terça-feira, fevereiro 19, 2019

Seal faz hoje 56 anos

Seal Henry Olusegun Olumide Adeola Samuel (Londres, 19 de fevereiro de 1963) é um músico, cantor e compositor, que, entre os seus maiores sucessos, tem a canção Kiss from a Rose, que serviu de banda sonora ao filme Batman Forever e pela qual recebeu três prémios Grammy em 1995. No total, o cantor já ganhou três prémios Brit Awards, na categoria de melhor cantor masculino, quatro prémios Grammy e um MTV Video Music Award.
   
Biografia
Filho de pais nigerianos e neto de brasileiro, Seal passou os seus primeiros quatro anos de vida com os seus pais adotivos, Frank e Barbara, em Romford, Essex, até que a sua mãe biológica veio buscá-lo. Sentado com ela no autocarro, lembra-se de ter gritado durante todo o caminho até a casa, em Brixton. Dois anos depois, a sua mãe e o namorado decidiram voltar para a Nigéria e Seal foi viver com o pai, um homem violento, que trabalhava como bombeiro em Paddington, na City of Westminster, no centro de Londres, onde Seal cresceu. Mais tarde obteve um diploma de arquitetura e teve vários empregos em Londres, antes de se tornar cantor profissional.
Embora sempre tenha havido especulações sobre a causa das cicatrizes no seu rosto, elas não são o resultado de nenhum tipo de rito tribal de escarificação. O cantor sofre de lúpus eritematoso discóide (DLE). Seal revelou que foi atingido com esse síndrome enquanto adolescente, uma condição em que as células do sistema imune atacam vários tecidos do corpo e uma inflamação intensa, que se desenvolve na pele, particularmente nas áreas expostas ao sol, e que, se não tratada com um protetor solar e anti-inflamatórios, pode deixar cicatrizes. A doença causou-lhe não somente as cicatrizes na face como também provocou perda de cabelos, mas está em remissão há anos.
Foi casado com a modelo alemã Heidi Klum, mas, em janeiro de 2012, foi anunciada a sua separação após 7 anos de casamento. O casal tem três filhos biológicos (dois rapazes e uma rapariga) e Seal adotou ainda a primeira filha de Heidi, nascida de uma relação prévia.
  
 

Bon Scott morreu há 39 anos

Ronald Belford Scott (Kirriemuir, 9 de julho de 1946 - Londres, 19 de fevereiro de 1980), mais conhecido pelo nome artístico de Bon Scott, foi um cantor escocês. Ele ficou mundialmente conhecido por ser vocalista e compositor da banda de rock australiana AC/DC de 1974 a 1980.
Em 2006, a revista Hit Parader colocou Scott como o 5º melhor vocalista de heavy metal de todos os tempos.
Iniciou sua carreira com a banda The Spektors, logo depois formando The Valentines, onde conhecera seu amigo Vince Lovergrove, que trabalharia no seu próximo projeto, os Fraternity; logo após a separação do grupo, integrou os AC/DC, onde lançou sete discos, vindo a falecer logo após o lançamento do último álbum com Bon nos vocais, Highway to Hell, que os levou à fama mundial. Depois da sua morte foi substituído por Brian Johnson. Antes de substituir Dave Evans nos vocais, era motorista de carrinhas
   
Biografia
As suas bandas anteriores incluíram The Spektors e Valentines, nas quais não realizou trabalho semelhante ao feito com os AC/DC. Outro grupo no qual participou foi os Mount Lofty Rangers.
Bon estava a trabalhar como motorista da banda AC/DC quando foi chamado para tocar como baterista. Mas rapidamente Bon passou a ser o vocalista da banda, pois dizia que o cantor era o que arranjava mais namoradas na época.
A sua influência musical inicial veio do pai, que era músico na sua cidade natal, na Escócia. Bon tocava bateria, gaita de fole, como pode ser ouvido na canção "It's a Long Way to the Top", e também tocava flauta doce - veja-se a música "Seasons of Change", dos Fraternity (antiga banda de Bon). As suas letras abordavam principalmente temas como mulheres, carros, bebidas e divertimento.
     
Morte
A sua morte até hoje não foi bem explicada, após a turnê de divulgação do álbum Highway to Hell pela Europa, Bon resolveu passar uns dias em Londres, para rever amigos. A tragédia teve início numa tradicional noite de bebedeira, coisa que a Bon estava realmente acostumado. Bon e um amigo seu, chamado Alistar Kinnear, foram tomar algumas bebidas no Music Machine, um clube noturno localizado em Camden Town. Depois de muitas rodadas, a dupla foi para Ashby Court, onde Bon vivia naquela época. No caminho, Bon desmaiou no banco de trás do veículo. Kinnear não ligou e seguiu em frente. Quando chegou à casa do vocalista do AC/DC, Kinnear tentou acordar Bon e levá-lo para a cama, porém não conseguiu acordar o seu companheiro, que estava num avançado estado de embriaguez. Kinnear desistiu da ideia e seguiu dirigindo para o seu próprio apartamento. Chegando lá, nova tentativa frustrada de tirar o amigo, bêbado, do veículo. Assim decidiu deixar Bon dormindo no banco de trás do automóvel, um Renault 5, em Overhill Road, uma estrada em Dulwich. Quando Kinnear voltou na manhã seguinte para ver seu amigo, já era tarde demais. Bon estava morto, praticamente congelado dentro do pequeno automóvel. Ele ainda levou o amigo às pressas para o Kings College Hospital, de Londres, que declarou que o músico já chegou sem vida nas Urgências. O atestado de óbito informou que Bon Scott havia falecido por causa de overdose e ‘death by misadventure’ (morte por desventura, ou por desgraça). Nos jornais da época foi também noticiado que o músico teria sufocado com o próprio vómito e que a baixa temperatura da madrugada e as suas constantes crises de asma colaboraram para a tragédia daquela fria manhã de 19 de fevereiro de 1980, um dos dias mais tristes do rock n’ roll.
Após a entrada de Brian Johnson o som do AC/DC mudou, mas sem perder as suas características, perdendo um pouco do balanço e da influência dos blues que emanavam de Bon, mas ganhando outras que com Bon talvez nunca fossem exploradas. Bon também é considerado por várias pesquisas um dos melhores cantores de rock. Numa lista divulgada pela revista Kerrang, Bon Scott ficou na 5ª posição dos maiores ícones do rock.
 
 

segunda-feira, fevereiro 18, 2019

A Batalha de Almoster foi há 185 anos

(imagem daqui)
A Batalha de Almoster (por vezes também referida como Batalha de Santa Maria ou da Ponte de Santa Maria) foi travada em 18 de fevereiro de 1834, saldando-se por uma vitória das tropas liberais, comandadas pelo Marechal Saldanha, sobre as chamadas tropas absolutistas, ou legitimistas, comandadas pelo General Lemos.
Pela vitória nesta batalha o Marechal Saldanha, então Conde de Saldanha, recebeu os títulos de Marquês de Saldanha e Conde de Almoster, este último reservado aos herdeiros da Casa de Saldanha. Com a posterior elevação a Ducado os herdeiros da Casa de Saldanha passaram a usar o título de Marquês de Saldanha.
  
História
Santarém era o fulcro da guerra civil, mas o domínio da facção miguelista não existia apenas nesta cidade. Com efeito, apesar de várias vitórias liberais, no Norte as províncias de Trás-os-Montes, Minho e Beira Alta estavam ainda em poder de D. Miguel, que contava além disso com um vasto número de milícias que lhe eram fiéis no sul do País.
Foi então que Saldanha, comandante das forças liberais, estabeleceu o plano de, sem deixar de manter o cerco a Santarém, atacar com uma parte das suas tropas as cidades de Leiria e Coimbra, o que teria por efeito isolar os miguelistas que resistiam na capital ribatejana. As tropas de Saldanha fizeram a sua junção, em Rio Maior, com as que ele mandara ir de Lisboa e, em 16 de janeiro de 1834, foi lançado, por dois lados, o ataque a Leiria. Vendo-se na iminência de ficar com a retirada cortada, os miguelistas abandonaram sem demora o Castelo de Leiria e tentaram refugiar-se em Coimbra. Seguidamente, nos primeiros dias de fevereiro, o General Póvoas, comandante das tropas miguelistas, pôs em execução um plano para atacar os liberais que ocupavam Pernes e os que cercavam Santarém.
Prevendo a possibilidade de tal tentativa, Saldanha tomou as precauções necessárias, fazendo com que o plano se gorasse. Póvoas estabeleceu então novo projecto, que se baseava num ataque a Ponte de Asseca - em poder dos liberais - a fim de abrir caminho para Lisboa, onde deveria eclodir uma revolução miguelista. Dividindo-se em dois, no dia 18 de Fevereiro os miguelistas fizeram marchar as cerca de 4000 tropas do general Póvoas sobre Ponte de Asseca, embora sem efectuarem um ataque em larga escala que lhes permitisse conquistar posições. O seu objectivo era fazer uma manobra de diversão, para que fosse o General Lemos, que enquanto isso avançava com entre 4500 e 5000 homens em direcção a Almoster e Santa Maria, a romper as linhas dos liberais. Estes viam-se assim obrigados a estender a sua cortina defensiva, enfraquecendo-a. Contudo, os comandados de Saldanha tinham a seu favor o facto de o terreno por si ocupado ser extremamente difícil de conquistar, pois formava um desfiladeiro estreito, entre colinas cobertas de mato denso.
Embora Saldanha viesse mais tarde a ficar com a fama de ter compreendido desde logo os intuitos de Lemos, armando por isso uma cilada aos miguelistas, ao alegadamente permitir de forma deliberada que estes subissem o desfiladeiro uma vez passada a ponte de Santa Maria, tal teoria carece de qualquer fundamento tendo em conta os relatos da batalha de Luz Soriano e de outras crónicas coevas, tais como a do Barão de Saint Pardoux (A Guerra Civil em Portugal - 1833-1834). Segundo se depreende claramente da leitura de Luz Soriano, os liberais limitaram-se a seguir os movimentos dos miguelistas, respondendo-lhes apressadamente quando estes decidiram avançar, tendo Saldanha, mesmo nessa altura, dado mostras de grande indecisão.
Atacando então primeiro em campo aberto e, uma vez passada a ponte, pelo desfiladeiro acima (sempre debaixo de fogo inimigo), a infantaria miguelista foi conquistando terreno com grande bravura, mas à custa de pesadas baixas. Assim perderam a vida o General Santa Clara, quando carregava o inimigo, à frente das suas tropas, e o Brigadeiro Brassaget, que prontamente o substituiu na vanguarda, ao vê-lo cair. A sorte das armas manteve-se indecisa até ao momento em que, "por iniciativa própria", segundo Luz Soriano, o coronel Queirós vislumbrou a hipótese de atacar os miguelistas de flanco e, à frente dos Batalhões de Caçadores nº 2 e nº 12, cortou-lhes a retirada para a ponte de Santa Maria, ao passo que, com os Regimentos de Infantaria nº 3 e nº 6, o brigadeiro Brito lançava uma impetuosa carga à baioneta, ficando o nº1 de reserva. Quanto a Saldanha, comandava pessoalmente o Infantaria nº1 - o mesmo Regimento com que detivera, com notável mestria, mais de 20 anos antes, a célebre carga do Buçaco - e manteve-se sempre na retaguarda.
Só nessa altura os soldados de D. Miguel compreenderam a terrível situação em que se encontravam. Vendo a sua infantaria em riscos de ser dizimada, o General Lemos ainda fez avançar a cavalaria, mas o Brigadeiro Bacon, à cabeça dos experientes Lanceiros da Rainha (que, à semelhança do que acontecia em todo o exército liberal, contavam com um assinalável número de mercenários estrangeiros), gorou mais esse intento dos miguelistas. A derrota destes foi pesada, e as suas perdas excederam um milhar de homens. No entanto, a forma como retiraram foi, do ponto de vista militar, irrepreensível, o que evitou um número de baixas ainda maior. Do lado liberal houve também baixas de vulto a lamentar, tendo sido particularmente sentida a morte do Coronel Miranda.
Esta Batalha de Almoster significou, na opinião de muitos, o desmoronar das esperanças do irmão de D. Pedro IV de reconquistar Lisboa e, possivelmente, de vencer a guerra.

Miguel Ângelo morreu há 455 anos

Sebastiano del Piombo: Retrato de Michelangelo, circa 1520–1525
   
Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (Caprese, 6 de março de 1475 - Roma, 18 de fevereiro de 1564), mais conhecido simplesmente como Miguel Ângelo, foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente.
Ele desenvolveu o seu trabalho artístico durante mais de setenta anos, entre Florença e Roma, onde viveram os seus grandes mecenas, a família Medici de Florença, e vários papas romanos. Iniciou-se como aprendiz dos irmãos Davide e Domenico Ghirlandaio,  em Florença. Tendo o seu talento sido logo reconhecido, tornou-se um protegido dos Medici, para quem realizou várias obras. Depois fixou-se em Roma, onde deixou a maior parte de suas obras mais representativas. A sua carreira desenvolveu-se na transição do renascimento para o maneirismo e o seu estilo sintetizou influências da arte da antiguidade clássica, do primeiro renascimento, dos ideais do humanismo e do neoplatonismo, centrado na representação da figura humana e em especial no nu masculino, que retratou com enorme pujança. Várias de suas criações estão entre as mais célebres da arte do ocidente, destacando-se na escultura Baco, a Pietà, o David, os dois túmulos dos Medici e o Moisés; na pintura o vasto ciclo do teto da Capela Sistina e o Juízo Final no mesmo local, e dois afrescos na Capela Paulina; serviu como arquiteto da Basílica de São Pedro, implementando grandes reformas na sua estrutura e desenhando a cúpula, remodelou a praça do Capitólio romano e projetou diversos edifícios, e escreveu grande número de poesias.
Ainda em vida foi considerado o maior artista de seu tempo; chamavam-no de o Divino, e ao longo dos séculos, até os dias de hoje, vem sendo tido na mais alta conta, parte do reduzido grupo dos artistas de fama universal, de fato como um dos maiores que já viveram e como o protótipo do génio. Miguel Ângelo foi um dos primeiros artistas ocidentais a ter sua biografia publicada ainda em vida. A sua fama era tamanha que, como nenhum artista anterior ou contemporâneo seu, sobrevivem registos numerosos sobre a sua carreira e personalidade, e os objetos que ele usara ou simples esboços para as suas obras eram guardados como relíquias por uma legião de admiradores. Para a posteridade Miguel Ângelo permanece como um dos poucos artistas que foram capazes de expressar a experiência do belo, do trágico e do sublime numa dimensão cósmica e universal.
   
Miguel Ângelo: Pietà, 1499 - Basílica de São Pedro, Vaticano

António Aleixo nasceu há 120 anos

Estátua de António Aleixo, em Loulé
  
António Fernandes Aleixo (Vila Real de Santo António, 18 de fevereiro de 1899 - Loulé, 16 de novembro de 1949) foi um poeta popular português.
  
Biografia
Considerado um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social, sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.
No emaranhado de uma vida cheia de pobreza, mudanças de emprego, emigração, tragédias familiares e doenças na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda de polícia e servente de pedreiro, trabalho este que, como emigrante, foi exercido em França.
De regresso ao seu país natal, estabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, actividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de "poeta-cauteleiro".
Faleceu por conta de uma tuberculose, a 16 de novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma das suas filhas.
  
Estilo
Poeta possuidor de uma rara espontaneidade, de um apurado sentido filosófico e notável pela «capacidade de expressão sintética de conceitos com conteúdo de pensamento moral», António Aleixo tinha por motivos de inspiração desde as brincadeiras dirigidas aos amigos até à crítica sofrida das injustiças da vida. É notável em sua poesia a expressão concisa e original de uma "amarga filosofia, aprendida na escola impiedosa da vida".
A sua conhecida obra poética é uma parte mínima de um vasto repertório literário. O poeta, que escrevia sempre usando a métrica mais comum na língua portuguesa (heptassílabos, em pequenas composições de quatro versos, conhecidas como "quadras" ou "trovas"), nunca teve a preocupação de registar suas composições. Foi o trabalho de Joaquim de Magalhães, que se dedicou a compilar os versos que eram ditados pelo poeta no intuito de compor o primeiro volume de suas poesias (Quando Começo a Cantar), com o posterior registo do próprio poeta tendo o incentivo daquele mesmo professor, a obra de António Aleixo adquiriu algum trabalho documentado. Antes de Magalhães, contudo, alguns amigos do poeta lançaram folhetos avulsos com quadras por ele compostas, mais no intuito, à época, de angariar algum dinheiro que ajudasse o poeta na sua situação de miséria que com a intenção maior de permanência da obra na forma escrita.
Estudiosos de António Aleixo ainda conjugam esforços no sentido de reunir o seu espólio, que ainda se encontra fragmentado por vários pontos do Algarve, algum dele já localizado. Sabe-se também que vários cadernos seus de poesia foram queimados, como meio de defesa contra o vírus infeccioso da doença que o vitimou, sem dúvida um «sacrifício» impensado, levado a cabo pelo desconhecimento de seus vizinhos. Foi esta uma perda irreparável de um património insubstituível no vasto mundo da literatura portuguesa.
  
Reconhecimento
A partir da descoberta de Joaquim de Magalhães, o grande responsável por "passar a limpo" e registar a obra do poeta, António Aleixo passou a ser apreciado por inúmeras figuras da sociedade e do meio cultural algarvio. Também é digno de registo José Rosa Madeira, que o protegeu, divulgou e coleccionou os seus escritos, contribuindo no lançamento do primeiro livro, "Quando Começo a Cantar" (1943), editado pelo Círculo Cultural do Algarve.
A opinião pública aceitou a primeira obra de António Aleixo com bom agrado, tendo sido bem acolhida pela crítica. Com uma tiragem de cerca de 1.100 exemplares, o livro esgotou-se em poucos dias, o que proporcionou ao Poeta Aleixo uma pequena melhoria de vida, contudo ensombrada pela morte de uma filha sua, com tuberculose. Desta mesma doença viria o poeta a sofrer pelos tratamentos que a vida lhe foi impondo, tendo de ser internado no Hospital – Sanatório dos Covões, em Coimbra, a 28 de junho de 1943.
Em Coimbra começa uma nova era para o poeta que descobre novas amizades e deleita-se com novos admiradores, que reconhecem o seu talento, de destacar o Dr. Armando Gonçalves, o escritor Miguel Torga, e António Santos (Tóssan), artista plástico e autor da mais conhecida imagem do poeta algarvio, amigo do poeta que nunca o desamparou nas horas difíceis. Os seus últimos anos de vida foram passados ora no sanatório em Coimbra, ora no Algarve, em Loulé.
A 27 de maio de 1944 recebeu o grau de Oficial da Ordem do Mérito.
  
Homenagem e Consagração
Em homenagem ao poeta popular e à sua obra, muitos distritos portugueses atribuíram o seu nome a ruas e avenidas e até a diversas escolas, como:
  • O Liceu de Portimão passou a chamar-se Escola Secundária Poeta António Aleixo.
  • Em Coimbra - Na zona de Santa Clara e em Brasfemes.
  • Em Paço de Arcos, junto da Escola Náutica, também existe uma rua com o nome de António Aleixo.
  • Em Odivelas foi dado o nome do poeta a um largo.
  • Em Setúbal, o nome do poeta foi também atribuído a uma rua de um bairro da cidade, situado na zona do Centro Hospitalar.
  • Em Camarate, no Bairro São José
  • Em Albufeira, junto às praias no Algarve, e em muitas ruas espalhadas por esse Portugal fora e não só, pode-se ver e ouvir o nome do Poeta do Povo imortalizado em alguma placa.
  • Há alguns anos também passou a existir a «Fundação António Aleixo», com sede em Loulé e que já usufrui do Estatuto de Utilidade Pública, o que lhe permite atribuir bolsas de estudo aos mais carenciados, facto que deve ser encarado como bastante positivo.
  • O reconhecimento a este poeta tem-se repercutido noutros países de língua portuguesa, nos quais o nome de Aleixo foi imortalizado em instituições como, por exemplo, a Escola Poeta António Aleixo no Liceu Católico de São Paulo no Brasil.
  
Obra
António Fernandes Aleixo está hoje, bem enraizado e presente. As suas obras foram apresentadas na televisão, rádio e demais sistemas de informação, os seus versos incluídos em diversas antologias, o seu nome figura na história da literatura de língua portuguesa, é patrono de instituições e grupos político-culturais, existem medalhas cunhadas e monumentos erigidos em sua honra. Da sua autoria estão publicadas as seguintes obras:
  • Quando começou a cantar (1943);
  • Intencionais (1945);
  • Auto da vida e da morte (1948);
  • Auto do curandeiro (1949);
  • Auto do Ti Jaquim (1969) - incompleto;
  • Este livro que vos deixo (1969) - reunião de toda a obra do poeta;
  • Inéditos (1979) - tendo sido, estes quatro últimos, publicados postumamente.

Ser Doido-Alegre, que Maior Ventura!

Ser doido-alegre, que maior ventura!
Morrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura
Que nem na morte crê, que felicidade!

Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.

Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem
De ver no purgatório um paraíso...

Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também
P'ra suportar melhor quem tem juízo.


in Este Livro que Vos Deixo... (1969) - António Aleixo

Regina Spektor - 39 anos

Regina Spektor (Moscovo, 18 de fevereiro de 1980), é uma cantora, compositora e pianista russa judaica radicada nos Estados Unidos. A sua música está ligada ao meio antifolk de Nova Iorque, localizado no East Village.
  
 

domingo, fevereiro 17, 2019

Thelonious Monk morreu há 37 anos

Thelonious Monk foi um pianista único, e considerado um dos mais importantes músicos do jazz. Monk tinha um estilo único de improvisar e tocar. Era famoso por seus improvisos de poucas e boas notas. Preciso, fazia com duas ou três notas o que outros pianistas faziam com nove ou dez. Cada nota entrava perfeitamente no contexto da música, numa mistura melódica e rítmica, mas somente as notas necessárias e muito bem trabalhadas. Sentado ao piano, tocava-o encurvado, com uma má postura, além de seu dedilhado ruim, com os dedos rígidos, que ficavam perfeitamente eretos e batiam nas teclas tal qual uma baqueta faria num tambor. Excêntrico, Thelonious não era muito bem visto pela crítica da época, porém gerava unanimidade entre os jazzistas, pois compunha melodias e criava ritmos nada usuais. Compôs vários temas que hoje são considerados standards, como "Epistrophy", "'Round Midnight", "Blue Monk", "Straight No Chaser" e "Well, You Needn't".
Apesar de ser lembrado como um dos fundadores do bebop, o seu estilo, com o passar do tempo, evoluiu para algo único, próprio, de composições com harmonias dissonantes e guinadas melódicas combinadas a linhas de percussão desenvolvidas com abruptos ataques ao piano e uso de silêncios e hesitações.
  
 

Há 115 anos estreou no La Scala a ópera de Puccini Madame Butterfly

Cartaz de Madame Butterfly (litografia de Adolfo Hohenstein, 1904)
  
Madame Butterfly é uma ópera em três atos (originalmente em dois atos) de Giacomo Puccini, com libreto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, baseado no drama de David Belasco, o qual por sua vez se baseia numa história escrita pelo advogado americano John Luther Long. Estreou no Teatro alla Scala (ou La Scala), de Milão, a 17 de fevereiro de 1904. É sobre um tenente da marinha que se apaixona por uma gueixa.
O trama da ópera recebeu, mais tarde, uma citação na peça teatral (depois adaptada para o cinema) M. Butterfly, de David Henry Hwang (1988), inspirada no relacionamento entre um diplomata francês, Bernard Boursicot, e um cantor da ópera de Pequim, Shi Pei Pu. O nome Butterfly faz a ligação entre as duas histórias.
   

O chefe Gerónimo morreu há 110 anos

Gerónimo, Goyaałé - traduzindo da língua apache, O Que Boceja; frequentemente soletrado Goyathlay em inglês (16 de junho de 1829Fort Sill, 17 de fevereiro de 1909) foi um líder indígena da América do Norte, comandando os apaches chiricahua que, durante muitos anos, guerrearam contra a imposição pelos brancos de reservas tribais aos povos indígenas dos Estados Unidos da América.
Gerónimo era guerreiro de Cochise e depois se opôs a ele quando dos acordos com os Estados Unidos. Tornou-se o mais famoso dos chamados "índios renegados". Resistiu heroicamente, mas rendeu-se ao ter uma visão de um comboio passando pelas suas terras. Foi detido e passou 22 anos prisioneiro, até à sua morte.
   
Biografia
Goyaałé (Gerónimo) nasceu em Bedonkohe, próximo de Turkey Creek, atual Novo México (Estados Unidos), na época parte do México.
O pai de Gerónimo chamava-se Tablishim e Juana era o nome da mãe. Ele foi educado de acordo com a tradição Apache. Casou com uma mulher Chiricauhua e teve três filhos. Em 5 de março de 1851, uma companhia de 400 soldados de Sonora, liderados pelo Coronel José Maria Carrasco atacou o acampamento de Gerónimo. No ataque foram mortos a esposa de Gerónimo, Alope, os seus filhos e a mãe. O chefe da tribo, Mangas Coloradas, juntou-se à tribo de Cochise, que estava em guerra contra os mexicanos. Foi nessa época que se acredita ter Gerónimo ganhado a sua famosa alcunha, que seria uma referência dos mexicanos a São Jerónimo, depois de ele matar vários soldados com uma faca numa batalha.
Antes dos mexicanos, os apaches da região de Sonora lutaram contra os espanhóis em defesa de suas terras. Em 1835, o México estabeleceu recompensas pelos escalpes dos Apaches. Mangas Coloradas começou a liderar os ataques aos mexicanos, dois anos depois. Na sua luta com ele, Gerónimo agia como um líder militar, sem ser chefe da tribo. Ele casou novamente, com Chee-hash-kish e teve mais dois filhos, Chappo e Dohn-say. Teve uma segunda esposa, Nana-tha-thtith, e teve outro filho. Depois teria anda mais esposas: Zi-yeh,She-gha, Shtsha-she e Ih-tedda. Algumas foram capturadas, como Ih-tedda, que estava com Gerónimo quando ele se rendeu.
Entre 1858 e 1886, Gerónimo atacou tropas mexicanas e americanas, e escapou a diversas tentativas de captura. No final da sua carreira de guerreiro, o seu bando contava com apenas 38 homens, mulheres e crianças. O seu bando tinha sido uma das maiores forças de índios renegados, ou seja, aqueles que recusaram acordos com o governo americano. Gerónimo rendeu-se a 4 de setembro de 1886 às tropas do General Nelson A. Miles, em Skeleton Canyon, Arizona, colocando um fim ao episódio que hoje é chamado de Guerras Apaches.
Gerónimo e outros guerreiros foram mantidos presos em Fort Pickens, Flórida, e as suas famílias enviadas para o Fort Marion. Reuniram-se em 1887, quando foram transferidos para Mount Vernon Barracks, Alabama. Em 1894, mudaram para Fort Sill, Oklahoma. No fim da vida, Gerónimo tinha-se tornado uma celebridade, aparecendo em eventos populares, como a Feira Mundial de 1904 em St. Louis, vendendo souvenirs e fotografias dele mesmo. Em 1905 Gerónimo contou sua história a S. M. Barrett, Superintendente de Educação de Lawton, Oklahoma. Barrett apelou ao Presidente Roosevelt para publicar o livro.
Gerónimo nunca pode regressar à terra onde nasceu; morreu de pneumonia em Fort Sill, em 1909, e foi enterrado como prisioneiro de guerra.
   
Edward S. Curtis, Retrato de Gerónimo, 1905
   
   
Emblem of the 501st Parachute Infantry Regiment

Thanks to a 1939 movie about Geronimo, US paratroopers traditionally shout "Geronimo" to show they have no fear of jumping out of an airplane. Other Native American-based traditions were also adopted in WWII, such as "Mohawk" haircuts, face paint and spears on their unit patches.

Billie Joe Armstrong - 47 anos

Billie Joe Armstrong (Oakland, 17 de fevereiro de 1972) é o vocalista e guitarrista da banda americana Green Day. O seu pai, Andy, era motorista de camião e baterista de jazz nas horas vagas e a sua mãe chamava-se Ollie, era empregada de bar e fã de música country.
Ele é o mais jovem de seis irmãos (David, Allen, Marcy, Holly e Anna). Viveu com a sua família em Rodeo, Califórnia, nos Estados Unidos.
Em uma entrevista concedida, em agosto de 2009, para a revista americana Maxim, Billie revelou ter 1,70 m de altura, ter os olhos verdes e cabelos de cor castanho avermelhado, apesar de nunca ter sido visto com a cor original.
  
 

sábado, fevereiro 16, 2019

Carlos Paredes nasceu há 94 anos

Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pai, avô, e tio, tendo sido o pai, Artur Paredes, o grande mestre da guitarra de Coimbra - mantém um estilo coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e a própria afinação era do Fado de Coimbra. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições. Ficou conhecido como O mestre da guitarra portuguesa ou O homem dos mil dedos.
  
Biografia
Filho do famoso compositor e guitarrista, mestre Artur Paredes, neto e bisneto de guitarristas, Gonçalo Paredes e António Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa (de Coimbra, cuja afinação é diferente) aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas, a quem devo a cultura musical que tenho".
Em 1934, a família muda-se para Lisboa, o pai era funcionário do BNU e vem transferido para a capital. Abandona a aprendizagem do violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai e do meu avô".
Carlos Paredes inicia em 1949 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Não chega a concluir o curso liceal e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se, em 1949, funcionário administrativo do Hospital de São José.
Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, do qual era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública, na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas, na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»
Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.
Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP, "Guitarra Portuguesa".
Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.
A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que, certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».
Uma doença do sistema nervoso central, (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu a 23 de julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.
   
  

El-Rei D. Afonso III morreu há 740 anos

D. Afonso III de Portugal (Coimbra, 5 de maio de 1210Coimbra, 16 de fevereiro de 1279), cognominado O Bolonhês por ter sido casado com a condessa Matilde II de Bolonha, foi o quinto Rei de Portugal. Afonso III era o segundo filho do rei Afonso II e da sua mulher Urraca de Castela, e sucedeu ao seu irmão D. Sancho II em 1248, depois de este ter sido deposto pelo Papa.
  
    
Biografia
Como segundo filho, Afonso não deveria herdar o trono destinado a Sancho e por isso viveu em França, onde se casou com Matilde II de Bolonha em 1235, tornando-se assim conde jure uxoris de Bolonha, onde servia como um dirigente militar, combatendo em nome do Rei Luís IX, rei de França, seu primo. Todavia, em 1246, os conflitos entre Sancho II e a Igreja tornaram-se insustentáveis e o Papa Inocêncio IV ordenou a substituição do rei pelo conde de Bolonha. Afonso não ignorou a ordem papal e dirigiu-se a Portugal, onde se fez coroar rei em 1248 após o exílio e morte de Sancho II em Toledo.
Até à morte de D. Sancho e à sua consequente coroação, D. Afonso apenas usou os títulos de Visitador, Curador e Defensor do Reino.
Para aceder ao trono, Afonso abdicou de Bolonha e repudiou Matilde para casar com Beatriz de Castela. Decidido a não cometer os mesmos erros do irmão, o novo rei prestou especial atenção à classe média de mercadores e pequenos proprietários, ouvindo suas queixas. Por este procedimento, Afonso III ficou conhecido também como o pai do "Estado Português", distribuindo alcaides pelos castelos e juízes pelas diferentes vilas e terras. O objectivo era a implantação de um poder legal com o qual todos os habitantes do Reino português mantivessem uma relação de igualdade.
Em 1254, na cidade de Leiria convocou a primeira reunião das Cortes, a assembleia geral do reino, com representantes de todos os espectros da sociedade. Afonso preparou legislação que restringia a possibilidade das classes altas cometerem abusos sobre a população menos favorecida e concedeu inúmeros privilégios à Igreja. Recordado como excelente administrador, Afonso III organizou a administração pública, fundou várias vilas e concedeu o privilégio de cidade através do édito de várias cartas de foral.
Em 1255, transferiu a capital do Reino de Portugal de Coimbra para Lisboa.
Foram por sua ordem feitas as Inquirições Gerais, iniciadas em 1258, como forma do rei controlar, não só o grande poder da Nobreza, mas também para saber se lhe estavam a ser usurpados bens que, por direito, pertenciam à Coroa.
   
Final da Reconquista
Com o trono seguro e a situação interna pacificada, Afonso voltou sua atenção para os propósitos da Reconquista do Sul da Península Ibérica às comunidades muçulmanas. Durante o seu reinado, Faro foi tomada com sucesso em 1249 e o Algarve incorporado no reino de Portugal.
Após esta campanha de sucesso, Afonso teve de enfrentar um conflito diplomático com Castela, que considerava que o Algarve lhe pertencia. Seguiu-se um período de guerra entre os dois países, até que, em 1267, foi assinado um tratado em Badajoz que determina a fronteira no Guadiana desde a confluência do Caia até à foz, a fronteira luso-castelhana.
   
Segundo casamento
Em 1253, o rei desposou D. Beatriz, popularmente conhecida por D. Brites, filha de D. Afonso X de Castela, O Sábio. Desde logo isto constituiu polémica pois D. Afonso era já casado com Matilde II de Bolonha.
O Papa Alexandre IV respondeu a uma queixa de D. Matilde, ordenando ao rei D. Afonso que abandone D. Beatriz por causa do seu matrimónio com D. Matilde. O rei não obedeceu, mas procurou ganhar tempo neste assunto delicado, e o problema ficou resolvido com a morte de D. Matilde, em 1258. O infante, D. Dinis, nascido durante a situação irregular dos pais, foi então legitimado, em 1263.
O casamento funcionou como uma aliança que pôs termo à luta entre Portugal e Castela pelo Reino do Algarve. Também resultou em mais riqueza para Portugal quando D. Beatriz, já após a morte do rei, recebe do seu pai, Afonso X, uma bela região a Este do Rio Guadiana, onde se incluíam as vilas de Moura, Serpa, Noudar, Mourão e Niebla. Tamanha dádiva deveu-se ao apoio que D. Brites lhe prestou durante o seu exílio na cidade de Sevilha.
   

Gaspard de Coligny, líder dos huguenotes, nasceu há 500 anos

Gaspard de Châtillon, conde de Coligny, barão de Beaupont e Beauvoir, Montjuif, Roissiat, Chevignat e outros lugares, mais conhecido como Gaspard de Coligny (Châtillon-sur-Loing, 16 de fevereiro de 1519 - Paris, 24 de agosto de 1572) foi um almirante francês e líder huguenote.

Foi assassinado em Paris em 1572, durante o massacre da noite de São Bartolomeu, depois de ter sofrido um atentado praticado por Maurevert do qual saiu ferido, depois de uma visita ao Rei Carlos IX. Apesar de gozar de grande estima do rei, foi traído e assassinado por comando do Duque de Guise (Henrique de Lorraine). O seu corpo foi defenestrado e depois decapitado. Foi um influente estadista e líder dos calvinistas franceses, os huguenotes.

sexta-feira, fevereiro 15, 2019

Notícia sobre a futura Pangeia

Pangeia foi o último supercontinente. Nova Pangeia pode ser o próximo


O nosso planeta já foi a casa de supercontinentes como o Gondwana ou a Pangeia, que se separaram há milhões de anos e formaram os continentes da forma como os conhecemos hoje. No entanto, uma nova investigação sugere que pode voltar a existir um novo supercontinente num futuro distante.
A camada externa da Terra, a crosta sólida sobre a qual andamos, é composta por pedaços quebrados. Cada um desses pedaços – as placas tectónicas – movem-se pelo planeta a velocidades de poucos centímetros por ano.
Esses movimentos lentos fazem com que as placas tectónicas se juntem e se combinem, formando um supercontinente, que permanece junto durante algumas centenas de milhões de anos antes de se voltar a separar. Nesse momento, as placas dispersam-se e afastam-se umas das outras até que se voltam a unir, entre 400 e 600 milhões de anos depois.
O último supercontinente, a Pangeia, formou-se há cerca de 310 milhões de anos e começou a desintegrar-se há cerca de 180 milhões de anos. Agora, uma investigação sugere que o próximo supercontinente irá formar-se daqui a 200 milhões de anos – ou seja, estamos, atualmente, a meio da fase de dispersão do atual ciclo do continente.
Mas a questão que se impõem é: que forma terá este novo supercontinente?
Os especialistas sugerem quatro cenários possíveis para a formação do próximo supercontinente: Nova Pangeia, Pangeia Última, Aurica e Amasia. A forma do próximo supercontinente está dependente e inteiramente ligada à desintegração da Pangeia e da forma como, atualmente, as placas tectónica se movem.
O colapso da Pangeia levou à formação do oceano Atlântico, que ainda hoje continua a expandir-se. Consequentemente, o oceano Pacífico está a ficar cada vez mais estreito.
O Pacífico é o lar de um anel de zonas de subducção ao longo das suas bordas (o “anel de fogo”), onde o solo oceânico é subduzido sob placas continentais. Lá, o antigo leito oceânico é reciclado e pode entrar em plumas vulcânicas.
O Atlântico, em contraste, tem uma grande cadeia oceânica que produz uma nova placa oceânica, mas abriga apenas duas zonas de subducção: o Arco das Pequenas Antilhas, no Caribe, e o Arco Scotia, entre a América do Sul e a Antártida.
 
 
Nova Pangeia
Se assumirmos que as condições atuais vão persistir, isto é, que o Atlântico se vai continuar a expandir e o Pacífico a diminuir, temos um cenário no qual o próximo supercontinente se forma nos antípodas do Pangeia.
Por outras palavras, a América do Sul colidiria com a Antártida e com a Austrália e a América do Norte com a Eurásia, que já estará colada com a África.
Assim, o supercontinente que se formaria seria a Nova Pangeia, que ganhou este nome por ser muito semelhante à Pangeia original.
     
Pangeia Última
No entanto, a expansão do Atlântico pode desacelerar, havendo até a hipótese de o Atlântico começar a fazer o oposto: a retrair-se.
Neste cenário, a América do Norte ligar-se-ia à África, que já estaria junto da Eurásia. Por sua vez, a América do Sul estaria bem próxima da Antártida e existiria um grande oceano no meio do continente. Além disso, este supercontinente seria cercado por um super oceano Pacífico.
  
Aurica
Mas se o Atlântico desenvolver novas zonas de subducção – algo que pode já estar a acontecer – tanto o oceano Pacífico como o próprio Atlântico podem estar condenados a deixar de existir.
Neste cenário, seria aberto um enorme buraco do oeste da Índia até ao Ártico. A Austrália iria para o norte e seria englobada por parte da Ásia, Antártica e Américas. Por fim, a Europa e a Ásia ligar-se-iam ao outro lado do continente americano.

  
Amasia
Esta é a hipótese mais remota, mas existe, dado que muitas placas tectónicas estão a mover-se para norte do planeta graças às anomalias causadas pela Pangeia. Desta forma, todos os continentes se moveriam para o norte, com a exceção da Antártida.

   
Destes quatro cenários, a investigação aponta que o cenário mais provável de acontecer é o da Nova Pangeia, enquanto que os demais só ocorreriam com a influência de uma série de fatores, adianta o The Conversation.