Foi um importante editor de livros inéditos e autor de importantes traduções. Com o precursor
Figueiredo Pimentel
("Contos da Carochinha") da literatura infantil brasileira, ficou
popularmente conhecido pelo conjunto educativo da sua obra de livros
infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção
literária. A outra metade, consistindo de contos (geralmente sobre temas
brasileiros), artigos, críticas, crónicas, prefácios, cartas, livros
sobre a importância do
ferro (
Ferro, 1931) e do
petróleo (
O Escândalo do Petróleo, 1936). Escreveu um único romance,
O Presidente Negro, que não alcançou a mesma popularidade que as suas obras para crianças, que entre as mais famosas destaca-se
Reinações de Narizinho (1931),
Caçadas de Pedrinho (1933) e
O Picapau Amarelo (1939).
Contista, ensaísta e tradutor, Lobato nasceu na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em
Direito,
atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber
a herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato
passou a publicar os seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo
que, posteriormente, reuniu uma série deles no livro
Urupês, a sua obra prima como escritor. Numa época em que os livros brasileiros eram editados em
Paris ou
Lisboa,
Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros
também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos
livros didáticos e infantis.
É bastante conhecido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo
de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a
lado. Pode-se dizer que foi o precursor da
literatura infantil
no Brasil. As suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de
pano com sentimento e ideias independentes; Pedrinho, personagem que o
autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, o sábio sabugo
de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos
do sítio,
Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da famosa obra
Sítio do Picapau Amarelo, que até hoje é lido por muitas crianças e adultos. Escreveu ainda outras obras infantis, como
A Menina do Nariz Arrebitado,
O Saci,
Fábulas do Marquês de Rabicó,
Aventuras do Príncipe,
Noivado de Narizinho,
O Pó de Pirlimpimpim,
Emília no País da Gramática,
Memórias da Emília,
O Poço do Visconde, e
A Chave do Tamanho. Fora os livros infantis, escreveu outras obras literárias, tais como
O Choque das Raças,
Urupês,
A Barca de Gleyre e
O Escândalo do Petróleo.
Neste último livro, demonstra todo o seu nacionalismo, posicionando-se
totalmente favorável a exploração do petróleo, no Brasil, apenas por
empresas brasileiras.