sábado, novembro 10, 2018

Mário Viegas nasceu há setenta anos

(imagem daqui)
 
António Mário Lopes Pereira Viegas (Santarém, 10 de novembro de 1948 - Lisboa, 1 de abril de 1996) foi um actor, encenador e recitador português.
Reconhecido como um dos melhores actores da sua geração, despertou para o teatro ainda aluno da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Daí passou para a Escola de Teatro do Conservatório Nacional, tendo feito a sua estreia profissional no Teatro Experimental de Cascais.
Foi fundador de três companhias teatrais (a última das quais a Companhia Teatral do Chiado) e actuou em Moçambique, Macau, Brasil, Países Baixos e Espanha. Notabilizou-se como encenador, tendo dirigido obras de autores clássicos como Samuel Beckett, Eduardo De Filippo, Anton Tchekov, August Strindberg, Luigi Pirandello ou Peter Shaffer. Pela sua actividade foi distinguido, diversas vezes, pela Casa da Imprensa, pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e pela Secretaria de Estado da Cultura, que lhe atribuiu o Prémio Garrett (1987). No estrangeiro foi premiado no Festival de Teatro de Sitges (1979), com a peça D. João VI de Hélder Costa, e no Festival Europeu de Cinema Humorístico da Corunha (1978), com filme O Rei das Berlengas de Artur Semedo. O seu último êxito teatral foi a peça Europa Não! Portugal Nunca (1995).
No cinema participou em mais de quinze películas, entre elas O Rei das Berlengas de Artur Semedo (1978), Azul, Azul de José de Sá Caetano (1986), Repórter X de José Nascimento (1987), A Divina Comédia de Manoel de Oliveira (1991), Rosa Negra de Margarida Gil (1992), Sostiene Pereira de Roberto Faenza (1996), onde contracenou com Marcello Mastroianni. Teve uma colaboração regular com José Fonseca e Costa, fazendo filmes como Kilas, o Mau da Fita (1981), Sem Sombra de Pecado (1983), A Mulher do Próximo (1988) e Os Cornos de Cronos (1991).
Deu-se a conhecer pelos seus recitais de poesia, gravando uma discografia de catorze títulos, com poemas de Fernando Pessoa, Luís de Camões, Cesário Verde, Camilo Pessanha, Jorge de Sena, Ruy Belo, Eugénio de Andrade, Bertolt Brecht, Pablo Neruda, entre outros. Divulgou nomes como Pedro Oom ou Mário-Henrique Leiria. Na televisão contribuiu igualmente para a divulgação da poesia portuguesa, particularmente com duas séries dos programas Palavras Ditas (1984) e Palavras Vivas (1991). Foi colunista do Diário Económico, onde escreveu sobre teatro e humor. Publicou uma autobiografia, intitulada Auto-Photo Biografia (1995).
Em 1995 candidatou-se a deputado, como independente nas listas da União Democrática Popular, e à Presidência da República Portuguesa (também apoiado pela UDP), adoptando o slogan O sonho ao poder, e buscando apoio no meio universitário lisboeta.
Recebeu a Medalha de Mérito do Município de Santarém (1993) e o título de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (1994), das mãos de Mário Soares. O seu jazigo está no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. Em 2001 o Museu Nacional do Teatro dedicou-lhe a exposição Um Rapaz Chamado Mário Viegas.
  
Gravações de declamação
  • Palavras Ditas, 1972, LP Orfeu STAT 011.
  • O Operário em Construção e 3 Poemas de Brecht, 1975, EP Orfeu ATEP 6593.
  • O Operário em Construção, 1975, LP Orfeu STAT 091.
  • Pretextos Para Dizer..., 1978, LP Orfeu STAT 066.
  • Humores, 1980, 2 LP Orfeu STAT 100.
  • O Guardador de Rebanhos, Alberto Caeiro - Fernando Pessoa, 1983, 2 Vinyl Sassetti DIAP 070/2
  • No Centenário de Almada Negreiros, 1993, CD Orfeu 35001.
  • O Operário em Construção - País de Abril, abril 2011, 2 CD Orfeu.
  
Filmografia
  • 1976, O Funeral do Patrão.
  • 1978, O Rei das Berlengas (D. Lucas Telmo de Midões).
  • 1979, D. João VI (Série televisiva).
  • 1980, Kilas, o Mau da Fita (Rui Tadeu aka Kilas).
  • 1980, A Culpa (Adriano).
  • 1983, Sem Sombra de Pecado (Aspirante Henrique Sousa Andrade).
  • 1985, A Boa Pessoa de Setzuan (Telefilme).
  • 1986, 2002 Odisseia no Terreiro do Paço (Telefilme).
  • 1986, Filmezinhos de Sam (Telefilmes).
  • 1986, Azul, Azul (Mário).
  • 1987, Repórter X (Sete Línguas).
  • 1987, Balada da Praia dos Cães (Voz do Capitão Dantas).
  • 1988, A Mulher do Próximo (Henrique).
  • 1989, Rua Sésamo (Série televisiva).
  • 1990, Segno di Fuoco (usurário).
  • 1991, O Suicidário (Telefilme).
  • 1991, Napoléon et l'Europe (Série televisiva).
  • 1991, Os Cornos de Cronos (Professor Álvaro).
  • 1991, A Divina Comédia (Filósofo).
  • 1992, Contradições (Série televisiva).
  • 1992, Rosa Negra (Barriga d'Água).
  • 1994, Fado Lusitano (Narrador).
  • 1995, Afirma Pereira (Editor).
  • 1996, O Judeu (D. João VI) (Telefilme).
  

Lutero nasceu há 535 anos

Martinho Lutero, em alemão Martin Luther, (Eisleben, 10 de novembro de 1483 - Eisleben, 18 de fevereiro de 1546) foi um sacerdote católico agostiniano e professor de teologia germânico que foi figura central da Reforma Protestante, que ficando contra os conceitos da Igreja Católica veementemente contestando a alegação de que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada, confrontou o vendedor de indulgências Johann Tetzel com suas 95 Teses em 1517. A sua recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do Imperador Carlos V na Dieta de Worms em 1521 resultou na sua excomunhão pelo Papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano Antigo.
Lutero ensinava que a salvação não se consegue com boas ações, mas é um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça, através da fé em Jesus como único redentor do pecador. Apesar disso, em suas teses não negava a necessidade da confissão, considerando-a necessária para o perdão da falta A sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo. Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Lutero eram chamados luteranos.
A sua tradução da Bíblia para o alemão, que não o latim,  fez o livro mais acessível, causando um impacto gigantesco na Igreja e na cultura alemã. Promoveu um desenvolvimento de uma versão padrão da língua alemã, adicionando vários princípios à arte de traduzir, e influenciou a tradução para o inglês da Bíblia do Rei James. Os seus hinos influenciaram o desenvolvimento do ato de cantar em igrejas. O seu casamento com Catarina von Bora estabeleceu um modelo para a prática do casamento clerical, permitindo o matrimónio de padres protestantes.
Em seus últimos anos, Lutero tornou-se algo antissemita, chegando a escrever que as casas judaicas deveriam ser destruídas, e suas sinagogas queimadas, dinheiro confiscado e liberdade cerceada. Essas afirmações fizeram de Lutero uma figura controversa entre muitos historiadores e estudiosos.
O Selo de Lutero (também conhecido como Rosa de Lutero ou Brasão de Lutero)
  

François Couperin, dito o Grande, nasceu há 350 anos

François Couperin (Paris, 10 de novembro de 1668Paris, 11 de setembro de 1733) foi um apreciado compositor, organista e cravista barroco francês. François Couperin era conhecido como Couperin le Grand (Couperin o Grande) para diferenciá-lo de outros membros da talentosa família Couperin.
  
Couperin nasceu em Paris. Foi ensinado por seu pai, Charles Couperin, que morreu quando François tinha 10 anos, e por Jacques Thomelin. Em 1685 tornou-se organista da igreja de Saint-Gervais, Paris, uma colocação que ele herdou de seu pai e que ele passaria para seu primo, Nicolas Couperin. Mais tarde, outros membros da família ocupariam a mesma função. Em 1663, Couperin sucedeu seu professor, Thomelin, como organista da Chapelle Royale (Capela Real) com o título de organiste du Roi, organista indicado pelo Rei, o Rei Sol, Luís XIV.
Em 1717, Couperin tornou-se organista e compositor da corte, com o título ordinaire de la musique de la chambre du Roi. Com seus colegas, a cada domingo, Couperin dava um concerto. Muitos desses concertos eram na forma de suítes para violino, viola da gamba, oboé, fagote e cravo, do qual era um virtuoso.
Couperin reconheceu sua dívida para com o compositor italiano Corelli. Ele introduziu na França a forma trio sonata, criada por Corelli. A grande trio sonata de Couperin intitulava-se Le Parnasse, ou l'Apothéose de Corelli. Nessa obra ele misturou os estilos francês e italiano, num conjunto de peças que chamou de Les Goûts réunis (Estilos Reunidos).
O seu livro mais famoso, L'Art de toucher le clavecin (A Arte de Tocar o Cravo, publicado em 1716), continha sugestões para dedilhado, toque, ornamentação e outros aspectos da técnica para teclado. Ele influenciou J.S. Bach. Bach adotou para tocar o cravo o sistema de dedilhado, inclusive o uso do polegar, criado por Couperin.
Os quatro volumes de música para cravo composta por Couperin contêm mais de 230 obras que podem tanto ser executadas no instrumento como podem ser interpretadas como pequenas obras para orquestra de câmara. Estas obras eram bastante apreciadas por J. S. Bach e, muito depois, por Richard Strauss e Maurice Ravel, que homenageou o compositor com Le Tombeau de Couperin (O Túmulo de Couperin).
Muitas das obras para teclado de François Couperin têm títulos descritivos e evocativos que, pelo uso da tonalidade, expressam uma atmosfera, possuem harmonias ousadas e discordâncias resolvidas. Funcionam como miniaturas de poemas tonais. Este aspecto chamou a atenção de Richard Strauss, que chegou a orquestrar algumas dessas peças.
A música para piano de Johannes Brahms foi influenciada pela música para teclado de Couperin. Brahms interpretou-a publicamente e contribuiu, em 1880, para a primeira edição completa das Pièces de clavecin organizada por Friedrich Chrysander.
Jordi Savall, especialista em música do Renascimento e do Barroco, afirmou que Couperin era o "músico poeta par excellence". Ele acreditava na "habilidade da Música (com M maiúsculo) expressar-se em sa prose et ses vers " (prosa e poesia). Ele acreditava que se entrássemos na poesia da música, descobriríamos que ela é "plus belle encore que la beauté" (mais bela que a beleza).
Couperin morreu em Paris em 1733.
  
in Wikipédia 
 

Álvaro Cunhal nasceu há 105 anos

Álvaro Barreirinhas Cunhal (Coimbra, 10 de novembro de 1913 - Lisboa, 13 de junho de 2005) foi um político e escritor português, conhecido por ser um resistente ao Estado Novo, e ter dedicado a vida ao ideal comunista e ao seu partido, o Partido Comunista Português.
 
Devido aos seus ideais comunistas e à sua assumida e militante oposição ao Estado Novo, esteve preso em 1937, 1940 e 1949-1960, num total de 13 anos, 8 dos quais em completo isolamento sem nunca, incrivelmente, ter perdido a noção do tempo. Mesmo sob violenta tortura, nunca falou. Na prisão, como forma de passar o tempo, dedicou-se à pintura e à escrita. Uma das suas produções mais notáveis aquando da sua prisão, foi a tradução e ilustração da obra Rei Lear, de William Shakespeare. A 3 de janeiro de 1960, Cunhal, juntamente com outros camaradas, todos quadros destacados do PCP, protagonizaram a célebre "fuga de Peniche", possível graças a um planeamento muito rigoroso e a uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão.
Em 1962 é enviado pelo PCP para o estrangeiro, primeiro para Moscovo, depois para Paris.
Ocupou o cargo de secretário-geral do Partido Comunista Português, sucedendo a Bento Gonçalves, entre 1961 e 1992, tendo sido substituído por Carlos Carvalhas.
Em 1968 Álvaro Cunhal presidiu à Conferência dos Partidos Comunistas da Europa Ocidental, o que é revelador da influência que já nessa altura detinha no movimento comunista internacional. Neste encontro, mostrou-se um dos mais firmes apoiantes da invasão da então Checoslováquia pelos tanques do Pacto de Varsóvia, ocorrida nesse mesmo ano.

Regressou a Portugal cinco dias depois do 25 de Abril de 1974. Nesse mesmo dia, passeou de braço dado com Mário Soares, por Lisboa, como forma de ambos comemorarem o início da Democracia em Portugal, pois mesmo que divergissem ideologicamente, apoiavam um Portugal livre e democrático.
Foi ministro sem pasta no I, II, III e IV governos provisórios e também deputado à Assembleia da República entre 1975 e 1992.
Em 1982, tornou-se membro do Conselho de Estado, abandonando estas funções dez anos depois, quando saiu da liderança do PCP.
Além das suas funções na direcção partidária, foi romancista e pintor, escrevendo sob o pseudónimo de Manuel Tiago, o que só revelou em 1995.
Nos últimos anos da sua vida sofreu de glaucoma, acabando por cegar.
Faleceu em 13 de junho de 2005, em Lisboa, e no seu funeral, a 15 de junho, participaram mais de 250.000 pessoas, segundo o PCP. Por sua vontade, o corpo foi cremado.
Da sua relação com Isaura Maria Moreira, teve uma filha, Ana Maria Moreira Cunhal, nascida a 25 de dezembro de 1960.
Álvaro Cunhal ficou na memória como um comunista que nunca abdicou do seu ideal.

sexta-feira, novembro 09, 2018

Tom Fogerty, dos Creedence Clearwater Revival, nasceu há 75 anos

Thomas Richard Fogerty conhecido como Tom Fogerty (Berkeley, 9 de novembro de 1943Scottsdale, 6 de setembro de 1990) foi cantor, compositor e guitarrista, conhecido principalmente por ter sido um dos integrantes da famosa banda de rock dos Estados Unidos da América, Creedence Clearwater Revival.
     
Carreira
Tom Fogerty ingressou na carreira musical em 1958. Assim como o seu irmão, John Fogerty, participava numa banda de rock, denominada Spider Webb and the Insects, a qual chegou a assinar contrato com a gravadora Del-Fi Records, cancelado pouco tempo depois, em 1959.
Após o insucesso de Spider Webb and the Insects Tom apresentou-se em concertos como cantor a solo e em algumas aparições requisitou o auxílio da banda de seu irmão, The Blue Velvets, cuja formação apresentava John na guitarra, Stu Cook no piano e Doug Clifford na bateria, banda que logo passou a integrar. Batizada de Tommy Fogerty and the Blue Velvets, a nova formação, em 1961, teve 4 discos gravados pela Scorpio Records, divisão da Fantasy Records.
Em 1966 John consegue contrato com a Fantasy Records, gravadora na qual ele já trabalhava e que exigiu a mudança de nome do grupo para The Golliwogs. O conjunto passou a ter canções escritas pelos irmãos que também realizaram duetos vocais, união que resultou em pequenos sucessos regionais e de pouco impacto nacional. O consenso entre os integrantes pela mudança de nome resultou na formação dos Creedence Clearwater Revival e nascia assim uma das bandas de rock mais famosas de sua época, em contraponto ao desafeto entre Tom e o seu irmão.
O grupo consagrou Tom principalmente como guitarrista, já que John era o vocalista principal e que compunha quase todas as músicas da banda, de estilo composto pela mistura do rock com música country, fórmula que levou os Creedence Clearwater Revival ao rápido sucesso. Stu Cook era o baixista e Doug Clifford o baterista, Tom fazia vocal de acompanhamento e escreveu apenas uma música que foi gravada, "Walk on the Water". A falta de oportunidade de Tom na realização de composições da banda alimentava a animosidade entre os irmãos durante os anos de maior sucesso do grupo, resultando na saída de Tom no ano de 1971, depois de gravar 6 álbuns de estúdio, não participando da gravação do álbum Mardi Gras em 1972.
Logo após deixar a banda, Tom iniciou uma carreira a solo. Teve músicas de maior sucesso como "Goodbye Media Man" e "Joyful Resurrection", gravado com participações de Jerry Garcia e Merl Saunders. O álbum também contou com participações de seus ex-companheiros de Creedence Clearwater Revival, Stu Cook e Doug Clifford. John participou, tocando guitarra, em alguns álbuns a solo de Tom, entretanto o relacionamento entre os irmãos sempre manteve-se afetado desde a formação dos Creedence Clearwater Revival.
Entre 1972 e 1977 realizou sessões de jazz com Merle Saunders e de 1976 a 1978 participou da banda Ruby, gravando 2 discos. A sua discografia a solo, apesar de vasta e bem conceituada por críticos da música, é pouco conhecido e divulgada até os dias atuais, mesmo para os fãs de Creedence.
    
Morte
Faleceu no dia 6 de Setembro de 1990, vítima de tuberculose e insuficiência respiratória agravadas pelo vírus da SIDA, que Tom havia contraído através de uma transfusão de sangue. Os irmãos nunca mais conversaram, mesmo Tom estando no seu leito de morte. O corpo de Tom foi cremado e as suas cinzas espalhadas em Half Moon Bay, Califórnia no Estados Unidos.
    
 

A Kristallnacht foi há oitenta anos

Uma loja judaica saqueada durante a Noite dos Cristais
  
A Noite dos Cristais (alemão Reichskristallnacht ou simplesmente Kristallnacht) é o nome popularmente dado aos atos de violência que ocorreram na noite de 9 de novembro de 1938 em diversos locais da Alemanha e da Áustria, então sob o domínio nazi ou do Terceiro Reich. Tratou-se de Pogroms, de destruição de sinagogas, de lojas, de habitações e de agressões contra as pessoas identificadas como judias.
Para o regime foi a resposta ao assassinato de Ernst von Rath, um diplomata alemão em Paris, por Herschel Grynszpan, um judeu polaco, condenado múltiplas vezes a deportação da França.
A pedido de Adolf Hitler, Goebbels instiga os dirigentes do NSDAP (Partido Nazi) e os elementos das SA a atacarem os judeus. Heydrich organiza as violências que deviam visar as lojas de judeus e as sinagogas. Numa única noite, 91 judeus foram mortos e cerca de 25.000 a 30.000 foram presos e levados para campos de concentração. Cerca de 7.500 lojas judaicas e 267 sinagogas foram reduzidas a escombros.
As ordens determinavam que os SA deviam estar vestidos à paisana, a fim que o movimento parecesse ser um movimento espontâneo de uma população furiosa contra os judeus. Os incêndios também chocaram uma parte da população, mas não o facto de que os judeus tivessem sido atacados fisicamente.
A alta autoridade nazi cobrou uma multa aos judeus de mil milhões de marcos, pelas desordens e prejuízos dos quais foram as vítimas.
O nome Kristallnacht deriva dos cacos de vidro (vitrinas das lojas, vitrais das sinagogas, entre outros) resultantes deste episódio de violência racista.
   

Guillaume Apollinaire morreu há um século

Fotografia em preto e branco, 1916, cabeça enfaixada após ferimento na têmpora
  
Guillaume Apollinaire (nascido Wilhelm Albert Włodzimierz Apolinary de Wąż-Kostrowicki, Roma, 26 de agosto de 1880 - Paris, 9 de novembro de 1918) foi um escritor e crítico de arte francês, possivelmente o mais importante ativista cultural das vanguardas do início do século XX, conhecido particularmente por sua poesia sem pontuação e gráfica, e por ter escrito manifestos importantes para as vanguardas na França, tais como o do Cubismo, além de ser o criador da palavra Surrealismo.
Filho da condessa polaca Angelica Kostrowicka e de pai desconhecido - suspeita-se de um aristocrata suiço-italiano chamado Francesco Flugi d'Aspermont - passa os seus primeiros anos entre Roma, Mónaco, Nice, Cannes e Lyon. Desde 1902 foi um dos membros mais populares do bairro artístico parisiense de Montparnasse. Foram seus amigos e colaboradores Pablo Picasso, Max Jacob, André Salmon, Marie Laurencin, André Derain, Blaise Cendrars, Pierre Reverdy, Jean Cocteau, Erik Satie, Ossip Zadkine, Marcel Duchamp e Giorgio de Chirico.
Em 1901 e 1902, trabalhou como preceptor da menina Gabrielle em uma família alemã, na companhia da qual viajará pela Alemanha, tendo se apaixonado pela governanta inglesa Annie Playden, que o recusou, sendo que a mesma partiu em 1905 para a América. Da paixão não correspondida, surgiu Annie et La Chanson du Mal-Aimé.
Entre 1902 e 1907, de volta a Paris, trabalhou como empregado de bancos e começou a publicar contos e poemas em revistas. Em 1907, conhece a artista plástica Marie Laurecin, com quem terá uma tulmutuada relação. É por essa época que decide viver de seus escritos. No começo de 1907, publica anonimamente As Onze Mil Varas. Em 1909 publicou o seu primeiro livro oficial: O Encantador em Putrefação, baseado na lenda de Merlin e Viviane. No mesmo ano, se dispõe a publicar uma antologia dos textos do Marquês de Sade, bem de acordo com uma característica sua que chocava os adeptos da tradição francesa: o fascínio pelo romance libertino. Assim, o mesmo foi o responsável pela introdução dos "livros maldidos" de Sade na cena literária francesa do início do século, que até então era um escritor praticamente desconhecido. Na apresentação da edição, escreveu um longo ensaio biográfico no qual se referia à Sade como "o espírito mais livre que já existiu no mundo".
Em setembro de 1911, quando já era reconhecido como um dos poetas mais importantes da vanguarda parisiense, Apollinaire é acusado de cumplicidade no roubo de uma obra do Museu Louvre, nada menos que a Mona Lisa de Leonardo da Vinci, roubo no qual Pablo Picasso, também já muito famoso, foi igualmente implicado. Ele é preso durante uma semana e depois libertado. Esta experiência marcá-lo-á. Aos olhos dos defensores das tradições clássicas, que se aproveitaram da situação para denunciar "atos de barbárie" dos estrangeiros contra a cultura nacional, pouco importava a inocência de Apollinaire no caso, visto que ele era acusado de atentar contra os valores da civilização, acusação esta estendida a outros estrangeiros radicados em Paris, como Pablo Picasso, Gertrude Stein e Stravinski.
Em 1913, Apollinaire publica Álcoois, coletânea de seus trabalhos poéticos desde 1898. A sua poesia dispensava a pontuação e a tipografia regular. Voltava-se para uma temática cosmopolita, na qual incluía novidades técnicas como o avião, o telefone, o rádio e a fotografia.
Em agosto de 1914, ele tenta se alistar nas Forças Armadas Francesas, sem sucesso, visto que não possuía a nacionalidade francesa. Em dezembro de 1914, repete a tentativa, sendo aceite e iniciando o seu processo de naturalização. Pouco antes de ingressar efetivamente nas Forças Armadas, conhece e apaixona-se por Louise de Coligny-Châtillon, chamada por ele de "Lou". É uma jovem divorciada com um estilo de vida livre, que não esconde do poeta a sua ligação com um homem por ela chamado de "Toutou". Ele irá dedicar-lhe vários de seus poemas. Quando Apollinaire parte para o campo de batalha, uma correspondência de uma poesia notável nasce dessa relação. Ambos rompem em 1915, prometendo continuar amigos.
Em janeiro de 1915, Apollinaire conhece Madeleine Pagès em um comboio, de quem ficará noivo em agosto daquele mesmo ano. Mas, em abril de 1915, ele parte com o 38.º Regimento de Artilharia de Campo para o frente de batalha. Em março de 1916, é naturalizado francês, sendo naquele mesmo mês ferido gravemente na cabeça. Após uma longa convalescença, volta gradativamente ao trabalho. Em junho de 1917, a sua peça Les Mamelles de Tirésias, drama surrealista mesclando desespero com humor e escrita durante a sua recuperação do ferimento, é encenada. Ele também publicou um manifesto artístico chamado L'Esprit Noveau Et Les Poétes. Em 1918, publica os famosos Calligrammes, poemas gráficos sobre a paz e a guerra de notável lirismo visual. Casa com Jacqueline, a "bela russa" do poema "La Joulie Rousse", que publicará muitas das suas obras póstumas.
Morreu jovem com apenas 38 anos de idade, a 9 de novembro de 1918, vítima da chamada gripe espanhola, doença pandémica que afetou todo o mundo. Foi enterrado no cemitério de Père-Lachaise em Paris, tendo o seu túmulo uma escultura em forma de menir, feita por Picasso.
A sua obra literária e crítica anunciava os princípios de uma nova estética que tinha como fundamento a ruptura com os valores do passado. Os seus poemas, O bestiário ou o cortejo de Orfeu (1911), Álcoois (1913) e Calligrammes (1918) refletem a influência do simbolismo, com importantes inovações formais. Ainda em 1913, apareceu o ensaio crítico Os pintores cubistas, em defesa do novo movimento como superação do realismo.
  

LE PONT MIRABEAU
  
Sous le pont Mirabeau coule la Seine
Et nos amours
Faut-il qu'il m'en souvienne
La joie venait toujours après la peine.
  
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
  
Les mains dans les mains restons face à face
Tandis que sous
Le pont de nos bras passe
Des éternels regards l'onde si lasse
  
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
  
L'amour s'en va comme cette eau courante
L'amour s'en va
Comme la vie est lente
Et comme l'Espérance est violente
  
Vienne la nuit sonne l'heure
Les jours s'en vont je demeure
  
Passent les jours et passent les semaines
Ni temps passé
Ni les amours reviennent
Sous le pont Mirabeau coule la Seine
  
 

in Alcools (1913) - Guillaume Apollinaire

quinta-feira, novembro 08, 2018

Ninguém se lembra - mas foi há dez anos...

Maior manifestação de sempre na Educação pintou Lisboa de negro

 (imagem daqui)

Os sindicatos garantem que se trata da maior manifestação de sempre na Educação e um dos maiores protestos dos últimos anos em Lisboa. Segundo a PSP, a Marcha da Indignação juntou 80 mil professores, mas os organizadores garantem que mais de cem mil docentes participaram na iniciativa, que tingiu de negro as ruas do centro de Lisboa.

O Putsch da Cervejaria foi há 95 anos

O Putsch da Cervejaria ou Putsch de Munique foi uma tentativa falhada de golpe de Adolf Hitler e do Partido Nazi contra o governo da região alemã da Baviera, ocorrido em 8 e 9 de novembro de 1923. O objetivo de Hitler era passar a liderar o governo bávaro. A ação foi controlada pela polícia e exército bávaros, sendo Hitler e vários correlegionários - entre eles Rudolf Hess - presos.
A expressão "Putsch (golpe em alemão) da Cervejaria" origina-se de que Hitler teria exortado seus partidários à ação baseado na cervejaria Burgebräukeller, uma das mais famosas cervejarias de Munique. Tendo reunido um grupo de seguidores, Hitler sinalizou o início da "revolução" com um tiro no teto. Na refrega com as forças da ordem, 16 nazistas foram mortos. A propaganda nazi transformou esses mortos, posteriormente, em heróis da causa nacional-socialista.
Hitler decidiu usar Ludendorff, em 1923, como testa de ferro, numa tentativa de tomada do poder em Munique, a capital da Baviera, que na época gozava, como acontecia no Império Alemão, de certa autonomia política. O seu objetivo era imitar a famosa Marcha sobre Roma de Benito Mussolini, com uma "Marcha sobre Berlim" - mas o golpe, falhado, tornar-se-ia conhecido pelo nome de Putsch da Cervejaria. Hitler e Ludendorff conseguiram o apoio clandestino de Gustav von Kahr, o governador, de facto, da Baviera, de várias personalidades de destaque do exército alemão (Reichswehr) e da própria autoridade policial. Como pode ser verificado através de pósteres políticos da época, Luddendorff, Hitler, vários militares e os dirigentes da polícia bávara tinham como objetivo a formação de um novo governo.
Contudo, em 8 de novembro de 1923, Gustav von Kahr e alguns oficiais recuaram na sua posição e negaram-lhe apoio na cervejaria de Bürgerbräu. Hitler, supreendido, mandou detê-los, ao mesmo tempo que decidiu prosseguir com o golpe de estado. Sem o conhecimento de Hitler, Kahr e os outros ex-apoiantes foram libertos por ordem de Ludendorff, sob o compromisso de não interferirem. Contudo, estes procederam aos esforços necessários para frustrar o golpe. De manhã, enquanto os nazis marchavam da cervejaria até à sede do Ministério de Guerra Bávaro, para derrubar o que consideravam ser o governo traidor da Baviera, de modo a iniciar a Marcha sobre Berlim, o exército procedeu rapidamente à sua dispersão. Ludendorff ficou ferido e vários nazis foram mortos.
Hitler fugiu para a casa de Ernst Hanfstaengl e pensou seriamente em suicidar-se. Foi, então, preso por alta traição e, temendo que alguns membros "esquerdistas" do partido pudessem tentar apoderar-se da liderança do partido durante a sua prisão, Hitler rapidamente nomeou Alfred Rosenberg e, depois, Gregor Strasser como líderes temporários do partido. Ao contrário do que podia prever, encontrou-se, durante a sua prisão, num ambiente receptivo às suas ideias. Durante o julgamento, em abril de 1924, os magistrados responsáveis pelo caso conseguiram que Hitler transformasse esta derrota provisória numa proeza de propaganda. Foi-lhe concedida a possibilidade de se defender quase sem qualquer restrição de tempo, perante o tribunal e um vasto público que rapidamente se exaltou perante o seu discurso, baseado num forte sentimento nacionalista. Foi condenado a cinco anos de prisão na prisão de Landsberg, pelo crime de conspiração com intuito de traição. Na prisão, além de tratamento preferencial, teve a oportunidade de verificar a sua popularidade pelas cartas que recebia de diversos apoiantes.
O futuro ditador da Alemanha nazi permaneceu apenas nove meses na prisão de Landsberg, escrevendo nesse período seu manifesto político, Mein Kampf. Ao deixar a prisão, Hitler teria tomado a decisão que nortearia o seu futuro na política: ele nunca mais desafiaria a autoridade de maneira direta, mas trilharia o seu caminho em direção ao poder pela via legal. Tendo proferido famosa frase ("A democracia deve ser destruída pelas suas próprias forças"), Hitler alcançaria seu objetivo em pouco menos de 10 anos, com a complacência de militares e políticos mais conservadores, os quais desejavam pôr um fim à desordem provocada pela luta de poder entre nazis e comunistas.
 
  
 
Selo postal em celebração dos 100 anos de Georg Elser (2003)
  
NOTA: hoje também é dia de recordar um Homem chamado Georg Elser que tentou, de forma isolada, em 1939, já durante a II Grande Guerra, assassinar Hitler, durante as comemorações do aniversário do Putsch de Munique, tendo falhado porque o ditador saiu mais cedo que o previsto. Foi casualmente preso, condenado a prisão em campo de concentração e executado, em 9 de abril de 1945, em Dachau, poucos dias antes do fim da guerra...
  
Placa comemorativa dedicada a Georg Elser no antigo local da cervejaria

O compositor e poeta inglês Arnold Bax nasceu há 135 anos

Arnold Edward Trevor Bax  (Pendennis Road, Streatham, Londres, 8 de novembro de 1883 - Cork, 3 de outubro de 1953), foi um compositor e poeta inglês. O seu estilo musical mistura elementos do romantismo e impressionismo, sempre com uma forte influência celta. A sua pontuação orquestral é notada pela sua complexidade e colorido instrumental. As poesias e histórias, que escrevia sob o pseudónimo de Dermot O'Byrne, refletem a sua profunda afinidade com o poeta irlandês William Butler Yeats e são em grande medida redigidas na tradição do Renascimento Literário Irlandês


A atriz Parker Posey faz hojr cinquenta anos

Parker Christian Posey (Baltimore, 8 de novembro de 1968) é uma atriz, produtora, diretora e autora norte-americana.
Firmou-se, ao longo da carreira, como uma das principais atrizes do cinema independente norte-americano, sem deixar de lado grandes produções de Hollywood

quarta-feira, novembro 07, 2018

O naturalista Alfred Russel Wallace morreu há 105 anos

Em fevereiro de 1858, durante uma jornada de pesquisa nas ilhas Molucas, Indonésia, Wallace escreveu um ensaio no qual praticamente definia as bases da teoria da evolução e enviou-o a Charles Darwin, com quem mantinha correspondência, pedindo ao colega uma avaliação do mérito da sua teoria, bem como o encaminhamento do manuscrito ao geólogo Charles Lyell.
Darwin, ao dar conta de que o manuscrito de Wallace apresentava uma teoria praticamente idêntica à sua - aquela em que vinha trabalhando, em grande sigilo, ao longo de vinte anos - escreveu ao amigo Charles Lyell: "Toda a minha originalidade será esmagada". Para evitar que isso acontecesse, Lyell e o botânico Joseph Hooker - também amigo de Darwin e também influente no meio científico - propuseram que os trabalhos fossem apresentados simultaneamente à Linnean Society of London, o mais importante centro de estudos de história natural da Grã-Bretanha, o que aconteceu a 1 de julho de 1858. Em seguida, Darwin decidiu terminar e publicar rapidamente a sua teoria: A Origem das Espécies foi publicada logo no ano seguinte.
Wallace foi o primeiro a propor uma "geografia" das espécies animais e, como tal, é considerado um dos precursores da ecologia e da biogeografia e, por vezes, chamado de "Pai da Biogeografia".
  

La Stupenda nasceu há 92 anos

Dame Joan Sutherland (Sydney, 7 de novembro de 1926 - Genebra, 10 de outubro de 2010) foi uma cantora de ópera australiana que se tornou uma das mais famosas sopranos do século XX. É conhecida também como La Stupenda ou Koloraturwunder por seus fãs.
Sutherland ganhou renome internacional pela sua voz belíssima e cheia, dotada de uma rara combinação, no meio operístico, de enorme volume e extensão vocal com uma notável flexibilidade na realização de intrincados ornamentos vocais e de sobreagudos. Dona de impecável domínio do legato, do trilo, do staccato e de amplos recursos de fraseado, ideais para o repertório de coloratura tanto lírica como dramática, deu uma decisiva contribuição à redescoberta de óperas que haviam sido escritas para grandes divas do bel canto e que haviam sido negligenciadas por anos até a década de 50, quando se iniciou um movimento de resgate, liderado inicialmente por Maria Callas.
   
    

Leonard Cohen morreu há dois anos

Embora seja mais conhecido pelas suas canções, como "Hallelujah", que alcançaram notoriedade tanto na sua voz quanto na de outros intérpretes, Cohen passou a se dedicar à música apenas depois dos 30 anos, já consagrado como autor de romances e livros de poesia.


Maria Teresa de Noronha nasceu há um século!

 
(imagem daqui)
  
Maria Teresa do Carmo de Noronha Guimarães Serôdio (Paraty) (Lisboa, 7 de novembro de 1918 - Sintra, São Pedro de Penaferrim, 4 de julho de 1993) foi uma fadista portuguesa.
Proveniente de uma família com raízes aristocratas, era filha de D. António Maria de Sales do Carmo de Noronha (Lisboa, 20 de Janeiro de 1880 - Lisboa, 2 de fevereiro de 1954), 430.º Sócio do Clube Tauromáquico, e de sua mulher D.ª Maria Carlota Appleton de Noronha Cordeiro Feio (19 de setembro de 1889 - ?), cujo casamento se realizou em Lisboa, na paróquia da Pena, em 6 de fevereiro de 1904. Era bisneta, pelo lado paterno, de D. João Inácio Francisco de Paula de Noronha, 2.º Conde de Parati, e de D. Vasco António de Figueiredo Cabral da Camara, 3.º Conde de Belmonte, e, pelo lado materno, descendente dos Condes dos Arcos. Foi casada com José António Barbosa de Guimarães Serôdio, 3.º conde de Sabrosa, também ele um grande admirador do fado e guitarrista amador.
Mostrando desde cedo uma grande aptidão para o fado, começou por cantar em festas de família e amigos. Depois que passou a atuar nos retiros de fado tornar-se-ia a ser conhecida a sua expressão artística, ganhando muitos admiradores autênticos, entre eles, vários conhecedores do fado. Em 1939 grava o seu primeiro álbum O Fado dos Cinco Estilos, o seu primeiro single. Um ano antes já a Emissora Nacional convidara Maria Teresa a atuar, tendo sido acompanhada pelo guitarrista Fernando Freitas e pelo violista Abel Negrão, numa apresentação aos ouvintes feita por D. João da Câmara. O êxito obtido levou-a a iniciar o programa semanal Fados e Guitarradas, que foi um substituto do programa de fados Retiro da Severa e esteve no ar 23 anos seguidos, sendo realizado de 15 a 15 dias, com o alinhamento de quatro fados e uma guitarrada.
Canções como Fado da Verdade, Fado Hilário e Fado Anadia foram êxitos que muito agradaram ao grande público, assim como outros fados do seu repertório, entre os quais: Nosso Fado, Fado Menor e Maior, Minhas Penas, Pintadinho, Pombalinho ou Fado Rio Maior.
Em 1961 decide acabar o programa Fados e Guitarradas e abandonar a Emissora Nacional. Contudo, continuará a cantar em privado, com transmissão na Emissora. De entre as suas actuações no estrangeiro destaca-se a sua deslocação a Espanha em 1946, por ocasião do Festival da Feira do Livro de Barcelona, e ainda a Madrid, a convite do Governo espanhol, para actuar no Hotel Ritz, onde obteve um êxito estrondoso. Ainda em 1946 vai ao Brasil e é igualmente muito apreciada. Actuou no Mónaco para Grace Kelly e Rainer III e, em 1964, desloca-se a Londres para actuar na BBC.
A sua dicção, a sua maneira de se expressar, a forma como dominava as figurações intrincadas como os pianinhos e os roubados tornou-a criadora de um estilo muito próprio, que fez escola.
   
  

A última vitória de Ayrton Senna foi há 25 anos

The 1993 Australian Grand Prix was a Formula One motor race held at Adelaide on 7 November 1993. It was the final round of the 1993 Formula One season.
Ayrton Senna finished his six-year spell with McLaren (before joining Williams for 1994) by taking his only pole position of the season (the only pole for the season not won by Williams drivers), and his fifth victory of the year. It was the last race that Senna won. This was the last race for cars with active suspension, which was banned from the 1994 season. Having taken his actively suspended Lotus 99T-Honda to victory in the 1987 Monaco Grand Prix, Senna was the first and the last driver to win a race driving an active suspension car.
It was the last race for four-time World Champion Alain Prost. Senna was so overcome with emotion, knowing his great rival was retiring, that he embraced Prost on top of the rostrum. (Prost's contract with Williams initially included a clause forbidding Senna from joining the team as his team-mate). Riccardo Patrese and Derek Warwick also retired from Formula One after this event, the former having competed in 256 Grands Prix (a record that stood for fifteen years until being beaten by Rubens Barrichello), and the latter signing off on a return year after two seasons' absence from the sport.
Two of the sport's more prominent sponsors withdrew from Formula One after this race. The Williams team's association with both Canon, which had started in 1984, and Camel led to the retirement of one of the sport's more iconic liveries; the famous Williams white, red, yellow and blue colour scheme being replaced by the blue and white of the Rothmans cigarette brand for 1994. Camel's withdrawal also meant the Benetton team were obliged to switch to sponsorship from Japanese cigarette brand Mild Seven for the following season. Canon would not reappear as a Formula One sponsor until the 2009 Singapore Grand Prix, in which the logos appeared on the flanks of the Brawn GP team's cars.
  

NOTAS

terça-feira, novembro 06, 2018

Sophia nasceu há 99 anos...

(imagem daqui)
   
Sophia de Mello Breyner Andresen (Porto, 6 de novembro de 1919 - Lisboa, 2 de julho de 2004) foi uma das mais importantes poetas portuguesas do século XX. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o mais importante galardão literário da língua portuguesa, o Prémio Camões, em 1999.
  
   
 
Porque
  
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não
  
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
  
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
  
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
  
  

in Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen