Acreditava-se que os celacantos teriam sido extintos no
Cretáceo Superior, porém, foram redescobertos em
1938 no litoral da
África do Sul.
Latimeria chalumnae e
Latimeria menadoensis são as duas únicas
espécies vivas do celacanto, encontradas ao longo da costa do
Oceano Índico. Foi apelidado de "
fóssil vivo", porque os fósseis destas espécies haviam sido encontrados muito antes da descoberta de um espécime vivo. Acredita-se que o celacanto tenha evoluído ao seu estado atual há aproximadamente 400 milhões de anos.
Quando o primeiro espécime vivo foi encontrado, em
25 de dezembro de
1938, já se conheciam cerca de 120
espécies de celacantiformes (
Coelacanthiformes) que eram considerados
fósseis indicadores, ou seja, indicando a idade da rocha onde tinham sido encontrados. Todos esses peixes encontravam-se
extintos desde o período
Cretáceo.
São conhecidas
populações destes peixes na costa oriental da
África do Sul, ilhas
Comores (no
Canal de Moçambique, também no
Oceano Índico ocidental) e na
Indonésia e decorre um programa de investigação internacional com o objectivo de aumentar o conhecimento sobre os celacantos, o
South African Coelacanth Conservation and Genome Resource Programme (Programa Sul-Africano para a Conservação e Conhecimento do Genoma do Celacanto.
Antes da descoberta de um exemplar vivo, acreditava-se que o celacanto era um parente próximo do primeiro vertebrado a sair das águas, dando origem a um novo grupo de vertebrados conhecidos como
tetrápodes, que inclui os
humanos. Novas descobertas apontam que o genoma do Celacanto possui informações que podem ajudar a entender melhor a evolução dos tetrápodes. (
Nature, 2013, vol. 496
pp. 311-316).
Descrição geral
Os celacantos, que estão relacionados com os
peixes pulmonados (os peixes mais antigos de água doce) e
tetrápodes, tinham sido considerados extintos desde o fim do período
Cretáceo. Mais estreitamente relacionados com os tetrápodes que mesmo com os peixes
actinopterígeos, os celacantos foram considerados o "elo perdido" entre os peixes e os tetrápodes, até que um
Latimeria foi encontrado na costa leste da África do Sul, ao largo do
Rio Chalumna (agora Tyalomnqa) em 1938.
A descoberta de uma espécie sobrevivente, quando se acreditava ter se extinguido há 65 milhões de anos atrás, faz do celacanto o exemplo mais conhecido de um
"Táxon Lazarus", uma espécie que parecia ter ficado apenas no registo fóssil, para reaparecer mais tarde. Desde 1938,
Latimeria chalumnae foram encontrados nas
Comores,
Quénia,
Tanzânia,
Moçambique,
Madagascar, e em iSimangaliso Wetland Park,
Kwazulu-Natal na
África do Sul.
A segunda espécie existente,
L. menadoensis, foi descrita a partir de Manado, Sulawesi Norte,
Indonésia, em
1999, por Pouyaud et al., com base em um espécime descoberto por Erdmann em
1998 e depositados no Instituto Indonésio de Ciências (LIPI). Apenas uma fotografia do primeiro exemplar da espécie foi feita em um mercado local por Arnaz e Mark Erdmann antes de ter sido comprado por um cliente.
O celacanto não tem nenhum valor comercial real, além de ser cobiçado por museus e colecionadores particulares. A capacidade de sobrevivência continuada do celacanto pode estar ameaçada pela pesca comercial de
arrasto do mar profundo.
Descrição geral
Os celacantos são uma parte do
clado Sarcopterygii, ou seja, os peixes de nadadeiras lobadas. Externamente, há várias características que distinguem o celacanto de outros peixes de nadadeiras lobadas. Possuem uma nadadeira caudal de três lóbulos, também chamado de nadadeira trilobada e uma
cauda secundária que estende-se para além da cauda primária. As
escamas agem como
armadura espessa que protege o exterior do celacanto. Existem também várias características internas que ajudam a diferenciar os celacantos de quaisquer peixes de nadadeiras lobadas. Na parte de trás do
crânio, o celacanto possui uma articulação que lhe permite abrir a boca amplamente. O celacanto possui também uma
espinha dorsal oca. O
coração do celacanto tem forma diferente da de um peixe mais moderno, sendo uma estrutura de tubo em
linha reta. A caixa craniana de um celacanto é em 98,5% preenchida com
gordura, apenas 1,5% é
tecido cerebral. As
bochechas dos celacantos são únicas, pois o osso opercular é muito pequeno e possui uma aba de tecidos moles. O celacanto também contém um
órgão rostral dentro da região etmoidal da caixa craniana.
Descrição física
Latimeria chalumnae e
Latimeria menadoensis são as únicas espécies vivas conhecidas de celacantos. A palavra celacanto significa literalmente, "coluna oca", por causa de suas
barbatanas suportadas por
tecido ósseo. Os celacantos são grandes, crescendo até 1,8 metros. São noturnos e
piscívoros. O corpo é coberto de escamas cosmoides que atuam como uma armadura. Possuem oito barbatanas: duas dorsais, duas peitorais, duas pélvicas, uma anal, e uma caudal. A cauda é simétrica e termina por um tufo de
lepidotríquias que compõem o lobo caudal. Os olhos do celacanto são muito grandes, enquanto a boca é muito pequena. Os olhos estão adaptados a ver na
luz negra por terem
bastonetes que absorvem comprimentos de onda baixos, na faixa do
azul. Maxilas falsas substituem a
maxila, uma estrutura que está ausente em celacantos. Têm duas
narinas, juntamente com outras quatro aberturas externas que aparecem entre o pré-maxilar e os ossos laterais rostrais. Os sacos nasais são semelhantes aos de muitos outros peixes. O
órgão rostral do celacanto está contido dentro da região etmoidal da caixa craniana, com três aberturas. O órgão rostral é usado como parte do sistema de
laterosensorial. A recepção auditiva é mediada por sua
orelha interna. A orelha interna de um celacanto é muito semelhante à dos tetrápodes, e é classificada como uma papila basilar.
A locomoção dos celacantos é exclusiva. Para se deslocar, eles aproveitam
correntes verticais e usam suas barbatanas pares para estabilizar o seu movimento na água. Enquanto no fundo do oceano, as suas barbatanas pares não são utilizadas para qualquer tipo de movimento. Os celacantos podem criar impulso para partidas rápidas usando suas barbatanas caudais. Devido ao elevado número de barbatanas, o celacanto tem alta manobrabilidade. Os celacantos também podem orientar seus corpos em qualquer direção na água e já foram vistos a nadar verticalmente com a cabeça virada para o fundo do mar, ou de barriga para cima. Pensa-se que o órgão rostral os ajude com
eletromagnetismo.
O genoma de Latimeria chalumnae foi descrito em 2013, indicando que os seus genes codificantes de proteínas evoluíram mais lentamente que os genes homólogos nos tetrápodes. Análise filogenética revelou que os peixes pulmonados são mais próximos dos tetrápodes que o celacanto.