Vladimir Vladimirovich Nabokov (São Petersburgo, 22 de abril de 1899 - Montreux, Suíça, 2 de julho de 1977) foi um escritor russo-americano.
Nabokov escreveu os seus primeiros nove romances em russo e então chegou à
fama internacional como um mestre estilista de prosa em inglês. Também
fez contribuições para a entomologia e tinha interesse em problemas de xadrez.
Lolita (1955) é frequentemente citado entre seus romances mais importantes e é o mais conhecido, apresentando o amor por intrincado
jogo de palavras e o detalhe descritivo que caracteriza todas as suas obras. O romance foi classificado na quarta posição na lista dos
100 melhores romances da Modern Library. A sua autobiografia intitulada
Speak, Memory foi listado na oitava posição na lista dos livros de não-ficção da Library Modern.
Em
1926, foi publicado seu primeiro romance,
Maria, acolhido com interesse e consideração. Fugindo dos exércitos
nazis e após uma estada em
Paris, chegou em
1940 aos
Estados Unidos,
onde se dedicou ao ensino de língua e literatura russa em várias
universidades. Embora continuasse a escrever na sua língua materna,
começou também a escrever em inglês, publicando o seu primeiro romance
nesta língua em
1941 (
The Real Life of Sebastian Knight). Publicou, em
1955, o polémico romance
Lolita, em
inglês.
A partir de
1958,
o sucesso alcançado por seus livros permitiu-lhe dedicar-se
inteiramente aos seus principais interesses, a literatura e a
entomologia.
Monumento de Vladimir Nabokov em Montreux
Rússia
Nabokov era o mais velho dos cinco filhos do advogado, político e jornalista liberal
Vladimir Dmitrievich Nabokov e sua esposa, Elena Ivanovna Rukavishnikova. Nasceu numa família rica e proeminente da nobreza, sem título, de
São Petersburgo. Entre os seus primos está o compositor
Nicolas Nabokov. Passou a sua infância e juventude em São Petersburgo e na propriedade rural
Vyra, perto de
Siversky, ao sul da cidade.
A infância de Nabokov, que ele chamou de "perfeita", foi notável em
vários aspetos. A família falava russo, inglês e francês no seu
agregado familiar e Nabokov era trilingue desde tenra idade. Na verdade,
para grande desgosto patriótico de seu pai, Nabokov soube ler e
escrever inglês antes do russo. Em
Speak, Memory Nabokov recorda
inúmeros detalhes de sua infância privilegiada e sua capacidade de
recordar detalhes vívidos nas memórias de seu passado foi uma bênção
para ele durante o seu exílio permanente, bem como proporcionou um tema
que ecoa desde seu primeiro livro,
Mary, e por todo o caminho até obras tardias, como
Ada or Ardor: A Family Chronicle. Enquanto a família era nominalmente
ortodoxa,
não eram muito ligados à religião e o pequeno Vladimir não foi forçado a
frequentar a igreja depois que perdera o interesse. Em 1916, herdou a
propriedade Rozhdestveno, perto de Vyra, de seu tio Vasiliy Ivanovich
Rukavishnikov ("tio Ruka" em
Speak, Memory), mas perdeu-a, na revolução, um ano mais tarde. Esta foi a única casa que possuiria em toda sua vida.
Emigração
Após a
revolução de fevereiro de 1917,
Vladimir Dmitrievich Nabokov tornou-se secretário do
Governo Provisório Russo e a família foi forçada a fugir da cidade, após a
revolução de outubro, para a
Crimeia, não esperando ser afastada por muito tempo. Moravam na propriedade de um amigo e em setembro de 1918 mudaram-se para
Livadia, na
Ucrânia.
O pai de Nabokov foi um ministro da justiça do governo provisório da
Crimeia. Após a retirada do exército alemão (novembro de 1918) e da
derrota do
Exército Branco, no início de 1919, os
Nabokovs partiram para o exílio na Europa Ocidental. Em 2 de abril de 1919, a família deixou
Sevastopol no último navio. Estabeleceram-se brevemente em Inglaterra, onde Vladimir foi matriculado no
Trinity College, em
Cambridge, e estudou línguas
eslavas e
latinas. Mais tarde, valeu-se das suas experiências de Cambridge para escrever o romance
Glory. Em 1920 a sua família mudou-se para Berlim, onde o seu pai criou o jornal imigrante
Rul (Leme). Nabokov seguiria para Berlim após terminar os seus estudos em Cambridge, dois anos depois.