segunda-feira, julho 04, 2022

Marie Curie morreu há 88 anos

 
Marie Curie, nome assumido após o casamento por Maria Skłodowska, (Varsóvia, 7 de novembro de 1867 - Sallanches, 4 de julho de 1934) foi uma cientista polaca que exerceu a sua atividade profissional na França. Foi a primeira pessoa a ser laureada duas vezes com um Prémio Nobel, de Física, em 1903 (dividido com o seu marido, Pierre Curie, e Becquerel) pelas suas descobertas no campo da radioatividade (que naquela altura era ainda um fenómeno pouco conhecido) e com o Nobel de Química de 1911 pela descoberta dos elementos químicos rádio e polónio.

Monteiro Lobato morreu há 74 anos

   
Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Com o precursor Figueiredo Pimentel ("Contos da Carochinha") da literatura infantil brasileira, ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo da sua obra de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária. A outra metade, consistindo de contos (geralmente sobre temas brasileiros), artigos, críticas, crónicas, prefácios, cartas, livros sobre a importância do ferro (Ferro, 1931) e do petróleo (O Escândalo do Petróleo, 1936). Escreveu um único romance, O Presidente Negro, que não alcançou a mesma popularidade que as suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se Reinações de Narizinho (1931), Caçadas de Pedrinho (1933) e O Picapau Amarelo (1939).
Contista, ensaísta e tradutor, Lobato nasceu na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber a herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar os seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles no livro Urupês, a sua obra prima como escritor. Numa época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis.
É bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que foi o precursor da literatura infantil no Brasil. As suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com sentimento e ideias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, o sábio sabugo de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da famosa obra Sítio do Picapau Amarelo, que até hoje é lido por muitas crianças e adultos. Escreveu ainda outras obras infantis, como A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, e A Chave do Tamanho. Fora os livros infantis, escreveu outras obras literárias, tais como O Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e O Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo o seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo, no Brasil, apenas por empresas brasileiras.

Afélio - a Terra chegou ao ponto em que fica mais afastada do Sol...!

Afélio (em vermelho) e periélio (em verde) dos quatro planetas interiores
   
Afélio (do latim "aphelium", derivado do latim "apos", que quer dizer longínquo), é o ponto da órbita em que um planeta ou um corpo menor do sistema solar está mais afastado do Sol. Quando se trata de um objeto que orbita uma estrela que não o Sol, esse ponto é denominado apoastro. As órbitas de todos os planetas são sempre elípticas, tendo sempre um ponto mais afastado (afélio) e um ponto mais próximo (periélio). A distância entre a Terra e o Sol no afélio é de aproximadamente 152,1 milhões de quilómetros. Quando um astro se encontra no afélio, ele tem a menor velocidade de translação de toda a sua órbita. O planeta Terra passa no afélio por volta do dia 4 ou 5 de julho de cada ano.

 

in Wikipédia

 

NOTA: hoje, às 07.11 horas, a Terra esteve no ponto mais afastado do Sol da sua órbita, girando em torno da estrela do seu sistema à mínima velocidade, de acordo com a Segunda Lei de Kepler. Aproveitamos tal facto para recordar que as estações não têm nada a ver com a distância da Terra ao Sol (de outro modo estaríamos agora no inverno...) e sim com com o facto do eixo de rotação da Terra ser inclinado em relação ao plano orbital; assim, em qualquer momento, uma parte do planeta estará mais diretamente exposta aos raios do Sol do que outra. 

A atriz Victoria Abril faz hoje 63 anos


Victoria Mérida Rojas
(Madrid, 4 de julio de 1959), conocida artísticamente como Victoria Abril, es una actriz y cantante española.

 


Soledad...

A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América foi há 246 anos

 
A Declaração de Independência dos Estados Unidos da América foi o documento no qual as chamadas Treze Colónias, localizadas na América do Norte, declararam independência da Grã-Bretanha. O texto, que trazia também as justificativas para o ato, foi ratificado pelo Segundo Congresso Continental em 4 de julho de 1776, na Pennsylvania State House (hoje, Independence Hall), na cidade de Filadélfia.

Um comité de cinco pessoas foi nomeado pelo Congresso para redigir a declaração. Thomas Jefferson foi o responsável pelo primeiro rascunho do texto. John Adams, Benjamin Franklin, Roger Sherman e Robert R. Livingston, integrantes do grupo, sugeriram modificações.
 

Garibaldi nasceu há 215 anos

     
Foi alcunhado de "herói de dois mundos", devido à sua participação em conflitos na Europa e na América do Sul. Uma das mais notáveis figuras da unificação italiana, projetada pela organização Jovem Itália da qual fazia parte ao lado de Giuseppe Mazzini e do Conde de Cavour. Nasceu em Nizza (hoje Nice, na França), então ocupada pelo Primeiro Império Francês e que retornaria ao reino de Sardenha-Piemonte, com a queda de Napoleão Bonaparte, para ser depois cedida à França por Cavour, pelo tratado de Turim (24 de março de 1860), com a sua oposição.
     
      

A Família Real regressou a Portugal há 201 anos


Patenteado o fracasso do seu projeto de construir uma monarquia forte e unificada, centralizada na América, e perdendo importantes apoios brasileiros, D. João não pôde mais resistir à pressão portuguesa, e seu retorno se tornou inevitável. Nomeou D. Pedro regente em seu nome e partiu para Lisboa em 25 de abril de 1821, após uma permanência de treze anos no Brasil, do qual levou saudades.

Os navios com o rei e a sua comitiva entraram no porto de Lisboa em 3 de julho. O seu regresso fora orquestrada de modo a não dar a entender que o rei se sentira coagido, mas de facto já se havia instaurado um novo ambiente político. Elaborada a Constituição, o rei foi obrigado a jurá-la em 1 de outubro de 1822, perdendo diversas prerrogativas.
 

O Cerco de Vicksburg terminou há 159 anos

  
O Cerco de Vicksburg (18 de maio – 4 de julho de 1863) foi uma grande batalha travada no contexto da Campanha de Vicksburg durante a Guerra Civil dos Estados Unidos. Numa série de manobras, Ulysses S. Grant, major-general da União, que comandava o Exército do Tennessee, atravessou o rio Mississippi e forçou o recuo do exército confederado, liderado pelo tenente-general John C. Pemberton, que havia montado uma posição defensiva na cidade de Vicksburg, no Mississippi.
Depois que dois grandes ataques frontais (nos dias 19 e 22 de maio) contra as linhas confederadas que foram repelidos com grandes perdas, o general Grant decidiu iniciar um prolongado cerco à cidade em 25 de maio. Sem receber reforços e com poucos suprimentos, os confederados ainda conseguiram resistir por um pouco mais de quarenta dias, mas foram obrigados a se render, a 4 de julho. Cinco dias depois, um outro exército confederado rendeu-se aos militares da União em Port Hudson. Com isso, as tropas do governo dos Estados Unidos assumiram o controle total do importante rio Mississippi.
A vitória do norte em Vicksburg, juntamente com a derrota do general Robert E. Lee em Gettysburg, que aconteceram no mesmo período, são consideradas pelos historiadores como o momento em que o sul começou a categoricamente perder a guerra. Nos últimos dois anos de conflito seria a União a tomar a iniciativa de quase todas ofensivas e batalhas.
   

A astrónoma Henrietta Swan Leavitt nasceu há 154 anos

  
Henrietta Swan Leavitt (Lancaster, Massachusetts, 4 de julho de 1868 - Cambridge, Massachusetts, 12 de dezembro de 1921) foi uma astrónoma dos Estados Unidos da América famosa por seu trabalho sobre estrelas variáveis.
Leavitt efetuou os seus estudos no Oberlin College e na Society for Collegiate Instruction of Women (Radcliffe College) onde ela descobriu, tardiamente, a Astronomia. No final dos seus estudos, em 1892, ela seguiu outros cursos de Astronomia.
Em 1895 ela entrou para o Harvard College Observatory como voluntária. As suas qualidades e sua vivacidade de espírito permitiram-lhe ser admitida no quadro permanente de funcionários do observatório sob a direção de Charles Pickering.
Leavitt teve poucas possibilidades de efetuar trabalhos teóricos, mas foi rapidamente nomeada para a chefia do departamento de fotometria fotográfica, responsável pelo estudo das fotografias de estrelas a fim de determinar as suas magnitudes, processo que envolvia a comparação do tamanho de uma estrela em duas chapas fotográficas tiradas em momentos diferentes.
Ela descobriu e catalogou 1.777 estrelas variáveis situadas nas Nuvens de Magalhães. Em 1912, a partir do seu catálogo, descobriu que a luminosidade das variáveis cefeidas era proporcional ao seu período de variação de luminosidade. Essa relação período-luminosidade é a base de um método de estimação das distâncias de nebulosas e de galáxias no Universo.
Os resultados de Leavitt foram usados por cientistas como Ejnar Hertzsprung, Harlow Shapley e Edwin Hubble e contribuíram significativamente para o desenvolvimento da Astrofísica e da Cosmologia.
No final da sua vida, por causa da doença, já não conseguia já trabalhar, vindo a morrer, de cancro, em 12 de dezembro de 1921, sendo enterrada no túmulo da família, no Cemitério de Cambridge.
    

Adolfo Casais Monteiro nasceu há 114 anos

(imagem daqui)
   
Adolfo Casais Monteiro (Porto, 4 de julho de 1908 - São Paulo, 24 de julho de 1972) foi um poeta, crítico e novelista português.
 
Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade do Porto (Faculdade de Letras), onde foi colega de Agostinho da Silva e Delfim Santos, tendo-se formado em 1933. Foi também nessa cidade que começou por ser professor no Liceu Rodrigues de Freitas, até ao momento em que foi afastado da carreira por motivos políticos. Exilou-se em 1954 no Brasil, por motivos políticos e por lhe ser vedada a docência em Portugal.
Foi diretor, em 1931, da revista "Presença", depois da demissão de Branquinho da Fonseca, ainda que não tenha sido um dos seus fundadores. A revista viria ter o seu fim em 1940, tendo provavelmente contribuído para o seu encerramento as opções políticas de Casais Monteiro, que acabaria por se instalar no Brasil em 1954, após ter participado nas comemorações do 4º centenário da Cidade de São Paulo. Dele se afirma que, sendo um heterodoxo, tal como Eduardo Lourenço, é natural que viesse a exilar-se, já que a própria oposição ao regime se regia por normas (ortodoxias) que não se adequavam ao seu modo de ser.
Lecionou, então, Literatura Portuguesa em diversas universidades brasileiras, incluindo a da Bahia (Salvador), até se fixar em 1962 na Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Araraquara - São Paulo. Escreveu por essa altura vários ensaios, ao mesmo tempo que escrevia, como crítico, para vários jornais brasileiros, tendo deixado contributos para o estudo de Fernando Pessoa e do grupo da "Presença".
Entre os seus trabalhos de tradução conta-se "A Germânia", de Tácito, em 1941. O seu único romance, de 1945, intitulava-se "Adolescentes".
A sua obra poética, iniciada em 1929 com "Confusão", foi influenciada pelo primeiro modernismo português, aproximando-se estilisticamente do esteticismo de André Gide. As suas críticas ao concretismo baseavam-se na ideia de que esta corrente estética promovia a impessoalidade, partindo da "mais pura das abstrações" na construção de uma "uma linguagem nova ao serviço de nada, uma pura linguagem, uma invenção de objetos - em resumo: um lindo brinquedo". Enquanto alguns autores o descrevem como independente do Surrealismo outros acentuam a influência que esta corrente estética teve no autor, como se pode verificar nos seus ensaios sobre autores como Jules Supervielle, Henri Michaux e Antonin Artaud (designando o último como "presença insustentável). Muita da sua obra poética dedica-se ao período histórico específico por ele vivido, como acontece no poema "Europa", de 1945, que foi lido pelo seu amigo e companheiro no Mundo Literário António Pedro aos microfones da BBC de Londres.

Casou no Porto, na 3.ª Conservatória do Registo Civil, a 8 de setembro de 1934, com Maria Alice Pereira Gomes, também escritora, irmã de Soeiro Pereira Gomes, da qual teve um filho, João Paulo Pereira Gomes Casais Monteiro.

Morreu a 24 de julho de 1972, na sua residência, no distrito de Perdizes, município de São Paulo, Brasil, vítima de problemas cardíacos.

A 10 de junho de 1992 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, a título póstumo.
   

 

Europa

I

Europa, sonho futuro!
Europa, manhã por vir,
fronteiras sem cães de guarda
nações com seu riso franco
abertas de par em par!

Europa sem misérias arrastando seus
andrajos, virás um dia? virá o dia
em que renasças purificada?
Serás um dia o lar comum dos que nasceram
no teu solo devastado?
Saberás renascer, Fénix, das cinzas
em que arda enfim, falsa grandeza,
a glória que teus povos se sonharam
- cada um para si te querendo toda?

Europa, sonho futuro,
se algum dia há-de ser!
Europa que não soubeste
ouvir do fundo dos tempos
a voz na treva clamando
que tua grandeza não era
só do espírito seres pródiga
se do pão eras avara!
Tua grandeza a fizeram
os que nunca perguntaram
a raça por quem serviam.
Tua glória a ganharam
mãos que livre modelaram
teu corpo livre de algemas
num sonho sempre a alcançar!


Europa, ó mundo a criar!

Europa, ó sonho por vir
enquanto à terra não desçam
as vozes que já moldaram
tua figura ideal!
Europa, sonho incriado,
até ao dia em que desça
teu espírito sobre as águas!

Europa sem misérias arrastando seus
andrajos, virás um dia? Virá o dia
em que renasças purificada?

Serás um dia o lar comum dos que nasceram
no teu solo devastado?
Renascerás, Fénix, das cinzas
do teu corpo dividido?

Europa, tu virás só quando entre nações
o ódio não tiver a última palavra,
ao ódio não guiar a mão avara.
à mão não der alento o cavo som de enterro
dos cofres digerindo o sangue do rebanho
- e do rebanho morto, enfim, à luz do dia,
o homem que sonhaste, Europa, seja vida!

II

Ó morta civilização!
Teu sangue podre, nunca mais!
Cadáver hirto, ressequido,
à cova, à cova!

Teu canto novo, esse sim!
Purificado,
teu nome, Europa,
o mal que foste, redimido,
o bem que deste,
repartido!

Aí vai o cadáver enfeitado de discursos,
florindo em chaga, em pus, em nojo…
Cadáver enfeitado de guerras de fronteiras,
ficções para servir o sonho de violência,
máscaras de ideal cobrindo velhas raivas…
Vai, cadáver de crimes enfeitado,
que os coveiros, sem descanso,
acham pouca toda a terra,
nenhum sangue já lhes chega!

Sobre o cadáver dançam
teus coveiros sua dança.
Corvos de negro augúrio
chupam teu sangue de desgraça.
Haja mais sangue, mais dançam!
E tu levada, tu dançando,
os passos do teu bailando
funerário!

Mas do sangue nascerás,
Ou nunca mais, Europa do porvir!

E mão que te detenha
à beira do abismo?
Do sangue nascerá!

E braços que defendam
Teu dia de amanhã?
Do sangue nascerão!

O sangue ensinará
- ou nova escravidão
maior há-de enlutar
teus campos semeados
de forcas e tiranos.

De sangue banharás
teu corpo atormentado
e, Fénix, viverás!


III

Na erma solidão glacial da treva
os que não morreram vela.

Em vagas sucessivas de descargas
a morte ceifou os nossos irmãos.
O medo ronda,
o ódio espreita.
Todos os homens estão sozinhos.
A madrugada ainda virá?

Vão caindo um a um na luta sem trincheiras,
e a noite parece que não terá nunca madrugada,
mas cada gota de sangue é agora semente de revolta,
da revolta que varrerá da face da terra,
os sacerdotes sinistros do terror.
A revolta a florir em esperança
dos braços e das bocas que ficaram…

A traição ronda,
a morte espreita.

Uma comoção de bandeiras ao vento…
Clarins de aurora, ao longe…

Os que não morreram velam.


IV

Eu falo das casas e dos homens,
dos vivos e dos mortos:
do que passa e não volta nunca mais…
Não me venham dizer que estava matematicamente previsto,
ah, não me venham com teorias!
Eu vejo a desolação e a fome,
as angústias sem nome,
os pavores marcados para sempre nas faces trágicas das vítimas.
E sei que vejo, sei que imagino apenas uma ínfima,
uma insignificante parcela da tragédia.
Eu, se visse, não acreditava.
Eu se visse, dava em louco ou em profeta,
Dava em chefe de bandidos, em salteador de estradas,
- mas não acreditava!

Olho os homens, as casas e os bichos.
Olho num pasmo sem limites,
e fico sem palavras,
na dor de serem homens que fizeram tudo isto:
esta pasta ensanguentada a que reduziram a terra inteira,
esta lama de sangue e alma,
de coisa e ser,
e pergunto numa angústia se ainda haverá alguma esperança,
se o ódio sequer servirá para alguma coisa…

Deixai-me chorar - e chorai!
As lágrimas lavarão ao menos a vergonha de estarmos vivos,
de termos sancionado com o nosso silêncio o crime feito instituição,
e quando chorarmos talvez julguemos nosso o drama,
por momentos será nosso um pouco do sofrimento alheio,
por um segundo seremos os mortos e os torturados,
os aleijados para toda a vida, os loucos e os encarcerados,
seremos a terra podre de tanto cadáver,
seremos o sangue das árvores,
o ventre doloroso das casas saqueadas,
- sim, por um momento seremos a dor de tudo isto…


Eu não sei porque me caem as lágrimas,
porque tremo e que arrepio corre dentro de mim,
eu que não tenho parentes nem amigos na guerra,
eu que sou estrangeiro diante de tudo isto,
eu que estou na minha casa sossegada,
eu que não tenho guerra à porta,
- eu porque tremo e soluço?

Quem chora em mim, dizei - quem chora em nós?

Tudo aqui vai como um rio farto de conhecer os seus meandros:
as ruas são ruas com gente e automóveis,
não há sereias a gritar pavores irreprimíveis,
e a miséria é a mesma miséria que já havia…
E se tudo é igual aos dias antigos,
apesar da Europa à nossa volta, exangue e mártir,
eu pergunto se não estaremos a sonhar que somos gente,
sem irmãos nem consciência, aqui enterrados vivos,
sem nada senão lágrimas que vêem tarde, e uma noite à volta,
uma noite em que nunca chega o alvor da madrugada…


V

A música era linda…
vinha do rádio, meiga, mansa,
macia como um corpo quente de mulher…
era doce, cariciosa e lânguida…

Mas eu tinha ainda nos ouvidos,
como um clamor de milhões de bocas:
“No campo de concentração hoje ocupado pelas nossas tropas
os alemães queimaram milhares de vivos num forno crematório…
Nas cubatas, os mortos misturavam-se com os moribundos…
O sargento S. S. não pôde recordar quantos homens tinha morto…
Os mortos apodrecem aos montes, e os vivos arrancam-lhes as roupas
para as fogueiras em que ao lado se aquecem…
EM MUITOS CADÁVERES ENCONTROU-SE UM CORTE LONGITUDINAL:
ERAM OS VIVOS QUE TINHAM TIRADO AOS MORTOS O FÍGADO E OS RINS PARA COMER ― A ÚNICA CARNE QUE AINDA RESTAVA NOS CADÁVERES…”

E lembro-me de repente dum filme muito antigo
em que o criminoso perguntava:
«De quoi est fait un homme, monsieur le comissaire?»
e nos seus olhos lia-se o pavor
de quem viu um abismo e não lhe sabe o fundo…
De quoi est fait un homme? De que são feitos os homens
Que queimaram vivos outros homens? Que tinham centos de crianças
a morrer de fome e pavor, escravos como os pais?
Que matavam ou deixavam morrer homens aos milhões,
que os faziam descer ao mais fundo da degradação,
torturados, esfomeados, feitos chaga e esqueleto?

Eram esses mesmos homens
que faziam pouco da liberdade,
que vinham salvar o mundo da desordem,
que vinham ensinar a ORDEM ao planeta!
Sim, que traziam a paz com as grades das prisões,
A ordem com as câmaras de tortura…

E depois a música vem, cariciosa e lenta,
a julgar que apaga a ignomínia que lançaram sobre a terra!
A julgar que esqueceremos a abjecção dos que souberam
apagar da terra a insubmissão do homem livre!
Não - nem cárceres, nem deportações, nem represálias,
nem torturas
acabarão jamais com a insubmissão do homem livre,
do homem livre nas cadeias, cantando nas torturas,
porque vê diante de si os irmãos que estão lutando,
que hão-de cair, para outros sempre se erguerem,
clamando em vozes sempre novas
QUE O HOMEM NÃO SE HÁ-DE SUBMETER À VIOLÊNCIA!
Homens sem partido e de todos os partidos,
que nasceram com a revolta porque não lhes vale de
nada viver para ser escravos,
homens sem partido e de todos os partidos - menos todos quantos
só sabem dizer ORDEM! e reclamar VIOLÊNCIA!
Os que pedem sangue porque não são sanguinários, sim,
mas também todos os que nunca souberam querer nada,
os que dizem «Não é possível que se torturem os presos políticos»,
os que não podem acreditar
porque não querem ser incomodados pela pestilência dos crimes cometidos para eles
- para eles continuarem a acreditar que a ORDEM não é apenas a mordaça
sobre as bocas livres que hão-de gritar até ao fim do mundo
QUE SÓ O HOMEM LIVRE É DIGNO DE SER HOMEM! 



in
Europa (1945) - Adolfo Casais Monteiro

Giovanni Schiaparelli morreu há 112 anos

  
Giovanni Virginio Schiaparelli (Savigliano, 14 de março de 1835 - Milão, 4 de julho de 1910) foi um astrónomo italiano, que (inadvertidamente) popularizou a falsa ideia de canais artificiais na superfície de Marte. Foi o primeiro a criar um mapa daquele planeta.
Fez o seu estudo na Universidade de Turim e no observatório de Berlim. É de realçar ainda que trabalhou mais de quarenta anos no observatório de Breras.
Dentre as contribuições de Schiaparelli estão suas observações telescópicas de Marte. Nas suas observações iniciais, ele nomeou os "mares" e "continentes" de Marte. Ele observou uma densa rede de estruturas lineares sobre a superfície de Marte, que ele chamava de "canali", em italiano "canais". O termo indica tanto uma construção artificial como uma configuração natural do terreno. A partir disto, diversas hipóteses sobre a vida em Marte derivados dos "canais" logo se tornaram famosas, dando origem a ondas de hipóteses, especulação e folclore sobre a possibilidade de vida lá. Entre os mais fervorosos apoiantes dos canais artificiais estava o célebre astrónomo americano Percival Lowell que passou grande parte de sua vida tentando provar a existência de vida inteligente no planeta vermelho. Mais tarde, porém, graças às observações do astrónomo italiano Vicenzo Cerulli, foi possível determinar que os famosos canais eram realmente simples ilusões óticas.

A Operação Entebbe foi há 46 anos

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Comandos israelitas do Sayeret Matkal após a operação

  

A Operação Entebbe foi uma missão de resgate contraterrorista levada a cabo pelas Forças de Defesa de Israel no Aeroporto Internacional de Entebbe em Uganda no dia 4 de julho de 1976. Uma semana antes, em 27 de junho, um avião da companhia aérea Air France com 248 passageiros havia sido sequestrada por membros da Frente Popular para a Libertação da Palestina e das Células Revolucionárias da Alemanha e desviada para Entebbe, o principal aeroporto de Uganda. O governo local apoiou os sequestradores, que receberam as boas-vindas do ditador Idi Amin. Os sequestradores separaram os israelitas e judeus dos outros passageiros e tripulação, forçando-os a entrar noutra sala Naquela tarde, 47 reféns não-israelitas foram libertados. No dia seguinte, 101 reféns não-israelitas foram libertados e partiram a bordo da aeronave da Air France. Mais de cem passageiros israelitas e judeus, juntamente com o piloto Michel Bacos (não-judeu), permaneceram reféns e foram ameaçados de morte.

A missão foi originariamente denominada de "Operação Thunderbolt", depois, foi rebatizada como "Operação Yonatan", em homenagem ao comandante do contingente militar, o tenente-coronel Yonatan Netanyahu (irmão do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu), único militar israelita morto em combate. Porém, ficou mundialmente conhecida como "Operação Entebbe", nome do aeroporto onde se sucederam os factos, e já foi tema de inúmeros filmes e livros. É considerada por muitos especialistas como a missão de resgate mais complexa e perfeita de todos os tempos.

Essa foi a missão mais famosa da unidade de forças especiais de elite, Sayeret Matkal, cujas atividades consiste em tempos de paz, em desenvolver constantemente táticas, formação e treinamento para outras forças especiais antiterroristas estrangeiras, como o SAS (Reino Unido), GSG 9 (Alemanha), entre outros. Foi a primeira vez que Israel se mostrou ao mundo, no que toca a uma intervenção antiterrorista, longe da pátria. Dessa forma Israel mostrou que estava no topo no combate contra o terrorismo, na vertente militar. 


in Wikipédia

William Byrd morreu há 399 anos

  

William Byrd (Lincolnshire, Inglaterra, 1543 – Stondon Massey, 4 de julho de 1623) foi um compositor inglês da Renascença. Considerado um dos maiores compositores do Renascimento e um dos maiores compositores britânicos, teve grande influência, tanto da sua Inglaterra natal como do continente. Ele escreveu em muitas das formas correntes na Inglaterra na época, incluindo vários tipos de polifonia sagrada e secular, teclado (a chamada escola virginalista) e música consorte. Embora tenha produzido música sacra para serviços religiosos anglicanos, nalgum momento, durante a década de 1570, tornou-se católico e escreveu música sacra católica no resto da sua vida.

 

 


Música adequada à data...

A sonda Mars Pathfinder (com a mini-sonda Sojourner...) poisou em Marte há 25 anos...!

Pathfinder e Sojourner no JPL (Jet Propulsion Laboratory) em outubro de 1996
    
A Mars Pathfinder foi uma missão espacial norte-americana lançada em meados de 1996 que tinha como objetivo principal enviar um robô para a superfície de Marte a fim de estudar melhor o planeta.
A Pathfinder (nave-mãe e módulo de aterragem) usou um método inovador para entrar diretamente na atmosfera de Marte, auxiliado por um para-quedas supersónico, que reduziu a sua velocidade de descida, e um conjunto de 24 airbags laterais para diminuir o impacto com o solo.
A aterragem foi em 4 de julho de 1997, na planície de Ares Vallis, no hemisfério norte de Marte. O local exato do aterragem foi batizado de "Memorial Carl Sagan", em homenagem ao grande cientista e divulgador Carl Sagan (1934 - 1996).
O robô explorador Sojourner passeou pela superfície de Marte, recolhendo informações durante mais de um mês terrestre, no total foram obtidas 16.500 fotos a partir do módulo de aterragem e 550 imagens do Sojourner.
A missão Mars Pathfinder foi a segunda missão do programa de exploração espacial da NASA denominado de Programa Discovery, um programa científico que estabeleceu metas para o desenvolvimento de missões de baixo custo para a pesquisa espacial.
     
Sojourner
      
in Wikipédia

Barry White morreu há dezanove anos...

      
Barrence Eugene Carter, mais conhecido como Barry White (Galveston, 12 de setembro de 1944 - Los Angeles, 4 de julho de 2003) foi um cantor e produtor musical norte-americano, compositor de inúmeros sucessos em estilo soul e disco e de baladas românticas e um intérprete com voz profunda e grave.
Crescendo no gueto negro da cidade de Los Angeles, como outros cantores norte-americanos de sucesso, também cantou em coros de igreja na juventude. Foi um adolescente inconsequente, que acabou preso aos dezassete anos, de idade, por roubar pneus. Na prisão, decidiu mudar de vida e de amigos.
Obteve um grande êxito como intérprete de baladas românticas nos anos 60. Em 1972 criou o trio feminino Love Unlimited. Posteriormente aproveitou este nome para batizar o seu grupo de acompanhamento, a Love Unlimited Orchestra.
Foi considerado um dos precursores da disco' music com o lançamento, em 1974, dos sucessos Can't Get Enough of Your Love, Babe, You´re the first, the last, my everything e o tema instrumental (da Love Unlimited Orchestra) Love´s Theme. Em 1975, veio What I´m gonna do with you. Em 1976, Let the music play. Em 1979, a sua Love Unlimited Orchestra lança o hit I´m só glad that I´m a woman. No início dos anos 80, esteve no Brasil, e, antes da turnê, lançou Rio de Janeiro.
Em meados de 90, em conjunto com a cantora Lisa Stansfield, gravou um de seus grandes sucessos: All Around The World. A sua simplicidade e simpatia aliadas a sua grande versatilidade em interpretar temas românticos, tornou essa parceria inesquecível.
Em fins dos anos 90, apareceu várias vezes na série de TV Ally McBeal, o que contribuiu para revitalizar a sua carreira. Foi também inspirador do personagem "Chef" do desenho animado South Park. Lançou em 1999 uma autobiografia.
No ano 2000 ganhou dois prémios Grammy de melhor música tradicional e R&B por Staying Power.
Morreu no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles aos 58 anos, vítima de falência renal. Sofria de pressão arterial alta e estava à espera de um transplante renal. O seu corpo foi cremado e as suas cinzas foram atiradas ao Oceano Pacífico, na costa californiana.
    
 

A sonda Deep Impact chocou contra o cometa 9P/Tempel 1 há dezassete anos

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 Concepção artística mostra a Deep Impact e a Impactor ao fundo
    
Inspirando-se no filme americano Impacto Profundo, a NASA chamou de Deep Impact a esta sonda espacial. O objetivo da missão não tripulada norte-americana Deep Impact ou Impacto Profundo da NASA, sob os cuidados do Laboratório de Jato-propulsão - JPL, foi o de lançar um impactador contra o cometa 9P/Tempel 1 ou simplesmente Tempel 1 que circula entre as órbitas de Marte e Júpiter, observar a explosão e dela analisar os componentes químicos e físicos internos do cometa.
A sonda Deep Impact foi lançada em 12 de janeiro de 2005 pelo foguete Delta II (modelo 2925), do Cabo Canaveral, Estados Unidos. O impacto da sonda com o cometa ocorreu em 4 de julho de 2005.
O cometa escolhido pertence a uma classe de cometas que são comuns do sistema solar e o impacto não deverá causar uma significativa mudança na trajetória do cometa.
    
   
   
  
The spacecraft consists of two main sections, the 370-kg (815-lb) copper-core "Smart Impactor" that impacted the comet, and the "Flyby" section, which imaged the comet from a safe distance during the encounter with Tempel 1.
The Flyby spacecraft is about 3.2 meters (10.5 ft) long, 1.7 meters (5.6 ft) wide and 2.3 meters (7.5 ft) high. It includes two solar panels, a debris shield, and several science instruments for imaging, infrared spectroscopy, and optical navigation to its destination near the comet. The spacecraft also carried two cameras, the High Resolution Imager (HRI), and the Medium Resolution Imager (MRI). The HRI is an imaging device that combines a visible-light camera with a filter wheel, and an imaging infrared spectrometer called the "Spectral Imaging Module" or SIM that operates on a spectral band from 1.05 to 4.8 micrometres. It has been optimized for observing the comet's nucleus. The MRI is the backup device, and was used primarily for navigation during the final 10-day approach. It also has a filter wheel, with a slightly different set of filters.
The Impactor section of the spacecraft contains an instrument that is optically identical to the MRI, called the Impactor Targeting Sensor (ITS), but without the filter wheel. Its dual purpose was to sense the Impactor's trajectory, which could then be adjusted up to four times between release and impact, and to image the comet from close range. As the Impactor neared the comet's surface, this camera took high-resolution pictures of the nucleus (as good as 0.2 metre [7.9 in] per pixel) that were transmitted in real-time to the Flyby spacecraft before it and the Impactor were destroyed. The final image taken by the impactor was snapped only 3.7 seconds before impact.
The impactor's payload, dubbed the "Cratering Mass", was 100% copper (impactor 49% copper by mass) to reduce debris interfering with scientific measurements of the impact. Since copper was not expected to be found on a comet, scientists could eliminate copper from the spectrometer reading. Instead of using explosives, it was also cheaper to use copper as the payload.
The name of the mission is shared with the 1998 Deep Impact film, in which a comet strikes the Earth. This is coincidental, however, as the scientists behind the mission and the creators of the film devised the name independently of each other at around the same time.
    
    

Henrique Viana morreu há quinze anos...

(imagem daqui)
  
Henrique Viana (Lisboa, 29 de junho de 1936 - Lisboa, 4 de julho de 2007) foi um ator português.

Carreira
Estudante da Escola Industrial Fonseca Benevides (Lisboa), inicia-se no teatro na Sociedade Guilherme Cossoul. Estreou-se em Amanhã Há Récita, de Varela Silva, juntamente com Luís Alberto, corria o ano de 1956. Ainda como amador na Guilherme Cossoul integrou o elenco de O Dia Seguinte, de Luiz Francisco Rebello e Catão, de Almeida Garrett, até vir a integrar a Companhia de Amélia Rey Colaço no Teatro Nacional. Em 1959 matricula-se no Conservatório Nacional, cujo Curso de Teatro não conclui para se estrear como profissional na peça O Lugre, de Bernardo Santareno, com encenação de Pedro Lemos (TNDMII). Em 1960 contracenava com Palmira Bastos em A visita da velha Senhora de Friedrich Durrenmatt (1960) encenado por Luca de Tema. Em 1962 passa a integrar a Empresa de Teatros Vasco Morgado, estreando-se na alta comédia em Loucuras de papá e de mamã de Alfonso Paso, encenada por Manuel Santos Carvalho, no Teatro Avenida, em Lisboa.

Cinema
Nesta altura, Henrique Viana estreia-se também no cinema sob a direção de Pedro Martins, no filme Aqui Há Fantasmas (1963), o primeiro de uma longa lista de cerca de meia centena de títulos, tendo trabalhado com realizadores como Henrique Campos (1970 - O Destino Marca a Hora), João Botelho (1992 - No dia dos meus Anos; 1993 - Aqui Na Terra), João César Monteiro (1989 - Recordações da Casa Amarela), Luís Filipe Rocha (1995 - Sinais de Fogo), José Fonseca e Costa (1987 - Balada da Praia dos Cães), João Mário Grilo (1992 - O Fim do Mundo), Margarida Gil, Fernando Matos Silva, Maria de Medeiros (2000 - Capitães de Abril) e Leonel Vieira em O Julgamento, seu último trabalho como ator.
Participou em vários filmes de Eduardo Geada, nomeadamente A Santa Aliança (1975-77), Uma Viagem na Nossa Terra (da série televisiva Lisboa Sociedade Anónima, 1982) e Saudades Para Dona Genciana (1983).

Teatro de Revista
Estreia-se no teatro de revista em 1967 - Sete Colinas de César de Oliveira, Rogério Bracinha e Paulo Fonseca, no Variedades. Foi co-fundador do Teatro do Nosso Tempo, onde protagonizou O Porteiro de Harold Pinter. Passou pelo Teatro da Estufa Fria, sendo que a partir de 1971 na companhia do Teatro Villaret, ao lado de Raúl Solnado alcança um dos seus maiores êxitos com O Vison Voador, de Ray Cooney. Permanece até 1973 nesta companhia, onde participa em várias peças sob a direção de Paulo Renato e Adolfo Marsilach. Fez parte da fundação do Teatro Ádoque, participando nos espetáculos Pides na Grelha, CIA dos Cardeais, entre outras, estreando-se como autor neste teatro com Ó Calinas Cala a Boca (1977), em parceria com Ary dos Santos, Francisco Nicholson e Gonçalves Preto. Continua a trabalhar no teatro de revista no Teatro ABC com o empresário Sérgio de Azevedo. Seguidamente, interpretou O Tartufo de Molière, dirigido por Adolfo Marsilach; participou em Hedda Gabler, de Henrik Ibsen, com encenação de Carlos Quevedo.

Televisão
Na televisão foi um dos atores mais requisitados a partir da década de 80. Participou no tele-romance Chuva na Areia (1985), de Luís Sttau Monteiro, contracenando, entre outros, com Rui Mendes, Virgílo Teixeira, Mariana Rey Monteiro, Alina Vaz, Manuela Maria, Laura Soveral e Natália Luiza. Sozinhos em Casa (1993), que protagonizava com Miguel Guilherme; Desencontros (1994); Os Imparáveis (1996); Camilo na Prisão (1998), em que contracenava com Camilo de Oliveira; Esquadra de Polícia (1999); Alves dos Reis, Processo dos Távoras (2001); Inspector Max (2005); A Ferreirinha (2004); Bocage (2006); Morangos com açúcar de verão (2006) e Paixões Proibidas (2007) foram outras séries televisivas em que participou. Em 2005, partiu com a equipa da RTP1 para o Brasil, para fazer o antagonista da série O Segredo, co-produzida com a RBT, Rede Bandeirantes.
  
Morte
Henrique Viana morreu em Lisboa, a 4 de julho de 2007, no Hospital dos Capuchos, vítima de cancro. O seu corpo está enterrado no Cemitério dos Olivais.
  

Otto de Habsburgo, o último príncipe herdeiro do Império Austro-Húngaro, morreu há onze anos


O Arquiduque Otto de Habsburgo (Reichenau an der Rax, em 20 de novembro de 1912 - 4 de julho de 2011) foi chefe da casa dinástica de Habsburgo e filho mais velho de Carlos da Áustria, último Imperador da Áustria e último Rei da Hungria, e de sua esposa, Zita de Bourbon-Parma. Era membro do Parlamento Europeu pelo partido União Social Cristã da Baviera (CSU) e presidente da União Internacional Pan-Europeia.
Foi batizado Francisco José Otto Roberto Maria Antônio Carlos Max Henrique Sexto Xavier Félix Renato Luís Caetano Pio Inácio da Áustria (em alemão, Franz Joseph Otto Robert Maria Anton Karl Max Heinrich Sixtus Xaver Felix Renatus Ludwig Gaetan Pius Ignatius von Österreich).
Otto morava na Baviera, na Alemanha, e tinha nacionalidades alemã, austríaca, húngara e croata. Apesar de seu nome oficial ser Otto de Habsburgo, as autoridades austríacas se referiam a ele como Otto de Habsburgo-Lorena (Habsburg-Lothringen em alemão). Ele às vezes era chamado de Arquiduque Otto da Áustria, Príncipe-Herdeiro Otto da Áustria e, na Hungria, simplesmente como Habsburg Ottó. Era também um potencial pretendente ao título de Rei de Jerusalém.

(...)
   
Em 1940, Otto é uma das dezenas de milhares de pessoas a quem o cônsul português Aristides de Sousa Mendes concede o visto de saída da França, no momento da invasão nazis.

   
NOTA: era um primo próximo do Duque de Bragança e um europeísta convicto. Lutou contra os nazis e foi por eles perseguido, tendo sido salvo pelo nosso Aristides de Sousa Mendes. Abdicou dos seus direitos dinásticos para servir a Europa e os países que amava - um Grande Homem...