O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Poema de Reinaldo Ferreira e música de Alain Oulman
Quem dorme à noite comigo?
É meu segredo, é meu segredo!
Mas se insistirem lhes digo.
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo!
E cedo, porque me embala
Num vaivém de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Que farei quando, deitado,
Fitando o espaço vazio,
Grita no espaço fitado
Que está dormindo a meu lado,
Lázaro e frio?
Gritar? Quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me.
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.
Poema de Reinaldo Ferreira e música de Alain Oulman
Quem dorme à noite comigo?
É meu segredo, é meu segredo!
Mas se insistirem lhes digo.
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo!
E cedo, porque me embala
Num vaivém de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Que farei quando, deitado,
Fitando o espaço vazio,
Grita no espaço fitado
Que está dormindo a meu lado,
Lázaro e frio?
Gritar? Quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me.
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.
Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema Vagamundo de Luís de Macedo.
O álbum Busto, editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre,
para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o
principal responsável por uma profunda alteração na música que a
acompanhava.
Foi também ele que compôs a música do conhecido fado A Minha terra é Viana do poeta Pedro Homem de Mello, do álbum Cantigas numa Língua Antiga.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França.
"A sua ativa solidariedade com a luta antifascista portuguesa
levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se
definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.
Oulman escreveu a música para Meu Amor é Marinheiro, com base em A Trova do Amor Lusíada, que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
Após o 25 de abril de 1974,
Alain Oulman fez parte da minoria que defendeu Amália, quando esta
foi acusada de estar ligada ao anterior regime, escrevendo cartas para
os jornais "República" e "O Século".
"Alain Oulman, que em sucessivos discos publicados nos anos 50 e 60 soube transformar a fadista Amália Rodrigues - cuja popularidade era incontestada desde o final da Segunda Guerra
- na «Amalia», sem acento, que se tornou diva internacional. Oulman
divulgou a voz, mas soube renovar-lhe a cada passo os atributos com
desafios ousados: primeiro, já não apenas a guitarra e a viola, mas
também os acompanhamentos orquestrais, depois as variações sobre estes,
conduzindo-a ao extremo de um «jazz combo»."
"Eu tenho uma proximidade muito maior com a Amália dos anos 60,
do período do Oulman. Cabe tudo ali - e é isso que lhe dá dimensão.
Nós não podemos reduzi-la - como ela nunca se quis reduzir - a um
qualquer sub-género do seu reportório."
Se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa no desenho que fizesse, nesse céu onde o olhar é uma asa que não voa, esmorece e cai no mar. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se um português marinheiro, dos sete mares andarilho, fosse quem sabe o primeiro a contar-me o que inventasse, se um olhar de novo brilho no meu olhar se enlaçasse. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se ao dizer adeus à vida as aves todas do céu, me dessem na despedida o teu olhar derradeiro, esse olhar que era só teu, amor que foste o primeiro. Que perfeito coração no meu peito morreria, meu amor na tua mão, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração.
Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema Vagamundo de Luís de Macedo.
O álbum Busto, editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre,
para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o
principal responsável por uma profunda alteração na música que a
acompanhava.
Foi também ele que compôs a música do conhecido fado A Minha terra é Viana do poeta Pedro Homem de Mello, do álbum Cantigas numa Língua Antiga.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França.
"A sua ativa solidariedade com a luta antifascista portuguesa
levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se
definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.
Oulman escreveu a música para Meu Amor é Marinheiro, com base em A Trova do Amor Lusíada, que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
Após o 25 de abril de 1974,
Alain Oulman fez parte da minoria que defendeu Amália, quando esta
foi acusada de estar ligada ao anterior regime, escrevendo cartas para
os jornais "República" e "O Século".
"Alain Oulman, que em sucessivos discos publicados nos anos 50 e 60 soube transformar a fadista Amália Rodrigues - cuja popularidade era incontestada desde o final da Segunda Guerra
- na «Amalia», sem acento, que se tornou diva internacional. Oulman
divulgou a voz, mas soube renovar-lhe a cada passo os atributos com
desafios ousados: primeiro, já não apenas a guitarra e a viola, mas
também os acompanhamentos orquestrais, depois as variações sobre estes,
conduzindo-a ao extremo de um «jazz combo»."
"Eu tenho uma proximidade muito maior com a Amália dos anos 60,
do período do Oulman. Cabe tudo ali - e é isso que lhe dá dimensão.
Nós não podemos reduzi-la - como ela nunca se quis reduzir - a um
qualquer sub-género do seu reportório."
Se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa no desenho que fizesse, nesse céu onde o olhar é uma asa que não voa, esmorece e cai no mar. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se um português marinheiro, dos sete mares andarilho, fosse quem sabe o primeiro a contar-me o que inventasse, se um olhar de novo brilho no meu olhar se enlaçasse. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se ao dizer adeus à vida as aves todas do céu, me dessem na despedida o teu olhar derradeiro, esse olhar que era só teu, amor que foste o primeiro. Que perfeito coração no meu peito morreria, meu amor na tua mão, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração.
Poema de Reinaldo Ferreira e música de Alain Oulman
Quem dorme à noite comigo?
É meu segredo, é meu segredo!
Mas se insistirem lhes digo.
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo!
E cedo, porque me embala
Num vaivém de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Que farei quando, deitado,
Fitando o espaço vazio,
Grita no espaço fitado
Que está dormindo a meu lado,
Lázaro e frio?
Gritar? Quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me.
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.
Poema de Reinaldo Ferreira e música de Alain Oulman
Quem dorme à noite comigo?
É meu segredo, é meu segredo!
Mas se insistirem lhes digo.
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo!
E cedo, porque me embala
Num vaivém de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Que farei quando, deitado,
Fitando o espaço vazio,
Grita no espaço fitado
Que está dormindo a meu lado,
Lázaro e frio?
Gritar? Quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me.
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.
Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema Vagamundo de Luís de Macedo.
O álbum Busto, editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre,
para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o
principal responsável por uma profunda alteração na música que a
acompanhava.
Foi também ele que compôs a música do conhecido fado A Minha terra é Viana do poeta Pedro Homem de Mello, do álbum Cantigas numa Língua Antiga.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França.
"A sua ativa solidariedade com a luta antifascista portuguesa
levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se
definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.
Oulman escreveu a música para Meu Amor é Marinheiro, com base em A Trova do Amor Lusíada, que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
Após o 25 de abril de 1974,
Alain Oulman fez parte da minoria que defendeu Amália, quando esta
foi acusada de estar ligada ao anterior regime, escrevendo cartas para
os jornais "República" e "O Século".
"Alain Oulman, que em sucessivos discos publicados nos anos 50 e 60 soube transformar a fadista Amália Rodrigues - cuja popularidade era incontestada desde o final da Segunda Guerra
- na «Amalia», sem acento, que se tornou diva internacional. Oulman
divulgou a voz, mas soube renovar-lhe a cada passo os atributos com
desafios ousados: primeiro, já não apenas a guitarra e a viola, mas
também os acompanhamentos orquestrais, depois as variações sobre estes,
conduzindo-a ao extremo de um «jazz combo»."
"Eu tenho uma proximidade muito maior com a Amália dos anos 60,
do período do Oulman. Cabe tudo ali - e é isso que lhe dá dimensão.
Nós não podemos reduzi-la - como ela nunca se quis reduzir - a um
qualquer sub-género do seu reportório."
Se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa no desenho que fizesse, nesse céu onde o olhar é uma asa que não voa, esmorece e cai no mar. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se um português marinheiro, dos sete mares andarilho, fosse quem sabe o primeiro a contar-me o que inventasse, se um olhar de novo brilho no meu olhar se enlaçasse. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se ao dizer adeus à vida as aves todas do céu, me dessem na despedida o teu olhar derradeiro, esse olhar que era só teu, amor que foste o primeiro. Que perfeito coração no meu peito morreria, meu amor na tua mão, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração.
Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema Vagamundo de Luís de Macedo.
O álbum Busto, editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre,
para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o
principal responsável por uma profunda alteração na música que a
acompanhava.
Foi também ele que compôs a música do conhecido fado A Minha terra é Viana do poeta Pedro Homem de Mello, do álbum Cantigas numa Língua Antiga.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França.
"A sua ativa solidariedade com a luta antifascista portuguesa
levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se
definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.
Oulman escreveu a música para Meu Amor é Marinheiro, com base em A Trova do Amor Lusíada, que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
Após o 25 de abril de 1974,
Alain Oulman fez parte da minoria que defendeu Amália, quando esta
foi acusada de estar ligada ao anterior regime, escrevendo cartas para
os jornais "República" e "O Século".
"Alain Oulman, que em sucessivos discos publicados nos anos 50 e 60 soube transformar a fadista Amália Rodrigues - cuja popularidade era incontestada desde o final da Segunda Guerra
- na «Amalia», sem acento, que se tornou diva internacional. Oulman
divulgou a voz, mas soube renovar-lhe a cada passo os atributos com
desafios ousados: primeiro, já não apenas a guitarra e a viola, mas
também os acompanhamentos orquestrais, depois as variações sobre estes,
conduzindo-a ao extremo de um «jazz combo»."
"Eu tenho uma proximidade muito maior com a Amália dos anos 60,
do período do Oulman. Cabe tudo ali - e é isso que lhe dá dimensão.
Nós não podemos reduzi-la - como ela nunca se quis reduzir - a um
qualquer sub-género do seu reportório."
Se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa no desenho que fizesse, nesse céu onde o olhar é uma asa que não voa, esmorece e cai no mar. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se um português marinheiro, dos sete mares andarilho, fosse quem sabe o primeiro a contar-me o que inventasse, se um olhar de novo brilho no meu olhar se enlaçasse. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se ao dizer adeus à vida as aves todas do céu, me dessem na despedida o teu olhar derradeiro, esse olhar que era só teu, amor que foste o primeiro. Que perfeito coração no meu peito morreria, meu amor na tua mão, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração.
Alain Oulman (Cruz Quebrada, 15 de junho de 1928 - Paris, 28 de março de 1990) foi o grande responsável por alguns dos maiores sucessos de Amália. Foi também o editor do livro "Portugal Bâillonné" ("Portugal Amordaçado") de Mário Soares.
(...)
Alain Oulman nasceu a 15/06/1928, na Cruz Quebrada, distrito de Lisboa, no seio de uma família judaica tradicional. Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema "Vagamundo" de Luís de Macedo.
O álbum "Busto", editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre,
para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o
principal responsável por uma profunda alteração na música que a
acompanhava.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França.
"A sua activa solidariedade com a luta antifascista portuguesa
levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se
definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido
Comunista Português.
Oulman escreveu a música para "Meu Amor é Marinheiro", com base em "A Trova do Amor Lusíada", que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
No disco "Com Que Voz", gravado em 1969 mas editado no ano seguinte, Amália canta nomes como Cecília Meireles, Alexandre O'Neill, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, Camões, Ary dos Santos e Pedro Homem de Mello.
O disco receberá o IX Prémio da Crítica Discográfica Italiana (1971),
o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco de
Paris (1975).
Após o 25 de Abril de 1974, Alain Oulman fez parte da minoria que
defendeu Amália, quando esta foi acusada de estar ligada ao anterior
regime, escrevendo cartas para os jornais "República" e "O Século".
Alain Oulman morreu, na cidade de Paris, a 29 de março de 1990, quando contava 61 anos de idade.
Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema Vagamundo de Luís de Macedo.
O álbum Busto, editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre,
para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o
principal responsável por uma profunda alteração na música que a
acompanhava.
Foi também ele que compôs a música do conhecido fado A Minha terra é Viana do poeta Pedro Homem de Mello, do álbum Cantigas numa Língua Antiga.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França.
"A sua ativa solidariedade com a luta antifascista portuguesa
levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se
definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido Comunista Português.
Oulman escreveu a música para Meu Amor é Marinheiro, com base em A Trova do Amor Lusíada, que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
Após o 25 de abril de 1974,
Alain Oulman fez parte da minoria que defendeu Amália, quando esta
foi acusada de estar ligada ao anterior regime, escrevendo cartas para
os jornais "República" e "O Século".
"Alain Oulman, que em sucessivos discos publicados nos anos 50 e 60 soube transformar a fadista Amália Rodrigues - cuja popularidade era incontestada desde o final da Segunda Guerra
- na «Amalia», sem acento, que se tornou diva internacional. Oulman
divulgou a voz, mas soube renovar-lhe a cada passo os atributos com
desafios ousados: primeiro, já não apenas a guitarra e a viola, mas
também os acompanhamentos orquestrais, depois as variações sobre estes,
conduzindo-a ao extremo de um «jazz combo»."
"Eu tenho uma proximidade muito maior com a Amália dos anos 60,
do período do Oulman. Cabe tudo ali - e é isso que lhe dá dimensão.
Nós não podemos reduzi-la - como ela nunca se quis reduzir - a um
qualquer sub-género do seu reportório."
Se uma gaivota viesse trazer-me o céu de Lisboa no desenho que fizesse, nesse céu onde o olhar é uma asa que não voa, esmorece e cai no mar. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se um português marinheiro, dos sete mares andarilho, fosse quem sabe o primeiro a contar-me o que inventasse, se um olhar de novo brilho no meu olhar se enlaçasse. Que perfeito coração no meu peito bateria, meu amor na tua mão, nessa mão onde cabia perfeito o meu coração. Se ao dizer adeus à vida as aves todas do céu, me dessem na despedida o teu olhar derradeiro, esse olhar que era só teu, amor que foste o primeiro. Que perfeito coração no meu peito morreria, meu amor na tua mão, nessa mão onde perfeito bateu o meu coração.
Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este género musical tem na cultura portuguesa,
foi considerada por muitos como uma das suas melhores embaixadoras no
mundo. Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo fora,
onde não só cantava fados e outras músicas de tradição popular
portuguesa, como ainda canções contemporâneas (iniciando o chamado
fado-canção) e mesmo alguma música de origem estrangeira (francesa,
americana, espanhola, italiana, brasileira). Marcante contribuição sua
para a história do Fado, foi a novidade que introduziu de cantar
poemas de grandes autores portugueses consagrados, depois de
musicados. Teve ainda ao serviço da sua voz a pena de alguns dos
maiores poetas e letristas seus contemporâneos, como David Mourão Ferreira, Pedro Homem de Mello, Ary dos Santos, Manuel Alegre, Alexandre O’Neill e outros.
Filha de Albertino de Jesus Rodrigues, um músico sapateiro que, para
sustentar os quatro filhos e a mulher, Lucinda da Piedade Rebordão,
tentou a sua sorte em Lisboa. Amália nasceu a 1 de julho de 1920, porém apenas foi registada dias depois, tendo no seu assento de nascimento como nascida às cinco horas de 23 de julho de 1920, na rua Martim Vaz, na freguesia lisboeta da Pena. Amália pretendia, no entanto, que o aniversário fosse celebrado a 1 de julho ("no tempo das cerejas"), e dizia: Talvez por ser essa a altura do mês em que havia dinheiro para me comprarem os presentes. Catorze meses depois, o pai, não tendo arranjado trabalho, volta com a família para o Fundão. Amália fica com os avós na capital.
Poema de Reinaldo Ferreira e música de Alain Oulman
Quem dorme à noite comigo?
É meu segredo, é meu segredo!
Mas se insistirem lhes digo.
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo!
E cedo, porque me embala
Num vaivém de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Que farei quando, deitado,
Fitando o espaço vazio,
Grita no espaço fitado
Que está dormindo a meu lado,
Lázaro e frio?
Gritar? Quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me.
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.
Alain Oulman (Cruz Quebrada, 15 de junho de 1928 - Paris, 28 de março de 1990) foi o grande responsável por alguns dos maiores sucessos de Amália. Foi também o editor do livro "Portugal Bâillonné" ("Portugal Amordaçado") de Mário Soares.
(...)
Alain Oulman nasceu a 15/06/1928, na Cruz Quebrada, distrito de Lisboa, no seio de uma família judaica tradicional. Era um apaixonado pelos livros, pela música e por Amália. Foi apresentado a Amália, em 1962, por Luís de Macedo, diplomata em Paris, durante umas férias na Praia do Lisandro, perto da Ericeira. Oulman mostrou a Amália uma música que tinha composto ao piano, sobre o poema "Vagamundo" de Luís de Macedo.
O álbum "Busto", editado em 1962, marcou o início de colaboração de Alain Oulman com Amália. Foi ele quem levou os poetas portugueses, como Luís de Camões, David Mourão-Ferreira, Alexandre O'Neill ou Manuel Alegre,
para dentro de casa de Amália. Alain Oulman é também considerado o
principal responsável por uma profunda alteração na música que a
acompanhava.
Oulman, pessoa de esquerda, é perseguido e preso pela PIDE. Amália tudo fez para o apoiar aquando da sua prisão. É deportado para França.
"A sua activa solidariedade com a luta antifascista portuguesa
levou-o a ser preso pela PIDE, sendo expulso de Portugal e fixando-se
definitivamente em Paris", lê-se no 'site' oficial do Partido
Comunista Português.
Oulman escreveu a música para "Meu Amor é Marinheiro", com base em "A Trova do Amor Lusíada", que Manuel Alegre escreveu quando esteve preso em Caxias.
No disco "Com Que Voz", gravado em 1969 mas editado no ano seguinte, Amália canta nomes como Cecília Meireles, Alexandre O'Neill, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, Camões, Ary dos Santos e Pedro Homem de Mello.
O disco receberá o IX Prémio da Crítica Discográfica Italiana (1971),
o Grande Prémio da Cidade de Paris e o Grande Prémio do Disco de
Paris (1975).
Após o 25 de Abril de 1974, Alain Oulman fez parte da minoria que
defendeu Amália, quando esta foi acusada de estar ligada ao anterior
regime, escrevendo cartas para os jornais "República" e "O Século".
Alain Oulman morreu, na cidade de Paris, a 29 de março de 1990, quando contava 61 anos de idade.
Natural do bairro de Alcântara,
filho de Óscar José da Costa Braga (1907 - 1985) e de sua mulher Maria
de Lourdes de Oliveira e Costa (c. 1920 - 1988), estreou-se em público
aos nove anos, como solista do coro do Colégio de São João de Brito. Em 1957 a sua família mudou-se para Cascais, vila onde começou a cantar em casas de fado amador.
Em junho de 1964
João Braga inaugura o Estribo como casa de fados, em parceria com
Francisco Stoffel, mudando-se ambos para o bar Cartola, em novembro do
mesmo ano. Em 1965 recebe o seu primeiro cachet (mil escudos) nas Festas de Nossa Senhora do Castelo, em Coruche. Conhece Carlos Ramos, João Ferreira Rosa e Carlos do Carmo. É convidado a cantar, juntamente com Teresa Tarouca e António de Mello Corrêa, na festa dos 50 anos de toureio de mestre João Branco Núncio.
1967 é o ano do lançamento de João Braga como intérprete profissional, com o disco É Tão Bom Cantar o Fado, a que se juntam, no mesmo ano, três EP: Tive um Barco, Sete Esperanças, Sete Dias e Jardim Abandonado; e um LP: A Minha Cor.
No mesmo ano, na televisão, João Braga estreia-se a cantar num programa apresentado por Júlio Isidro, na RTP.
Conciliando a música com as atividades de redator d'O Século Ilustrado e d'O Volante, conhece em 1968Luís Villas-Boas,
que viria a tornar-se seu produtor e parceiro na organização do I
Festival Internacional de Jazz de Cascais, realizado em 1971. Ainda em
1970, porém, participa no Festival RTP da Canção e funda a revista Musicalíssimo, de que foi editor até 1974.
A 4 de outubro de 1971, em Lisboa, casou com Ana Maria de Melo e Castro (Nobre) Guedes (Lisboa, 23 de abril de 1945), irmã de Luís Nobre Guedes. Com a Revolução dos Cravos, é emitido um mandato de captura em seu nome, o que leva a família a fixar-se em Madrid, até fevereiro de 1976.
Quando voltou do exílio, abriu o restaurante O Montinho, em Montechoro,
que esteve em atividade apenas durante um verão. Em 1978, regressou à
capital portuguesa, integrando o elenco do restaurante de fados Pátio
das Cantigas, em Lisboa, até 1982.
Desde finais da década de 70 João Braga dedica-se
exclusivamente à sua carreira musical, como assinala o lançamento
sucessivo de novos álbuns: Canção Futura (1977), Miserere (1978), Arraial (1980), Na Paz do Teu Amor (1982), Do João Braga Para a Amália (1984), Portugal/Mensagem, de Pessoa (1985) e O Pão e a Alma (1987).
Após o encerramento do Pátio das Cantigas, centrou a sua
atividade nos concertos e na composição. Em 1984, surgiu pela primeira
vez como autor de melodias, musicando os poemas de Fernando Pessoa, "O Menino da Sua Mãe" e "Prece", o fado "Ai, Amália", de Luísa Salazar de Sousa, e o poema "Ciganos", de Pedro Homem de Mello, num álbum a que chamou Do João Braga para a Amália
Também a partir da década de 80 foi contribuindo para a renovação do
panorama fadista, através de convites a jovens intérpretes para
integrarem os seus espetáculos, como surgiu com Maria Ana Bobone, Mafalda Arnauth, Ana Sofia Varela, Mariza, Cristina Branco, Katia Guerreiro, Nuno Guerreiro, Joana Amendoeira, Ana Moura ou Diamantina.
Em 1990, o seu primeiro CD, Terra de Fados, que superou as 30 mil cópias vendidas, incluiu poemas inéditos de Manuel Alegre, que pela primeira vez escreveu expressamente para um cantor. Seguiram-se Cantigas de Mar e Mágoa (1991), Em Nome do Fado (1994), Fado Fado (1997), Dez Anos Depois (2001), Fados Capitais (2002), Cem Anos de Fado - vol. 1 (1999) e vol. 2 (2001) - e Cantar ao Fado (2000), onde reúne poemas de Fernando Pessoa, Alexandre O'Neill, Miguel Torga, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, entre outros.
Além do fado, interpreta um repertório diversificado, incluindo
música francesa, brasileira e anglo-saxónica. O seu emocionado estilo
interpretativo é caraterizado por um timbre bem pessoal, pela primazia
do texto e por uma abordagem melódica imaginativa, sempre atualizada e
de constante improviso (muito «estilada», em jargão fadista).
Desde os tempos da Musicalíssimo que desenvolveu atividade na imprensa escrita, tendo sido cronista das revistas Eles & Elas e Sucesso, e dos jornais O Independente, Diário de Notícias, Euronotícias e A Capital. Em 2006, publicou o livro Ai Este Meu Coração. Participa em tertúlias desportivas na televisão, onde defende o seu Sporting Clube de Portugal.
Tem dois filhos, Filipe e Miguel Nobre Guedes Braga.