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sábado, outubro 12, 2024

Cristóvão Colombo pensou que chegou à Ásia há 532 anos...

Provável retrato de Colombo em pormenor de "Virgen de los Navegantes" pintado por Alejo Fernández entre 1500 e 1536, atualmente na "Sala de los Almirantes", no Reales Alcázares de Sevilla

Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 - Valladolid, 20 de maio de 1506) foi um navegador e explorador genovês, responsável por liderar a frota que alcançou o continente americano em 12 de Outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha, no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objetivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e, mais tarde, a costa do Golfo do México, na América Central.
O seu nome em italiano é Cristoforo Colombo, em latim Christophorus Columbus e em espanhol, Cristóbal Colón. Este antropónimo inspirou o nome de, pelo menos, um país, Colômbia e duas regiões da América do Norte: a Colúmbia Britânica, no Canadá e o Distrito de Colúmbia, nos Estados Unidos. Entretanto o Papa Alexandre VI escrevendo em latim sempre chamou ao navegador pelo nome de Christophorum Colon com significado de Membro e nunca pelo latim Columbus com significado de Pombo.
 
(...)
 
Foi em Portugal que Colombo começou a conceber o seu projeto de viagem para Ocidente, inspirado pelo ambiente febril de navegações, descobrimentos, comércio e desenvolvimento científico, que converteram a Lisboa da segunda metade do século XV num rico e ativíssimo porto marítimo e mercantil, de dimensão internacional, e Portugal no país dos melhores, mais audazes e experientes marinheiros, com os maiores conhecimentos náuticos da época. O projeto terá surgindo não de forma repentina, mas gradual, provavelmente em colaboração com o seu irmão Bartolomeu. Após o processo de formação e maturação, o projeto de Colombo consistia em atravessar o oceano - o único conhecido à época, o Atlântico - em direção à Ásia.
O historiador norte-americano Vignaud tentou demonstrar que Colombo apenas procurava alcançar umas distantes ilhas do Atlântico, mas não chegar às Índias, tendo alterado o projeto após as descobertas que fez. Esta tese é normalmente descartada pelos historiadores colombinos de maior competência, já que para descobrir umas simples ilhas não era necessário negociar tenazmente com monarcas, promover opiniões de sábios e técnicos, e exigir honras e compensações tão exorbitantes. Tratava-se, sem dúvida, de uma empresa nova, arriscada, e de importância bem maior que uma expedição comum.
O seu filho Fernando conta que o pai começou por pensar que se os portugueses navegavam já tão grandes distâncias para sul, que poderia fazer o mesmo para oeste, enumerando os fatores que o fizeram pensar na existência de terras a ocidente: a esfericidade da terra; e as leituras de autores clássicos, como Aristóteles, Estrabão e Plínio, que afirmavam a curta distância entre a Espanha e África, e a Índia. O mais provável, no entanto, é que não se tenha inspirado nesses autores, mas sim que os tenha lido depois por forma a fundamentar o seu projeto. Os supostos papéis do sogro que lhe teriam sido entregues por Isabel Moniz teriam juntado indícios materiais, como troncos de árvores e cadáveres de espécies desconhecidas arrastados pelo mar. Finalmente, as notícias que obteve de marinheiros que afirmavam ter encontrado terras a oeste, e as várias tentativas para descobrir supostas ilhas do Atlântico, comuns por aqueles anos. Colombo observou nas suas viagens e permanências nas ilhas atlânticas estes indícios, assim como as condições dos ventos e correntes marítimas, a reconhecer a proximidade de terra firme, e as rotas mais favoráveis, o que tudo aprendeu com a experiência portuguesa.

(...)

Colombo conseguiu finalmente fazer aprovar o projeto da sua viagem junto dos Reis Católicos, após a conquista de Granada, com a ajuda do confessor da rainha Isabel de Castela. Os termos da sua contratação tornavam-no almirante dos mares da Índia a descobrir e governador e vice-rei das terras do Oriente a que se propunha chegar, em competição com os portugueses que exploravam a Rota do Cabo.
Alguns historiadores têm procurado demonstrar que o navegador mentia propositadamente a Castela para ajudar Portugal e que tinha a ajuda de Américo Vespúcio nessa missão.
A partir do início de 1485 Colombo passa a Castela. Chegando a Córdova com a corte, teve um caso amoroso, no Inverno de 1487-1488 com uma moça humilde por nome Beatriz Enríquez da qual nasceu, a 15 de agosto de 1488, Fernando Colombo. A esta moça deixa Colombo, no seu testamento, a renda anual de 10.000 maravedis, presumivelmente como compensação pelos danos causados à sua honra.
Entre 1485 e 1492 Colombo permanece em Castela, apenas abandonando a península em 1492 quando parte do porto de Palos na sua primeira expedição.

Na noite de 3 de agosto de 1492, Colombo partiu de Palos de la Frontera, com três navios: uma nau maior, Santa María, apelidada Gallega, e duas caravelas menores, Pinta e Santa Clara, apelidada de Niña por causa do seu proprietário Juan Niño de Moguer. Eram propriedade de Juan de la Cosa e dos irmãos Pinzón (Martín Alonso e Vicente Yáñez), mas os monarcas forçaram os habitantes de Palos a contribuir para a expedição. Colombo navegou inicialmente para as ilhas Canárias, que eram propriedade da Castela, onde reabasteceu as provisões e fez reparações. Em 6 de setembro, partiu de San Sebastián de la Gomera para o que acabou por ser uma viagem de cinco semanas através do oceano.
A terra foi avistada às duas horas da manhã de 12 de outubro de 1492, por um marinheiro chamado Rodrigo de Triana (também conhecido como Juan Rodríguez Bermejo) a bordo de Pinta. Colombo chamou a ilha (no que é agora Bahamas) San Salvador, enquanto os nativos a chamavam Guanahani. Exatamente qual era a ilha nas Bahamas é um assunto não resolvido. As candidatas principais são Samana Cay, Plana Cays e San Salvador (assim chamada em 1925, na convicção de que era a San Salvador de Colombo). Os indígenas que encontrou, os lucaians, taínos ou aruaques, eram pacíficas e amigáveis. Na entrada de 12 de outubro de 1492 no seu diário, Colombo escreveu sobre eles: "Muitos dos homens que já vi têm cicatrizes nos seus corpos, e quando eu fazia sinais para eles para descobrir como isso aconteceu, eles indicavam que pessoas de outras ilhas vizinhas chegavam a San Salvador para capturá-los e eles se defendiam o melhor possível. Acredito que as pessoas do continente vêm aqui para tomá-los como escravos. Devem servir como ajudantes bons e qualificados, pois eles repetem muito rapidamente o que lhes dizemos. Acho que eles podem muito facilmente ser cristãos, porque eles parecem não ter nenhuma religião. Se for do agrado de nosso Senhor, vou tomar seis deles de Suas Altezas quando eu partir, para que possam aprender a nossa língua." Observou que a falta de armamento moderno e até mesmo espadas e lanças forjadas de metal era uma vulnerabilidade tática, escrevendo: "Eu poderia conquistar a totalidade deles com 50 homens e governá-los como quisesse." Colombo também explorou a costa nordeste de Cuba, onde desembarcaram em 28 de outubro (segundo os próprios cubanos o nome é derivado da palavra Taíno, "cubanacán", significando "um lugar central"), e o litoral norte de Hispaniola, em 5 de dezembro. Aqui, o Santa Maria encalhou na manhã do natal de 1492 e teve de ser abandonado. Foi recebido pelos cacique nativo Guacanagari, que lhe deu permissão para deixar alguns de seus homens para trás. Colombo deixou 39 homens e fundou o povoado de La Navidad no local da atual Môle Saint-Nicolas, Haiti. Antes de retornar à Espanha, Colombo também sequestrou entre 10 a 25 nativos e os levou de volta com ele. Apenas sete ou oito dos índios nativos chegaram à Espanha vivos, mas eles causaram forte impressão em Sevilha.
        
in Wikipédia
      
  
 
35. Adianto uma pedra sobre o tabuleiro
   

Adianto uma pedra sobre o tabuleiro
que é quase tumular mas que cantou a casa,
casa branca e nau preta,
e não ganhou austrálias,
pois fez o teu retrato dentro do coração
e destruiu a mentira de outra história.

Só um dia, já morto, disseram a Colombo
que a índia dele não era a verdadeira.



in Rua de Nenhures (2013) - Pedro Tamen

sábado, agosto 03, 2024

Colombo partiu, para descobrir um caminho para a Ásia, há 532 anos

 

(imagem daqui)
   
Na noite de 3 de agosto de 1492, Colombo partiu de Palos de la Frontera, com três navios: uma nau maior, Santa María, também apelidada de Gallega, e duas caravelas menores, Pinta e Santa Clara, apelidada de Niña depois pelo seu proprietário, Juan Niño de Moguer. Eram propriedade de Juan de la Cosa e dos irmãos Pinzón (Martín Alonso e Vicente Yáñez), mas os monarcas forçaram os habitantes de Palos a contribuir para a expedição. Colombo navegou inicialmente para as ilhas Canárias, que eram propriedade da Castela, onde reabasteceu as provisões e fez reparações. Em 6 de setembro, partiu de San Sebastián de la Gomera para o que acabou por ser uma viagem de cinco semanas através do oceano.
A terra foi avistada às duas horas da manhã de 12 de outubro de 1492, por um marinheiro chamado Rodrigo de Triana (também conhecido como Juan Rodríguez Bermejo) a bordo de Pinta. Colombo chamou a ilha (no que é agora Bahamas) San Salvador, enquanto os nativos a chamavam Guanahani. Exatamente qual era a ilha nas Bahamas é um assunto não resolvido. As candidatas principais são Samana Cay, Plana Cays e San Salvador (assim chamada em 1925, na convicção de que era a San Salvador de Colombo). Os indígenas que encontrou, os lucaians, taínos ou aruaques, eram pacíficas e amigáveis. Desde a entrada em 12 de outubro de 1492 em seu diário, Colombo escreveu sobre eles: "Muitos dos homens que já vi têm cicatrizes em seus corpos, e quando eu fazia sinais para eles para descobrir como isso aconteceu, eles indicavam que pessoas de outras ilhas vizinhas chegavam a San Salvador para capturá-los e eles se defendiam o melhor possível. Acredito que as pessoas do continente vêm aqui para tomá-los como escravos. Devem servir como ajudantes bons e qualificados, pois eles repetem muito rapidamente o que lhes dizemos. Acho que eles podem muito facilmente ser cristãos, porque eles parecem não ter nenhuma religião. Se for do agrado de nosso Senhor, vou tomar seis deles de Suas Altezas quando eu partir, para que possam aprender a nossa língua." Observou que a falta de armamento moderno e até mesmo espadas e lanças forjadas de metal era uma vulnerabilidade tática, escrevendo: "Eu poderia conquistar a totalidade deles com 50 homens e governá-los como quisesse." Colombo também explorou a costa nordeste de Cuba, onde desembarcaram em 28 de outubro (segundo os próprios cubanos o nome é derivado da palavra Taíno, "cubanacán", significando "um lugar central"), e o litoral norte de Hispaniola, em 5 de dezembro. Aqui, o Santa Maria encalhou na manhã do natal de 1492 e teve de ser abandonado. Foi recebido pelos cacique nativo Guacanagari, que lhe deu permissão para deixar alguns de seus homens para trás. Colombo deixou 39 homens e fundou o povoado de La Navidad no local da atual Môle Saint-Nicolas, Haiti. Antes de retornar à Espanha, Colombo também sequestrou entre 10 a 25 nativos e os levou de volta com ele. Apenas sete ou oito dos índios nativos chegaram à Espanha vivos, mas eles causaram forte impressão em Sevilha.
     

sábado, julho 13, 2024

O príncipe herdeiro de D. João II morreu há 533 anos...

   
O Príncipe D. Afonso de Portugal (Lisboa, 18 de maio de 1475 - Santarém, 13 de julho de 1491) era o único filho e herdeiro de D. João II e de D. Leonor, reis de Portugal. O rei tanto adorava este seu filho que, em sua homenagem, batizou de "Príncipe" a ilha mais pequena do arquipélago de São Tomé e Príncipe.
Ainda em criança, D. Afonso casou com a princesa Isabel de Aragão, filha mais velha dos reis católicos. Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão tinham um herdeiro, Juan, que era um jovem frágil, que não deveria chegar à idade adulta. A princesa Isabel era, portanto, a herdeira mais provável das coroas de Castela e Aragão e, como estava casada com o príncipe herdeiro de Portugal, adivinhava-se uma união dos reinos ibéricos, sob a alçada de Portugal. Os réis católicos tentaram manobrar diplomaticamente para dissolver o casamento, sem sucesso, dada a influência portuguesa junto do Papa. A sua causa estava aparentemente perdida, quando um acidente salvou Castela e Aragão de uma anexação.

Afonso morreu de uma queda de cavalo durante um passeio, em Alfange, Santarém, à beira do Tejo. Segundo Bernardo Rodrigues, em os Anais de Arzila, o seu aio era João de Meneses, conde de Cantanhede, e esse acontecimento terá ocasionado nesta personagem um grande traumatismo:

À terça feira Dom João de Meneses não avia de cometer cousa alguma polo que lhe aconteceo na morte do príncipe Dom Afonso, como é notorio e sabido a todos os deste reino. Dizem que estando no Algarve, em um lugar seu que se chama Aljazur, em uma terça feira, lhe dérão cartas d'el-rei Dom João o segundo e do príncipe Dom Afonso seu filho, que fose à corte, e se fez prestes e partio a outra terça feira, e tardando oito dias no caminho chegou a Santarem, donde el-rei e o príncipe estavão, outra terça feira, e dahi a oito dias, outra terça feira, correndo a carreira em Alfange, levando o príncipe pela mão, caio do cavalo, da qual queda logo morreo. Deste tão desestrado caso lhe ficou tão grand odio e agouro que nunca a terça feira cometeo cousa alguma, posto que depois foi capitão d'Arzila e d'Azamor e se lhe oferecêrão casos suficientes; e dizia Dom João que em tal dia se pudesse escusar abrir as portas o faria.

Depois da morte de D. Afonso, D. João II nomeou como sucessor o Duque de Beja, seu primo e cunhado, que viria a governar como D. Manuel I e que casou depois com Isabel, a viúva do infante Afonso.

 
   

   

Poesia alusiva a um triste evento desta data...

 

As primeiras lágrimas de El-Rei 

A M. Pinheiro Chagas

   
I
O príncipe morrera, e logo os cortesãos, 
Em prantos derredor do mortuário leito, 
Erguem a voz em grita aos céus levando as mãos. 
 
II 
El-Rei, João Segundo, a fronte sobre o peito, 
Contempla dos brandões à luz ensanguentada 
O filho, e a dor lhe avinca o grave e duro aspeito. 
 
III 
E eis que, a um gesto do rei, a turba consternada 
A pouco e pouco sai, reina o silêncio, apenas 
Cortado pelo uivar longínquo da nortada. 
 
IV 
Sobre o filho curvado, immerso em cruas penas, 
Aquelle rei sinistro, enérgico e tigrino, 
Tinha na frouxa voz modulações serenas. 
V E o filho inerte e mudo! Então num desatino Deixou-se El-Rei cair, ao acaso, num escabelo E quedou-se a pensar no seu atroz destino. VI Um enorme, um confuso e brônzeo pesadelo Caíu-lhe sobre o enfermo espírito enlutado, E o suor inundou-lhe as barbas e o cabelo. VII Talvez que o triste visse, em sonho alucinado. Do Duque de Viseu o espectro vingativo Apontando-lhe, a rir, o Infante inanimado. VIII E escutasse a feroz imprecação que altivo No cadafalso, outrora, o Duque de Bragança Às faces lhe cuspiu com gesto convulsivo.

IX
Súbito ergue-se o Rei, e para o leito avança, E uma lágrima então, embalde reprimida. Das barbas lhe caiu no rosto da criança.

X A vez primeira foi que El-Rei chorou em vida.

    
Gonçalves Crespo

sábado, junho 29, 2024

A mãe de El-Rei D. João III nasceu há 542 anos

    
Maria de Aragão e Castela ou Maria de Trastâmara y Trastâmara (Córdova, Reino de Córdova, Coroa de Castela, 29 de junho de 1482Lisboa, 7 de março de 1517) foi uma infanta aragonesa, segunda esposa de Manuel I de Portugal, a qual viria a ser rainha de Portugal, desde 1501 até à sua morte. Era filha dos Reis Católicos, Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão.
  

Maria de Aragão e Castela faleceu em 1517, com apenas 35 anos, de causas naturais. Foi sepultada no Convento da Madre de Deus, donde foi trasladada para o mosteiro de Belém.

 
Descendência

sexta-feira, junho 07, 2024

O Tratado de Tordesilhas foi assinado há 530 anos

     
O Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da Espanha para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa espanhola resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que um ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo, reclamando-o oficialmente para Isabel, a Católica.
O tratado definia como linha de demarcação o meridiano a 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio-caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango" e Antílhas. Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, à Espanha. O tratado foi ratificado pela Espanha a 2 de julho e por Portugal a 5 de setembro de 1494.
Algumas décadas mais tarde, na sequência da chamada "questão das Molucas", o outro lado da Terra seria dividido, assumindo como linha de demarcação, a leste, o antimeridiano correspondente ao meridiano de Tordesilhas, pelo Tratado de Saragoça, a 22 de abril de 1529.
No contexto das Relações Internacionais, a sua assinatura ocorreu num momento de transição entre a hegemonia do Papado, poder até então universalista, e a afirmação do poder singular e secular dos monarcas nacionais - uma das muitas facetas da transição da Idade Média para a Idade Moderna.
Para as negociações do Tratado e a sua assinatura, D. João II de Portugal designou como embaixador a sua prima de Castela (filha de uma infanta portuguesa) a D. Rui de Sousa. Os originais de ambos os tratados estão conservados no Arquivo General de Indias na Espanha e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Portugal.
      
 
in Wikipédia

segunda-feira, maio 20, 2024

Cristóvão Colombo morreu há 518 anos...

    
Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 - Valladolid, 20 de maio de 1506) foi um navegador e explorador genovês, responsável por liderar a frota que alcançou o continente americano em 12 de outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha, no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objetivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e, mais tarde, a costa do Golfo do México na América Central.
   

 

        OS COLOMBOS

  

Outros haverão de ter

O que houvermos de perder.

Outros poderão achar

O que, no nosso encontrar,

Foi achado, ou não achado,

Segundo o destino dado.

  

Mas o que a eles não toca

É a Magia que evoca

O Longe e faz dele história.

E por isso a sua glória

É justa auréola dada

Por uma luz emprestada.

 

in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

segunda-feira, abril 22, 2024

A rainha Isabel (a Católica...) nasceu há 573 anos

Imagen de Isabel de Castilla en el conquistato de Granada, de 1482, por Pedro Marcuello
  
Isabel I de Castilla, llamada la Católica (Madrigal de las Altas Torres, 22 de abril de 1451 - Medina del Campo, 26 de noviembre de 1504) fue reina de Castilla desde 1474 hasta 1504, también reina consorte de Sicilia desde 1469 y de Aragón desde 1479.
  
Armas combinadas de los Reyes Católicos. El soporte del águila de San Juan con nimbo fue usado ya en 1473 en el escudo de armas de Isabel siendo aún princesa. El lema o mote «Tanto monta...» explicaba la divisa personal de Fernando II de Aragón, que adoptó un yugo con un nudo cortado en alusión al nudo gordiano, que tanto daba (tanto montaba) desatarlo como tajarlo. La divisa propia de la reina era el haz de flechas. Tras la unión de coronas, estos dos elementos pasaron al blasón común, que tomó elementos heráldicos de los dos consortes.

domingo, março 31, 2024

Os Reis Católicos expulsaram de Espanha, vergonhosamente, os Judeus há 532 anos...

Cópia assinada do édito de expulsão
   
O Decreto de Alhambra foi um decreto régio promulgado pelos Reis Católicos (Isabel I de Castela e o rei Fernando II de Aragão), ordenando a expulsão ou conversão forçada da população judaica da Espanha, e levando à fuga e dispersão dos sefarditas (judeus ibéricos) pelo Magrebe, Médio Oriente e sudeste da Europa. Foi escrito por Juan de Coloma, o secretário real, e assinado em Alhambra, Granada, a 31 de março de 1492.
Aceite com resignação por grande parte da comunidade judaica, uma notável exceção foi o rabino D. Isaac Abravanel. Um documento fictício, atribuído a Abravanel, que seria uma resposta escrita a esse decreto, foi na verdade parte de um romance de David Rafael de 1988. No seguimento do seu falhanço em convencer os reis católicos a cancelar o decreto, teria escrito uma resposta pungente e profética ao decreto, nas vésperas da sua partida. A origem real do documento encontra-se numa obra de ficção publicada em 1988, intitulada Alhambra Decree do autor David Raphael.

   

 


domingo, março 10, 2024

Fernando V, um dos reis católicos, nasceu há 572 anos

    
Fernando II & V (Sos, 10 de março de 1452Madrigalejo, 23 de janeiro de 1516), apelidado de "o Católico", foi o Rei de Aragão e das Coroas Aragonesas, como Fernando II, de 1479 até à sua morte, e também Rei de Castela e Leão, como Fernando V, entre 1475 e 1504, por direito da sua esposa, a rainha Isabel I. Além disso, foi regente da sua filha Joana, em Castela e Leão, de 1508 até sua à morte. Era filho do rei João II de Aragão e da sua esposa Joana Henriques.
Fernando é conhecido por seu papel em iniciar a redescoberta do Novo Mundo já que ele e Isabel patrocinaram a primeira viagem de Cristóvão Colombo, em 1492. No mesmo ano saiu vitorioso da Guerra de Granada, que expulsou o último estado islâmico da península Ibérica e dessa forma também colocando um fim vitorioso à Reconquista.

Brasão dos Reis Católicos

terça-feira, janeiro 02, 2024

A Reconquista terminou, na na península ibérica, há 532 anos...

         
Situada na região da Andaluzia, Espanha, a cidade de Granada, fundada em 756 pelos árabes, foi desde o século XIII a capital do reino muçulmano de Granada. A sua rendição, celebrada durante vários dias, foi o culminar de dez anos de guerras, dois anos de importantes investimentos financeiros e pôs fim a oito séculos de domínio muçulmano na Península Ibérica.
 
Bandeira utilizada pela infantaria dos Reis Católicos
           
Antecedentes
O casamento de Isabel I de Castela com Fernando II de Aragão, mais tarde designados pelos Reis Católicos não antevia o sucesso do casal no governo de Espanha. Com efeito, apesar do contributo para a unificação da atual Espanha, a nobreza não era consensual no que respeita à decisão sobre quem deveria ascender ao trono do país: houvera quem preferisse a infanta Joana, prometida a Afonso V de Portugal (que, por isso, também concorria ao trono). Porém, D. Joana era tida como filha ilegítima de Henrique IV de Castela, fruto de uma polémica relação da esposa do rei com um fidalgo.
Assim, Isabel I, meia-irmã do rei, faz-se proclamar rainha de Castela nas Cortes de Valladolid de 1473. Em 1479, Fernando II torna-se rei de Aragão e consuma-se a união dos dois reinos que, porém, ainda não era suficientemente forte, já que era cercado por Portugal, em plena expansão, a França dos Valois, a pequena Navarra e o reino de Granada.
Após quatro anos de tréguas, a guerra entre Granada e Castela reacende-se em 1481, embora não passe de breve escaramuças, ofensivas e cercos. Sabe-se que em 1487 se travaram perto de Málaga duros combates, na consequência dos quais cairia a cidade nas mãos dos cristãos. Depois, ao fim de seis meses de cerco, cede Barza.
Aproveitando alguns conflitos internos no reino de Granada, que entretanto se desagregara, junta o casal real cerca de 60.000 homens na planície de Granada, destinados a acabar com o conflito.
       
Bandeira do emirado nasrida de Granada
  
Entrega das chaves da cidade
As negociações com o último rei mouro de Granada, Boabdil, começam no outubro de 1491. Na véspera do dia 1 de janeiro de 1492 Boabdil envia cerca de 400 mouros como reféns, carregados de presentes para os Reis, enquanto um grupo de oficiais toma a colina do Alhambra, a fim de ocupar pontos estratégicos. Na manhã do dia 2, segue Fernando de Aragão e a sua Corte, seguidos por Isabel com o príncipe João e as suas irmãs e, atrás, as tropas, ao encontro do rei mouro. Boabdil entrega as chaves da cidade diante de 100.000 espetadores, muçulmanos, judeus e cristãos, castelhanos e estrangeiros, e é içada, pela primeira, a bandeira dos Reis de Espanha na mais alta torre do Alhambra.
Não houve pilhagem nem saque; a vitória era celebrada por vários dias de festejos e por isto outorgava-lhes o Papa Alexandre VI o título de «Reis Católicos».
Boabdil estava obrigado a aceitar as condições dos vencedores, como a liberdade de culto, a segurança das pessoas, e a liberdade de emigrar levando ou vendendo os bens. Esta opção rapidamente se mostrou inevitável, provavelmente devido às situações constrangedoras em que se veriam os muçulmanos no seguimento da derrota. As pressões acumulam-se - a Inquisição representava uma forte ameaça ao islamismo e os impostos eram insuportáveis - e grande parte dos vencidos decide retirar-se no outono de 1492, à semelhança de Boabdil.
Rebentam revoltas, pois as promessas dos Reis Católicos não estavam a ser cumpridas, e a Espanha vê-se vítima de represálias, conduzidas a partir do Magrebe, em algumas aldeias costeiras. A emigração assume agora um carácter de expulsão - que se coloca em paralelo com a dos judeus - e, com a recente descoberta da América (Índias Ocidentais), a Espanha sofre também de um êxodo que lhe viria a sair caro mais tarde.
  
Reino de Granada em 1482, antes do começo da Guerra de Granada
          
in Wikipédia

quinta-feira, outubro 12, 2023

Cristóvão Colombo "descobriu" a "América" há 531 anos

Provável retrato de Colombo em pormenor de "Virgen de los Navegantes" pintado por Alejo Fernández entre 1500 e 1536, atualmente na "Sala de los Almirantes", no Reales Alcázares de Sevilla

Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 - Valladolid, 20 de maio de 1506) foi um navegador e explorador genovês, responsável por liderar a frota que alcançou o continente americano em 12 de Outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha, no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objetivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e, mais tarde, a costa do Golfo do México, na América Central.
O seu nome em italiano é Cristoforo Colombo, em latim Christophorus Columbus e em espanhol, Cristóbal Colón. Este antropónimo inspirou o nome de, pelo menos, um país, Colômbia e duas regiões da América do Norte: a Colúmbia Britânica, no Canadá e o Distrito de Colúmbia, nos Estados Unidos. Entretanto o Papa Alexandre VI escrevendo em latim sempre chamou ao navegador pelo nome de Christophorum Colon com significado de Membro e nunca pelo latim Columbus com significado de Pombo.
 
(...)
 
Foi em Portugal que Colombo começou a conceber o seu projeto de viagem para Ocidente, inspirado pelo ambiente febril de navegações, descobrimentos, comércio e desenvolvimento científico, que converteram a Lisboa da segunda metade do século XV num rico e ativíssimo porto marítimo e mercantil, de dimensão internacional, e Portugal no país dos melhores, mais audazes e experientes marinheiros, com os maiores conhecimentos náuticos da época. O projeto terá surgindo não de forma repentina, mas gradual, provavelmente em colaboração com o seu irmão Bartolomeu. Após o processo de formação e maturação, o projeto de Colombo consistia em atravessar o oceano - o único conhecido à época, o Atlântico - em direção à Ásia.
O historiador norte-americano Vignaud tentou demonstrar que Colombo apenas procurava alcançar umas distantes ilhas do Atlântico, mas não chegar às Índias, tendo alterado o projeto após as descobertas que fez. Esta tese é normalmente descartada pelos historiadores colombinos de maior competência, já que para descobrir umas simples ilhas não era necessário negociar tenazmente com monarcas, promover opiniões de sábios e técnicos, e exigir honras e compensações tão exorbitantes. Tratava-se, sem dúvida, de uma empresa nova, arriscada, e de importância bem maior que uma expedição comum.
O seu filho Fernando conta que o pai começou por pensar que se os portugueses navegavam já tão grandes distâncias para sul, que poderia fazer o mesmo para oeste, enumerando os fatores que o fizeram pensar na existência de terras a ocidente: a esfericidade da terra; e as leituras de autores clássicos, como Aristóteles, Estrabão e Plínio, que afirmavam a curta distância entre a Espanha e África, e a Índia. O mais provável, no entanto, é que não se tenha inspirado nesses autores, mas sim que os tenha lido depois por forma a fundamentar o seu projeto. Os supostos papéis do sogro que lhe teriam sido entregues por Isabel Moniz teriam juntado indícios materiais, como troncos de árvores e cadáveres de espécies desconhecidas arrastados pelo mar. Finalmente, as notícias que obteve de marinheiros que afirmavam ter encontrado terras a oeste, e as várias tentativas para descobrir supostas ilhas do Atlântico, comuns por aqueles anos. Colombo observou nas suas viagens e permanências nas ilhas atlânticas estes indícios, assim como as condições dos ventos e correntes marítimas, a reconhecer a proximidade de terra firme, e as rotas mais favoráveis, o que tudo aprendeu com a experiência portuguesa.

(...)

Colombo conseguiu finalmente fazer aprovar o projeto da sua viagem junto dos Reis Católicos, após a conquista de Granada, com a ajuda do confessor da rainha Isabel de Castela. Os termos da sua contratação tornavam-no almirante dos mares da Índia a descobrir e governador e vice-rei das terras do Oriente a que se propunha chegar, em competição com os portugueses que exploravam a Rota do Cabo.
Alguns historiadores têm procurado demonstrar que o navegador mentia propositadamente a Castela para ajudar Portugal e que tinha a ajuda de Américo Vespúcio nessa missão.
A partir do início de 1485 Colombo passa a Castela. Chegando a Córdova com a corte, teve um caso amoroso, no Inverno de 1487-1488 com uma moça humilde por nome Beatriz Enríquez da qual nasceu, a 15 de agosto de 1488, Fernando Colombo. A esta moça deixa Colombo, no seu testamento, a renda anual de 10.000 maravedis, presumivelmente como compensação pelos danos causados à sua honra.
Entre 1485 e 1492 Colombo permanece em Castela, apenas abandonando a península em 1492 quando parte do porto de Palos na sua primeira expedição.

Na noite de 3 de agosto de 1492, Colombo partiu de Palos de la Frontera, com três navios: uma nau maior, Santa María, apelidada Gallega, e duas caravelas menores, Pinta e Santa Clara, apelidada de Niña por causa do seu proprietário Juan Niño de Moguer. Eram propriedade de Juan de la Cosa e dos irmãos Pinzón (Martín Alonso e Vicente Yáñez), mas os monarcas forçaram os habitantes de Palos a contribuir para a expedição. Colombo navegou inicialmente para as ilhas Canárias, que eram propriedade da Castela, onde reabasteceu as provisões e fez reparações. Em 6 de setembro, partiu de San Sebastián de la Gomera para o que acabou por ser uma viagem de cinco semanas através do oceano.
A terra foi avistada às duas horas da manhã de 12 de outubro de 1492, por um marinheiro chamado Rodrigo de Triana (também conhecido como Juan Rodríguez Bermejo) a bordo de Pinta. Colombo chamou a ilha (no que é agora Bahamas) San Salvador, enquanto os nativos a chamavam Guanahani. Exatamente qual era a ilha nas Bahamas é um assunto não resolvido. As candidatas principais são Samana Cay, Plana Cays e San Salvador (assim chamada em 1925, na convicção de que era a San Salvador de Colombo). Os indígenas que encontrou, os lucaians, taínos ou aruaques, eram pacíficas e amigáveis. Na entrada de 12 de outubro de 1492 no seu diário, Colombo escreveu sobre eles: "Muitos dos homens que já vi têm cicatrizes nos seus corpos, e quando eu fazia sinais para eles para descobrir como isso aconteceu, eles indicavam que pessoas de outras ilhas vizinhas chegavam a San Salvador para capturá-los e eles se defendiam o melhor possível. Acredito que as pessoas do continente vêm aqui para tomá-los como escravos. Devem servir como ajudantes bons e qualificados, pois eles repetem muito rapidamente o que lhes dizemos. Acho que eles podem muito facilmente ser cristãos, porque eles parecem não ter nenhuma religião. Se for do agrado de nosso Senhor, vou tomar seis deles de Suas Altezas quando eu partir, para que possam aprender a nossa língua." Observou que a falta de armamento moderno e até mesmo espadas e lanças forjadas de metal era uma vulnerabilidade tática, escrevendo: "Eu poderia conquistar a totalidade deles com 50 homens e governá-los como quisesse." Colombo também explorou a costa nordeste de Cuba, onde desembarcaram em 28 de outubro (segundo os próprios cubanos o nome é derivado da palavra Taíno, "cubanacán", significando "um lugar central"), e o litoral norte de Hispaniola, em 5 de dezembro. Aqui, o Santa Maria encalhou na manhã do natal de 1492 e teve de ser abandonado. Foi recebido pelos cacique nativo Guacanagari, que lhe deu permissão para deixar alguns de seus homens para trás. Colombo deixou 39 homens e fundou o povoado de La Navidad no local da atual Môle Saint-Nicolas, Haiti. Antes de retornar à Espanha, Colombo também sequestrou entre 10 a 25 nativos e os levou de volta com ele. Apenas sete ou oito dos índios nativos chegaram à Espanha vivos, mas eles causaram forte impressão em Sevilha.
        
in Wikipédia
      
  
35. Adianto uma pedra sobre o tabuleiro

Adianto uma pedra sobre o tabuleiro
que é quase tumular mas que cantou a casa,
casa branca e nau preta,
e não ganhou austrálias,
pois fez o teu retrato dentro do coração
e destruiu a mentira de outra história.

Só um dia, já morto, disseram a Colombo
que a índia dele não era a verdadeira.



in Rua de Nenhures (2013) - Pedro Tamen

quinta-feira, agosto 03, 2023

Colombo partiu, rumo à Ásia, há 531 anos

(imagem daqui)
   
Na noite de 3 de agosto de 1492, Colombo partiu de Palos de la Frontera, com três navios: uma nau maior, Santa María, também apelidada de Gallega, e duas caravelas menores, Pinta e Santa Clara, apelidada de Niña depois pelo seu proprietário, Juan Niño de Moguer. Eram propriedade de Juan de la Cosa e dos irmãos Pinzón (Martín Alonso e Vicente Yáñez), mas os monarcas forçaram os habitantes de Palos a contribuir para a expedição. Colombo navegou inicialmente para as ilhas Canárias, que eram propriedade da Castela, onde reabasteceu as provisões e fez reparações. Em 6 de setembro, partiu de San Sebastián de la Gomera para o que acabou por ser uma viagem de cinco semanas através do oceano.
A terra foi avistada às duas horas da manhã de 12 de outubro de 1492, por um marinheiro chamado Rodrigo de Triana (também conhecido como Juan Rodríguez Bermejo) a bordo de Pinta. Colombo chamou a ilha (no que é agora Bahamas) San Salvador, enquanto os nativos a chamavam Guanahani. Exatamente qual era a ilha nas Bahamas é um assunto não resolvido. As candidatas principais são Samana Cay, Plana Cays e San Salvador (assim chamada em 1925, na convicção de que era a San Salvador de Colombo). Os indígenas que encontrou, os lucaians, taínos ou aruaques, eram pacíficas e amigáveis. Desde a entrada em 12 de outubro de 1492 em seu diário, Colombo escreveu sobre eles: "Muitos dos homens que já vi têm cicatrizes em seus corpos, e quando eu fazia sinais para eles para descobrir como isso aconteceu, eles indicavam que pessoas de outras ilhas vizinhas chegavam a San Salvador para capturá-los e eles se defendiam o melhor possível. Acredito que as pessoas do continente vêm aqui para tomá-los como escravos. Devem servir como ajudantes bons e qualificados, pois eles repetem muito rapidamente o que lhes dizemos. Acho que eles podem muito facilmente ser cristãos, porque eles parecem não ter nenhuma religião. Se for do agrado de nosso Senhor, vou tomar seis deles de Suas Altezas quando eu partir, para que possam aprender a nossa língua." Observou que a falta de armamento moderno e até mesmo espadas e lanças forjadas de metal era uma vulnerabilidade tática, escrevendo: "Eu poderia conquistar a totalidade deles com 50 homens e governá-los como quisesse." Colombo também explorou a costa nordeste de Cuba, onde desembarcaram em 28 de outubro (segundo os próprios cubanos o nome é derivado da palavra Taíno, "cubanacán", significando "um lugar central"), e o litoral norte de Hispaniola, em 5 de dezembro. Aqui, o Santa Maria encalhou na manhã do natal de 1492 e teve de ser abandonado. Foi recebido pelos cacique nativo Guacanagari, que lhe deu permissão para deixar alguns de seus homens para trás. Colombo deixou 39 homens e fundou o povoado de La Navidad no local da atual Môle Saint-Nicolas, Haiti. Antes de retornar à Espanha, Colombo também sequestrou entre 10 a 25 nativos e os levou de volta com ele. Apenas sete ou oito dos índios nativos chegaram à Espanha vivos, mas eles causaram forte impressão em Sevilha.