terça-feira, abril 23, 2024
Boris Iéltsin morreu há dezassete anos
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segunda-feira, abril 22, 2024
Poema para celebrar um data bonita...
A Terra
Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.
Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.
Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!
Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.
Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!
E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.
Terra, minha mulher!
Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!
A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.
Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!
in Odes (1946) - Miguel Torga
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Não se pode ter os dois...?
Ou há TGV ou vinho da Bairrada
O presidente da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) garante que o atual projeto de alta velocidade, que atravessa uma longa mancha de vinha da região, pode pôr em causa marcas que são o “carro chefe” de um grupo ou empresa de vinhos.
“[O projeto de alta velocidade] pode ser determinante para o desaparecimento de marcas, marcas que temos que são dependentes da existência desta ou daquela vinha e que podem desaparecer por desaparecerem as condições de produção que existem”, explicou à agência Lusa Pedro Soares.
Do traçado já definido (que reserva um corredor que será depois afinado), a linha de alta velocidade terá “um impacto muito grande” numa mancha praticamente contínua de vinha da Bairrada, que se estende “ao longo do concelho da Anadia, tocando também no concelho de Cantanhede e, ligeiramente, no concelho de Oliveira do Bairro”, notou.
Para Pedro Soares, mais importante do que o impacto direto num número de hectares de vinha que possam vir a ser expropriados, os efeitos sentir-se-ão nos solos “que vão ficar mexidos” e na alteração da paisagem, quando a Bairrada tem apostado cada vez mais no enoturismo.
“Do ponto de vista ambiental, vamos estar a mexer em cursos de água, vamos alterar aquilo que é o ecossistema existente no solo e, por conseguinte, vamos estar a alterar as condições desse solo para a prática da vitivinicultura”, aclarou.
Pedro Soares realçou que é também importante definir como serão ressarcidas empresas e produtores que podem ver ameaçadas propriedades assentes num trabalho “com mais de 80, 100 ou 120 anos” e marcas construídas que, vendo desaparecer uma determinada vinha, “podem também vir a desaparecer”.
“Se a vinha não existe, acabou a narrativa e acabou aquele vinho e aquela história”, constatou, salientando que essas propriedades pequenas são, por vezes, “a bandeira de uma região para o comércio e para o mundo” e “o carro chefe que ajuda a colocar valor nas restantes marcas” de uma determinada empresa.
Quinta das Cunhas pode desaparecer
O projeto da alta velocidade, cujo traçado em Coimbra, na zona sul, não acolheu a opção defendida pelo município, prevê a possibilidade de demolição de cerca de 60 habitações no concelho de Coimbra.
Quando Estrela Dias, de 70 anos, soube que a sua casa poderia ir abaixo com a alta velocidade, no verão de 2023, teve “um ataque de coração” e teve de ir ao hospital.
Desde então, a habitante da Quinta das Cunhas, que viveu sempre naquela localidade junto à fronteira do concelho de Coimbra com o de Condeixa-a-Nova, tem precisado de medicação para dormir à noite, face à possibilidade de quase toda a localidade, com cerca de uma dezena de habitações e uma população de 15 a 20 pessoas, poder desaparecer.
“A casa é reles, mas, mesmo reles, fui eu que a fiz, mais o meu marido. Agora, ao fim de tanto tempo, e a vida cara, a gente vai ficar sem casa?”, questiona Estrela Dias.
Ainda sem projeto de execução, na Quinta das Cunhas a população agarra-se à esperança de que possa vir a ser evitada a demolição das casas.
O presidente da União de Freguesias do Ameal, Taveiro e Arzila, Jorge Mendes (CDU), salienta essa mesma esperança de que o projeto possa ser revisto, uma vez que aquela localidade “está rodeada de floresta e um desvio de 100 ou 200 metros deixaria de passar por cima das casas”.
“Temos a convicção de que isso vá acontecer”, notou, recordando que as reuniões preparatórias com a Câmara de Coimbra e Infraestruturas de Portugal também apontam para essa possibilidade, em fase de projeto de execução.
Coimbra quer TGV “rapidamente”
Face à possibilidade de demolições, o município de Coimbra criou um gabinete de apoio para acompanhar essas situações, tendo já recebido três munícipes.
No entanto, para o autarca de Coimbra José Manuel Silva, os efeitos positivos deste investimento para o concelho superam, em larga medida, os impactos negativos.
A alta velocidade, para José Manuel Silva, é um investimento fundamental para Coimbra e tem de avançar “no mais curto espaço de tempo”.
Este investimento já “vem a ser discutido há muitos anos e é essencial para Portugal avançar rapidamente com este projeto e, para Coimbra, é de uma importância estratégica”, vincou.
O autarca recordou que a alta velocidade aproxima Coimbra “de dois aeroportos”, que passam a servir a cidade de “forma direta, com os mesmos tempos que acontecem em praticamente todas as cidades da Europa”.
Naquele concelho, foi escolhida a opção que menos impactos trará e, mesmo com alguns prejuízos sobretudo em zonas de vinha, o município salienta que os benefícios suplantam os impactos negativos.
Um artigo de opinião interessante para ler nesta data...
Carlos A. Cupeto
Em matéria de recursos minerais, temos uma classe dirigente e política incapaz, condicionada pelo calendário eleitoral e ambientalistas oportunistas.
A história da humanidade confunde-se com o acesso e usufruto de matérias-primas minerais e assim continuará a ser, qualquer que seja o modelo de desenvolvimento considerado. A transição energética, a ecológica, a digitalização só são possíveis com uma crescente metal-intensive economy. Negar a necessidade de exploração de recursos minerais é rejeitar a Humanidade na Terra. É incontornável, todos os caminhos orientados para uma economia circular, eco-eficiente e de baixa intensidade carbónica concorrem para aumentar a dependência de um largo número de metais cuja procura global não poderá ser totalmente satisfeita com base em fontes secundárias; isto é, o consumo crescerá a um ritmo muito superior ao do abastecimento proporcionado pela reutilização, reciclagem e/ou substituição. É bom que o saibamos e que tomemos em mão o nosso próprio destino, pois o atual contexto de incerteza ainda mais nos exige que assim seja.
Acresce, como sabemos, que a distribuição de recursos geológicos obedece apenas à contingência geológica que afortunadamente em Portugal corresponde essencialmente ao interior, muitas vezes em geografias que nada mais têm que possibilite riqueza, bem-estar social e económico. O futuro do país exige uma mensagem de esperança que deve prevalecer na maioria moral e política da equação da suficiência energética e alimentar onde os recursos minerais são incontornáveis.
Portugal tem de decidir claramente se em matéria de recursos minerais quer verdade ou hipocrisia. Lamentavelmente, o país deixa-se conduzir por fazedores de opinião que vivem da oportunidade da desinformação e ignorância. No geral, em matéria de recursos minerais, temos uma classe dirigente e política incapaz, condicionada pelo calendário eleitoral, e ambientalistas oportunistas. A partir daqui o resultado está à vista; decisões inevitáveis são contornadas e adiadas.
Uma das principais razões, há outras, que impedem o aproveitamento de recursos minerais em Portugal é a falta de acesso a esses recursos em sede de ordenamento do território. Ou seja, os recursos minerais só podem ser explorados nos locais em que se encontram, mas o ordenamento do território em vigor impede que nesses locais se desenvolvam atividades extrativas, daqui decorrendo apreciações negativas no âmbito da avaliação de impacte ambiental; para satisfação de ambientalistas de meia tigela e populações manipuladas.
Na verdade o Programa Nacional da Política do Ordenamento do Território (PNPOT), com quase 20 anos, atualizado em 2019 pela Lei n.º 99, tem em atenção a importância dos recursos minerais para a sociedade e propõe, na Medida 1.5, “planear e gerir de forma integrada os recursos geológicos e mineiros”, onde consta: “… o mapeamento do potencial em recursos geológicos permitirá uma melhor ponderação dos interesses e valores em presença no território, com a elaboração do plano sectorial dos recursos minerais no âmbito do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial …”. Até à data nada se concretizou e, de acordo com a lei, a Direção Geral de Energia e Geologia e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia tinham até maio de 2023 para apresentar a Estratégia Nacional dos Recursos Geológicos.
Nada se sabe se vai haver algum maio em que isto aconteça, muito dificilmente assim será. Mesmo que haja vontade política para o fazer, desde há muito que a entidade pública com competência e vocação para o fazer – o Laboratório Nacional de Energia e Geologia – tem sido esvaziada de meios humanos e materiais que lhe permitam responder às necessidades do país em termos do reconhecimento dos recursos minerais disponíveis no território, o que se configura como uma questão de soberania nacional.
A somar a isto, ao contrário do que se apregoa, há muito que as direções regionais de Economia, quem incluíam a energia e a geologia, foram extintas e não passam hoje de divisões da direção Geral, desprovidas de todas as competências e meios que deviam ter.
É este o país que somos.
in Público
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Marcadores: Dia da Terra, gestão de território, PNPOT, Portugal, Programa Nacional da Política do Ordenamento do Território, recursos minerais
Música adequada à data...
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Marcadores: João Maria Tudela, Moçambique, música
Lean On Me...
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Marcadores: blues, folk rock, funk, guitarra, Lean On Me, música, Richie Havens, soul
Google doodle de hoje - dia da Terra 2024...!
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Marcadores: 2024, Dia da Terra, Google Doodle
Jack Nicholson comemora hoje 87 anos
Peter Frampton faz hoje 74 anos
A explosão solo de Frampton veio com Frampton Comes Alive, seis vezes platina e que incluía os sucessos "Do You Feel Like We Do", "Baby, I Love Your Way" e "Show Me the Way".
Foi o álbum "ao vivo" mais vendido de todos os tempos. Depois que o álbum seguinte I'm in You foi lançado, Frampton envolveu-se num sério acidente de carro nas Bahamas. Enquanto recuperava, atuou em 1978, com os Bee Gees, no filme Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, um fracasso retumbante. Nos anos 80, Frampton voltou a gravar, mas só retornou às paradas de sucesso mundiais com "Breaking all the rules". O seu último álbum é Thank You Mr. Churchill, lançado em 2010.
Depois do atentado ao World Trade Center em Nova Iorque, Frampton decidiu tornar-se um cidadão norte-americano. Ele teve papel ativo na campanha eleitoral de 2004 do candidato John Kerry. Recentemente Peter Frampton ganhou o seu primeiro Grammy pelo seu álbum totalmente instrumental "Fingerprints", lançado no fim de 2007 e que conta com integrantes dos Pearl Jam, Rolling Stones, Allman Brothers Band e outros.
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Marcadores: Baby I Love Your Way, guitarra falada, hard rock, música, Peter Frampton, Rock, The Herd
O Grande Cisma do Ocidente terminou há 606 anos
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Marcadores: Avinhão, cisma do Ocidente, Concílio de Constança, Igreja Católica, Roma
Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil há 524 anos
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Marcadores: Brasil, D. Manuel I, descoberta do Brasil, descobrimentos, Pedro Álvares Cabral
Cervantes morreu há 408 anos
É bem notória a coincidência das datas de morte de dois dos grandes escritores da humanidade, Cervantes e William Shakespeare, ambos com data de falecimento em 23 de abril de 1616. Porém, é importante notar que o calendário gregoriano já era utilizado na Castela desde finais do século XVI, enquanto que na Inglaterra a sua adoção somente ocorreu em 1751. Daí, na realidade, William Shakespeare faleceu dez dias depois de Miguel de Cervantes.
Cervantes, por outro lado, teria morrido em 22 de abril de 1616, sexta-feira, tendo sido registada a morte no sábado, dia 23, na sua paróquia, em San Sebastián. Conforme costume da época, no registo constava a data do enterro. Em 23 de abril é comemorado o Dia do Livro na Espanha.Postado por Fernando Martins às 04:08 0 bocas
Marcadores: castelhano, Cervantes, Dia do Livro, Dia Internacional do Livro, Espanha, espanhol, literatura, Miguel de Cervantes
Vianna da Motta nasceu há 156 anos...
Como tantos outros artistas portugueses dos maiores, Vianna da Motta foi uma vítima da incompreensão, da maldade e da pequenez de um meio com o qual a sua invulgar estatura não podia ter medida comum. Negaram-lhe o talento, disputaram-lhe a glória, moveram-lhe campanhas ultrajantes, dificultaram-lhe a vida, regatearam misérias nos seus modestos cachets de concertista, esforçaram-se por fazer cair sobre o seu nome e a sua obra a pedra vil do esquecimento, deixaram-no morrer num isolamento e numa solidão terríveis, e mesmo depois de morto se procurou evitar que a sua vera fisionomia de artista e de intelectual pudesse ser revelada em toda a sua luz.
Fernando Lopes Graça, 1949, in In Memoriam de Viana da Motta
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Lenine nasceu há 154 anos
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Marcadores: comunismo, Lenine, leninismo, marxismo, Revolução de Outubro, Rússia, terror vermelho, URSS
Vladimir Nabokov nasceu há 125 anos...!
Vladimir Vladimirovich Nabokov (São Petersburgo, 22 de abril de 1899 - Montreux, Suíça, 2 de julho de 1977) foi um escritor russo-americano. Nabokov escreveu os seus primeiros nove romances em russo e então chegou à fama internacional como um mestre estilista de prosa em inglês. Também fez contribuições para a entomologia e tinha interesse em problemas de xadrez.
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Marcadores: entomologia, inglês, literatura, Nabokov, Rússia, russo, Xadrez
Música para recordar alguém que partiu nesta data...
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O primeiro ataque de guerra química foi há 109 anos...
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Yehudi Menuhin nasceu há 108 anos...
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A rainha Isabel (a Católica...) nasceu há 573 anos
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Shavo Odadjian, baixo dos System of a Down, comemora hoje cinquenta anos...!
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