quinta-feira, dezembro 20, 2018

Bobby Darin morreu há 45 anos

Bobby Darin, nascido Walden Robert Cassotto (Harlem, Nova Iorque, 14 de maio de 1936 - Los Angeles, 20 de dezembro de 1973) foi um cantor e ator norte-americano.
Viveu uma existência dramática, vindo do nada até atingir o estrelato, Bobby Darin, desde seu nascimento, enfrentou diversas dificuldades, a começar quando, ainda em sua infância, o médico após examiná-lo, constatou que ele sofria de problemas cardíacos e declarou que iria ter pouco tempo de vida, devido à gravidade da sua enfermidade. Por isso decidiu viver a sua vida de maneira muito intensa - viveu como se todo dia fosse o seu último.
Bobby é um exemplo de superação de sensibilidade, que encontra forças nas suas lembranças de infância, que ele nunca esqueceu, para enfrentar a vida com alegria e, acima de tudo, muito talento.
Entretanto, Bobby foi um conquistador, um vencedor nato, para começar venceu uma infância extremamente difícil, porque além de ficar em casa por causa da doença, sem poder brincar como as outras crianças, não conheceu o pai - este abandonou a sua mãe.
Bobby cresceu em um bairro pobre, e mesmo contra as recomendações do médico e da sua mãe de não fazer muitos esforços, tornou-se mais tarde umas das maiores estrelas da América.
Os seus maiores sucessos foram as canções "Dream lover" e "Splish splash".
A sua carreira começou graças à sua 'mãe', Holly, que, ao descobrir que o filho talvez não chegasse aos 15 anos, o incentivou a aprender a tocar vários instrumentos.
Quando foi a Itália gravar "Come September" conheceu no set aquela que seria a sua esposa, a também atriz Sandra Dee. Fez de tudo para conquistá-la e acabou conseguindo, mas a mãe da atriz nunca aceitou o romance deles e tentou separá-los, mas não conseguiu.
Bobby Darin casou com Sandra Dee em 1960, no dia seguinte ao final das gravações. Embora a amasse de verdade, Bobby começa a brilhar mais do que a sua companheira no cinema, é nomeado para um Óscar e o seu brilho ofusca o da sua mulher, tendo sido o seu maior problema no relacionamento. Em 1961, nasce o seu o único filho, Dodd Mitchell Darin, e eles divorciam-se em 1967.
Lutando muito, dia após dia, percorreu um caminho que o levou dos duvidosos clubes noturnos até ao seu destino de sonho, o Copacabana, onde levou multidões ao delírio com as suas interpretações. Ele era o máximo, tanto quando cantava, quanto quando escrevia as canções ou quando tocava, apesar da doença que o perseguia desde a sua infância.
Isolado e confuso, foi obrigado a confiar nos seus amigos, na família e no seu extraordinário talento para acalmar os seus demónios e aceitar quem era e o que a sua vida significou, tendo sido nomeado para um Óscar e ganho um Grammy.
Por causa de Sandra (Sandy como costumava chamar), Bobby interrompeu a sua carreira para se dedicar mais à sua vida particular, e isso fez com que a sua fama baixasse.
Em tempos de guerra, tentando a volta por cima, Bobby começa a apoiar o presidente Kennedy e escreve músicas sobre a guerra do Vietname. O seu esplendoroso regresso ao palco aconteceu antes da sua morte. Só aí apresenta a sua verdadeira mãe, Nina, pois só naquela época descobre que a sua suposta irmã mais velha era, na verdade, a sua mãe, que o teve ainda jovem e não pode assumi-lo devido ao facto de ser mãe solteira e não saber quem era o pai de Darin, sendo isto uma das maiores decepções de sua vida. Para não ser chamado de bastardo na época, a sua mãe o deu à avó, Holly, que era considerada por ele a sua verdadeira mãe. Darin faleceu no dia 20 de dezembro de 1973, após uma cirurgia no coração. Existe um filme contando a sua história, chama-se "Uma vida sem limites". 
 

quarta-feira, dezembro 19, 2018

Édith Piaf nasceu há 103 anos

Édith Giovanna Gassion, (Paris, 19 de dezembro de 1915 - Plascassier, 11 de outubro de 1963), ou simplesmente, Édith Piaf foi uma cantora francesa de música de salão e variedades, mas foi reconhecida internacionalmente pelo seu talento no estilo francês da chanson.
O seu canto expressava claramente a sua trágica história de vida. Entre seus maiores sucessos estão "La vie en rose" (1946), "Hymne à l'amour" (1949), "Milord" (1959), "Non, je ne regrette rien" (1960), tendo participado em várias peças teatrais e filmes. Em junho de 2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando ao cinemas brasileiros em agosto do mesmo ano com o título "Piaf – Um Hino Ao Amor" (originalmente "La Môme", em inglês "La Vie En Rose"), direção de Olivier Dahan.
Édith Piaf está sepultada na mais célebre necrópole parisiense, o cemitério do Père-Lachaise. O seu funeral foi acompanhado por uma multidão poucas vezes vista na capital francesa e hoje, o seu túmulo, é um dos mais visitados por turistas do mundo inteiro.
 

Alexandre O'Neill nasceu há 94 anos

(imagem daqui)

Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões (Lisboa, 19 de dezembro de 1924 - Lisboa, 21 de agosto de 1986) foi um importante poeta do movimento surrealista português. Era descendente de irlandeses.
Autodidacta, O’Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens A Ampola Miraculosa, mas o grupo rapidamente se desdobra e acaba. As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua acção à publicidade. É da sua autoria o lema publicitário «Há mar e mar, há ir e voltar». Foi várias vezes preso pela polícia política da II República, a PIDE.
 
Cão
  
Cão passageiro, cão estrito
Cão rasteiro cor de luva amarela,
Apara lápis, fraldiqueiro,
Cão liquefeito, cão estafado
Cão de gravata pendente,
Cão de orelhas engomadas,
de remexido rabo ausente,
Cão ululante, cão coruscante,
Cão magro, tétrico, maldito,
a desfazer-se num ganido,
a refazer-se num latido,
cão disparado: cão aqui,
cão ali, e sempre cão.
Cão marrado, preso a um fio de cheiro,
cão a esburgar o osso
essencial do dia a dia,
cão estouvado de alegria,
cão formal de poesia,
cão-soneto de ão-ão bem martelado,
cão moido de pancada
e condoído do dono,
cão: esfera do sono,
cão de pura invenção,
cão pré fabricado,
cão espelho, cão cinzeiro, cão botija,
cão de olhos que afligem,
cão problema...
Sai depressa, ó cão, deste poema!

terça-feira, dezembro 18, 2018

Keith Richards - 75 anos!

Keith Richards (Dartford, 18 de dezembro de 1943) é um músico, compositor e ator britânico, considerado um dos grandes nomes do rock do século XX como integrante e fundador dos The Rolling Stones. Foi considerado o terceiro melhor guitarrista do mundo pela revista norte-americana Rolling Stone.
   
Biografia
Keith Richards nasceu em 18 de dezembro de 1943, em Dartford, Condado de Kent, filho único de Bertrand Richards e Doris Dupree Richards. Ele viveu os seus primeiros anos sob o ataque dos foguetes V-1 nazis sobre a sua cidade. Filho de trabalhadores de fábrica e neto de socialistas e líderes de lutas pelos direitos civis, o seu contato com a música veio desde criança, através do avô Gus, que tinha em sua casa um velho violão de cordas de tripas, como diz na sua autobiografia.
Keith, ainda jovem, admirava o Rock and Roll e o Blues produzido nos Estados Unidos, sendo fã de Elvis Presley, Muddy Waters e Willie Dixon, entre outros. Estudava na Sidcup School of Art, quando, em 1961, reencontrou o amigo de infância Mick Jagger, também aficionado em Blues. Logo Keith abandonou os estudos e investiu tudo na banda.
Admirador do tipo de música do guitarrista negro americano Chuck Berry, um dos precursores do rock’n'roll, Keith foi o principal responsável pela introdução do rhythm and blues no reportório da banda, que ele desenvolveu com o outro fundador, Brian Jones, introduzindo um som de duas guitarras na linha rítmica dos Stones, fazendo a diferença com o grupo que explodia no mundo todo na época do começo de sua carreira, os Beatles e criando um som mais pesado.
Considerado um dos maiores criadores de riffs – refrões musicais – da história do rock e autor de (I Can't Get No) Satisfaction, o grande hino da carreira dos Stones até hoje – criada durante uma noite insonia num quarto de hotel de Los Angeles em 1965 - Richards e seus companheiros de banda Brian Jones, Mick Jagger, Charlie Watts e Bill Wyman, os originais Rolling Stones, tiveram sucesso no Reino Unido e em todo o planeta a partir da segunda metade dos anos 60, fazendo uma música crua e de letras provocantes, misturando rock, folk, pop, soul e gospel, vendendo milhões de discos e arrebatando plateias e fãs em todos os cantos do mundo, quando eram considerados a maior banda rhythm and blues e a segunda maior banda da história, depois de seus eternos rivais-amigos, The Beatles, a quem faziam o contraponto de “meninos maus”, diferente da imagem de bons do grupo de Liverpool.
Tem uma parceria histórica com Mick Jagger, a qual foi batizada de The Glimmer Twins. Ambos têm uma relação que vem desde a infância, mas alterna momentos de fraternidade, com vários desencontros e lutas. Keith, na sua auto-biografia, confessou que não suporta as pretensões de Jagger, os seus “cálculos”, o seu excesso de atenção aos negócios, a sua ânsia pela aprovação do establishment e a sua tendência ocasional de tratar Richards e os outros membros da banda como empregados, tendo afirmado: "...Eu adorava andar com Mick, mas não entro no seu camarim há uns vinte anos. Às vezes, sinto saudades do meu amigo". Em outra vez, afirmou: "As únicas coisas de que Mick e eu discordamos é a banda, a música e o que fazemos.
Keith tem dois filhos de sua ligação com a atriz e mulher de diversas atividades culturais Anita Pallenberg, a sua companheira nos primeiros anos de drogas e loucuras com os Rolling Stones. Em 1976, enquanto Keith estava em tour, o terceiro filho dele com Pallenberg, uma bebé chamada Tara, morreu no berço. O seu vício em drogas, público e ostensivo, marcou época. Em 1973, os editores da revista especializada New Musical Express puseram Keith no topo de sua lista anual de “estrelas do rock com maior probabilidade de morrer” naquele ano. Mesmo para um roqueiro, em uma época em que a experimentação e uso de narcóticos entre astros do Rock era uma moda quase obrigatória, Richards consumia quantidades hercúleas de heroína, cocaína, mescalina, LSD, peiote, mandrax, tuinal, liamba, além de muitas bebidas alcoólicas, o que levou observadores a acharem que ele estava com os dias contados. Richards permaneceu no topo da lista do observatório da morte durante dez anos, até que, o New Musical Express finalmente admitiu que ele era "imortal". O ponto decisivo para Keith, foi quando do incidente em Toronto em 1977: Keith fora detido com grande quantidade de drogas, processado pela justiça canadiana,e quase condenado como traficante internacional de drogas. Depois disso, começou a tratar-se da dependência. Reza a lenda que Keith trocou todo o seu sangue numa clínica suíça, para ajudá-lo a livrar-se da dependência da heroína que pontuou a sua vida durante os anos 60 e 70.
Desta parte mais depressiva da sua vida, Richards emergiu curado do vício e casado com a modelo nova-iorquina Patti Hansen, uma das mais famosas e bonitas do mundo na época, com quem tem duas filhas: Theodora Dupree (18 de março de 1985) e Alexandra Nicole (28 de junho de 1986).
Além do seu trabalho com os Stones, Keith também manteve uma carreira solo paralela, além de gravar com outros artistas como Steve Jordan, Tom Waits, John Phillips, Aretha Franklin, Bono, The Edge e outros.
Em 2007, Keith fez uma participação especial no filme Piratas das Caraíbas: Nos Confins do Mundo, como Capitão Teague, pai de Jack Sparrow, interpretado por Johnny Depp, e voltou ao papel no filme Piratas das Caraíbas: Por Estranhas Marés que se estreou em 20 de maio de 2011.
  
Sonoridade típica 
 Um dos segredos da sonoridade única produzida por Keith é a afinação diferente da sua guitarra, que ele descobriu “...no final de 1968 ou início de 1969...”, segundo o próprio, depois que descobriu um dos segredos dos blues. As seis cordas da Guitarra Elétrica são normalmente afinadas em mi-lá-ré-sol-si-mi. Depois de colaborar com o grande instrumentista e arranjador Ry Cooder, Richards aprendeu e adotou a afinação em sol aberto, em que a guitarra é afinada num acorde em sol: ré-sol-ré-sol-si-ré. Bluesman do Mississippi, como Robert Johnson ou Charley Patton usavam essa afinação. Richards retirou a corda mais baixa de uma Fender Telecaster afinada em sol-ré-sol-si-ré e produziu os riffs de Tumbling Dice, Brown Sugar, Honky Tonk Women, All Down the Line, Can’t You Hear Me Knocking, entre outros. Tocar essas músicas na afinação tradicional não produzem o mesmo ronco, o som ressoante que Keith Richards produz em, por exemplo, Get Yer Ya-Ya's Out! The Rolling Stones in Concert, o melhor disco ao vivo dos Stones.
    
 

Paul Klee nasceu há 139 anos

Paul Klee (Münchenbuchsee, 18 de dezembro de 1879 - Muralto, 29 de junho de 1940) foi um pintor e poeta suíço naturalizado alemão. O seu estilo, fortemente individual, foi influenciado por várias tendências artísticas diferentes, incluindo o expressionismo, cubismo e surrealismo. Ele foi um estudante do orientalismo. Klee era um desenhador nato, que realizou experiências e, consequentemente, dominou a teoria das cores, assunto sobre o qual ele escreveu extensivamente. As suas obras refletem o seu humor seco e, às vezes, a sua perspectiva infantil, os seus ânimos e as suas crenças pessoais, e a sua musicalidade. Ele e o seu amigo, o pintor russo Wassily Kandinsky, também eram famosos por darem aulas na escola de arte e arquitetura Bauhaus.
Angelus novus, 1920
  

Estaline nasceu há 139 anos

Josef Vissarionovitch Stalin (Gori, 18 de dezembro de 1879 - Moscovo, 5 de março de 1953), nascido Iossif Vissarionovitch Djugashvili, foi o secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética e do Comité Central a partir de 1922 até à sua morte, em 1953, sendo assim o líder absoluto da União Soviética.
Sob a liderança de Estaline, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazi na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e atingiu o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras nas condições sociais do povo soviético, durante esse período. O país também expandiu o seu território para um tamanho semelhante ao do antigo Império Russo.
Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética, em 1956, o sucessor de Estaline, Nikita Khrushchov, apresentou o seu discurso secreto, oficialmente chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual se iniciou um processo de "desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Estaline e do seu governo, alguns o vendo como ditador tirano e outros como um líder habilidoso.
 
(...)
 
Vítimas
Em 1991, com o colapso da União Soviética, parte dos arquivos soviéticos finalmente foi disponibilizada. Os relatórios do governo continham os seguintes registos:
Entre 1921–53 o número de condenações políticas foi de 4.060.306, divididas da seguinte maneira:
 
Quantidade de pessoas Tipo de condenação
799.473 Pena de morte
2.634.397 Trabalhos forçados
413.512 Exílio
215.942 Outras
Já quanto a condenações não-políticas, entre 1937–52, foram executadas 34.228 pessoas.
 
Entretanto, esses números devem ser maiores, pois os arquivos soviéticos são omissos em vários aspectos: por exemplo, eles não abrangem as várias transferências populacionais na União Soviética. Esta é uma omissão relevante, pois, de acordo com Eric D. Weitz, a taxa mortalidade das mais de 600.000 pessoas deportadas do Cáucaso entre 1943 e 1944 chegou a 25%, o que acrescentaria mais 150.000 vítimas mortas.
Outros dados que não constam dos arquivos da NKVD incluem o controverso e famoso Massacre de Katyn, bem como diversos outros de menor repercussão em áreas ocupadas. Também não constam as execuções de desertores pela NKVD durante a guerra, que se estima em 158.000 execuções.
Além disso, as estatísticas oficiais de mortalidade nos Gulags excluem as mortes ocorridas logo após a libertação dos prisioneiros, mas cuja morte estava ligada ao tratamento recebido naqueles campos de trabalho forçado.
A ideia de que os arquivos guardados pelas autoridades soviéticas são incompletos e não refletem a totalidades das vítimas é apoiada por diversos historiadores, por exemplo Robert Gellately e Simon Sebag Montefiore. Segundo eles, além dos registos não serem abrangentes, é altamente provável, por exemplo, que suspeitos presos e torturados até a morte durante investigações não sejam contabilizados como execução (não são contados como vítimas de pena de morte).
Após a extinção do regime comunista na União Soviética, historiadores passaram a estimar que, excluindo os que morreram por fome, entre 4-10 milhões de pessoas morreram sob o regime de Estaline. O escritor russo Vadim Erlikman, por exemplo, faz as seguintes estimativas:
 
Nº de pessoas Razão da morte
1,5 milhão Execução
5 milhões Gulags
1,7 milhão Deportados¹
1 milhão Países ocupados²
¹ Erlikman estima um total de 7,5 milhões de deportados.
² Diz respeito aos mortos civis durante a ocupação russa.

Este total estimado de 9 milhões, para alguns pesquisadores, deve ainda ser somado a 6-8 milhões dos mortos na fome soviética de 1932-1933, episódios também conhecidos como Holodomor. Existe controvérsia entre historiadores a respeito desta fome ter sido ou não provocada deliberadamente por Estaline para suprimir opositores de seu regime. Muitos argumentam que a fome ocorreu por questões circunstanciais não desejadas por Estaline ou que foi uma consequência acidental de uma tentativa de forçar a coletivização naquelas áreas afetadas pela fome. Todavia, também existem argumentos no sentido contrário, de que a fome foi provocada por Estaline. Para a última corrente, uma prova de que a fome foi provocada seria o facto de que a exportação de cereais da União Soviética para a Alemanha Nazi aumentou consideravelmente no ano de 1933, o que provaria que havia alimento disponível. Esta versão da história é retratada pelo documentário The Soviet Story.
Sendo assim, se o número de vítimas da fome for incluído, chega-se a um número mínimo de 10 milhões de mortes (mínimo de 4 milhões de mortos por fome e mínimo de 6 milhões de mortos pelas demais causas expostas). No entanto, Steven Rosefielde tem como mais provável o número de 20 milhões de mortos, Simon Sebag Montefiores sugere número um pouco acima de 20 milhões, no que é acompanhado por Dmitri Volkogonov (autor de Stalin: Triunfo e Tragédia), Alexander Nikolaevich Yakovlev, Stéphane Courtois e Norman Naimark. O pesquisador Robert Conquest recentemente reviu sua estimativa original de 30 milhões de vítimas para cerca de 20 milhões, afirmando ainda ser muitíssimo pouco provável qualquer número abaixo de 15 milhões de vidas ceifadas pelo regime de Estaline.
 
(...)
 
Morte
Em 5 de março de 1953, Estaline morreu de hemorragia cerebral (derrame) em circunstâncias ainda hoje pouco esclarecidas. Avtorkhanov desenvolveu uma detalhada teoria, publicada inicialmente em 1976, apontando Beria como o principal suspeito de tê-lo envenenado. Todavia, outros historiadores ainda consideram que Estaline morreu de causas naturais. Nikita Khrushchov escreveu nas suas memórias que, imediatamente após a morte de Estaline, Lavrenty Beria teria começado a "vomitar o seu ódio (contra Estaline) e a zombar dele", e que, quando Estaline demonstrou sinais de consciência, Beria teria se colocado de joelhos e beijado as mãos de Estaline. No entanto, assim que Estaline ficou novamente inconsciente, Beria imediatamente teria se levantado e cuspido com nojo.
Em 2003, um grupo de historiadores russos e americanos anunciaram a sua conclusão de que Estaline ingeriu varfarina, um poderoso veneno de rato que inibe a coagulação sanguínea e predispõe a vítima à hemorragia cerebral (derrame). Como a varfarina é insípida ela provavelmente teria sido o veneno utilizado. No entanto, os factos exatos envolvendo a morte de Estaline provavelmente nunca serão conhecidos.
O período imediatamente anterior ao seu falecimento, nos meses de fevereiro-março de 1953, foi marcado por uma atividade febril de Estaline nos preparativos de uma nova onda de perseguições e campanhas repressivas, exceção até para os padrões da era estalinista. Tratava-se do conhecido complot dos médicos: em 3 de janeiro de 1953, foi anunciado que nove catedráticos de medicina, quase todos judeus e que tratavam os membros da liderança soviética, tinham sido "desmascarados" como agentes da espionagem americana e britânica, membros de uma organização judaica internacional, e assassinos de importantes líderes soviéticos.
Tratava-se da preparação de um novo julgamento-espetáculo, desta vez com claros traços de anti-semitismo, que certamente levaria a um pogrom nacional, e que implicaria, segundo Isaac Deutscher, na auto-destruição das próprias raízes ideológicas do regime, razão pela qual a morte de Estaline pareceu a muitos ter sido provocada pelos seus seguidores imediatos, claramente alarmados diante da iminente fascistização promovida por Estaline. O facto de que Beria estivesse alheio à preparação deste nova purga fez com que fosse apresentado como possível autor intelectual do suposto assassinato de Estaline; o facto é, no entanto, que Estaline era idoso e que a sua saúde, desde o final da Segunda Guerra Mundial, era precária; aqueles que tiveram contacto pessoal com ele nos seus últimos anos lembram-se do contraste entre a sua imagem pública de ente semi-divino e a sua aparência real, devastado pela idade. Simon Sebag Montefiore considera que, apesar de Estaline haver recebido assistência atrasada para o derrame que o vitimaria, a tecnologia médica da época nada poderia fazer por ele em termos terapêuticos.
  
(imagem daqui)

O cantor Alejandro Sanz faz hoje cinquenta anos

Alejandro Sánchez Pizarro (Madrid, 18 de dezembro de 1968) é um cantor espanhol.
Filho mais jovem do casal María Pizarro Medina e Jesús Sánchez Madero, a sua vida esteve sempre ligada à música, tendo o seu pai a sua grande influência, principalmente em relação à música flamenca. O cantor é considerado um dos maiores compositores e intérpretes da música flamenca e do pop latino.
   
  

segunda-feira, dezembro 17, 2018

Francisco, Bispo de Roma e Papa da Igreja Católica, faz hoje 82 anos

Francisco (em latim: Franciscus), nascido Jorge Mario Bergoglio (Buenos Aires, 17 de dezembro de 1936) é o 266.º Papa da Igreja Católica e atual chefe de estado do Vaticano, sucedendo o Papa Bento XVI, que abdicou do papado a 28 de fevereiro de 2013.
É o primeiro papa nascido no continente americano, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1200 anos e também o primeiro papa jesuíta da história. Tornou-se Arcebispo de Buenos Aires a 28 de fevereiro de 1998 e cardeal-presbítero a 21 de fevereiro de 2001, sendo eleito papa a 13 de março de 2013.

Cesária Évora morreu há sete anos...

Cesária Évora (Mindelo, 27 de agosto de 1941 - Mindelo, 17 de dezembro de 2011) foi a cantora de maior reconhecimento internacional de toda história da música popular cabo-verdiana. Apesar de ser sucedida em diversos outros géneros musicais, Cesária Évora foi maioritariamente relacionada com a morna, por isso também foi por vezes apelidada "rainha da morna". Era conhecida como a diva dos pés descalços.
  
 

Mike Mills, dos R.E.M., faz hoje sessenta anos

Michael Edward Mills (Orange County, 17 de dezembro de 1958) é um músico americano, baixista da banda R.E.M.. Ainda pequeno, mudou com a sua família para Macon, Georgia, no início da década de 60. Como um filho de um tenor dramático (Frank) e de uma professora de piano (Adora), desenvolveu um amor pela música em tenra idade. Conheceu e formou uma banda com o seu amigo baterista Bill Berry no ensino secundário (os dois eram rivais durante o ensino básico). Conheceram Peter Buck e Michael Stipe depois de começarem a estudar na Universidade da Geórgia, em Athens.
Apesar de ser conhecido primeiramente apenas como baixista e pianista, a sua habilidade musical inclui muitos outros instrumentos como teclados, violino e percussão.
Ele é o compositor de muitas das novas músicas do R.E.M. como "Find the River", "At My Most Beautiful", "Why Not Smile", "Let Me In", "Wendell Gee", "(Don't Go Back To) Rockville", "Beat a Drum", "Be Mine", "New Test Leper" e "What's the Frequency, Kenneth?". Além de proporcionar um fundo melódico, também cantar "Texarkana", "Near Wild Heaven", "Superman" e The Troggs cover, "Love Is All Around".
  

O primeiro voo de humanos foi há 115 anos...

O primeiro voo do Wright Flyer I, 17 de dezembro de 1903, Orville pilotando, Wilbur correndo perto da asa
  

domingo, dezembro 16, 2018

A cantora Mariza fez hoje 45 anos

Marisa dos Reis Nunes (Lourenço Marques, atual Maputo, 16 de dezembro de 1973) é o nome de nascimento da fadista portuguesa Mariza, segundo ela própria disse na TSF em conversa com Carlos Vaz Marques em 2003, «cantadeira de fados».
Tem sido presença regular em palcos como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, o Lobero Theater, em Santa Bárbara, a Salle Pleyel, em Paris, a Ópera de Sydney ou o Royal Albert Hall. O jornal britânico The Guardian considerou-a «uma diva da música do mundo».

  

O músico Camille Saint-Saëns morreu há 97 anos

Camille Saint-Saëns (Paris, 9 de outubro de 1835Argel, 16 de dezembro de 1921) foi um compositor, pianista e organista francês.

O seu pai morreu quando ele tinha apenas quatro meses de idade e Camille foi criado pela sua mãe e a sua tia.
Como tinham um piano em casa, aos dois anos e meio de idade já gostava de brincar com as teclas, e em pouquíssimo tempo já tocava pequenas melodias, sem ser ensinado por ninguém. A sua mãe e a sua tia deram-lhe as primeiras lições de teoria musical.
Aos 7 anos de idade, já escrevia pequenas peças. Recebeu lições de piano de Camille Stamaty e Alexandre Boëly e de harmonia de Pierre Maleden e, aos 10 anos, já conseguia tocar algumas das peças mais difíceis de Mozart e Beethoven.
Apresentou-se em público pela primeira vez na Sala Pleyel, em Paris, a 6 de maio de 1846, sem ter completado ainda 11 anos de idade. Na ocasião, tocou o 3° concerto de Beethoven e o n° 15 de Mozart, para o qual escreveu a sua própria cadência. Aos 13 anos de idade, entrou para o Conservatório de Paris, onde estudou Órgão como instrumento musical, com Benoist, e contraponto e fuga com Jacques Fromental Halévy.
Para auxiliar a família, tocava órgão na Igreja de St. Merry, e em 1857 obteve o cargo de organista na Igreja da Madeleine, cargo esse que ocuparia durante 20 anos. Aos 25 anos já era famoso na Europa inteira como pianista e compositor, tendo escrito três sinfonias, um concerto para violino, peças de música sacra.
Travou amizade com Liszt, que, ao vê-lo improvisando no órgão da Igreja da Madeleine, classificou-o como "o maior organista do mundo".
Saint-Saens conhecia música profundamente, familiarizado com as obras dos grandes compositores europeus antigos e modernos.
Saint-Saens gostava muito de viajar. Movido por impulsos súbitos, fazia excursões repentinas às partes mais distantes do planeta, dava-lhe prazer conhecer lugares exóticos.
Visitou a Espanha, as Canárias, Ceilão, a Indochina, o Egito e esteve várias vezes na América. Deu concertos no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1899, com a colaboração de Luigi Chiafarelli, uma figura de destaque no ambiente musical brasileiro. Visitou também San Francisco, na Califórnia.
A morte veio colhê-lo numa cama de hotel em Argel, na Argélia, no dia 16 de dezembro de 1921. "Acredito que agora chegou mesmo o meu fim", murmurou, e fechou os olhos para sempre. Já fazia tempo que este homem feliz desejava a morte secretamente.
A obra de Camille Saint-Saens é imensa: sinfonias, concertos para violoncelo, piano e violino, peças para órgão, música vocal e instrumental, sacra e profana. Entre as peças mais conhecidas deste compositor, podemos citar: o Concerto para violino nº3 em si menor (op. 61), a "Danse Macabre", Introdução e Rondò Capriccioso para violino e orquestra (uma peça extremamente brilhante para o violino), o Carnaval dos Animais.
Saint-Saens compôs várias óperas, mas somente uma delas é tida pela posteridade como uma obra prima imortal: Sansão e Dalila.
Uma amostra da riqueza das suas composições pode ser admirada no cinema: no primeiro dos filmes do porquinho Babe, o 4º e último movimento da Sinfonia nº3, Órgão, serve de fundo para a cena do agricultor, que canta uma versão inglesa para a belíssima melodia, chamada "If I Had Words". 
   
  

Beethoven nasceu (provavelmente) há 248 anos

Ludwig van Beethoven (Bona, nascido, provavelmente, a 16 de dezembro e batizado - no dia seguinte - a 17 de dezembro de 1770Viena, 26 de março de 1827) foi um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX).
 
 

Kandinsky nasceu há 152 anos

Wassily Kandinsky (Moscovo, 16 de dezembro de 1866 e 4 de dezembro no calendário juliano, então em vigor na Rússia - Neuilly-sur-Seine, 14 de dezembro de 1944) foi um artista russo, professor da Bauhaus e introdutor da abstração no campo das artes visuais. Apesar da origem russa, adquiriu a nacionalidade alemã, em 1928 e a francesa, em 1939.
Fuga, Kandinsky, 1914, óleo sobre tela

Arthur C. Clarke nasceu há 101 anos

Sir Arthur Charles Clarke, mais conhecido como Arthur C. Clarke (Minehead, 16 de dezembro de 1917 - Colombo, 19 de março de 2008) foi um escritor e inventor britânico, autor de obras de divulgação científica e de ficção científica como o conto The Sentinel, que deu origem ao filme 2001: Odisseia no Espaço e o premiado livro Encontro com Rama.
  
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Desde pequeno mostrou sua fascinação pela astronomia, a ponto de, utilizando um telescópio caseiro, desenhar um mapa da Lua. Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu na Royal Air Force (Força Aérea Real britânica) como especialista em radares, envolvendo-se no desenvolvimento de um sistema de defesa por radar, sendo uma peça importante do êxito na batalha da Inglaterra. Depois, estudou Física e Matemática no King's College de Londres.
Talvez sua contribuição de maior importância seja o conceito de satélite geoestacionário como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações. Ele propôs essa ideia em um artigo científico intitulado "Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?", publicado na revista Wireless World em outubro de 1945. A órbita geoestacionária também é conhecida, desde então, como órbita Clarke.
Em 1956 mudou a sua residência para Colombo, no Sri Lanka (antigo Ceilão), em parte devido a seu interesse pela fotografia e exploração submarina, onde permaneceu até à sua morte, em 2008.
Teve dois de seus romances levados ao cinema, 2001: Odisseia no Espaço, dirigido por Stanley Kubrick (1968) e 2010: O Ano do Contacto, dirigido por Peter Hyams (1984), sendo o primeiro considerado um ícone importante da ficção científica mundial, aclamado por muitos como um dos melhores filmes já feitos em todos os tempos. Especialistas atribuem-lhe forte influência sobre a maioria dos filmes do género que lhe sucederam.

sábado, dezembro 15, 2018

El-Rei D. Fernando II morreu há 133 anos


D. Fernando II de Portugal, batizado Fernando Augusto Francisco António de Saxe-Coburgo-Gotha-Koháry (29 de outubro de 1816 - 15 de dezembro de 1885), foi o Príncipe e, posteriormente, Rei de Portugal pelo seu casamento com a Rainha D. Maria II em 1836.
De acordo com as leis portuguesas, D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota-Koháry tornou-se Rei de Portugal jure uxoris, apenas após o nascimento do primeiro Príncipe, que foi o futuro D. Pedro V. Embora fosse D. Maria II a detentora do poder, D. Fernando evitava sempre que possível a política, preferindo envolver-se com a arte.
D. Fernando II foi regente do reino por quatro vezes, durante as gravidezes de D. Maria II, depois da sua morte em 1853 e quando seu segundo filho, o rei D. Luís I, e a rainha Maria Pia de Saboia se ausentaram de Portugal para assistirem à Exposição de Paris em 1867.
Ele ficou conhecido na História de Portugal como "O Rei-Artista".
Era o primogénito do príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, irmão do duque Ernesto I e do rei Leopoldo I dos Belgas, e de sua esposa, Maria Antónia de Koháry. Tinha três irmãos menores: Augusto, Vitória e Leopoldo.
O príncipe cresceu em vários lugares: nas terras de sua família na actual Eslováquia e nas cortes austríacas e germânicas.
Em 1869, Fernando casou-se pela segunda vez, morganaticamente, com Elise Hensler, feita Condessa d'Edla, que era uma cantora de ópera e mãe solteira, a quem deixaria como herança o Palácio da Pena, cuja construção foi da sua inteira responsabilidade e entregue ao engenheiro alemão, Wilhelm Ludwig von Eschwege.
O seu corpo jaz ao lado de D. Maria II, a sua primeira esposa, no Panteão dos Braganças, em São Vicente de Fora, Lisboa.
Real Palácio da Pena - vista aérea

Paul Simonon - 63 anos

Paul Gustave Simonon (Croydon, Londres, 15 de dezembro de 1955) é um baixista britânico e co-fundador da banda britânica de punk rock The Clash.
Depois do terminus dos The Clash, Paul Simonon entrou para um grupo chamado Havana 3AM, que gravou somente um álbum no Japão e que, posteriormente, se separou. Posteriormente Simonon voltaria às suas raízes de artista visual, organizando várias galerias de arte. A sua relutância em voltar a tocar foi citado como a principal razão de os Clash ter sido uma das poucas bandas punk britânicas dos anos 70 que não aproveitou a febre de nostalgia punk que assolou o final dos anos 90 para tentar relançar a carreira. Atualmente Paul Simonon toca com Damon Albarn e o seu antigo companheiro Mick Jones, na banda virtual de rock Gorillaz, fazendo as aparições ao vivo.
  
Biografia
Simonon nasceu em Croydon, Surrey. O seu pai, Gustave, foi um funcionário público e a sua mãe, Elaine, era uma bibliotecária. Ele cresceu na área sul de Londres, em Brixton, vivendo cerca de um ano em Siena, Itália, com a mãe e o padrasto. Antes de ingressar nos The Clash, ele tinha planeado tornar-se um artista e estudou na Byam Shaw School of Art, em seguida, com base em Campden St, Kensington.
Ele foi convidado a juntar-se aos The Clash em 1976, pelo guitarrista Mick Jones, que planeava ensinar guitarra a Simonon. No entanto, o instrumento revelou-se difícil para Simonon, então Jones decidiu ensinar-lhe a tocar baixo. Simonon aprendeu as suas partes de baixo por hábito de Jones nos primeiros dias da banda e ainda não sabia como tocar o baixo quando o grupo gravou pela primeira vez. Ele foi creditado como o criador do nome da banda e foi a principal responsável pelos aspectos visuais, como roupas e cenários de palco. Ele também foi imortalizado na capa do álbum duplo da banda, London Calling; a imagem de Pennie Smith partindo o seu baixo tornou-se uma das imagens icónicas da era punk.
Paul Simonon escreveu três das canções dos The Clash: "The Guns of Brixton" do London Calling, "The Beat Crooked" em Sandinista!, e o B-side "Jerk Long Time". Ele cantou "Red Dragnet Angel" de Combat Rock, mas esta canção foi escrita por Joe Strummer.
Simonon tocou baixo em quase todas as músicas dos The Clash. Gravações em que ele não toca incluem: "The Magnificent Seven" e "Lightning Strikes (Not Once but Twice)" em Sandinista! (interpretado por Norman Watt-Roy), "Rock the Casbah" em Combat Rock (interpretado por Topper Headon), e 10 das 12 faixas de Cut the Crap (interpretado por Norman Watt-Roy). Muitas das faixas de Combat Rock são pensadas para ter faixas de baixo estabelecidas por Mick Jones ou o engenheiro Eddie Garcia e as primeiras gravações em Sandinista! destacam o baixo, sendo tocado por Jones e Strummer, algumas, mas, possivelmente, nem todas, visto que Simonon mais tarde regravou, uma vez que voltou às sessões após as filmagens de Ladies and Gentlemen, The Fabulous Stains.
  
  

O poeta António José Forte morreu há trinta anos

(imagem daqui)
 
António José Forte (Póvoa de Santa Iria, 6 de fevereiro de 1931Lisboa, 15 de dezembro de 1988), poeta ligado ao movimento surrealista, integrou o chamado Grupo do Café Gelo. Trabalhou também como funcionário da Fundação Calouste Gulbenkian, onde, durante mais de 20 anos, desempenhou as funções de Encarregado das Bibliotecas Itinerantes. Era casado com a pintora Aldina.
Deixou uma obra breve, mas que claramente o afirma como um consumado poeta. Com colaboração na revista Pirâmide e em vários jornais (A Rabeca, Notícias de Chaves, O Templário, Diário de Lisboa, A Batalha, Jornal de Letras, Artes e Ideias) publicou o seu primeiro livro, 40 Noites de Insónia de Fogo de Dentes Numa Girândola Implacável e Outros Poemas, em 1958. Representado em inúmeras antologias poéticas, António José Forte é também autor do livro de poesia infanto-juvenil Uma rosa na tromba de um elefante.
A poesia de António José Forte carreia uma certa perversão do "discurso" poético e a utopia ideológica, anarquizante e ainda claramente surrealista; é, com uma intenção nitidamente bretoniana, uma maneira de afirmar que o acto de escrever é "ainda aquilo que sabe fazer melhor", mas dizer também em consciência haver "gente que nunca escreveu uma linha e fez mais pela palavra que toda uma geração de escritores". A sua poesia está reunida em Uma Faca nos Dentes, com um prefácio de Herberto Helder, seu amigo de muitos anos, onde este afirma que "a voz de António José Forte não é plural, nem directa ou sinuosamente derivada, nem devedora. Como toda a poesia verdadeira, possui apenas a sua tradição. A tradição romântica, no menos estrito e mais expansivo e qualificado registo".
  
  
Reservado ao veneno
  
Hoje é um dia reservado ao veneno
e às pequeninas coisas
teias de aranha filigranas de cólera
restos de pulmão onde corre o marfim
é um dia perfeitamente para cães
alguém deu à manivela para nascer o sol
circular o mau hálito esta cinza nos olhos
alguém que não percebia nada de comércio
lançou no mercado esta ferrugem
hoje não é a mesma coisa
que um búzio para ouvir o coração
não é um dia no seu eixo
não é para pessoas
é um dia ao nível do verniz e dos punhais
e esta noite
uma cratera para boémios
não é uma pátria
não é esta noite que é uma pátria
é um dia a mais ou a menos na alma
como chumbo derretido na garganta
um peixe nos ouvidos
uma zona de lava
hoje é um dia de túneis e alçapões de luxo
com sirenes ao crepúsculo
a trezentos anos do amor a trezentos da morte
a outro dia como este do asfalto e do sangue
hoje não é um dia para fazer a barba
não é um dia para homens
não é para palavras
  
  
in
Uma faca nos dentes (1983) - António José Forte