domingo, dezembro 20, 2020

Camané faz hoje 53 anos

   
Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos, conhecido por Camané (Oeiras, 21 de dezembro de 1967), é um fadista português, irmão mais velho dos também fadistas Hélder Moutinho e Pedro Moutinho.
  

 



O MV Doña Paz afundou, matando mais de quatro mil pessoas, há 33 anos

  

O MV Doña Paz foi um navio de passageiros filipino que afundou, depois de colidir com o petroleiro MT Vector, no dia 20 de dezembro de 1987, que causou a morte de 4.386 pessoas, e foi considerado como o maior desastre marítimo da história em tempo de paz.

 

 História

Era uma navio de passageiros registado nas Filipinas, construído por Japão, que afundou após colidir com o petroleiro Vector em 20 de dezembro de 1987. Construído por Onomichi Zosen de Hiroshima, Japão, o navio foi lançado em 25 de abril de 1963 como o Himeyuri Maru, com capacidade para 608 passageiros. Em outubro de 1975, o Himeyuri Maru foi comprado pela Sulpício Lines e rebatizado como Don Sulpício. Após um incêndio a bordo, em junho de 1979, o navio foi atualizado e rebatizado de Doña Paz.

Viajando da ilha de Leyte para a capital das Filipinas, Manila, o navio estava seriamente superlotado, com pelo menos 2.000 passageiros não listados no manifesto. Também foi alegado que o navio não tinha rádio e que os coletes salva-vidas estavam trancados. No entanto, a culpa oficial foi dirigida ao Vector, que foi considerada incapaz de navegar e operando sem licença. Com um número estimado de mortos em 4.386 pessoas e apenas 25 sobreviventes, continua a ser o desastre marítimo em tempo de paz mais mortal da história. 

 

O Naufrágio

Enquanto a maioria dos passageiros dormia, Doña Paz colidiu com o MT Vector, um petroleiro a caminho de Bataan para Masbate. Vector transportava 1.050.000 litros de gasolina e outros produtos de petróleo. Após a colisão, a carga de Vector começou a arder e causou um incêndio no navio que se espalhou para o Doña Paz. Os sobreviventes lembraram-se de ter percebido que houve o acidente e uma explosão, causando pânico na embarcação. Os sobreviventes foram forçados a pular do navio e nadar, entre corpos carbonizados, em águas em chamas ao redor do navio, alguns usando malas como dispositivos de flutuação improvisados. Doña Paz afundou duas horas após a colisão, enquanto Vector afundou em quatro horas. Ambos os navios afundaram em cerca de 545 metros de água no estreito de Tablas infestado de tubarões.

 

in Wikipédia

Bobby Darin morreu há 47 anos

 

   
Bobby Darin, nascido Walden Robert Cassotto (Harlem, Nova Iorque, 14 de maio de 1936 - Los Angeles, 20 de dezembro de 1973) foi um cantor e ator norte-americano.
   

 


A ETA assassinou o primeiro-ministro de Espanha há 47 anos

   
Luis Carrero Blanco (Santoña, 4 de março de 1903 - Madrid, 20 de dezembro de 1973) foi um militar e político espanhol. Ocupou diversos cargos no governo franquista; foi assassinado num atentado quando era presidente do governo de Espanha durante a etapa final dessa ditadura.
  
(...)
  
Em 1940 redigiu uma recomendação propondo a neutralidade espanhola na II Guerra Mundial. Desde então tornou-se homem de confiança de Franco, foi nomeado Subsecretário (1941) e Ministro da Presidência (1951), logo vice-presidente (1967), o que implicou um acréscimo crescente do seu peso específico no governo do Estado. No seu trabalho procurou limitar a influência dos falangistas, promoveu a modernização económica e administrativa do Estado, embora sempre dentro do franquismo, e apoiou o planeamento da sucessão monárquica do regime, na figura de Juan Carlos I.
Em junho de 1973 foi nomeado presidente do governo (primeiro-ministro), o que fazia pensar que se tornaria no homem forte do estado após morte de Franco e no pilar sobre o qual se sustentaria o franquismo sem Franco, mas o seu assassinato, a 20 de dezembro de 1973, num brutal atentado perpetrado por ETA em Madrid, abortou essas expetativas.
  
  

Artur Paredes, o pai de Carlos Paredes, morreu há quarenta anos

 

(imagem daqui)

Artur Paredes (Coimbra, 10 de maio de 1899 - Lisboa, 20 de dezembro de 1980) foi um compositor e intérprete de guitarra portuguesa. Considerado o criador de uma sonoridade própria para a guitarra de Coimbra, distinguindo-a assim da guitarra de Lisboa, nasceu numa família de músicos, pois o seu pai era o também guitarrista Gonçalo Paredes, também compositor. O seu filho foi Carlos Paredes, nascido em 1925, que também se tornou guitarrista. Artur Paredes revolucionou a afinação e o estilo de acompanhamento para a canção/fado de Coimbra, acrescentando o seu nome aos autores mais progressistas e inovadores.
   

  


O Estados Unidos invadiram o Panamá há 31 anos


Manuel Antonio Noriega, ex-presidente do Panamá, capturado e julgado pelos EUA: acusado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção

 

A invasão do Panamá foi uma operação militar realizada pelo exército dos Estados Unidos, durante a administração do presidente George H. W. Bush, em 20 de dezembro de 1989 com o objetivo de capturar o General e ditador panamenho Manuel Noriega, que atuava Comandante-em-Chefe das Forças de Defesa da República do Panamá, que foi exigido pela justiça norte-americana, acusado de tráfico de drogas. A operação foi denominada Operation Just Cause (Operação Justa Causa) pelo comando militar dos Estados Unidos. 

 

in Wikipédia

Carl Sagan morreu há vinte e quatro anos...

   
Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 - Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista, astrobiólogo, astrónomo, astrofísico, cosmólogo, escritor e divulgador científico norte-americano. Sagan é autor de mais de 600 publicações científicas e também autor de mais de 20 livros de ciência e ficção científica. Foi durante a vida um grande defensor do ceticismo e do uso do método científico, promoveu a busca por inteligência extraterrestre através do projeto SETI e instituiu o envio de mensagens a bordo de sondas espaciais, destinados a informar possíveis civilizações extraterrestres sobre a existência humana. Mediante as suas observações da atmosfera de Vénus, foi um dos primeiros cientistas a estudar o efeito de estufa à escala planetária. Também fundou a organização não-governamental Sociedade Planetária e foi pioneiro no ramo da ciência da exobiologia.
Sagan passou grande parte da carreira como professor da Universidade Cornell, onde foi diretor do laboratório de estudos planetários. Em 1960 obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago.
Sagan é conhecido por seus livros de divulgação científica e pela premiada série televisiva de 1980 Cosmos, que ele mesmo narrou e co-escreveu. O livro Cosmos foi publicado para complementar a série. Sagan escreveu o romance Contato, que serviu de base para um filme homónimo de 1997. Em 1978, ganhou o prêmio Pulitzer de literatura geral de não-ficção pelo seu livro Os dragões do Éden. Morreu aos 62 anos, de pneumonia, depois de uma batalha de dois anos com uma rara e grave doença na medula óssea (mielodisplasia).
Ao longo de sua vida, Sagan recebeu numerosos prémios e condecorações pelo seu trabalho de divulgação científica. Sagan é considerado um dos divulgadores científicos mais carismáticos e influentes da história, graças a sua capacidade de transmitir as ideias científicas e os aspectos culturais ao público não especializado.
    
Sagan e o modelo da sonda Viking enviada a Marte
     

Macau deixou de ser português há vinte e um anos

    
Macau é uma das regiões administrativas especiais da República Popular da China desde 20 de dezembro de 1999, sendo a outra Hong Kong. Antes desta data, Macau foi colonizada e administrada por Portugal durante mais de 400 anos e é considerada o primeiro entreposto, bem como a última colónia europeia na Ásia.
   
 

  
in Wikipédia

(imagem daqui)

Pedro Abrunhosa faz hoje sessenta anos!

(imagem daqui)
    
Pedro Machado Abrunhosa (20 de dezembro de 1960, , Porto), é um cantor e compositor português.
   
Biografia
Inicia cedo os estudos musicais mas mais seriamente em 1976. Termina o Curso de Composição do Conservatório de Música do Porto, após o que estuda e trabalha com os professores Álvaro Salazar e Jorge Peixinho. Faz o Curso de Pedagogia Musical com Jos Wuytack. Aos dezasseis anos já dava aulas na Escola de Música do Porto. Pouco depois ensinava também no ensino oficial, na Escola do Hot Clube, em Lisboa, e na Escola de Música Caiús. Desenvolve os estudos de contrabaixo. Funda a Escola de Jazz do Porto e a Orquestra da mesma, que dirige e para a qual escreve.
Trabalha nesta área por toda a Europa com Joe Hunt, Wallace Rooney, Gerry Nyewood, Steve Brown, Todd Coolman, Billy Hart, Bill Dobbins, Dave Schnitter, Jack Walrath, Boulou Ferré, Elios Ferré, Ramon Cardo, Frankie Rose, Vicent Penasse e Tommy Halferty.
Em abril de 1994 é editado o álbum “Viagens”, gravado conjuntamente com os “Bandemónio”. O disco é um enorme sucesso atingindo a marca de tripla platina. Neste álbum conta com a participação especial do saxofonista de James Brown, Maceo Parker. Faz mais de duzentos espectáculos em apenas dois anos. Apresenta-se ainda nos Estados Unidos, Canadá, Brasil, Macau, França, Suíça, Espanha, Luxemburgo, Itália e outros.
Lança em 1995 o Maxi-single F e um livro que causam um inesperado impacto.
Compõe a música Se Eu Fosse Um dia o Teu Olhar para a banda sonora do filme Adão e Eva, que bate todos os recordes de bilheteira.
Em 13 de novembro de 1996 edita “Tempo”, agora com uma nova formação dos Bandemónio. “Tempo” vende acima das 180.000 unidades, ultrapassando a marca de quádrupla platina. Para este álbum trabalhou em Minneapolis, Memphis e Nova Iorque com a banda de Prince, os New Power Generation, e Tom Tucker, o seu engenheiro principal. Participam ainda Carlos do Carmo, Opus Ensemble e Rui Veloso. É editado o disco "Tempo - Versões e Reimixes".
Escreve, compõe e produz o musical “Rapaz de Papel”, encomenda do Festival dos Cem Dias. Posteriormente grava todas estas músicas no álbum “Amanhecer” de Diana Basto.
É convidado por Caetano Veloso a realizar um espectáculo conjunto na Expo 98. É convidado pelo realizador Manoel de Oliveira para protagonista masculino do filme “A Carta”, rodado em Paris, Itália, Nova Iorque, Lisboa e Londres. Contracena com Chiara Mastroianni. Com esse filme, laureado no Festival de Cinema de Cannes com o Grande Prémio do Júri, tem a oportunidade de fazer a famosa “subida dos 24 degraus”.
As suas canções são gravadas e interpretadas no Brasil por artistas como Caetano Veloso, Lenine, Zélia Duncan, Elba Ramalho, Zeca Baleiro, Sandra de Sá, Syang, Rio Soul, Edson Cordeiro, entre outros.
Em 1999 edita Silêncio, um disco de viragem extremamente importante para a carreira dos Bandemónio mas que fica aquém das vendas dos dois discos anteriores: ultrapassa as 40.000 unidades, atingindo a marca de platina.
Em 2002 editou Momento, um êxito de vendas e airplay em todas as rádios nacionais, e atingindo novamente a marca de dupla-platina, com vendas superiores a 90.000 unidades. Durante dois anos, a canção “Momento (Uma Espécie de Céu)” foi a mais tocada em Portugal.
Em 2003 edita o álbum triplo, “Palco”, resultado dos emblemáticos concertos ao vivo com os Bandemónio e os HornHeads de Prince. Com o disco palco, dupla platina, atinge vendas de 72.000 unidades. Um discos inclui duetos com Lenine e Zélia Duncan.
Em 2004 encerra o Rock in Rio Lisboa, concerto integrado na sua digressão 2002/2004 com mais de 120 espectáculos realizados.
Entretanto, tem feito palestras, debates e conferências por todo o país, sobretudo em Faculdades, Escolas, Bibliotecas ou afins. Escreveu para a TSF, Magazine Artes, Fórum Estudante e tem trabalhos editados nas mais variadas publicações.
Em 2006 participou numa das músicas do álbum de estreia da banda portuguesa Cindy Kat, com a música A Saída. Editou ainda o livro Canções, que rapidamente esgota, contendo partituras das suas mais emblemáticas músicas.

Lança em 3 de abril de 2007 o single "Quem me leva os meus fantasmas", o primeiro single do novo álbum "Luz" lançado em 25 de junho de 2007. Esta canção é gravada por Maria Bethânia, no final de 2013, no disco Cartas de Amor.

O primeiro concerto de Pedro Abrunhosa e os Bandemónio após o lançamento do álbum "Luz" tem lugar no espaço Paradise Garage, em Lisboa, na noite de 26 de junho de 2007. É acompanhado ao vivo e em estúdio por: João André - baixo, Cláudio Souto - teclas, Edgar Caramelo - saxofone, Pedro Martins - bateria e Marco Nunes - guitarra

Pedro Abrunhosa anuncia então um novo álbum já com data de edição que o músico tem vindo a apresentar ao vivo, agora separado dos Bandemónio e com a sua nova banda, os Comité Caviar.

Desde 12 de abril de 2010 o seu álbum "Longe" encontra-se disponível nos locais habituais, data em que também foi lançado o seu mais recente website - http://www.abrunhosa.com/. O álbum "Longe" foi apresentado na Casa da Música, no Porto, a 2 de maio de 2010, estando nessa altura no 1º lugar no top de vendas.

Em 23 de maio de 2010, apresenta-se, num dueto, ao lado da diva brasileira Ivete Sangalo, durante a Gala de entrega dos Globos de Ouro, promovida pela SIC. No encontro, os dois cantam uma canção de autoria do próprio Abrunhosa chamada "Fazer O Que Ainda Não Foi Feito".

É um dos embaixadores da Associação Fonográfica Portuguesa no combate à pirataria na Internet.

Em 2013 lança um novo álbum. Chama-se "Contramão" e o primeiro registo a ser lançado, "Voámos em Contramão", é bastante tocado nas rádios portuguesas. Os 11 temas elegem a canção como forma de olhar para o amor, o estado do país ou até mesmo a intolerância religiosa.

Em 2016 é o autor do novo cântico de apoio à Seleção Nacional para o Euro 2016, em França. É uma adaptação de "Tudo o que eu te dou" do álbum "Viagens".
 
Discografia 
 
Álbuns
Álbuns ao vivoEPsDVD 
   

 


sábado, dezembro 19, 2020

O ator Desmond Llewelyn, o eterno Q dos filmes 007, morreu há vinte e um anos


Desmond Wilkinson Llewelyn (Newport, 12 de setembro de 1914 - East Sussex, 19 de dezembro de 1999) foi um ator britânico, nascido no País de Gales, famoso por representar o papel de Q em dezassete filmes de James Bond

 

in Wikipédia

Emily Brontë morreu há 172 anos

 
Emily Jane Brontë (Thornton, Inglaterra, 30 de julho de 1818 - Haworth, Inglaterra, 19 de dezembro de 1848) foi uma escritora e poetisabritânica, autora do romance Wuthering Heights (O Monte dos Vendavais), hoje considerado um clássico da literatura mundial. Era a segunda irmã mais velha das três sobreviventes irmãs Brontë, entre Charlotte e Anne. Ela escrevia sob o pseudónimo masculino de Ellis Bell. É, das três irmãs, a de que menos se têm informações, tendo vivido reclusa e introvertida. 

 

(...)

Emily acreditava que a sua saúde, à semelhança da dos irmãos, tinha sofrido devido ao clima severo do local onde viviam e às condições insalubres da sua casa (a água que recebiam vinha contaminada pelo escoamento do cemitério da igreja). Ela apanhou uma constipação grave durante o funeral do seu irmão Branwell em setembro de 1848 e a sua saúde piorou ainda mais quando contraiu tuberculose. Apesar de o seu estado de saúde se ter agravado bastante, ela recusou qualquer assistência médica e remédios, dizendo que não queria "veneno, nem médicos" perto dela. Na manhã de 19 de dezembro de 1848, Charlotte, preocupada com o estado de saúde da irmã, escreveu:

Ela fica mais fraca a cada dia que passa. O médico expressou a sua opinião de forma demasiado obscura para ter alguma utilidade: ele enviou alguns medicamentos que ela não tomou. Nunca conheci momentos tão negros como estes, peço a Deus para que nos dê força a todos.

Ao meio-dia, Emily piorou: só conseguia falar através de sussurros entre suspiros. As suas últimas palavras que a família conseguiu ouvir foram: "podem chamar um médico? Queria que um me visse", mas foi tarde demais. Ela morreu nesse dia às duas.

O seu irmão tinha morrido três meses antes, o que levou uma criada a declarar que "a Menina Emily morreu de coração partido pela morte do irmão". Emily tinha emagrecido tanto que o seu caixão tinha apenas 40 centímetros de largura. Ela foi enterrada no cemitério da igreja de St. Michael and All Angels, em Haworth.

in Wikipédia

Porque hoje é dia de ler Poesia...

(imagem daqui)

   

Portugal

Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar,
Minho verde, Algarve de cal,
jerico rapando o espinhaço da terra,
surdo e miudinho,
moinho a braços com um vento
testarudo, mas embolado e, afinal, amigo,
se fosses só o sal, o sol, o sul,
o ladino pardal,
o manso boi coloquial,

a rechinante sardinha,
a desancada varina,
o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,
a muda queixa amendoada
duns olhos pestanítidos,
se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das praias,
o grilo engaiolado, a grila no lábio,
o calendário na parede, o emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!

*

Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos,
rendeiras de Viana, toureiros da Golegã,
não há «papo-de-anjo» que seja o meu derriço,
galo que cante a cores na minha prateleira,
alvura arrendada para o meu devaneio,
bandarilha que possa enfeitar-me o cachaço.
Portugal: questão que eu tenho comigo mesmo,
golpe até ao osso, fome sem entretém,
perdigueiro marrado e sem narizes, sem perdizes,
rocim engraxado,
feira cabisbaixa,
meu remorso,
meu remorso de todos nós... 

  

  
in Feira Cabisbaixa (1965) - Alexandre O'Neill

Poema de Alexandre O'Neill, no seu dia, imortalizado por Amália...

 

Amália - Gaivota
Letra de Alexandre O'Neill e música de Alain Oulman


Se uma gaivota viesse
trazer-me o céu de Lisboa
no desenho que fizesse,
nesse céu onde o olhar
é uma asa que não voa,
esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
dos sete mares andarilho,
fosse quem sabe o primeiro
a contar-me o que inventasse,
se um olhar de novo brilho
no meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
no meu peito bateria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde cabia
perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
as aves todas do céu,
me dessem na despedida
o teu olhar derradeiro,
esse olhar que era só teu,
amor que foste o primeiro.

Que perfeito coração
no meu peito morreria,
meu amor na tua mão,
nessa mão onde perfeito
bateu o meu coração.

Poesia, em música, adequada ao dia...

   

Perfilados de Medo - José Mário Branco
Poema de Alexandre O'Neil e música de José Mário Branco

Perfilados de medo, agradecemos
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
e a vida sem viver é mais segura.

Aventureiros já sem aventura,
perfilados de medo combatemos
irónicos fantasmas à procura
do que não fomos, do que não seremos.

Perfilados de medo, sem mais voz,
o coração nos dentes oprimido,
os loucos, os fantasmas somos nós.

Rebanho pelo medo perseguido,
já vivemos tão juntos e tão sós
que da vida perdemos o sentido...


in Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades - LP de 1971

Alexandre O'Neill nasceu há 96 anos...

 

(imagem daqui)
  
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões (Lisboa, 19 de dezembro de 1924 - Lisboa, 21 de agosto de 1986) foi um importante poeta do movimento surrealista português. Era descendente de irlandeses.
Autodidacta, O’Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens A Ampola Miraculosa, mas o grupo rapidamente se desdobra e acaba. As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua acção à publicidade. É da sua autoria o lema publicitário «Há mar e mar, há ir e voltar». Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE.
  
Os começos
Em 1943, com dezassete anos, publicou os primeiros versos num jornal de Amarante, o Flor do Tâmega. Apesar de ter recebido prémios literários no Colégio Valsassina, esta atividade não foi grandemente incentivada pela família.
Datam do ano de 1947 duas cartas de Alexandre O'Neill que demonstram o seu interesse pelo surrealismo, dizendo numa delas (de outubro) possuir já os manifestos de Breton e a Histoire du Surrealisme de M. Nadeau. Nesse mesmo ano, O'Neill, Mário Cesariny e Mário Domingues começam a fazer experiências a nível da linguagem, na linha do surrealismo, sobretudo com os seus Cadáveres Esquisitos e Diálogos Automáticos, que conduziam ao desmembramento do sentido lógico dos textos e à pluralidade de sentidos.
Por volta de 1948, fundou o Grupo Surrealista de Lisboa com Mário Cesariny, José-Augusto França, António Domingues, Fernando Azevedo, Moniz Pereira, António Pedro e Vespeira. As primeiras reuniões ocorreram na Pastelaria Mexicana. As posições antineorealistas eram frontais e provocatórias, tal como as atitudes contra o regime: em abril, o Grupo retira a sua colaboração da III Exposição Geral de Artes Plásticas, por recusar a censura prévia que a comissão organizadora decidira impor. Com a saída de Cesariny, em agosto de 1948, o grupo cindiu-se em dois, dando origem ao Grupo Surrealista Dissidente (que integrou, além do próprio Cesariny, personalidades como António Maria Lisboa e Pedro Oom).
Em 1949, tiveram lugar as principais manifestações do movimento surrealista em Portugal, como a Exposição do Grupo Surrealista de Lisboa (em janeiro), onde expuseram Alexandre O'Neill, António Dacosta, António Pedro, Fernando de Azevedo, João Moniz Pereira, José-Augusto França e Vespeira. Nessa ocasião, Alexandre O'Neill publicou A Ampola Miraculosa como um dos primeiros números dos Cadernos Surrealistas. A obra, constituída por 15 imagens e respectivas legendas, sem nenhum nexo lógico entre a imagem e legenda, poderá ser considerada paradigmática do surrealismo português.
  
A estreia
Depois de uma fase de ataques pessoais entre os dois grupos surrealistas (1950-52) e a extinção de ambos os grupos, o surrealismo continuou a manifestar-se na produção individual de alguns autores, incluindo o próprio Alexandre O'Neill. Em 1951, no "Pequeno Aviso do Autor ao Leitor", inserido em Tempo de Fantasmas, ele demarcou-se como surrealista. Nessa mesma obra, sobretudo na primeira parte, Exercícios de Estilo (1947-49), a influência deste corrente manifesta-se em poemas como "Diálogos Falhados", "Inventário" ou "A Central das Frases" e na insistência em motivos comuns a muitos poetas surrealistas, como a bicicleta e a máquina de costura.
  
Política
Neste primeiro livro de poesia inclui o poema que o tornou célebre, "Um Adeus Português", originado num episódio biográfico que o próprio viria a contar, muitos anos mais tarde: no início de 1950, estivera em Lisboa Nora Mitrani, enviada do surrealismo francês para fazer uma conferência. Conheceu O’Neill e apaixonaram-se. Meses mais tarde, querendo juntar-se-lhe em Paris, O’Neill foi chamado à PIDE e interrogado. Por pressão de uma pessoa da família, foi-lhe negado o passaporte. Coagido a ficar em Portugal, não voltaria a ver Nora Mitrani.
Não foi, de resto, a única vez que Alexandre O’Neill foi confrontado com a polícia política. Em 1953, esteve preso vinte e um dias no Estabelecimento Prisional de Caxias, por ter ido esperar Maria Lamas, regressada do Congresso Mundial da Paz em Viena. A partir desta data, passou a ser vigiado pela PIDE. No entanto, sendo um oposicionista, não militou em nenhum partido político, nem durante o Estado Novo, nem a seguir ao 25 de Abril – conhece-se-lhe uma breve ligação ao MUD juvenil, na altura em que abandona o Grupo Surrealista de Lisboa. A partir desta época, O’Neill foi-se distanciando de grupos ou tertúlias, demasiado irónico e cioso do seu individualismo para se envolver seriamente em qualquer militância partidária.
  
A obra literária
Em 1958, com a edição de No Reino da Dinamarca, Alexandre O’Neill viu-se reconhecido como poeta. Na década de 1960, provavelmente a mais produtiva literariamente, foi publicando livros de poesia, antologias de outros poetas e traduções.
A poesia de Alexandre O'Neill concilia uma atitude de vanguarda, (surrealismo e experiências próximas do concretismo) - que se manifesta no carácter lúdico do seu jogo com as palavras, no seu bestiário, que evidencia o lado surreal do real, ou nos típicos «inventários» surrealistas - com a influência da tradição literária (de autores como Nicolau Tolentino e o abade de Jazente, por exemplo).
Os seus textos caracterizam-se por uma intensa sátira a Portugal e aos portugueses, destruindo a imagem de um proletariado heróico criada pelo neorealismo, a que contrapõe a vida mesquinha, a dor do quotidiano, vista no entanto sem dramatismos, ironicamente, numa alternância entre a constatação do absurdo da vida e o humor como única forma de se lhe opor.
Temas como a solidão, o amor, o sonho, a passagem do tempo ou a morte, conduzem ao medo (veja-se "O Poema Pouco Original do Medo", com a sua figuração simbólica do rato) e/ou à revolta, de que o homem só poderá libertar-se através do humor, contrabalançado por vezes por um tom discretamente sentimental, revelador de um certo desespero perante o marasmo do país - "meu remorso, meu remorso de todos nós". Este humor é, muitas vezes, manifestado numa linguagem que parodia discursos estereotipados, como os discursos oficiais ou publicitários, ou que reflecte a própria organização social, pela integração nela operada do calão, da gíria, de lugares-comuns pequeno-burgueses, de onomatopeias ou de neologismos inventados pelo autor.
Encontra-se colaboração da sua autoria no semanário Mundo Literário (1946-1948).
     
A vida privada e profissional
Alexandre O’Neill, apesar de nunca ter sido um escritor profissional, viveu sempre da sua escrita ou de trabalhos relacionados com livros. Em 1946, tornou-se escriturário, na Caixa de Previdência dos Profissionais do Comércio. Permaneceu neste emprego até 1952. A partir de 1957, começou a escrever para os jornais, primeiro esporadicamente, depois, nas décadas seguintes, assinando colunas regulares no Diário de Lisboa, n’A Capital e, nos anos 1980, no Jornal de Letras, escrevendo indiferentemente prosa e poesia, que reeditava mais tarde em livro, à maneira dos folhetinistas do século XIX.
Em 1959 iniciou-se como redator de publicidade, actividade que se tornaria definitivamente o seu ganha-pão. Ficaram famosos no meio alguns slogans publicitários da sua autoria, e um houve que se converteu em provérbio: "Há mar e mar, há ir e voltar". Tinha entretanto abandonado definitivamente a casa dos pais, casando com Noémia Delgado, de quem teve um filho, Alexandre. Nesta época, instalou-se no Príncipe Real, bairro lisboeta onde haveria de decorrer grande parte da sua vida, e que levaria para a sua escrita. Neste bairro, encontraria Pamela Ineichen, com quem manteve uma relação amorosa durante a década de 1960. Mais tarde, em 1971, casará com Teresa Gouveia, mãe do seu segundo filho, Afonso, nascido em 1976.
Fez ainda parte da redacção da revista Almanaque (1959-61), publicação arrojada com grafismo de Sebastião Rodrigues onde colaboravam, entre outros, José Cardoso Pires, Luís de Sttau Monteiro, Augusto Abelaira e João Abel Manta.
A sua atracção por outros meios de comunicação, que não a palavra escrita, é testemunhada pela letra do fado "Gaivota" destinada à voz de Amália, com música de Alain Oulman, tal como a colaboração, nos anos 1970, em programas televisivos (fora, aliás, crítico de televisão sob o pseudónimo de A. Jazente), ou em guiões de filmes e em peças de teatro. Em 1982 recebeu o prémio da Associação de Críticos Literários.
Mas a doença começava a atormentá-lo. Em 1976, sofre um ataque cardíaco, que o poeta admitiu dever-se à vida desregrada que sempre tinha sido a sua, e que, apesar de algum esforço em contrário, continuou a ser. No início dos anos 1980, já divorciado de Teresa Gouveia, repartia o seu tempo entre a casa da Rua da Escola Politécnica e a vila de Constância. Em 1984, sofreu um acidente vascular cerebral, antecipatório daquele que, em abril de 1986, o levaria ao internamento prolongado no Hospital.
Alexandre O'Neill morreu a 21 de agosto de de 1986, em Lisboa.
A 10 de junho de 1990, a título póstumo, foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
    

   

O Poema Pouco Original do Medo
 
O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
 
Vai ter olhos onde ninguém os veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos
 
O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com certeza a deles
 
Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados
 
Ah o medo vai ter tudo
tudo
 
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
 
*
 
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
 
Sim
a ratos
  
   
in Abandono Vigiado (1960) - Alexandre O'Neill

Phil Ochs nasceu há oitenta anos!

  
 
Philip David
"Phil" Ochs (El Paso, Texas, December 19, 1940 – Far Rockaway, New York City, April 9, 1976) was an American protest singer (or, as he preferred, a topical singer) and songwriter who was known for his sharp wit, sardonic humor, earnest humanism, political activism, insightful and alliterative lyrics, and distinctive voice. He wrote hundreds of songs in the 1960s and '70s and released eight albums.

Ochs performed at many political events during the 1960s counterculture era, including anti-Vietnam War and civil rights rallies, student events, and organized labor events over the course of his career, in addition to many concert appearances at such venues as New York City's Town Hall and Carnegie Hall. Politically, Ochs described himself as a "left social democrat" who became an "early revolutionary" after the protests at the 1968 Democratic National Convention in Chicago led to a police riot, which had a profound effect on his state of mind.

After years of prolific writing in the 1960s, Ochs's mental stability declined in the 1970s. He eventually succumbed to a number of problems including bipolar disorder and alcoholism, and died by suicide in 1976.

Some of Ochs's major musical influences were Woody Guthrie, Pete Seeger, Buddy Holly, Elvis Presley, Bob Gibson, Faron Young, and Merle Haggard. His best-known songs include "I Ain't Marching Anymore", "Changes", "Crucifixion", "Draft Dodger Rag", "Love Me, I'm a Liberal", "Outside of a Small Circle of Friends", "Power and the Glory", "There but for Fortune", and "The War Is Over".

 
   

 


       

Jimmy Bain nasceu há 73 anos

   
Jimmy Bain (Newtonmore, Highland, 19 de dezembro de 1947 – 24 de janeiro de 2016) foi um baixista escocês, famoso por ter tocado nas bandas Rainbow e Dio com Ronnie James Dio. Ele também trabalhou com o vocalista dos Thin Lizzy, Phil Lynott, co-escrevendo canções para os seus álbuns a solo.
 

 


Maurice White, dos Earth, Wind & Fire, nasceu há 79 anos

  
Maurice White (Memphis, Tennessee, 19 de dezembro de 1941 - Los Angeles, 3 de fevereiro de 2016) foi grande cantor e instrumentista. Conhecido como um dos grandes compositores mundiais, foi o fundador de umas das bandas mais famosas do mundo, os Earth, Wind & Fire.
   

 


O músico Alvin Lee nasceu há 76 anos

 

  
Alvin Lee (born Graham Anthony Barnes; Nottingham, 19 December 1944 – Estepona, Spain, 6 March 2013) was an English singer, songwriter and guitarist. He is best known as the lead vocalist and lead guitarist of the blues rock band Ten Years After

   

    

  


O paleoantropólogo Richard Leakey faz hoje 76 anos

 
Richard Erskine Frere Leakey (Nairobi, 19 December 1944) is a Kenyan paleoanthropologist, conservationist and politician. Leakey has held a number of official positions in Kenya, mostly in institutions of archaeology and wildlife conservation. He has been Director of the National Museum of Kenya, founded the NGO WildlifeDirect and is the chairman of the Kenya Wildlife Service.
As a small boy, Leakey lived in Nairobi with his parents, Louis Leakey, curator of the Coryndon Museum, and Mary Leakey, director of the Leakey excavations at Olduvai, and his two brothers, Jonathan and Philip.