terça-feira, outubro 10, 2023

Orson Welles morreu há trinta e oito anos...

   
George Orson Welles (Kenosha, Wisconsin, 6 de maio de 1915 - Hollywood, 10 de outubro de 1985) foi um cineasta dos Estados Unidos da América que também foi roteirista, produtor e ator. Iniciou a sua carreira no teatro, em Nova Iorque, em 1934.
  
Biografia
Órfão aos quinze anos, após a morte do pai (a sua mãe morreu ainda quando tinha 9 anos), George Orson Welles começou a estudar pintura em 1931, a primeira arte em que se envolveu. Adolescente, não via interesse nos estudos e em pouco tempo passou a atuar. Tal paixão levou-o a criar a sua própria companhia de teatro em 1937. Em 1938, Orson Welles produziu uma transmissão radiofónica intitulada A Guerra dos Mundos, adaptação da obra homónima de Herbert George Wells e que ficou famosa mundialmente por provocar pânico nos ouvintes, que imaginavam estar enfrentando uma invasão de extraterrestres. Um exército que ninguém via, mas que, de acordo com a dramatização radiofónica, em tom jornalístico, acabara de desembarcar no nosso planeta. O sucesso da transmissão foi tão grande que no dia seguinte todos queriam saber quem era o responsável pela tal partida. A fama do jovem Welles começava. Foi casado com a atriz Rita Hayworth e tiveram uma filha, Rebecca. O casal divorciou-se em 1948.
   
Citizen Kane
A sua estreia no cinema, em filmes de longa metragem, ocorreu em 1941 com Citizen Kane (em Portugal, "O Mundo a seus Pés" e no Brasil, "Cidadão Kane"), considerado pela crítica como um dos melhores filmes de todos os tempos e o mais importante dirigido por Welles.
Os elogios a Citizen Kane têm origem em três motivos:
  
Inovação
Welles inovou a estética do cinema com técnicas até então raríssimas nas produções cinematográficas. Algumas delas são:
  • Ângulos de câmara (uso de plongée e contra-plongée);
  • Exploração do campo (campo e contra-campo);
  • Narrativa (narrativa não linear);
  • Edição/Montagem (muito sofisticada para e época de sua realização, devido a não linearidade da narrativa).
  
Coragem
Orson Welles retratou em "Citizen Kane" a vida e a decadência de um magnata da comunicação norte-americana, baseado na história do milionário William Randolph Hearst. Esse filme foi um marco na carreira do ator. Mesmo estando pronto, "Citizen Kane" quase não saiu, fruto de problemas com Hearst. Ele teve nove nomeações para o Óscar, mas venceu apenas um, o de melhor roteiro original. A sua coragem de realizar esta obra prima acabou resultando no fechar de muitas portas no futuro, beirando o ostracismo no fim da vida.
    
Dinamismo
Foi diretor, co-roteirista, produtor e ator em "Citizen Kane", o que é surpreendente, pois no cinema o acumular de funções acaba influenciando de maneira negativa o resultado final. Mas no caso de Welles surgiu uma obra completamente à frente do seu tempo.
    

Hoje é de ouvir Verdi...

Cry to me...

Carlos Ramos nasceu há 116 anos...

(imagem daqui)

   

Carlos Augusto da Silva Ramos (Lisboa, 10 de outubro de 1907 - Lisboa, 9 de novembro de 1969), foi um fadista e guitarrista português. 

 

(...)


Uma trombose, ocorrida em meados da década de 60, viria a terminar, abruptamente, a sua carreira artística. Ramos morreria alguns anos mais tarde, em 1969. 

 

in Wikipédia

 

 

Não venhas tarde - Carlos Ramos

Letra e música de Frederico de Brito

Não venhas tarde!,
Dizes-me tu com carinho,
Sem nunca fazer alarde
Do que me pedes, baixinho.

Não venhas tarde!,
E eu peço a Deus que no fim
Teu coração ainda guarde
Um pouco de amor por mim.

Tu sabes bem
Que eu vou p'ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,
Tu estás sentindo
Que te minto e sou cobarde,
Mas sabes dizer, sorrindo,
Meu amor, não venhas tarde!

Não venhas tarde!,
Dizes-me sem azedume,
Quando o teu coração arde
Na fogueira do ciúme.

Não venhas tarde!,
Dizes-me tu da janela,
E eu venho sempre mais tarde,
Porque não sei fugir dela

Tu sabes bem
Que eu vou p'ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,

Sem alegria,
Eu confesso, tenho medo,
Que tu me digas um dia,
Meu amor, não venhas cedo!

Por ironia,
Pois nunca sei onde vais,
Que eu chegue cedo algum dia,
E seja tarde demais!

Thelonious Monk nasceu há cento e seis anos

     
    

 


Yul Brynner morreu há 38 anos...

          
Brynner era filho do inventor e cônsul suíço na Rússia, Boris Brynner, e de Marussia Blagowidowa.
Depois que o seu pai deixou a família, na década de 30, passou a infância entre Pequim e Paris, chegando a estudar Filosofia na Sorbonne. Em 1941, chegou aos Estados Unidos para estudar teatro. Oito anos depois estreou no cinema com o filme Port of New York.
Raspou a cabeça em 1951, quando foi convidado a representar um papel de Rei do Sião, no musical da Broadway, O Rei e Eu, peça que representou durante trinta anos. Anos depois ganhou o Óscar de melhor ator pela sua atuação no filme O Rei e Eu, baseado no mesmo espetáculo. Nos anos 70 ele retomaria o personagem numa série de televisão.
Foi a estrela de várias produções de sucesso, entre as quais podem ser citadas: Os Dez Mandamentos, Sete Homens e um Destino, Anastácia, a Princesa Esquecida, Os Irmãos Karamazov, Taras Bulba e O Farol do Fim do Mundo.
Casou quatro vezes e teve quatro filhos. Faleceu, vítima de cancro no pulmão, no mesmo dia em que faleceu o ator e realizador Orson Welles
  

Gabriella Cilmi faz hoje trinta e dois anos


  
Gabriella Lucia Cilmi (Melbourne, 10 de outubro de 1991) é uma cantora e compositora australiana e multi-vencedora do ARIA award. Ela é mais conhecida pelo seu single "Sweet About Me", lançado em abril de 2008 na Austrália.
 
      

 


Verdi nasceu há duzentos e dez anos

  
Giuseppe Fortunino Francesco Verdi (Roncole, 10 de outubro de 1813 - Milão, 27 de janeiro de 1901) foi um compositor de óperas do período romântico italiano, sendo na época considerado o maior compositor nacionalista da Itália, assim como Richard Wagner era na Alemanha.
  
       

 


Christopher Reeve morreu há dezanove anos...

  
Christopher D'Olier Reeve (Nova Iorque, 25 de setembro de 1952 - Mount Kisco, 10 de outubro de 2004) foi um ator, diretor, produtor e ativista norte-americano. O seu papel mais famoso foi o de Super-Homem, que ele interpretou numa série de quatro filmes famosos, começando por Superman (1978), para qual foi indicado para um prémio BAFTA. Reeve apareceu em outros filmes aclamados pela crítica como The Bostonians (1984), Street Smart (1987) e The Remains of the Day (1993). Ele recebeu um Screen Actors Guild Award e uma indicação para o Globo de Ouro, pelo seu desempenho no telefilme Rear Window (1998), remake do clássico de mesmo nome, lançado em 1954. Em 27 de maio de 1995, Reeve ficou tetraplégico após sofrer um acidente a cavalo durante uma competição equestre em Culpeper, passando a usar uma cadeira de rodas para se mover e um ventilador portátil para respirar. O ator passou a liderar uma campanha pela legalização de pesquisas com células-estaminais e fundou a Fundação Christopher Reeve, além de ter sido co-fundador do Centro de Pesquisa Reeve-Irvine. Morreu no dia 10 de outubro de 2004, aos 52 anos, vítima de uma grave infeção devido ao seu estado de saúde.



   

Solomon Burke morreu há treze anos...

      
Solomon Vincent McDonald Burke (Filadélfia, 21 de março de 1940 - Amesterdão, 10 de outubro de 2010), sendo mundialmente referido como Rei do Rock 'N Soul e Bispo do Soul, foi um cantor e compositor de música soul, gospel e rock americano, reconhecido como um dos músicos mais influentes do século XX, responsável pela introdução de ritmo gospel nas músicas de soul e rock & roll
     
 
   

 


Midge Ure nasceu há setenta anos...!

  

James "Midge" Ure (Cambuslang, 10 October 1953) is a Scottish musician, singer-songwriter and record producer. His stage name, Midge, is a phonetic reversal of Jim, the diminutive form of his actual name. Ure enjoyed particular success in the 1970s and 1980s in bands including Slik, Thin Lizzy, Rich Kids and Visage, and as the second frontman of Ultravox. In 1984, he co-wrote and produced the charity single "Do They Know It's Christmas?", which has sold 3.7 million copies in the UK. The song is the second-highest-selling single in UK chart history. Ure co-organised Band Aid, Live Aid and Live 8 with Bob Geldof. He acts as a trustee for the charity and also serves as an ambassador for Save the Children.

Ure is the producer and writer of several other synth-pop and new wave hit singles of the 1980s, including "Fade to Grey" (1980) by Visage and the Ultravox signature songs "Vienna" (1980) and "Dancing with Tears in My Eyes" (1984). He achieved his first UK top 10 solo hit in 1982 with "No Regrets". In 1985, his solo debut studio album The Gift reached number two in the UK Albums Chart and yielded the UK Singles Chart number-one single "If I Was". He also co-wrote Phil Lynott's "Yellow Pearl", which served as the theme of Top of the Pops for much of the 1980s. 

 

in Wikipédia

 


 

Vienna - Ultravox

We walked in the cold air
Freezing breath on the window pain
Lying waiting

A man in the dark in the picture frame
So mystic and soulful.
A voice reaching out and a piercing cry

It stays with you until
The feeling is gone
only you and I
This means nothing to me

This means nothing to me

Oh Vienna

The music is weaving
Haunting notes pizzicato strings

The rhythm is calling
Alone in the night as the daylight brings a cold empty silence
The warmth of your hand and a cold grey sky

It fades to the distance

The image is gone
only you and I
This means nothing to me

This means nothing to me

Oh Vienna

This means nothing to me

This means nothing to me

Oh Vienna

Édith Piaf morreu há sessenta anos...

        
Édith Giovanna Gassion, (Paris, 19 de dezembro de 1915 - Plascassier, 10 de outubro de 1963), ou simplesmente, Édith Piaf, foi uma cantora francesa de música de salão e variedades, mas foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson.
O seu canto expressava claramente a sua trágica história de vida. Entre os seus maiores sucessos estão "La vie en rose" (1946), "Hymne à l'amour" (1949), "Milord" (1959), "Non, je ne regrette rien" (1960). Participou de peças teatrais e filmes. Em junho de 2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando ao cinemas brasileiros com o título "Piaf – Um Hino ao Amor" e em Portugal "La Vie En Rose" (originalmente "La Môme", em inglês "La Vie En Rose"), com direção de Olivier Dahan.
Édith Piaf foi sepultada na mais célebre necrópole parisiense, o cemitério do Père-Lachaise. O seu funeral foi acompanhado por uma multidão poucas vezes vista na capital francesa. Hoje, o seu túmulo é um dos mais visitados por turistas do mundo inteiro.
    
(...)
    
Edith Piaf faleceu em 10 de outubro de 1963, vítima de cancro do fígado, em Plascassier, na localidade de Grasse nos Alpes Marítimos, aos 47 anos. O seu alcoolismo e uso excessivo de cigarros, juntamente a exorbitantes quantidades de barbitúricos para tratar as suas insónias, misturado com antidepressivos e opióides para tratar da sua artrite tiveram um severo impacto na sua saúde.
Poucos meses antes de sua morte, ela alugara uma mansão de 25 divisões frente à praia, onde passou dois meses de descanso com amigos e com o marido. Segundo o seu acordeonista, Marc Bonel, foi um período de muitas festas: almoços e jantares para 30 a 40 pessoas todos os dias, regados a muito champagne, uísque e música.
Por medida de economia, transferiu-se para uma casa em Plascassier, apenas com os seus funcionários principais: a enfermeira, o acordeonista, secretária e o empresário. Mesmo muito ocupado profissionalmente com viagens, o seu marido foi junto, onde na época trabalhava num filme em Paris para "assegurar o dinheiro do casal", como dizia a própria Piaf.
Édith Piaf faleceu em consequência de uma hemorragia interna no fígado: A cantora estava em coma há duas semanas.
Como disse certa vez um documentário, "sem um grito, sem uma palavra..." O transporte de seu corpo para Paris foi feito clandestina e ilegalmente e seu falecimento foi anunciado oficialmente no final do dia 11 de outubro. Faleceu no mesmo dia que o seu amigo Jean Cocteau e foi enterrada no cemitério do Père-Lachaise
 
       

 


segunda-feira, outubro 09, 2023

Hasta siempre, Comandante...

Camille Saint-Saens nasceu há 188 anos


     
Charles-Camille Saint-Saëns (Paris, 9 de outubro de 1835 – Argel, 16 de dezembro de 1921) foi um compositor francês, organista, maestro e pianista da era romântica. Os seus trabalhos mais conhecidos incluem Rondo Capriccioso (1863), o Segundo Concerto para Piano (1868), o Primeiro Concerto para Violoncelo (1872), Danse Macabre (1874), a ópera Sansão e Dalila (1877), o Terceiro Concerto para Violino (1880), a Terceira Sinfonia (órgão) (1886) e o Carnaval dos Animais (1887).
     

 


Poesia para recordar o Poeta a quem chamamos Rei-Lavrador...

(imagem daqui)

 

D. DINIS


Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
Arroio, esse cantar, jovem e puro,
Busca o oceano por achar;
E a fala dos pinhais, marulho obscuro,
É o som presente desse mar futuro,
É a voz da terra ansiando pelo mar.


9-2-1934


in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

Saudades da música de John Lennon e dos The Beatles...

Jackson Browne - 75 anos!

 

Clyde Jackson Browne (Heidelberg, 9 de outubro de 1948) é um cantor e compositor norte-americano. O seu interesse político e as suas angústias pessoais têm sido o centro de sua carreira, resultando em canções populares como “Somebody’s Baby”, “These Days”, “The Pretender” e “Running On Empty”. Em 2004, Browne foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame pelo seu amigo Bruce Springsteen. No mesmo ano, Browne recebeu um doutoramento honoris causa de Música do Occidental College de Los Angeles por “uma notável carreira musical que combina com sucesso uma arte intensamente pessoal com uma visão mais ampla de mudança social e de justiça”.

 


 


Música adequada à data...

O Papa Pio XII morreu há 65 anos...


Papa Pio XII
(em italiano: Pio XII, em latim: Pius PP. XII; O.P., nascido Eugenio Maria Giuseppe Giovanni Pacelli; Roma, 2 de março de 1876 - Castelgandolfo, 9 de outubro de 1958) foi eleito Papa no dia 2 de março de 1939 até à data da sua morte. Foi o primeiro Papa romano desde 1724.
Foi o único Papa do século XX a exercer o Magistério Extraordinário da Infalibilidade papal – invocado por Pio IX – quando definiu o dogma da Assunção de Maria em 1950, na sua encíclica Munificentissimus Deus. A sua ação durante a Segunda Guerra Mundial tem sido alvo de debate e polémica devido a sua posição papal de imparcialidade, com relação ao conflito. Ao todo criou 57 cardeais em dois consistórios.

  

Opus iustitiae pax

 

Provas escritas de ordem direta de Pio XII para proteger os judeus foram encontradas no Memorial das Religiosas Agustinas do mosteiro romano "Dei Santissimi Quattro Coronati" onde se lê: "O Santo Padre quer salvar os seus filhos, também os Judeus, e ordena que em todos os Mosteiros se dê hospitalidade a estes perseguidos". A anotação é de novembro de 1943 e inclui a lista de 24 pessoas acolhidas neste Mosteiro como adesão ao desejo do Sumo Pontífice.
A Pave the Way Foundation, uma fundação que se dedica à promoção da paz no mundo por meio do diálogo interreligioso, liderada pelo judeu Gary Lewis Krupp comunicou, em setembro de 2009, ao Papa Bento XVI uma iniciativa que busca dar a Pio XII o título de "Justo entre as Nações" – o que seria equivalente ao reconhecimento que faz a Igreja Católica dos santos - e assim colocar o seu nome no elenco do conhecido jardim dos justos no Yad Vashem de Jerusalém.

   

 

COMO DE VÓS...
À memória do Papa Pio XII que quis ouvir, moribundo, o “Allegretto” da Sétima Sinfonia de Beethoven.


Como de Vós, meu Deus, me fio em tudo,
mesmo no mal que consentis que eu faça,
por ser-Vos indiferente, ou não ser mal,
ou ser convosco um bem que eu não conheço,

importa pouco ou nada que em Vós creia,
que Vos invente ou não a fé que eu tenha,
que a própria fé não prove que existis,
ou que existir não seja a Vossa essência.

Não de existir sois feito, e também não
de ser pensado por quem só confia
em quem lhe fale, em quem o escute ou veja.
 
Humildemente sei que em Vós confio,
e mesmo isto o sei pouco ou quase esqueço,
pois que de Vós, meu Deus, me fio em tudo.


11.10.1958
 

 


in Fidelidade (1958) - Jorge de Sena

Karl Schwarzschild nasceu há cento e cinquenta anos...

 

   

Karl Schwarzschild (Frankfurt am Main, 9 de outubro de 1873 - Potsdam, 11 de maio de 1916) foi um astrónomo e físico alemão e um dos fundadores da moderna astrofísica.

Karl era o mais velho de 6 irmãos - Alfred Schwarzschild foi um artista, Hermann Schwarzschild foi agricultor, Otto Schwarzschild foi consultor financeiro, Robert Schwarzschild foi um industrial e Klara Schwarzschild casou-se com o astrofísico e meteorologista suíço Robert Emden. O seu pai, Moisés Martin Schwarzschild de quem teria herdado a capacidade de sustentação do trabalho duro, foi ativo na comunidade de negócios da cidade e sua mãe Henrietta Francisca Sabel, uma pessoa vivaz e calorosa de quem teria herdado os traços que formariam sua personalidade. A sua grande família era conhecida por cultivar profundo interesse em arte e cultura. No entanto, Karl tornou-se o primeiro da família a seguir uma carreira na ciência.
   
(...)
   
As características de Karl não eram aquelas que são normalmente associadas aos cientistas de sua nacionalidade. Ele era um alpinista entusiasmado e tinha realizado algumas das subidas mais complicadas dos Alpes. Ele tinha um espírito de aventura e praticava desportos de inverno na Suíça. Um voo de Zeppelin foi sua última grande aventura.
Como a sua morte, muito prematura, as honras foram relativamente poucas durante sua vida. Recebeu honras póstumas de um observatório, fundado em 1960, em Tautenburg como Instituto afiliado da Academia Alemã de Ciências. A dedicação descreveu-o como: “...o maior astrónomo alemão dos últimos 100 anos...”. Após a reunificação da Alemanha o Instituto foi refundado em 1992 e renomeado "Observatório Karl Schwarzschild" do estado de Turíngia de Tautenburg, que possui o maior telescópio da Alemanha. A Sociedade Astronómica Alemã estabeleceu um eleitorado especial em sua homenagem em 1959 e uma medalha Karl Schwarzschild de Astronomia. O primeiro destinatário foi seu filho Martin Schwarzschild. O asteroide 837 Schwarzschild, descoberto em 23 de setembro de 1916 pelo astrónomo alemão Max Wolf, foi nomeado em sua homenagem bem como a cratera de Schwarzschild na Lua.
    

Léopold Senghor nasceu há 117 anos


 

Léopold Sédar Senghor (Joal-Fadiout, 9 de outubro de 1906 - Verson, 20 de dezembro de 2001) foi um político e escritor senegalês. Governou o país como presidente de 1960 a 1980.
Foi, entre as duas Guerras Mundiais, juntamente com o poeta antilhano Aimé Césaire, ideólogo do conceito de negritude.

Senghor nasceu em 1906 na cidade costeira de Joal. O seu pai, Basile Diogoye Senghor, era um comerciante católico de etnia serer, minoritária no Senegal. a sua mãe, Gnilane Ndiémé Bakhou, era muçulmana de etnia peul. O sobrenome de seu pai, Senghor deriva da palavra portuguesa "senhor".
Em 1928 foi estudar em Paris, onde entrou para a Sorbonne, lá permanecendo entre 1935 e 1939, tornando-se o primeiro africano a completar uma licenciatura nesta universidade parisiense.
Como escritor, desenvolveu a Négritude (movimento literário que exaltava a identidade negra, lamentando o impacto negativo que a cultura europeia teve junto das tradições africanas). Nas suas obras, as mais engrandecidas são Chants d'ombre(1945), Hosties noires (1948), Ethiopiques (1956), Nocturnes (1961) e Elegies majeures (1979). A sua obra tem como tema principal a cultura africana, que tanto ajudou a difundir, e o seu estilo como escritor se aproxima com a literatura francesa.
Durante a Segunda Guerra Mundial esteve preso por dois anos num campo de concentração nazi e só depois é que os seus ensaios e poemas seriam publicados.
Entre 1948 e 1958 foi deputado senegalês na Assembleia Nacional Francesa, sendo o primeiro negro a ocupar o cargo de deputado nessa Assembleia.
Quando o Senegal proclamou a independência, em 1960 - por conta de um apelo feito por Léopold ao então presidente da França, Charles de Gaulle - Senghor foi eleito por unanimidade presidente da nova República, vindo a desempenhar o cargo ate ao final de 1980, graças a reeleições sucessivas.
Defensor do socialismo aplicado à realidade africana, tentou desenvolver a agricultura, combater a corrupção e manter uma política de cooperação com a França.
  

  
Poème à mon frère blanc

 
Cher frère blanc,
Quand je suis né, j'étais noir,
Quand j'ai grandi, j'étais noir,
Quand je suis au soleil, je suis noir,
Quand je suis malade, je suis noir,
Quand je mourrai, je serai noir.

Tandis que toi, homme blanc,
Quand tu es né, tu étais rose,
Quand tu as grandi, tu étais blanc,
Quand tu vas au soleil, tu es rouge,
Quand tu as froid, tu es bleu,
Quand tu as peur, tu es vert,
Quand tu es malade, tu es jaune,
Quand tu mourras, tu seras gris.

Alors, de nous deux,
Qui est l'homme de couleur?
 
 

Léopold Sédar Senghor

Che Guevara foi executado há cinquenta e seis anos...

Che Guevara (fotografia de Alberto Korda)
         
Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como "Che" Guevara (Rosário, 14 de junho de 1928 - La Higuera, 9 de outubro de 1967), foi um guerrilheiro, político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano.
    
Guevara foi um dos ideólogos e comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953-1959) que levou a um novo regime político em Cuba. Ele participou, até 1965, na reorganização do Estado cubano, desempenhando vários altos cargos da sua administração e do governo, principalmente na área económica, como presidente do Banco Nacional e como Ministro da Indústria, e também na área diplomática, encarregado de várias missões internacionais.
Convencido da necessidade de estender a luta armada revolucionária a todo o Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação de grupos guerrilheiros em vários países da América Latina. Entre 1965 e 1967, lutou no Congo e na Bolívia, onde foi capturado, e assassinado de maneira sumária e clandestina, pelo exército boliviano, em colaboração com a CIA, a 9 de outubro de 1967.
    
(...)   
     

No final de 1966, a localização de Guevara ainda não era conhecida publicamente, embora representantes do movimento de independência de Moçambique, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), relatassem que se encontraram com ele no final de 1966 em Dar es Salaam para tratar da sua oferta para ajudar no seu projeto revolucionário, que foi rejeitada.

Antes de partir para a Bolívia, alterou a sua aparência, rapando a barba e grande parte do cabelo, também pintando-o de cor cinza, ficando irreconhecível. Em 3 de novembro de 1966, chegou secretamente em La Paz em um voo de Montevidéu com o nome falso Adolfo Mena González, fazendo-se passar por um empresário uruguaio de meia-idade que trabalhava para a Organização dos Estados Americanos. 

Três dias depois de sua chegada à Bolívia, deixou La Paz para a região rural do sudeste do país para formar o seu exército guerrilheiro. O seu primeiro acampamento base era localizado na floresta seca e montanhosa na remota região de Ñancahuazú. O treino no acampamento no vale de Ñancahuazú provou ser perigoso, e pouco foi conseguido para construir um exército guerrilheiro. A funcionária da Alemanha Oriental nascida na Argentina, Haydée Tamara Bunke Bider, mais conhecida por seu nome de guerra "Tania", foi instalada como agente principal de Che em La Paz.

A força guerrilheira de Guevara, que contava com cerca de 50 homens e atuava sob a sigla ELN (Exército de Libertação Nacional da Bolívia), estava bem equipada e obteve inúmeros sucessos antecipados contra os soldados regulares do exército boliviano no terreno da região montanhosa de Camiri durante os primeiros meses de 1967. Como resultado da vitória das suas unidades em várias escaramuças contra as tropas bolivianas na primavera e no verão de 1967, o governo boliviano começou a sobrestimar o tamanho real da força de guerrilha.

Os pesquisadores supõem que o plano de Guevara para fomentar uma revolução na Bolívia fracassou por uma série de razões:

  • Guevara esperava assistência e cooperação dos dissidentes locais que não recebeu, nem recebeu apoio do Partido Comunista da Bolívia sob a liderança de Mario Monje, que era orientado por Moscovo e não por Havana. No diário de Guevara, capturado após sua morte, ele escreveu sobre o Partido Comunista da Bolívia, que ele qualificou de "desconfiado, desleal e estúpido".
  • Ele esperava lidar apenas com os militares bolivianos, que estavam mal treinados e mal equipados, e não sabia que o governo dos Estados Unidos havia enviado uma equipa de comandos da Special Activities Division da CIA e outros agentes para a Bolívia para ajudar no esforço anti-insurreição. O Exército boliviano também foi treinado, assessorado e abastecido pelas Forças Especiais do Exército dos Estados Unidos, incluindo um batalhão de elite dos Rangers norte-americanos treinados em guerra na selva que montou acampamento em La Esperanza, um pequeno povoado próximo da localização dos guerrilheiros.

Além disso, sua conhecida preferência por confrontos em vez de compromissos, que já haviam surgido durante sua campanha de guerrilha em Cuba, contribuiu para sua incapacidade de desenvolver relações de trabalho bem-sucedidas com líderes rebeldes locais na Bolívia, assim como no Congo. Essa tendência existiu em Cuba, mas foi mantida sob controle pelas oportunas intervenções e orientação de Fidel Castro.

Guevara foi incapaz de atrair habitantes da área local para se juntar a sua milícia durante os onze meses em que tentou o recrutamento. Muitos dos habitantes informaram voluntariamente as autoridades e militares bolivianos sobre os guerrilheiros e seus movimentos na área. Perto do fim da aventura boliviana, ele escreveu em seu diário que "os camponeses não nos dão nenhuma ajuda e estão se transformando em informantes".
 
Captura e morte

Félix Ismael Rodríguez, um exilado cubano que se tornou um agente da Divisão de Atividades Especiais da CIA, acessorou as tropas bolivianas durante a caçada a Guevara na Bolívia. Além disso, o documentário My Enemy's Enemy, de 2007, alega que o criminoso de guerra nazi Klaus Barbie aconselhou e possivelmente ajudou a CIA a orquestrar a eventual captura do revolucionário.

Em 7 de outubro de 1967, um informante avisou as Forças Especiais da Bolívia sobre a localização do acampamento de guerrilha na garganta de Yuro. Na manhã de 8 de outubro cercaram a área com dois batalhões, contando com mil e oitocentos soldados e avançaram até ao barranco, desencadeando uma batalha em que Guevara foi ferido e feito prisioneiro enquanto liderava um destacamento com Simeón Cuba Sarabia. Jon Lee Anderson, biógrafo de Che, relatou a história do sargento boliviano Bernardino Huanca: quando os Rangers Bolivianos se aproximaram, Guevara duas vezes ferido, com sua arma inutilizada, ergueu os braços em sinal de rendição e gritou aos soldados: "Não atire! Eu sou Che Guevara e valho mais para você vivo do que morto".

Não havia ninguém mais temido pela empresa (CIA) do que Che Guevara, porque ele tinha a capacidade e o carisma necessários para dirigir a luta contra a repressão política das hierarquias tradicionais no poder nos países da América Latina.
Philip Agee, agente da CIA de 1957-1968, depois desertou para Cuba

Ele foi amarrado e levado para uma escola delapidada de lama na aldeia vizinha de La Higuera na noite de 8 de outubro. Durante o próximo meio dia, recusou ser interrogado por oficiais bolivianos e só falou em voz baixa com os soldados. Um desses soldados, um piloto de helicóptero chamado Jaime Nino de Guzman, descreveu Che como "terrível". De acordo com Guzman, o revolucionário foi baleado na barriga da perna direita, o seu cabelo estava sujo de barro, as suas roupas estavam rasgadas e os seus pés estavam cobertos por bainhas de couro. Apesar de sua aparência abatida, ele conta que "Che ergueu a cabeça, olhou todos diretamente nos olhos e pediu apenas para fumar". Guzman afirma que ele "teve pena" e deu-lhe uma pequena bolsa de tabaco para o cachimbo, e Guevara sorriu e agradeceu-lhe. Mais tarde, na noite de 8 de outubro, Guevara - apesar de ter as mãos amarradas - chutou um oficial do exército boliviano, chamado Capitão Espinosa, contra um muro depois que o oficial entrou na escola e tentou arrancar o cachimbo de sua boca para levar como lembrança enquanto ele ainda estava fumando. Noutro caso de desafio, cuspiu na cara do contra-almirante boliviano Ugarteche, que o tentou questionar algumas horas antes da sua execução.

Na manhã seguinte, 9 de outubro, Guevara pediu para ver a professora da aldeia, uma mulher de 22 anos chamada Julia Cortez. Mais tarde, ela afirmou que o encontrou como um "homem de aparência agradável com um olhar suave e irónico" e que durante a conversa ela se viu "incapaz de olhá-lo nos olhos" porque seu "olhar era insuportável, penetrante e tranquilo". Durante a sua curta conversa, apontou para Cortez o mau estado da escola, afirmando que era "anti-pedagógico" esperar que os estudantes camponeses fossem educados lá, enquanto "funcionários do governo dirigem carros Mercedes", e declarando que "é contra isso que nós estamos lutando". 

Naquela manhã de 9 de outubro, o presidente boliviano, René Barrientos Ortuño, ordenou que Guevara fosse morto. A ordem foi retransmitida para a unidade que o detinha por Félix Rodríguez, apesar do desejo do governo dos Estados Unidos de que ele fosse levado ao Panamá para mais interrogatórios. O carrasco que se ofereceu para matar o revolucionário foi Mario Terán, um sargento de 27 anos do exército que, embora meio bêbado, pediu para atirar nele porque três de seus amigos da Companhia B, todos com o mesmo nome de "Mario", haviam sido mortos num tiroteio com o grupo guerrilheiro vários dias antes. Para fazer as feridas de bala parecerem consistentes com a história que o governo boliviano planeava divulgar ao público, Félix Rodríguez ordenou que Terán não atirasse na cabeça, mas apontasse com cuidado para fazer parecer que havia sido morto em ação durante um confronto com o exército. René Barrientos nunca revelou seus motivos para ordenar a execução sumária de Guevara em vez de julgá-lo ou expulsá-lo do país ou entregá-lo às autoridades dos Estados Unidos. Gary Prado, o capitão boliviano no comando da companhia do exército que capturou Guevara, disse que as razões pelas quais Barrientos ordenou  a sua execução imediata eram para que não houvesse possibilidade de Guevara escapar da prisão, e também para que não houvesse drama de um julgamento público, em que a publicidade adversa pode acontecer.

Cerca de 30 minutos antes de Guevara ser morto, Félix Rodríguez tentou questioná-lo sobre o paradeiro de outros guerrilheiros que estavam atualmente em liberdade, mas ele continuou a permanecer em silêncio. Rodríguez, auxiliado por alguns soldados bolivianos, ajudou-o a ficar de pé e levou-o para fora da cabana para desfilar diante de outros soldados bolivianos onde ele posou para uma fotografia ao lado de Guevara. Depois disso, Rodríguez disse a Guevara que ele seria executado. Um pouco mais tarde, Che foi questionado por um dos soldados que o vigiavam se ele estava pensando na sua própria imortalidade. "Não", ele respondeu, "estou pensando na imortalidade da revolução". Poucos minutos depois, o sargento Terán entrou na cabana para atirar nele, que neste momento se levantou e falou suas últimas palavras: "Eu sei que você veio me matar. Atire, covarde! Você só vai matar um homem!". Terán hesitou, depois apontou a carabina M2 de carregamento automático e abriu fogo, atingindo-o nos braços e nas pernas. Então, quando se contorceu no chão, aparentemente mordendo um de seus pulsos para evitar gritar, Terán disparou outra vez, ferindo-o fatalmente no peito. Guevara foi declarado morto às 13.10, hora local, segundo Rodríguez. Ao todo, foi baleado nove vezes por Terán, cinco vezes nas pernas, uma vez no ombro e no braço direito e uma vez no peito e na garganta.

Meses antes, durante sua última declaração pública à Conferência Tricontinental, Guevara escreveu seu próprio epitáfio, declarando: "Onde quer que a morte possa nos surpreender, que seja bem-vinda, desde que este nosso grito de guerra tenha chegado a algum ouvido recetivo e outra mão possa ser estendida para manejar nossas armas".
   

 
Após a sua execução, o corpo de Guevara foi amarrado aos patins de aterragem de um helicóptero e transportado para Vallegrande, onde foram tiradas fotografias dele deitado numa laje de cimento na lavandaria da Nuestra Señora de Malta. Várias testemunhas foram chamadas para confirmar sua identidade, entre elas o jornalista britânico Richard Gott, a única testemunha que o conhecera quando ainda estava vivo. Colocado em exibição, enquanto centenas de residentes locais passavam pelo corpo, o cadáver era considerado por muitos como representando um rosto "semelhante a Cristo", com alguns até mesmo aparando mechas de cabelo como relíquias divinas. Tais comparações foram estendidas ainda mais quando o crítico de arte britânico John Berger, duas semanas depois de ver as fotografias post-mortem, observou que elas se assemelhavam a duas pinturas famosas: A Lição de Anatomia do Dr. Tulp de Rembrandt e a Lamentação sobre o Cristo Morto de Andrea Mantegna. Havia também quatro correspondentes presentes quando o corpo de Guevara chegou a Vallegrande, incluindo Björn Kumm, do sueco Aftonbladet, que descreveu a cena em um 11 de novembro de 1967, exclusivo para o New Republic.

Um memorando desclassificado datado de 11 de outubro de 1967 para o presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson, de seu assessor de segurança nacional Walt Whitman Rostow, chamou a decisão de matar Guevara de "estúpida" mas "compreensível do ponto de vista boliviano". Após a execução, Rodríguez levou vários itens pessoais de Guevara, incluindo um relógio que ele continuou a usar muitos anos depois, muitas vezes mostrando-os aos repórteres durante os anos seguintes. Hoje, alguns desses pertences, incluindo a sua lanterna, estão em exibição na CIA. Depois que um médico militar amputou suas mãos, oficiais do exército boliviano transferiram seu corpo para um local não revelado e se recusaram a revelar se seus restos tinham sido enterrados ou cremados. As mãos foram enviadas para Buenos Aires para identificação de impressões digitais. As mãos de Che, assim como ocorrera com o seu diário, foram levadas clandestinamente ao exterior com auxílio do então Ministro do Interior da Bolívia, Antonio Arguedas. As mãos chegariam em Cuba nos primeiros dias de 1970.
 

Em 15 de outubro, em Havana, Fidel Castro reconheceu publicamente que Guevara estava morto e proclamou três dias de luto oficial em toda a ilha. Em 18 de outubro, Castro dirigiu-se a uma multidão de um milhão de pessoas na Plaza de la Revolución de Havana e falou sobre o caráter revolucionário de Guevara. Fidel fechou o seu fervoroso elogio assim:

Se quisermos expressar o que queremos que os homens das gerações futuras sejam, devemos dizer: Que sejam como Che! Se quisermos dizer como queremos que nossos filhos sejam educados, devemos dizer sem hesitação: queremos que eles sejam educados no espírito de Che! Se queremos o modelo de um homem, que não pertence ao nosso tempo, mas ao futuro, digo do fundo do meu coração que tal modelo, sem uma única mancha em sua conduta, sem uma única mancha em sua ação, é Che!

     

PJ Harvey faz hoje cinquenta e quatro anos...!

  
Polly Jean Harvey (Dorset, 9 de outubro de 1969) é uma cantora britânica, considerada uma das mais importantes artistas da sua geração e um dos ícones do rock da década de 90, influenciando vários artistas da sua época e posteriormente.

 


Schindler morreu há 49 anos...

  
Oskar Schindler (Svitavy, 28 de abril de 1908 – Hildesheim, 9 de outubro de 1974) foi um industrial alemão da região sudeta, espião e membro do Partido Nazi, que salvou da morte cerca de 1.200 judeus durante o Holocausto, empregando-os nas suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas nas atuais Polónia e República Checa, respetivamente. É o tema principal do romance de 1982, Schindler's Ark, e do filme de 1993, Schindler's List, que mostra a sua vida como um oportunista interessado no lucro, inicialmente, mas que acabou por mostrar uma iniciativa e dedicação extraordinárias, com o objetivo de salvar as vidas dos seus empregados judeus.
Schindler cresceu em Zwittau, Morávia, e teve vários trabalhos até se juntar à Abwehr, o serviço de informação da Alemanha Nazi, em 1936. Aderiu ao Partido Nazi em 1939. Antes da ocupação alemã da Checoslováquia, em 1938, Schindler recolhia informações sobre caminhos-de-ferro e movimentos de tropas para o governo alemão. Foi preso por espionagem pelo governo checoslovaco, mas foi libertado, segundo os termos do Acordo de Munique, em 1938. Schindler continuou o seu trabalho de recolha de informações para os nazis, na Polónia, em 1939, antes da invasão daquele território, no início da Segunda Guerra Mundial.
Em 1939, Schindler obteve uma fábrica de esmaltes em Cracóvia, Polónia, que empregava 1.750 trabalhadores, dos quais cerca de mil eram judeus, no auge da produção da fábrica, em 1944. As suas ligações da Abwehr ajudaram Schindler a proteger os trabalhadores judeus de uma deportação certa e da morte nos campos de concentração nazis. De início, Schindler estava apenas interessado em fazer dinheiro fácil com o negócio. Mais tarde começou a proteger os seus trabalhadores, sem olhar a custos. Com o tempo, Schindler teve que subornar os oficiais nazis com dinheiro e ofertas de luxo, obtidas no mercado-negro, para manter os seus empregados seguros e vivos.
Quando a Alemanha começou a perder a guerra, em julho de 1944, as Schutzstaffel (SS) começaram a fechar os campos de concentração a leste e a evacuar os restantes prisioneiros para oeste. Muitos foram mortos no campo de concentração de Auschwitz e Gross-Rosen. Schindler convenceu o SS-Hauptsturmführer Amon Göth, comandante do Campo de contração de Kraków-Płaszów, a transferir a sua fábrica para Brünnlitz, na Região dos Sudetas, poupando, assim, os seus trabalhadores da morte nas câmaras de gás. Utilizando os nomes fornecidos pelo oficial da polícia dos guetos judeus Marcel Goldberg, o secretário de Göth, Mietek Pemper, compilou, e passou a papel, uma lista de 1.200 judeus que viajaram para Brünnlitz em outubro de 1944. Schindler continuou a subornar os oficiais das SS para impedir o massacre dos seus empregados, até ao final da Segunda Guerra Mundial na Europa, em maio de 1945, altura em que tinha já gasto a sua fortuna em subornos e no mercado-negro para comprar provisões para os seus funcionários.
Schindler foi viver para a Alemanha a seguir à guerra, onde foi apoiado, financeiramente, por organizações judaicas de salvamento. Depois de receber um reembolso parcial pelos seus gastos em tempo de guerra, viajou para a Argentina, com a sua esposa, para uma quinta. Quando entrou em bancarrota em 1958, Schindler deixou a sua mulher e regressou à Alemanha, onde foi mal-sucedido em vários negócios, e teve que ser ajudado pelos seus Schindlerjuden ("Judeus de Schindler") – aqueles cujas vidas ele salvou durante a guerra. Schindler recebeu a designação de justo entre as nações pelo governo de Israel em 1963, e morreu a 9 de outubro de 1974.
   
  
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