: um sobre a Formação da Lourinhã, como resultado da visita de estudo do congresso Strati 2013 com o Prof. Pedro Proença e Cunha, e outro trabalho sobre a transição Jurássico/Cretácico em Portugal. Essa experiência permitiu-me ir para o campo várias vezes com ele e posso relatar que é um grande geólogo e amigo: erudito, trabalhador, inteligente e divertido. Desejamos ao nosso amigo e colega Jorge Dinis as rápidas melhoras e a nossa solidariedade à família.
Jorge Dinis, à direita, numa explicação de campo a sul da Praia da Consolação (junho de 2013)



Bibliografia seleccionada:

  • Heimhofer, U., Hochuli, P. A., Burla, S., Dinis, J. M. L., Weissert, H. (2005). Timing of Early Cretaceous angiosperm diversification and possible links to major paleoenvironmental change. Geology, 33(2), 141-144.
  • Dinis, J. L., Rey, J., Cunha, P. P., Callapez, P., & Pena dos Reis, R. (2008). Stratigraphy and allogenic controls of the western Portugal Cretaceous: an updated synthesis. Cretaceous Research, 29(5), 772-780.
  • Reis, R. P., Cunha, P. P., Dinis, J., & Trincao, P. R. (2000). Geological evolution of the Lusitanian Basin (Portugal) during the Late Jurassic.
  • Dinis, J. L., & Trincão, P. (1995). Recognition and stratigraphical significance of the Aptian unconformity in the Lusitanian Basin, Portugal. Cretaceous Research, 16(2-3), 171-186.
  • Rey, J., & Dinis, J. L. (2004). Shallow marine to fluvial interplay in the Lower Cretaceous of central Portugal: sedimentology, cycles and controls. In Cretaceous and Cenozoic events in West Iberia margins, 23rd IAS Meeting of Sedimentology Field Trip Guidebook (Vol. 2, pp. 5-35).
  • Salminen, J., Dinis, J., Mateus, O. 2013 Preliminary magnetostratigraphy for Jurassic/Cretaceous transition in Porto da Calada, Portugal.
  • Dinis, J. L., Henriques, V., Freitas, M. C., Andrade, C., Costa, P. (2006). Natural to anthropogenic forcing in the Holocene evolution of three coastal lagoons (Caldas da Rainha valley, western Portugal). Quaternary international,150(1), 41-51.
  • Pena dos Reis, R., Dinis, J. L., Proenca Cunha, P., & Trincão, P. (1996). Upper Jurassic sedimentary infill and tectonics of the Lusitanian Basin (Western Portugal). In GeoResearch Forum (Vol. 1, No. 2, pp. 377-386).

Informação e partes dos textos deste post são proveniente das seguintes fontes:

pt.linkedin.com/pub/jorge-dinis/24/4b2/805



in LusoDinos - post de Octávio Mateus

terça-feira, outubro 08, 2013

Música atual para geopedrados...


Ho Hey

I've been trying to do it right
I've been living a lonely life
I've been sleepin here instead
I've been sleepin in my bed
Sleepin in my bed

So show me family
All the blood that I will bleed
I don't know where I belong
I don't know where I went wrong
But I can write a song

I belong with you, you belong with me
You're my sweetheart
I belong with you, you belong with me
You're my sweet

I don't think you're right for him
Think of what it might have been if we
Took a bus to chinatown
I'd be standin on canal and bowery
And she'd be standin next to me

I belong with you, you belong with me
You're my sweetheart
I belong with you, you belong with me
You're my sweetheart

Love we need it now
Let's hope for some
Cause oh, we're bleedin out

I belong with you, you belong with me
You're my sweetheart
I belong with you, you belong with me
You're my sweet

I belong with you, you belong with me
You're my sweet

NOTA: queremos dedicar esta música ao Doutor Jorge Dinis, que, tanto quanto sabemos, continua a lutar pela vida, nos Hospitais da Universidade de Coimbra, depois do acidente que sofreu - as nossas preces e o nosso coração estão com ele e com a sua família, em particular a esposa e o filho mais novo, bem como os seus colegas da Universidade de Coimbra e os seus verdadeiros amigos...

sábado, outubro 05, 2013

Música atual para os nossos leitores...

Como hoje eu e o meu filho vamos comemorar, em Leiria, o Dia Mundial da Música (que foi no dia 1 de outubro mas que, na cidade do Lis, celebramos este sábado...), comigo e o meu filhote a cantar no Coro dos Piccolini Filarmónicos, da SAMP, e o meu filho a cantar com os colegas no Coro da Escola Correia Mateus e da SAMP (e ainda a tocar órgão na Sé de Leiria...!) aqui fica uma música atual, proposta por uma aluna minha com bom gosto musical, para os nossos leitores, para recordar o evento:


PS: queremos dedicar a nossa atuação ao Doutor Jorge Dinis (que vive também na cidade de Leiria, é um grande apreciador de música, foi nosso professor na Universidade de Coimbra e é um grande amigos dos Geopedrados) que teve um acidente de viação e está no Hospital da Universidade de Coimbra - estamos com ele e com a sua família, colegas e amigos, neste momento difícil, e gostaríamos de ter (boas) novidades sobre a sua situação (na terça soubemos que ele estava em coma). O nosso coração e as nossas preces estão com ele e são hoje para ele...

sexta-feira, outubro 26, 2012

Música para um professor dos geopedrados que hoje faz anos

Para o Doutor Jorge Dinis, que tivemos a honra e o prazer de ter como professor na licenciatura de Geologia e que hoje faz anos (um bonito número redondo...) uma música para celebrar o seu aniversário, de outro aniversariante de hoje:


Nada Será Como Antes - Milton Nascimento

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes amanhã

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está, amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está, amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

sábado, abril 14, 2012

Ação de formação em Alcobaça - Geologia Sedimentar

 

Irá decorrer em Alcobaça, entre 25 de maio e 8 de junho de 2012, uma Ação de Formação intitulada Geologia Sedimentar – Conceitos, Processos e Produtos, organizada pelo Centro de Formação da Associação de Escolas de Alcobaça e Nazaré.
  
Esta é dada pelo Doutor Jorge Dinis, professor do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra, tem como custo 80 euros e as sessões teóricas serão realizadas na Escola Secundária D.ª Inês de Castro Alcobaça (Rua Costa Veiga, 2460-028 ALCOBAÇA).


Documentos de apoio:

quarta-feira, outubro 26, 2011

Música para terminar um belíssimo dia


Nota: queremos dedicar esta música ao amigo e geólogo Doutor Jorge Dinis, professor da Universidade de Coimbra dos geopedrados e que hoje faz anos...!

sexta-feira, maio 21, 2010

Praia da Pedra do Ouro

Comecei hoje uma Acção de Formação (HISTÓRIA GEOLÓGICA E GEOLOGIA NA HISTÓRIA - ROTEIROS GEOLÓGICOS,  já por nós aqui anteriormente referenciada). Amanhã começamos, às 10.00 horas na Praia da Pedra do Ouro - mais exactamente aqui:


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quarta-feira, maio 05, 2010

Saída de Campo em Leiria

GEOLOGIA DE LEIRIA: Um percurso pela cidade

8 de Maio de 2010 (Sábado: 09.30 – 16.00 horas)

Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo

Os professores do Grupo 520 (Biologia e Geologia) da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo (ESFRL) convidam os colegas interessados a participar na visita Geologia de Leiria: um percurso pela cidade, orientada pelo Doutor Jorge Dinis (Universidade de Coimbra).


PROGRAMA

09.30 – encontro junto à Ponte dos Caniços
pausa para almoçopicnic no Castelo de Leiria (à responsabilidade de cada um)
16.00 – hora prevista de terminus


Inscrições – através do e-mail gr520esfrl@gmail.com

LINKS:

NOTA: para os desconhecedores do local de partida, ele aqui fica:


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terça-feira, abril 20, 2010

Formação geológica para professores na região Oeste


Aqui fica o link para o Cronograma e a Ficha informativa da acção HISTÓRIA GEOLÓGICA E GEOLOGIA NA HISTÓRIA - ROTEIROS GEOLÓGICOS, a ministrar em Alcobaça, a partir de 21 de Maio de 2010, pelo Doutor Jorge Dinis (Universidade de Coimbra), na qual se devem inscrever antes que acabem as vagas.

Note-se que a descarga dos documentos informativos não funciona no Firefox, mas sim no Internet Explorer:


Registo de Acreditação: CCPFC/ACC -58282/09
Duração: 25 horas
Unidades de Crédito: 1.0
Destinatários: Professores dos grupos 230, 420 e 520


Conteúdos a abordar

Geologia Regional
  1. Unidades geológicas, estruturas tectónicas, evolução da Bacia Lusitânica e da margem continental passiva.
  2. Saída de campo para observação e discussão das séries e acidentes Meso-Cénozóicos.
Evolução Pós-UMG
  1. Último Máximo Glaciar, transgressão flandriana e Holocénico; comunidades humanas e condicionantes/impactos geológicos.
  2. Saída de campo para observação e discussão das lagunas holocénicas, seu enchimento e bacias de drenagem.

A acção terá início a 21 de Maio de 2010, às 17.30 horas, na Escola Secundária D. Inês de Castro - Alcobaça.

Lá para Setembro/Outubro o Doutor Jorge Dinis conta fazer uma semelhante, através da Universidade de Coimbra, com 2.4 Unidades de Crédito, pois implica trabalhos/relatórios pelos formandos, em interacção com formador.

NOTA: recebi há pouco a informação de que ainda há vagas na Acção em Alcobaça e que a inscrição é de 80 euros...

sábado, março 20, 2010

Adiamento da actividade de hoje



A Saída de Campo aqui antes referenciada, com o Doutor Jorge Dinis da Universidade de Coimbra, prevista para hoje na cidade do Lis, foi adiada, por motivos climatéricos, para 08.05.2010 (também um sábado).

Em breve daremos novidades sobre o assunto, bem como de uma acção de formação, em Alcobaça, sobre a Geologia da região, dada também pelo Doutor Jorge Dinis.

sexta-feira, março 12, 2010

Geologia de Leiria: um percurso pela cidade

Os docentes da Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo (vulgo antigo Liceu de Leiria) vão fazer uma saída de campo com o Doutor Jorge Dinis (Universidade de Coimbra) semelhante à que foi feita em Agosto no âmbito da Ciência Viva no Verão - ver mais pormenores AQUI, AQUI, AQUI e AQUI. Esta será entre as 09.30 e 16.00 horas do sábado, dia 20.03.2010, em Leiria.

São aceites inscrições até 18 de Março através do e-mail gr520esfrl@gmail.com.

(clicar para aumentar)



ADENDA: faz hoje 65 anos que, provavelmente, morreu a autora do mais famoso diário juvenil do século XX: Anne Frank...

quarta-feira, agosto 12, 2009

Leiria do rio Liz: tem uma geologia encantadora - as fotos

Ab initio - no Jardim da Ponte dos Caniços

Registando direcção e pendor das rochas, junto ao Açude do Moinho de Papel

Na Rua de Santo António

O grupo, olhando para o afloramento no rio, perto da Ponte Hintze Ribeiro

Réptil curioso, junto à Ponte do Turismo

Explicação junto ao Rio, perto do Avião

Junto à Fonte Quente

Junto à Sé de Leiria

Alterações nos fustes da Igreja de S. Pedro, no exterior do Castelo

No Castelo, depois de almoço

Conversando sobre calcários, doleritos, geologia de Leiria e o Castelo, depois de almoço

Estilólitos em calcário na entrada do Castelo de Leiria

Portas exteriores do Castelo

Última paragem - I

Última paragem - II


PS - e, já agora, aqui fica o link para o ficheiro PDF do GoogleMap inicial de Leiria do Doutor Jorge Dinis - AQUI.

terça-feira, agosto 11, 2009

Leiria do rio Liz: tem uma geologia encantadora - os desenhos



GoogleMap original

Apontamentos geológicos sobre o mapa de Leiria

Esquema (corte geológico simplificado) de Leiria

Curvas de nível de Leiria

Leiria do rio Liz: tem uma geologia encantadora


Pois é, vamos neste post começar, conforme prometido, a esmiuçar a Geologia no Verão que aqui previamente divulgámos e fizemos no passado domingo, em Leiria...

Para começar, os nossos agradecimentos ao Doutor Jorge Dinis, que teve a amabilidade de nos mandar os esboços que serviram de explicação durante a actividade e ainda pelas t-shirts e pelas excelentes explicações.

Finalmente há que dar ainda os parabéns aos colegas de acção pois mostraram muito interesse e provaram que estas actividades valem a pena!

quinta-feira, agosto 06, 2009

Geologia no Verão em Leiria

Ora aqui está mais uma excelente actividade do Doutor Jorge Dinis, da Universidade de Coimbra, na qual vou participar e que recomendo vivamente...

Título: Leiria do rio Liz: tem uma geologia encantadora
(Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra)
Data: 09-08-2009 9:15:00 Inscrição Obrigatória (4 vagas)
Descrição: Travessia da cidade, analisando a natureza das rochas, a disposição dos estratos, a morfologia e a localização das águas (Liz e nascentes). As observações permitirão a interpretação dos principais traços da geologia: movimentos de rochas maleáveis (um diapiro) no cruzamento de duas grandes fracturas. Por estas ascenderam as rochas ígneas que, resistindo melhor à erosão, formam o Castelo natural.
Ponto de encontro: Açude dos Caniços / ponte sobre o Liz (junto ao quartel dos Bombeiros Municipais).
Como Chegar: Fora da cidade: seguir indicações Hospital e depois Bombeiros Municipais. Junção das Ruas da Fábrica do Papel e Joaquim Ribeiro de Carvalho
Coordenadas GPS: 39º44 N, 8º48_ O
Idade mínima: 0 anos
Localidade: Leiria / LEIRIA / LEIRIA
Itinerário: Ao longo do Liz entre o Açude dos Caniços e a Fonte Quente, Castelo, Estádio, rotunda N1-N109.
Duração: 5 h
Transporte: A pé, Bicicleta
Responsável pela acção: Jorge Dinis
Nota: Usar roupa e calçado de passeio, chapéu, protector solar, líquidos. Recomenda-se pequeno farnel, binóculos e câmara fotográfica e/ou de vídeo...para mais tarde recordar. Pode ser seguida de bicicleta, embora com subidas moderadas.