Durante o seu governo, focou-se principalmente na diplomacia e no
comércio, e tentou aumentar o capital cultural do império. Ordenou a
construção de diversos teatros e promoveu os jogos e provas atléticas.
Diplomática e militarmente, o seu reinado caracterizou-se pelo sucesso
contra o
Império Parta, a repressão da revolta dos britânicos (
60–
61) e uma melhora das relações com
Grécia. Em
68 ocorreu um golpe de estado de vários governadores, após o qual, aparentemente, foi forçado a suicidar-se.
O reinado de Nero é associado habitualmente à tirania e à extravagância.
É recordado por uma série de execuções sistemáticas, incluindo a da sua própria mãe
e do seu meio-irmão
Britânico, e sobretudo pela crença generalizada de que, enquanto
Roma ardia, estaria a tocar a sua lira,
além de ser um implacável perseguidor dos
cristãos. Estas opiniões são baseadas primariamente nos escritos dos historiadores
Tácito,
Suetónio e
Dião Cássio. Poucas das fontes antigas que sobreviveram o descrevem dum modo favorável,
embora haja algumas que relatam a sua enorme popularidade entre o povo romano, sobretudo no Oriente.
A fiabilidade das fontes que relatam os tirânicos atos de Nero é
atualmente controversa. Separar a realidade da ficção, em relação às
fontes antigas, pode resultar impossível.
(...)
No fim de
67 ou princípios de
68,
Caio Júlio Víndice, governador da
Gália Lugdunense, rebelou-se contra a política fiscal de Nero.
O imperador enviou
Lúcio Vergínio Rufo, governador da
Germânia Superior, a sufocar a revolta
e Víndice, com o objetivo de angariar aliados, pediu apoio a
Galba, governador da
Hispânia Tarraconense.
Vergínio Rufo, porém, derrotou Víndice e este suicidou-se,
enquanto Galba, por sua vez, acabou sendo declarado inimigo público.
Nero recuperara o controle militar do império, mas isto foi utilizado contra si pelos seus inimigos em Roma. Em junho de
68, o
Senado votou que Galba fosse proclamado
Imperador e declarou Nero
inimigo público,
utilizando para isso a
Guarda Pretoriana, que fora subornada, e ao seu
Prefeito Ninfídio Sabino, que ambicionava tornar-se imperador.
Segundo Suetónio, Nero fugiu de Roma através da
Via Salária.
Contudo, apesar de ter fugido, Nero preparou-se para se suicidar
com ajuda do seu secretário Epafrodito,
que o apunhalou quando um soldado romano se aproximava.
Segundo
Dião Cássio, as últimas palavras de Nero demonstraram o seu amor pelas artes.
“ |
Que artista falece comigo! |
” |
Com a sua morte desapareceu a
dinastia júlio-claudiana e o império foi submergida numa série de guerras civis, conhecidas como o
ano dos quatro imperadores.