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sexta-feira, abril 26, 2024

Christian Leopold Freiherr von Buch, geólogo e paleontólogo alemão, nasceu há duzentos e cinquenta anos

  
Christian Leopold Freiherr von Buch (Stolpe an der Oder , 26 de abril de 1774 - Berlim, 4 de março de 1853) foi um geólogo e paleontólogo alemão, considerado como um dos mais importantes contribuidores para o estudo da Geologia na primeira metade do século XIX.
Von Buch estudou com Alexander von Humboldt e Abraham Gottlob Werner, e muito viajou depois. O seu interesse científico era voltado para um largo espectro de tópicos geológicos: vulcanismo, fósseis, estratigrafia, etc. O seu feito mais lembrado foi a definição científica do sistema jurássico.
A Sociedade Geológica Alemã (Deutsche Gesellschaft für Geowissenschaften) chamou à sua publicação periódica Leopold-von-Buch-Plakette, em sua homenagem.
Foi laureado com a medalha Wollaston, concedida pela Sociedade Geológica de Londres, em 1842.
  

sábado, setembro 26, 2015

Os dentes dos vertebrados e as escamas de peixes primitivos estão relacionados

Esmalte surgiu na pele dos peixes há mais de 400 milhões de anos

O aparato que produz o esmalte, foi originalmente usado para protecção dos peixes primitivos

Durante a evolução, o esmalte dos dentes surgiu primeiro na pele dos peixes primitivos, foi passando para a região do crânio e finalmente acabou a ser produzido nos dentes, como acontece nos vertebrados terrestres.

O esmalte dentário é o tecido mais rijo que os humanos produzem. Feito quase totalmente à base de fosfato de cálcio, que se deposita numa matriz orgânica, este é o material que reveste os dentes, cobrindo a dentina. Apesar de ser perfeito para mastigar os alimentos, as suas origens poderão ser surpreendentes. De acordo com um novo estudo, este tecido e o aparato genético necessário para o produzir têm mais de 400 milhões de anos. O esmalte dentário surgiu nos peixes, só que não revestia os dentes daqueles animais, aparecia antes na sua pele.
Ao longo de milhões de anos, este tecido foi revestindo a cabeça dos peixes e finalmente passou também a cobrir os dentes, sugere um artigo publicado ontem na Nature. Hoje, anfíbios, répteis e mamíferos têm esmalte dentário, mas não apresentam qualquer vestígio da produção de esmalte na pele, mostrando que o uso do aparato genético para a produção deste tecido alterou-se completamente.
Nos humanos, os primeiros dentes de leite começam a formar-se ainda durante a gestação, às 14 semanas. A deposição do esmalte dentário é feita numa matriz proteica constituída por amelogenina, enamelina e amelina. Estas três proteínas são produzidas por células chamadas ameloblastos e formam uma matriz que vai sendo substituída depois por cristais de fosfato de cálcio.
Certos peixes têm na pele estruturas rijas com uma composição semelhante à dos dentes dos vertebrados. O famoso celacanto é um desses casos. Este fóssil vivo é importante para esta história. O celacanto descende de uma linhagem com 400 milhões. Nessa altura, os celacantos eram próximos do antepassado dos tetrápodes (o animal que saiu da água há cerca de 375 milhões de anos e colonizou os continentes dando origem aos vertebrados terrestres). Tal como os tetrápodes, os celacantos têm esmalte nos dentes.
Só que assumia-se que o esmalte dos dentes e a estrutura rija no corpo do celacanto tinham surgido e evoluído separadamente.
“Nos humanos, o esmalte só se encontra nos dentes, e é muito importante para a sua função, por isso é natural assumir-se que evoluiu aí”, explica o paleontólogo Per Erik Ahlberg, da Universidade de Uppsala, na Suécia, e um dos autores do artigo, citado pela agência Reuters. A descoberta agora feita “é importante porque é inesperada”, diz o cientista. A equipa partiu da genética e da paleontologia para tentar desvendar a origem do esmalte.
Os investigadores foram analisar o genoma do Lepisosteus oculatus, um peixe que pertence aos actinopterígeos — um dos mais importantes grupos de peixes, distante dos celacantos. O Lepisosteus oculatus é considerado um peixe primitivo dentro dos actinopterígeos. Não tem esmalte nos dentes, mas tem na pele do corpo e na cabeça o tecido que se assemelha ao esmalte. Os peixes actinopterígeos mais modernos, como o peixe-zebra, já não tem essa substância.
A equipa foi analisar no Lepisosteus oculatus os genes equivalentes aos genes nos humanos que dão as instruções para a produção da matriz proteica, onde se deposita o esmalte. Descobriram que estes genes estavam activos na pele do peixe, e que aquela substância era, de facto, semelhante ao esmalte. O que mostra uma relação evolutiva.
Depois, os investigadores foram olhar para o passado, analisando as escamas de fósseis de duas espécies de peixes que viveram durante o período silúrico, o Andreolepis (de há 425 milhões de anos, encontrado na Suécia) e o Psarolepis (de há 418 milhões de anos, descoberto na China). O primeiro tinha uma fina camada de esmalte nas escamas do corpo, mas não tinha na cabeça nem nos dentes. O segundo tinha esmalte nas escamas do corpo e na cabeça, mas também não tinha esmalte nos dentes.
“O Psarolepis e o Andreolepis estão entre os mais antigos peixes ósseos [o grande grupo de peixes que é diferente dos cartilagíneos, como os tubarões e as raias que não produzem esmalte]”, explica Per Erik Ahlberg, citado num comunicado da sua universidade. “Por isso, acreditamos que a falta de esmalte nos dentes é devido a serem primitivos. Parece que o esmalte originou-se na pele e só depois colonizou os dentes.”
A partir deste conjunto de dados, os cientistas propuseram uma hipótese sobre o surgimento e a evolução do esmalte. Primeiro o tecido surgiu nas escamas do corpo, como mostra o Andreolepis, depois passou para o crânio, o Psarolepis é o exemplo desta fase, e finalmente o tecido avançou até aos dentes, veja-se o celacanto.
De alguma forma, na evolução dos tetrápodes, o esmalte deixou de ser produzido na pele mantendo-se apenas nos dentes. Já na evolução dos actinopterígeos, o esmalte nunca chegou a surgir nos dentes e foi desaparecendo da pele dos peixes mais modernos deste grupo.
Olhando para o passado, o uso do esmalte mostra como a evolução é dinâmica. Com características que se perdem ou que ganham novas funções. Como diz Qingming Qu, outro autor do estudo: “Apesar deste tecido nos nossos dentes ser usado para morder ou rasgar, originalmente foi usado como um tecido de protecção, como nos peixes primitivos.”


in Público - ler notícia

sexta-feira, outubro 18, 2013

Notícia sobre paleontologia, artrópodes e aracnídeos

Descoberto fóssil com sistema nervoso similar ao da aranha

O sistema nervoso encontrado num fóssil de um artrópode de "grandes apêndices" de 520 milhões de anos guarda vestígios que o vinculam ao grupo que engloba as aranhas e os escorpiões, segundo um estudo divulgado ontem pela Nature.

Uma equipa liderada por Nick Strausfeld, da Universidade de Arizona, nos Estados Unidos, e Greg Edgecombe, do Museu de História Natural de Londres, analisou esse fóssil perfeitamente preservado de artrópode de "grandes apêndices" (antenas, mandíbulas ou patas).
O objetivo é tentar estabelecer uma relação evolutiva destes exemplares, objeto de muitos debates científicos.
Estes artrópodes de "grandes apêndices" sobrepostos na cabeça constituem um grupo extinto de criaturas de patas unidas que nadavam ou se arrastavam há 520 milhões de anos e cuja configuração nunca foi vista nos artrópodes modernos.
Um dos debates sobre a evolução dos insetos, aranhas e estes exemplares estuda como os diferentes segmentos da cabeça se relacionam nos diversos grupos.
Quando os apêndices têm aspeto diferente, a melhor maneira é estudar o sistema nervoso, de acordo com o estudo.
Os especialistas analisaram a neuroanatomia de um sistema nervoso completo encontrado num fóssil de exemplar de artrópode de há 520 milhões de anos não descrito anteriormente.
Identificaram uma criatura de três centímetros de comprimento, encontrada em Chengjiang, na China, como representante do extinto género Alalcomenaeus.

in DN - ler notícia

quarta-feira, setembro 19, 2012

Notícia sobre Paleontologia e Açores

Mandíbula de cetáceo do período Plistocénico encontrada pela primeira vez em ilhas oceânicas
Descoberto em Santa Maria fóssil com mais de 100 mil anos
A ilha de Santa Maria, no Grupo Oriental, é a única do arquipélago dos Açores onde existem jazidas fósseis
Uma mandíbula de cetáceo, que se estima ter entre 117 e 130 mil anos, foi descoberta na jazida fóssil da Praínha, na ilha açoriana de Santa Maria, anunciou a Secretaria Regional do Ambiente esta terça-feira.
Esta é a primeira descoberta a nível mundial de um fóssil de cetáceo em ilhas oceânicas para o período Plistocénico, em particular para o último estádio interglaciar, segundo os estudos realizados pelos paleontólogos da Universidade dos Açores.
A mandíbula foi encontrada por habitantes locais, admitindo as autoridades que possa ter sido colocada a descoberto pelas adversas condições marítimas ocorridas no final de Agosto com a passagem do furacão ‘Gordon’.
A força do mar removeu rochas de grandes dimensões e areia, acabando por expor a mandíbula, que, segundo os especialistas, deverá ser de um cachalote ou de uma baleia de barbas.
O osso, com cerca de um metro de comprimento, foi removido do local por técnicos do Parque Natural de Santa Maria e investigadores do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores e será exposto no Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo, em Vila do Porto, logo que estejam concluídos os trabalhos de limpeza e análise.
A ilha de Santa Maria, no Grupo Oriental, é a única do arquipélago dos Açores onde existem jazidas fósseis.
No total, já foram identificadas nesta ilha 15 jazidas fósseis, datadas do final do Miocénico e início do Pliocénico, entre sete a cinco milhões de anos, além de outras seis jazidas mais recentes, do Plistocénico, com idades entre os 117 e os 130 mil anos, entre as quais a jazida da Praínha.

in CM - ler notícia

NOTA: embora com incorreções (há mais fósseis nos Açores, nomeadamente de vegetais dentro de cones de cinzas vulcânicas, noutras ilhas...) esta notícia é muito especial - aumenta a importância científica dea ilha de Santa Maria e dos seus fósseis e dá relevo aos Açores e à Paleontologia nacional...

sábado, dezembro 03, 2011

XXV Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis de Lisboa

(clicar para aumentar)

XXV Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis

MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA

Universidade de Lisboa

7 a 11 de dezembro 2011

PRATA E OUTROS METAIS PRECIOSOS

Por ocasião da 25ª edição da Feira Internacional de Lisboa de Minerais, Gemas e Fósseis, o Museu Nacional de História Natural entendeu ser oportuno dedicar a Feira aos metais preciosos, com relevo para a prata.

Por existirem nativos, isto é, por ocorrerem isolados na natureza, e sendo neste caso muito atraentes, são usados como adorno desde a mais remota antiguidade. Mas os metais preciosos não são utilizados apenas em joalharia. O ouro e a prata, em particular, foram desde sempre moeda de troca. Este papel tem-se reduzido, em função da perda de importância das moedas, mas, em compensação, os metais preciosos crescem como investimento nos tempos em que a economia não oferece segurança. Por outro lado, não são poucas as aplicações industriais dos metais preciosos, em função das suas propriedades “nobres”, de baixa reactividade, e altas condutividades eléctricas e térmicas.

O fascínio exercido pelos metais preciosos continua e a Feira faz-se eco deste facto, divulgando saberes mineralógicos e químicos, e expondo exemplares de grande beleza.


HORÁRIO:
  • 7 Dezembro: das 15.00 às 20.00 horas
  • 8, 9, 10 Dezembro: das 10.00 às 20.00 horas
  • 11 Dezembro: das 10.00 às 18.00 horas


LOCAL 
  
MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA
  
Rua da Escola Politécnica, 60. 1250-102 Lisboa
    
Entrada livre


Este evento, que constitui desde 1988, uma grande festa do Museu e uma marca na vida cultural da cidade, reúne coleccionadores e comerciantes de minerais, gemas e fósseis, oriundos de vários países da Europa, bem como um vasto público, representado por milhares de visitantes, que tem aqui uma oportunidade ímpar de adquirir ou simplesmente deleitar-se com a observação de exemplares únicos. Como habitualmente, paralelamente à Feira, terá lugar um programa complementar de actividades de divulgação cultural e científica destinadas a jovens e adultos, este ano sob o tema geral “A Prata e outros metais preciosos”.

PROGRAMA

7 de dezembro, 15.00 horas
Abertura da XXV FEIRA…
Edifício do antigo Picadeiro do Colégio dos Nobres (R. Escola Politécnica, 60)

CONFERÊNCIAS - Espaço “Café – Mineral” na Feira

8 de dezembro, 16,00 horas
“Onde encontrar ouro e prata na natureza: dos garimpeiros ao fundo do mar”
Fernando Barriga (Museu Nacional de História Natural)

9 de dezembro, 16.00 horas
"A Prata e metais afins: uma química preciosa"
Maria Helena Garcia (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)

10 de dezembro, 16.00 horas
“A Aventura da Prata: de mineral em mineral até à aplicação final”
Álvaro Pinto (Museu Nacional de História Natural)

8 a 11 de dezembro, das 1100 às 18.00 horas
LABORATÓRIO DE MINERAIS...
No espaço experimental da Feira (1º andar)

10 de dezembro, das 14.30 às 19.00 horas
CLUBE DE MINERALOGIA...
No espaço experimental da Feira (1º andar) - “Feira de trocas…”

11 de dezembro, das 11.00 h às 13.00 horas
ALQUIMIA COM MINERAIS…
No espaço “Laboratório Aberto” - “Extracção de ouro e prata do minério da mina de Jales”

11 de dezembro, 11.00 horas
LABORATÓRIO EM PASSEIO... 
“Mil fósseis aos nossos pés” – Percurso pedestre para reconhecimento de elementos paleontológicos no edifício do Museu (concentração no átrio principal do Museu à hora marcada para o início da sessão).

11 de dezembro, das 15.00 às 16.30 horas
LABORATÓRIO DE GEMAS… 
Gabinete A no espaço Feira, 1º andar, com o gemólogo Rui Galopim de Carvalho (nº de participantes limitado – inscrição prévia na banca do Museu instalada na Feira)


EXPOSIÇÕES…

…exposições sobre temas geológicos no Museu:

“MINERAIS: IDENTIFICAR, CLASSIFICAR”
Exposição introdutória à sistemática dos minerais na qual estão patentes alguns dos mais belos exemplares das colecções do Museu Nacional de História Natural.

“JÓIAS DA TERRA: O MINÉRIO da PANASQUEIRA”
Exposição sobre a geologia, a mineralogia e exploração mineira nas minas da Panasqueira.

“TUDO SOBRE DINOSSÁURIOS”
Exposição sobre os principais temas relacionados com o nosso conhecimento dos dinossáurios.

ALLOSAURUS: Um Dinossáurio, Dois Continentes?”
Exposição sobre os principais temas relacionados com a descoberta de Allosaurus em Portugal.

“A AVENTURA DA TERRA – Um Planeta em Evolução”
Exposição sobre os 4600 milhões de anos de história da Terra e da Vida, do Big Bang ao tempo presente.

“4xVIDA NA TERRA”
Apresentação das quatro grandes fases da história da Vida na Terra, com realce para as grandes extinções e suas consequências.




Rua da Escola Politécnica, 58

1250-102 Lisboa, Portugal 

Telefone: 21 392 18 08


domingo, novembro 27, 2011

Exposição em Évora: Fósseis e Rochas - Um Património do Tempo

(clicar para aumentar)

Esta a decorrer uma exposição intitulada "Fósseis e Rochas - Um Património do Tempo", que estará aberta ao público até 01 de dezembro de 2011, no Convento do Espinheiro - Hotel & Spa, Évora, organização conjunta do Convento do Espinheiro, Departamento de Geociências da Universidade de Évora e Museu Nacional de História Nacional, com o apoio do Centro de Ciência Viva de Estremoz, Museu da Lourinhã, Câmara Municipal de Vila Viçosa, Câmara Municipal de Évora e Delegação Regional de Cultura do Alentejo.

Paralelamente à exposição há algumas Palestras, a saber:


Da Jangada de Pedra de José Saramago à Tectónica de Placas; uma maneira diferente de olhar para o nosso passado mais remoto

Rui Dias – Departamento de Geociências da Universidade de Évora e Director do Centro de Ciência Viva de Estremoz, especialista em Geologia Estrutural



“A Tectónica de Placas no Alentejo – Uma história com 600 milhões de anos...”

Luís Lopes – Departamento de Geociências da Universidade de Évora (especialista em Geologia Estrutural e Rochas Ornamentais)



A entrada é gratuita mas carece de confirmação, através do e-mail reservas@conventodoespinheiro.com  ou para o telefone 266 788 200.

terça-feira, julho 26, 2011

Encontro dos Geopedrados - Fotos 8

Vestígios de amonite no campo de lapiás próximo do Algar do Ladoeiro

Vegetação e campo de lapiás do Algar do Ladoeiro

Algar do Ladoeiro - olhando o abismo

Chousas com passagem desnivelada próximo do Algar do Ladoeiro
 
 Ravina próxima do Algar do Ladoeiro

Encontro dos Geopedrados - Fotos 7

Bloco com crioclastos cimentados com forma curiosa - Vale da Fórnea

Fórnea em todo o seu esplendor (há também a grafia Fórnia)

Subindo para a Cova da Velha

À entrada da Cova da Velha

A água no último sifão percorrido

Vendo a água e com esperanças de que o filho não tente nadar...

Procurando fósseis e pirites cúbicas oxidadas

O último grupo preparando-se para entrar na Cova da Velha

terça-feira, junho 21, 2011

Saída de Campo em Leiria, no feriado

 

Os Blogues Geopedrados e GeoLeiria irão organizar, em conjunto com o Grupo de Recrutamento 520 da Escola Dr. Correia Mateus, na próxima quinta-feira, dia 23 de Junho de 2011, no feriado do Corpo de Deus, uma saída de campo aberta a todos e sem necessitar pré-inscrição.


Eis os dados da mesma:

Data: 23 de Junho de 2011 (quinta-feira – feriado nacional);

Ponto de encontro: Entrada da Escola Dr. Correia Mateus;

Destinatários: Alunos, Funcionários e Docentes (e seus familiares) da Escola Correia Mateus, bem como outros elementos da Comunidade Educativa;

Partida: 10.00 horas;

Chegada: 12.30 horas.

Objectivos:
  • Despertar a curiosidade acerca do mundo que nos rodeia.
  • Promover admiração, entusiasmo e interesse pela natureza.
  • Promover o conhecimento através de actividades fora de sala de aula.

Material necessário para os participantes: carros para as deslocações (com possibilidade de levar menos carros), água, roupa e sapatos próprios para andar no campo, boné e protector solar.

NOTA: a organização levará mapas (geológico e militar), martelos de geólogo, bússolas de geólogo, lupa de campo de geólogo e permitirá a recolha de algumas amostras. Haverá ainda uma explicação dos locais a visitar (história geológica, minerais, idade das rochas, riscos geológicos, recursos geológicos, tipos de rochas, falhas, etc.).



ADENDA: 

Ponto de Encontro e de Chegada:


Ver mapa maior

sexta-feira, março 25, 2011

XV Feira de Minerais da UTAD



(clicar para aumentar)

quinta-feira, agosto 19, 2010

Notícia sobre Paleontologia no Público

Fósseis encontrados na Austrália antecipam registo de vida animal


Modelo virtual da esponja

O frio tomava conta do planeta há 650 milhões de anos, mas a vida animal já era suficientemente abundante para ficar registada nas rochas. Por sorte, uma equipa de geólogos investigava o clima desta época em rochas no Sul da Austrália, quando tropeçou em formas gravadas que poderão ter sido feitas pelas mais antigas esponjas.

“Reparámos em formas repetidas que encontrávamos [nas rochas] – formas em v, anéis, canais perfurados", explicou Adam Maloof em comunicado, da Universidade de Princeton, em New Jersey, nos Estados Unidos. Segundo o investigador, a equipa pensou inicialmente que eram apenas fenómenos geológicos. "Durante o segundo ano, apercebemo-nos que tínhamos tropeçado nalgum tipo de organismo, e decidimos analisar os fósseis.” Os resultados foram publicados agora na revista científica Nature Geoscience.

Há 650 milhões de anos a Terra vivia um dos períodos mais frios da sua história. Segundo muitos autores, o clima glaciar fez com que todo o planeta ficasse coberto por gelo pelo menos duas vezes, em alturas diferentes. Há 635 milhões de anos as condições começaram a melhorar, mas durante muito tempo a vida animal continuou a ser muito escassa.

Só cerca de cem milhões de anos depois é que apareceu a maioria dos grupos animais que hoje se conhecem, um fenómeno que os cientistas chamam de explosão do Câmbrico. O fóssil de animal mais antigo que já se encontrou tem cerca de 555 milhões de anos e é anterior a esta explosão. Pensa-se que pertencia a um ser de corpo mole e os cientistas englobaram-no nos moluscos, o grupo onde estão animais como as amêijoas ou os polvos.

Até agora, a esponja mais antiga de que há registo tinha apenas 520 milhões de anos. Estes seres marítimos são filtradores de água e estão na sua forma adulta completamente imóveis. Externamente têm uma parede com espículas para protecção e internamente têm uma camada de células que retira o alimento da água. São os animais menos complexos que se conhece e através do relógio molecular tinha-se estimado que o aparecimento deste grupo seria anterior ao registo fóssil que existia.

A descoberta da equipa de Princeton vai de encontro a esta estimativa. Os cientistas não associaram imediatamente as marcas às esponjas. Primeiro, utilizaram tecnologias digitais para reconstruir a forma do animal. O modelo tridimensional que resultou é parecido com as esponjas. O tamanho destes antigos seres marinhos variava entre milímetros e centímetros e tinha pequenos canais que poderiam servir para a água passar.

domingo, julho 18, 2010

Notícia no Público - a Paleontologia e os Açores

Açores
Cientistas iniciam hoje expedição para estudar fósseis marinhos em Santa Maria
16.07.2010

Santa Maria é o único local nos Açores onde são conhecidos fósseis marinhos

A sétima expedição científica “Paleontologia nas Ilhas Atlânticas” começa hoje em Santa Maria, envolvendo mais de 30 cientistas nacionais e internacionais que vão estudar os fósseis marinhos da mais antiga ilha dos Açores.

Santa Maria é o único local nos Açores onde são conhecidos fósseis marinhos, o mais antigo dos quais foi datado de há cerca de cinco milhões de anos.

“Certamente existirão em outras ilhas, mas só em Santa Maria é que já passou tempo suficiente para que o processo erosivo retirasse as escoadas lávicas que os cobrem e deixassem expostas as jazidas”, explicou Sérgio Ávila, coordenador científico da expedição.

Os trabalhos de campo, que decorrem até 24 de Julho, começam hoje na zona da Pedra-que-Pica, prosseguindo depois em áreas como a Ponta do Castelo, Lagoinhas, Malbusca e Cré.

Os 35 investigadores envolvidos - oriundos de países como Alemanha, Estados Unidos, Áustria e Portugal - estarão acompanhados por quatro jovens alunos açorianos do 5.º ao 9.º ano de escolaridade, que venceram o Prémio Frias Martins.

“São os melhores alunos, muito curiosos e vivazes, que vão ter a oportunidade de acompanhar o trabalho dos cientistas e de lhes colocar as questões que entenderem”, salientou Sérgio Ávila.

Os cientistas vão estar divididos em onze equipas de investigação, que se dedicarão à recolha e estudo de amostras nos sedimentos marinhos fossilíferos.

Em Santa Maria são conhecidas cerca de 15 jazidas do final do Miocénico e início do Pliocénico, com idades entre cinco e sete milhões de anos, e três jazidas fossilíferas Plistocénicas, com idades entre 130 e 117 mil anos.

No ano passado, a expedição permitiu encontrar entre os fósseis uma nova espécie de invertebrados, dois novos registos de tubarões e outros dois de moluscos marinhos.

Na campanha que hoje começa, os cientistas vão também realizar medições para definir quantos metros a ilha subiu acima do nível do mar desde que começou a emergir há cerca de oito milhões de anos.

Estão também previstos trabalhos na área da geoquímica para apurar as temperaturas que existiam há cerca de cinco milhões de anos, quando viviam os organismos cujos fósseis estão agora a ser estudados.

Em paralelo com os trabalhos de campo, os investigadores vão também participar num ciclo de comunicações científicas aberto à população da ilha, que decorrerá no Centro de Interpretação Ambiental Dalberto Pombo, na Vila do Porto.

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

As descobertas angolanas de paleontólogo português

Paleontologia

Português descobre em Angola nova espécie de tartaruga

Crânio de tartaruga "Angolachelys mbaxi" de Angola e o paleontólogo Octávio Mateus

O paleontólogo Octávio Mateus disse hoje ter confirmado cientificamente a descoberta de um novo género e nova espécie de tartaruga, por si encontrada em 2005 ao integrar uma expedição de cientistas de vários países a Angola.

Denominada “Angolachelys mbaxi”, ou seja “Tartaruga de Angola”, “a tartaruga representa um novo género e uma nova espécie para a ciência”, disse em declarações à Lusa Octávio Mateus, paleontólogo do Museu da Lourinhã e investigador da Universidade Nova de Lisboa.

Segundo o paleontólogo, pelas suas características anatómicas é possível concluir que a tartaruga pertence a um novo grupo até agora desconhecido para a ciência.

“Há as tartarugas que encolhem o pescoço para dentro da carapaça (criptodira) e as que encolhem para o lado. Esta recolhe o pescoço para o interior da carapaça e é a mais antiga em África a pertencer a este grupo”, explicou o paleontólogo.

Sendo a mais antiga tartaruga criptodira do continente africano com 90 milhões de anos (Cretácico Superior), caracteriza-se por ser “uma grande tartaruga marinha de mais de um metro de comprimento e com um crânio de 20 centímetros”.

“É um dos primeiros répteis marinhos que cruzam o Atlântico de Norte para Sul”, sublinhou o paleontólogo, comprovando assim que há 90 milhões de anos os continentes americano e africano já estavam separados pelo oceano.

Além disso, o que a diferencia em relação às outras tartarugas são as “narinas separadas”.

Em 2005, o paleontólogo, que participou numa expedição com paleontólogos e geólogos norte-americanos, angolanos, holandeses e o português Miguel Telles Antunes, descobriu o crânio, fragmentos da carapaça, vértebras e garras do animal.

Após trabalhos laboratoriais e estudos de anatomia e relações de parentesco, Octávio Mateus viu agora a sua descoberta ser reconhecida pela comunidade científica, com a publicação do artigo “A mais antiga tartaruga criptodira de África do Cretácico de Angola” numa revista da especialidade.

sábado, janeiro 09, 2010

Notícia sobre o Menino do Lapedo

Dentes do menino do Lapedo são "pouco modernos"

A análise aos dentes do menino do Lapedo aproximam este exemplar de hominídeo do Paleolítico Superior encontrado em Dezembro de 1998, em Leiria, mais dos Neandertais do que dos homens modernos.


É esta a conclusão de um artigo publicado esta semana na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), e assinado por uma equipa internacional de que fazem parte os investigadores portugueses João Zilhão e Cidália Duarte, a par com o especialista norte-americano Erik Trinkaus, da Universidade de Washington.

Tanto Zilhão como Trinkaus protagonizaram desde o achado do Lapedo uma acesa discussão na comunidade científica internacional ao defenderem que a criança provava que Neandertais e os primeiros homens modernos não só coexistiram como procriaram. E que aquele achado era a prova disso.

Do outro lado da barricada estão outros nomes sonantes da arqueologia, como os espanhóis Juan Luis Arsuaga, co-director de investigação da importante jazida fóssil da serra de Atapuerca, em Espanha, e Carles Lalueza-Fox, da Universidade de Barcelona, que afirmam que, mesmo sendo mestiça, a criança do Lapedo não prova nada em relação à evolução do homem moderno. E continuam a acreditar que os Cro-Magnons, os primeiros homens modernos, substituíram por completo os Neandertais, sem miscigenação. A revista PNAS foi, aliás, palco da publicação de vários artigos sobre este lado da discussão.

Mas Zilhão e Trinkaus voltam agora ao ataque: "Esta nova análise dos dentes da criança do Abrigo do Lagar Velho [sítio onde foi encontrado] traz um conjunto de informação nova e mostra que estes primeiros homens modernos não eram tão modernos como isso", diz João Zilhão. A equipa descreve que os dentes da frente da criança eram muito subdesenvolvidos para serem considerados de um homem moderno. E que tinham uma formação diferente da dos homens modernos, com mais dentina, o tecido logo abaixo do esmalte do dente, e com mais polpa, a parte nervosa responsável pela nutrição do dente. Tinham também muito menos esmalte.

"O estudo confirma que a anatomia da criança do Lagar Velho, nomeadamente a dentição, não coincide com os primeiros ou com os mais recentes homens modernos e só se encontra entre os Neandertais", insistem os investigadores.

A criança do Lapedo, que teria quatro a cinco anos à altura da morte, datada de há 30 mil anos, é um tesouro para a arqueologia na medida em que tem 90 por cento do esqueleto intacto. A análise aos dentes foi feita com recurso a microtomografia e reconstrução tridimensional, diz a equipa no artigo.

Adornos milenares

No mesmo número da PNAS, João Zilhão assina um segundo artigo sobre um tema que tem fascinado a arqueologia: quando é que a humanidade começou a usar adornos, jóias e maquilhagem?

Em 2006, uma equipa britânica descobriu na Argélia vestígios de conchas para fazer colares com 100 mil anos.

Mas Zilhão afirma neste novo artigo que estas manifestações de pensamento simbólico eram partilhadas com os Neandertais chegados à Europa, depois de ter descoberto vestígios de adornos e de pigmentação para uso ornamental numa jazida espanhola datada de há 50 mil anos.

sábado, janeiro 03, 2009

Se fosse em Portugal dava para fazer uma reunião plenária de deputados


Em Shandong
Cientistas chineses dizem ter encontrado a maior colecção de fósseis de dinossauros
01.01.2009 - 17h48 PÚBLICO

Uma equipa de investigadores da Academia chinesa das Ciências acredita ter encontrado a “Cidade dos Dinossauros”, ou seja, a maior colecção de fósseis destes animais. Desde Março foram descobertos 7600 ossos na província chinesa de Shandong.

Segundo a BBC online, a maioria dos ossos data do final do Cretáceo, período durante o qual os dinossauros se extinguiram, e os cientistas esperam conseguir compreender por que razão os dinossauros desapareceram da Terra.

Desde os anos 60 do século passado que Zhucheng, em Shandong, é considerada a “Cidade dos Dinossauros” devido às importantes descobertas aí realizadas. Mas os cientistas acreditam que um novo local encontrado no início de 2008, durante trabalhos de exploração mineira, é ainda mais importante. Tanto mais que, apenas de um único local de escavação com escassas centenas de metros foram desenterrados três mil ossos.

“Este grupo de dinossauros fossilizados é actualmente o maior alguma vez encontrado no mundo... em termos de área”, comentou Zhao Xijin, paleontólogo responsável pelas escavações, citado pela BBC online. A informação detalhada sobre a descoberta só será publicada em revistas científicas no final deste ano.

Segundo a BBC, as autoridades de Shandong estão a pensar criar ali um parque dedicado à paleontologia.

in Público on-line - ler notícia

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Dino-Pegadas digitais


Paleontologia
Equipa espanhola e Museu Nacional de História Natural digitalizam pegadas de dinossauros
09.12.2008 - 16h04 Ana Machado

A partir de amanhã as pegadas de dinossauros da Pedra da Mua (Cabo Espichel), da Pedreira do Galinha (na Serra de Aire) e de Vale de Meios, terão uma nova vida...digital. Uma equipa de paleontólogos do Instituto Catalão de Paleontologia e da Universidade de Manchester, em colaboração com o Museu Nacional de História Natural vai começar a digitalização das pegadas com o objectivo de conseguir imagens tridimensionais daqueles monumentos paleontológicos.

Chama-se LIDAR - Laser Imaging Detection and Ranging- a esta tecnologia que permitirá o estudo mais aprofundado dos aspectos da locomoção, do comportamento social e dos hábitos dos dinossauros que por ali viveram entre o Jurássico Médio até ao Cretácico Superior, há 145 a 60 milhões de anos.

De acordo com um comunicado do Museu Nacional de História Natural, trata-se de uma tecnologia habitualmente usada na prospecção petrolífera que permite o registo da pegada através de um varrimento laser e a sua captação num aparelho receptor. “Os dados obtidos serão coordenados com os provenientes de uma câmara e de um GPS e o material destas três proveniências será depois enviado para um computador portátil e, posteriormente, um programa permitirá produzir um modelo virtual 3D muito pormenorizado”, diz o mesmo comunicado.

Para além do estudo ao pormenor das pistas, que esta técnica permite, os especialistas envolvidos, que usaram pela primeira vez este tipo de digitalização nas pistas de dinossáurios na localidade de Fumanya, a norte de Barcelona, afirmam que as imagens serão um recurso igualmente importante para a investigação e divulgação científica do património paleontológico português, para a educação ambiental e turismo da natureza.

in Público on-line - notícia aqui (foto pessoal de Fernando Martins - Pedreira do Galinha)

domingo, dezembro 07, 2008

No tempo que as tartarugas tinham dentes

Foi publicada na revista Nature uma tartaruga primitiva... com dentes! A Odontochelys (=tartaruga de dentes) descoberta no Triásico da China vem também explicar a incorporação dos ossos que formam a carapaça. Este é claramente um "fóssil de transição"!





Chun Li, et al. (2008) An ancestral turtle from the Late Triassic of southwestern China, Nature, n.º 456: pp. 497-501

Post roubado ao Doutor Octávio Mateus - Blog Lusodinos

quarta-feira, dezembro 03, 2008

XXII Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis de Lisboa

5 a 8 de Dezembro de 2008

Os minerais fluorescentes são o tema da 22ª edição da Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis. Através da característica que os distingue, a fluorescência, estes minerais proporcionam um espectáculo fascinante. Mas esta propriedade é também importante na identificação de espécies e, sobretudo, na prospecção mineral.

Além de reunir coleccionadores e comerciantes de vários países da Europa, esta Feira, à semelhança do que se tem verificado nas outras edições, contará com um programa paralelo de actividades de divulgação científica.

Entrada livre.

Mais informações em www.mnhn.ul.pt, Programa

Fonte: Blogues GeoLeiria e Profundezas...

sexta-feira, novembro 21, 2008

Notícia no Público sobre mamutes

Cientistas reconstituem genoma do mamute

19.11.2008 - 18h58 Ana Gerschenfeld


Os mamutes-lanudos (Mammuthus primigenius) gostavam imenso do frio. Não admira portanto que alguns deles, quando morreram, tenham ficado presos e muito bem conservados no solo gelado da Sibéria. Mesmo o pêlo que os cobria sobreviveu até aos dias de hoje, durante milhares de anos, no permafrost. E foi graças a isso que Webb Miller e Stephan Schuster, da Universidade Estadual da Pensilvânia, conseguiram agora reconstituir a gigantesca molécula de ADN contida no núcleo das células de mamute – e começar a desvendar os segredos mais íntimos da evolução e da biologia destes mamíferos pré-históricos. É o primeiro genoma de um animal de uma espécie extinta.

Estes investigadores já tinham sequenciado o ADN das mitocôndrias de mamute, as “baterias” das células vivas. Mas enquanto o ADN mitocondrial é uma sequência molecular com apenas 13 milhões de “letras” (ou moléculas de base A, T, G, C), o ADN do núcleo celular, onde se encontra a esmagadora maioria dos genes (que no mamute são cerca de 20 mil) corresponde a uma sequência de ADN com uns quatro mil milhões de letras! Até há pouco, a mera dimensão do objecto impossibilitava a sua leitura.

Só que os avanços das técnicas de sequenciação têm sido espectaculares, tornando-as mais potentes, praticáveis, rápidas e baratas. Ao ponto que já permitiram sequenciar genomas humanos como os do Nobel James Watson. E, de facto, o assalto agora feito ao núcleo das células de mamute revelou-se um sucesso. Por enquanto, o resultado ainda é um rascunho, onde subsistem erros de leitura e faltam bocados (os cientistas estimam estar na posse de uns 80 por cento do genoma), mas isso não impede que a Nature faça na sua edição de hoje as honras ao acontecimento, publicando os novos resultados e mais dois artigos sobre o tema.

Bola de pêlo pré-histórica

Foi há cerca de 1,6 milhões de anos que apareceram os mamutes. Viveram em África, na Europa, na Ásia e na América do Norte, até se mudarem mais para norte, à procura de regiões mais frias, e desaparecerem há dez mil anos. Schuster e os seus colegas utilizaram como material de base, para extrair o ADN, o pêlo de uma múmia de mamute com 20 mil anos e de outra com 60 mil, ambas da Sibéria. O ADN capilar apresenta duas vantagens em relação ao ADN dos ossos, que é o habitualmente disponível nos restos fósseis: resiste melhor às intempéries, “porque o invólucro do pêlo o protege como uma embalagem de plástico biológico”, explica um comunicado da universidade; e resiste melhor à contaminação pelo ADN de bactérias ou fungos, algo que pode fazer com que o ADN sequenciado nem sempre pertença ao animal e torna ainda mais árdua a autenticação dos genes.

Para ter uma base de comparação que lhes permitisse colocar o carimbo “mamute”, os cientistas recorreram a um ADN de referência: o rascunho já disponível do genoma do elefante africano, um dos parentes próximos – e vivos – do extinto mamute. Mas, mesmo assim, a origem de alguns dos fragmentos é incerta. A sua autenticidade está dependente da sequenciação definitiva do genoma do elefante, a ser concluída por cientistas do MIT e de Harvard. “Só quando estiver completo é que vamos poder fazer uma avaliação final quanto à quantidade de genoma de mamute que conseguimos sequenciar”, diz Miller no comunicado.

Entretanto, os cientistas já conseguiram obter algumas pistas acerca da história deste antigo elefante e dos seus parentes actuais. “Os nossos dados sugerem que divergiram há cerca de seis milhões de anos”, salienta Miller. Também concluem que os mamutes deram origem a dois grupos há dois milhões de anos, que formaram duas sub-populações na Sibéria e que apenas uma delas sobreviveu até há dez mil anos (a outra ter-se-á extinto há 45 mil). E mostram ainda que, entre os mamutes e os elefantes modernos, as diferenças genéticas são mais pequenas do que se pensava. “Ao contrário dos humanos e dos chimpanzés, que se separaram mais ou menos na mesma altura e que rapidamente deram origem a espécies diferentes – diz Schuster –, os mamutes e os elefantes evoluíram de forma mais gradual.”

Ressuscitar o mamute?

A diversidade genética entre mamutes também era bastante baixa – a tal ponto que os animais poderão ter sido excepcionalmente susceptíveis às doenças e às mudanças climáticas – e aos homens, que os caçavam. Mas doenças e clima, por si só, permitiriam explicar o fim da subpopulação que se extinguiu há 45 mil anos, uma vez que o homem nunca chegou a cruzar-se com ela e a exterminá-la (na altura não habitava a Sibéria), como poderá ter acontecido com a subpopulação que sobreviveu mais tempo. Uma parte do debate em torno da responsabilidade humana no fim do mamute poderá portanto estar resolvida. Os cientistas esperam também descobrir no antigo genoma as características genéticas capazes de dar conta da excepcional resistência dos mamutes ao frio extremo. “Esta é realmente a primeira vez que somos capazes de estudar um animal extinto com o mesmo nível de pormenor com que estudamos os animais do nosso tempo”, diz Schuster.

Uma coisa é certa: o trabalho agora publicado mostra que é mesmo possível sequenciar o ADN de espécies extintas. A próxima etapa nesta saga será a da sequenciação da totalidade do genoma do homem de Neandertal, extinto há uns 30 mil anos, que Svante Pääbo, do Instituto Max-Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig, na Alemanha, espera completar num futuro não muito longínquo (em Agosto, a equipa de Pääbo publicou a sequência do ADN mitocondrial daquele homem primitivo). Aí saber-se-á, finalmente, o que nos separa e nos aproxima desse homem pré-histórico.

Claro que a pergunta mais empolgante que surge em muitas cabeças é a seguinte: agora que temos o ADN podemos trazer os mamutes de volta? Seria quase como tornar realidade o parque jurássico de Michael Crichton. Nenhum dos especialistas interrogados por Henry Nicholls, num divertido artigo também publicado na Nature, recusa a ideia de que um dia seja possível ressuscitar o velho elefante lanudo.

Mas fazer um mamute a partir do seu ADN é muito difícil. “Para pôr carne nos ossos do rascunho de genoma”, escreve Nicholls, “seria preciso dominar, no mínimo, as seguintes etapas: definir quais vão ser os genes da nossa criatura, sintetizar os cromossomas a partir dessas sequências, colocá-los dentro de um invólucro nuclear adequado; transferir esse núcleo para um ovócito compatível [os de elefante, a escolha mais natural, são extremamente escassos]; e transferir o embrião resultante para um útero que o leve até ao termo”. Um caminho pejado de obstáculos que parecem intransponíveis. Sem esquecer que, no fim, vai ser preciso criar vários indivíduos para poderem reproduzir-se, introduzir neles alguma variação genética para não gerar apenas clones – e que, para mais, esses animais não serão mamutes totalmente autênticos, mas antes híbridos de mamute e elefante (no melhor dos casos). Outro problema, talvez tão delicado como todos os anteriores: introduzir os mamutes num habitat adequado sem gerar o caos ecológico.

in Público - ler notícia

quarta-feira, novembro 12, 2008

Feira de Minerais em Mangualde


Informamos os nossos leitores que se vai realizar, nos dias 21, 22 e 23 de Novembro de 2008, nas Antigas Instalações dos Bombeiros Voluntários de Mangualde, a 1ª Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis de Mangualde.

A organização solicita a colaboração na divulgação deste evento a todos os divulgadores de ciência, professores, geólogos ou coleccionadores.