domingo, dezembro 15, 2024
Paul Simonon, baixo dos The Clash e dos Gorillaz, celebra hoje 69 anos
Pero Vaz de Caminha morreu há 524 anos
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Marcadores: Brasil, Carta de achamento do Brasil, descobrimentos, Índia, meme, Pero Vaz de Caminha
Poema para recordar que os poetas também celebram aniversários
A Noite Abre Meus Olhos
Caminhei sempre para ti sobre o mar encrespado
na constelação onde os tremoceiros estendem
rondas de aço e charcos
no seu extremo azulado
Ferrugens cintilam no mundo,
atravessei a corrente
unicamente às escuras
construí minha casa na duração
de obscuras línguas de fogo, de lianas, de líquenes
A aurora para a qual todos se voltam
leva meu barco da porta entreaberta
o amor é uma noite a que se chega só
in A Estrada Branca (2005) - José Tolentino Mendonça
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Marcadores: José Tolentino Mendonça, poesia, prémio Pessoa
Vermeer morreu há 349 anos...
Conhecem-se hoje muito poucos quadros de Vermeer. Só sobrevivem 35 a 40 trabalhos atribuídos ao pintor holandês. Há opiniões contraditórias quanto à autenticidade de alguns quadros.
A vida do pintor é contracenada no filme "Girl with a Pearl Earring" (2003) do diretor Peter Webber. A atriz Scarlett Johansson interpreta Griet, a rapariga dos brincos de Pérola.
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Marcadores: Johannes Vermeer, Países Baixos, pintura, pintura flamenga, Século de Ouro dos Países Baixos
El-Rei D. Fernando II morreu há 139 anos...
Após uma visita ao Mosteiro da Batalha (que encontrava-se abandonado, depois das extinção das ordens religiosas), D. Fernando passa a dedicar parte das suas preocupações à causas de cariz nacionalistas com a proteção do património arquitetónico português edificado, tendo também impulsionado aspetos culturais e financeiros, a par do estímulo à ação desenvolvida por sociedades eruditas, como projetos de restauração e manutenção respeitantes não só a vila da Batalha, mas também ao Convento de Mafra, Convento de Cristo, em Tomar, ao Mosteiro dos Jerónimos, Sé de Lisboa e Torre de Belém.
Como amante de pintura que era, colaborou com algumas gravuras de sua autoria, na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865).
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Marcadores: casa de Bragança, D. Fernando II, D. Maria II, El-Rei, Monarquia Constitucional
Touro Sentado foi assassinado há 134 anos...
Touro Sentado (em dacota: Tatanka Iyotake; na ortografia padrão do dacota: Tȟatȟáŋka Íyotake; em inglês: Sitting Bull; também conhecido como Slon-he ou Slow, "Devagar"; Grand River, Dakota, meados de 1831 – Grand River, South Dakota, 15 de dezembro de 1890) foi um chefe indígena da tribo dos sioux hunkpapa. Viveu entre os anos de 1831 e 1890.
Touro Sentado chegou a ser famoso por conduzir três mil e quinhentos índios sioux e cheyenne contra o Sétimo Regimento de Cavalaria Americana, que estava sob as ordens do general Custer, na batalha de Little Bighorn em 25 de junho de 1876, na qual o exército federal foi derrotado.
Perseguido pelo exército dos Estados Unidos, Touro Sentado levou os seus homens até ao Canadá, onde permaneceram até 1881. Neste ano regressou com a sua tribo aos Estados Unidos para que a sua gente se entregasse e acabasse assim a guerra. Touro Sentado não conseguiu uma porção de terras canadianas, porque a Rainha Vitória o considerava um selvagem dos Estados Unidos.
Nos anos seguintes Touro Sentado fez parte do show de Buffalo Bill.
Touro Sentado teria se sentido atraído pela Dança dos Fantasmas, grupo religioso fundado pelo suposto messias Wovoca. Segundo o profeta, que se dizia o próprio Cristo, a dança faria com que no próximo ano a terra engolisse os homens brancos das terras dos índios. O governo dos Estados Unidos viu nestas danças uma ameaça e enviou uma polícia índia para prender o chefe. Touro Sentado e o seu filho morreram baleados na luta que se seguiu à tentativa de prisão.
Em sioux, Tatanka Iyotake significa «Búfalo Macho Sentado». O nome de Touro Sentado chegou ao português através da tradução do inglês, Sitting Bull, posto que bull, além de significar touro, utiliza-se para denominar os machos de animais similares aos bois, como os búfalos e bisontes.
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Marcadores: assassinato, índios, Touro Sentado, USA
O arquiteto Oscar Niemeyer nasceu há 117 anos...
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Marcadores: Arquitectura, Brasil, Brasília, Oscar Niemeyer
D. José Tolentino Mendonça, cardeal e poeta, nasceu há 59 anos
José Tolentino Calaça Mendonça, mais conhecido por José Tolentino de Mendonça (Machico, Madeira, 15 de dezembro de 1965) é um cardeal, poeta e teólogo português.
Atualmente é prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, na Cúria Romana. No dia 5 de outubro de 2019 foi elevado a Cardeal pelo Papa Francisco durante o Consistório Ordinário Público de 2019.
Teólogo e professor universitário, José Tolentino de Mendonça é também considerado uma das vozes mais originais da literatura portuguesa contemporânea e reconhecido como um eminente intelectual católico. A sua obra inclui poesia, ensaios e peças de teatro assinados como José Tolentino Mendonça.A casa onde às vezes regresso é tão distante
A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos
Durmo no mar, durmo ao lado do meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo
Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração
in A Que Distância Deixaste o Coração (1998) - José Tolentino Mendonça
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Marcadores: cardeal, fé, Igreja Católica, José Tolentino Mendonça, Madeira, poesia
Walt Disney morreu há 58 anos...
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Sergio Pizzorno, músico dos Kasabian, celebra hoje 44 anos
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Sarah Affonso morreu há quarenta e um anos...
Família, 1937
Sarah Affonso, nome artístico de Sara Sancha Afonso (Beato, Lisboa, 13 de maio de 1899 - Campo Grande, Lisboa, 15 de dezembro de 1983) foi uma pintora portuguesa.
(...)
Nascida em Lisboa, na Calçada do Duque de Lafões, 1º direito, no seio de uma família relativamente modesta, viveu em Viana do Castelo entre os 5 e os 15 anos de idade. "Estes primeiros anos da sua vida marcariam indelevelmente a sua obra, desenvolvida nos trilhos dessa memória das paisagens minhotas, dos azuis, dos pinhais e das praias, do seu quotidiano e das tradições". Os seus pais eram Francisco Marcelino Afonso, sargento de infantaria, natural de Valença e Alexandrina Rosa Gomes Afonso, doméstica, natural de Lisboa e filha de pai argentino.
Estudou pintura na Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde foi aluna de Columbano Bordalo Pinheiro. Esteve em Paris em 1923-1924 e, de novo, em 1928-1929 (sobrevive trabalhando num atelier de costura). Expõe no Salon d'Automne de 1928.
De regresso a Lisboa, integra-se no ambiente artístico e intelectual lisboeta. Pertencente à segunda geração de pintores modernistas portugueses, contemporânea de Bernardo Marques, Mário Eloy e Carlos Botelho. Expõe no I Salão dos Independentes (SNBA, 1930) e em outras mostras coletivas; expõe individualmente; frequenta as tertúlias de A Brasileira (até então um território tipicamente masculino).
Em 1934 casa-se com Almada Negreiros, tentando a partir daí conciliar a vida de mãe de família e de pintora. Nos primeiros anos de casamento desenvolve o que será a parte mais importante da sua obra pictórica. "Dos retratos de meninas e mulheres e das paisagens urbanas passa para composições que incorporam motivos antes utilizados nos bordados, oriundos da cultura e imaginário populares. Evoca, a partir da memória da infância passada no Minho, costumes (procissões, festas, alminhas) e mitologias populares".
Celebraria também a sua vida pessoal em pinturas como Família, 1937, um dos seus trabalhos mais emblemáticos, onde se figura com o marido e o primeiro filho. Neste auto-retrato alargado à sua família e que funciona também como metáfora para a lenda do "menino-deus", Sarah Afonso faz uma síntese de vários aspetos da sua obra: "a qualidade do traço, o cromatismo, o desenho implícito na composição narrativa – como se tratasse de um sonho acordado – elementos tradicionais da cultura popular, como os bordados, os brinquedos e as lendas. É comum verificarmos esta associação lírica sobre a realidade, em que o tema se funde com a vivência dos retratados".
Foram várias as razões que a levaram a abandonar a pintura em finais dos anos 40. "Às razões pessoais juntavam-se a insegurança profissional e a falta de condições de trabalho. Continuou, no entanto, com um trabalho menos visível nas artes decorativas e de apoio a Almada Negreiros [...]. Em finais dos anos 50, retomou algumas das direções interrompidas, como a ilustração infantil (entre outros de A Menina do Mar, 1958, de Sophia de Mello Breyner Andresen) e o desenho".
Expôs individualmente em 1932 e 1939. Participou na Exposição do Mundo Português, 1940. Em 1944 recebeu o Prémio Sousa Cardoso na 8ª Exposição de Arte Moderna organizada pelo SPN. Em 1953 participou na Bienal de S. Paulo, Brasil.
Encontra-se colaboração sua na revista Sudoeste (1935).
Foram realizadas mostras retrospetivas da sua obra em 1953 e 1962 (Galeria de Março, Lisboa, e Academia Dominguez Alvarez, Porto respetivamente).
Sarah Afonso está sepultada nos Cemitério dos Prazeres, junto do marido.
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Marcadores: Almada Negreiros, pintura, Sarah Affonso
António José Forte morreu há trinta e seis anos...
O Poeta em Lisboa
Quatro horas da tarde.
O poeta sai de casa com uma aranha nos cabelos.
Tem febre. Arde.
E a falta de cigarros faz-lhe os olhos mais belos.
Segue por esta, por aquela rua
sem pressa de chegar seja onde for.
Pára. Continua.
E olha a multidão, suavemente, com horror.
Entra no café.
Abre um livro fantástico, impossível.
Mas não lê.
Trabalha - numa música secreta, inaudível.
Pede um cigarro. Fuma.
Labaredas loucas saem-lhe da garganta.
Da bruma
espreita-o uma mulher nua, branca, branca.
Fuma mais. Outra vez.
E atira um braço decepado para a mesa.
Não pensa no fim do mês.
A noite é a sua única certeza.
Sai de novo para o mundo.
Fechada à chave a humanidade janta.
Livre, vagabundo
dói-lhe um sorriso nos lábios. Canta.
Sonâmbulo, magnífico
segue de esquina em esquina com um fantasma ao lado.
Um luar terrífico
vela o seu passo transtornado.
Seis da madrugada.
A luz do dia tenta apunhalá-lo de surpresa.
Defende-se à dentada
da vida proletária, aristocrática, burguesa.
Febre alta, violenta
e dois olhos terríveis, extraordinários, belos.
Fiel, atenta
a aranha leva-o para a cama arrastado pelos cabelos.
in Uma faca nos dentes (1983) - António José Forte
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Michel-Richard Delalande nasceu há 367 anos
Michel Richard Delalande (também Lalande ou de Lalande, Paris, 15 de dezembro de 1657 - Versalhes, 18 de junho de 1726) foi um compositor e organista barroco francês a serviço do rei Luís XIV. Foi um dos mais importantes compositores de grandes motetos. Ele também escreveu suites orquestrais, conhecidas como Simphonies pour les Soupers du Roy, e ballets.
Postado por Fernando Martins às 00:36 0 bocas
Marcadores: barroco, Caprice des Simphonies pour le Souper du Roy, cravo, França, Michel Richard Delalande, música, órgão
O imperador Nero nasceu há 1987 anos
Glenn Miller desapareceu há oitenta anos...
in Wikipédia
On December 15, 1944, while flying to Paris, Miller's aircraft disappeared in bad weather over the English Channel. He was posthumously awarded the Bronze Star Medal.
Postado por Fernando Martins às 00:08 0 bocas
Marcadores: bandleader, Big Band, cinema, Glenn Miller, Glenn Miller Orchestra, II Grande Guerra, II Guerra Mundial, In The Mood, jazz, swing, trombone
sábado, dezembro 14, 2024
O príncipe Alberto, marido da Rainha Vitória do Reino Unido, morreu há 163 anos...
Postado por Fernando Martins às 16:30 0 bocas
Marcadores: Monarquia Constitucional, príncipe Alberto, Príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, Rainha Vitória, Reino Unido
Música adequada à data...!
Postado por Pedro Luna às 07:50 0 bocas
Marcadores: AC/DC, blues rock, Cliff Williams, hard rock, heavy metal, música, Rock and Roll, Rock Progressivo, Thunderstruck
Hoje é dia de recordar o poeta Teixeira de Pascoaes...
Na terra e em nosso espírito!… Tristeza
Que se anuncia em vultos de arvoredos,
Em rochas diluídas na penumbra
E soluços de vento perpassando
Na tenebrosa lividez do céu…
Pavor! Desolação! Escura noite!
Fantástica Paisagem,
Desde o soturno espaço à fria terra
Toda vestida em sombra de amargura!
Riso vago de estrela se adivinha…
Somente as grossas lágrimas da chuva
Escorrem pela face do Silêncio…
Com esses lábios mortos de Fantasma!
Que, perdida na sombra, se dilata
E mais profundamente se enraíza
Nesta carne a sangrar que é a minha alma!
Negras nuvens do sul, limpai os olhos,
Desanuviai a brônzea face morta!
Do teu Fantasma angélico e divino;
Espírito que, um dia, em minha irmã,
Tomou corpo infantil, figura de Anjo…
E para quê, meu Deus? Para partir,
Com seis anos apenas, no primeiro
Riso da vida, em lágrimas, levando
Toda a luz de esperança que floria
Este ermo, este remoto em que divago…
A solidão que faz a tua Ausência,
E o terrível e trágico silêncio
Da tua alegre Voz emudecida!
Tu, que o viste e beijaste tantas vezes,
Tu, que sentiste bem o que ele tinha
De angélica Criança sobre-humana,
Não vês as próprias coisas como sofrem,
E como as grandes árvores agitam
As ramagens de lágrimas e sombras?
Da nossa velha casa abandonada
Da divina Presença da Criança!
Têm soluços de vento…
A noite escura chora…
Embebe-te na dor das Coisas ermas;
Chora também, consome-te, soluça,
Junto à Mãe dolorosa, de joelhos…
in Elegias (1912) - Teixeira de Pascoaes
Postado por Pedro Luna às 07:20 0 bocas
Marcadores: A Águia, poesia, Saudosismo, Teixeira de Pascoaes