Joan Manuel Serrat i Teresa (
Barcelona,
27 de dezembro de
1943) é um cantor, músico e compositor
espanhol, uma das expressões mais destacadas da música moderna espanhola e catalã.
Depois de acabar os seus estudos de engenharia agrícola (1965), começa a cantar num programa da Rádio Barcelona e assina um contrato para a gravação do seu primeiro disco. Será um disco em catalão, pelo que passa a ser considerado um dos fundadores da chamada
Nova Canção, que inclui algum dos temas que serão ícones de toda a sua carreira como, por exemplo, “Ara que tinc vint anys” (Agora que tenho vinte anos) ou “Paraules d´amor” (Palavras de amor). Segue um LP de música popular catalã
(“Cançons tradicionals”) e
“Com ha fa el vent” (Como faz o vento), com canções próprias.
Quando em 1968 começa a cantar em castelhano, é considerado por alguns como um traidor à
Catalunha. Aquele ano é nomeado representante da Espanha no
Festival Eurovisão da Canção onde deve interpretar a canção “La, la, la”, composta propositadamente para ele pelo
Duo Dinámico. Depois de ter gravado a canção em diferentes idiomas, Serrat anuncia que só concorrerá ao Festival se lhe é permitido interpretar a canção em catalão, língua que, na altura, estava quase em situação marginal. A sua proposta não é aceite pelo governo que proíbe a sua presença na TV e a emissão das suas canções nas rádios de todo o país.
A sua participação no Festival da Canção do
Rio de Janeiro com o tema “Penélope”, pode ser considerada o começo da sua importante e prolongada carreira no continente americano.
Em 1969 edita um disco, que terá grande repercussão social e avultadas vendas, onde põe música em alguns poemas de
Antonio Machado. Em 1971 aparece
“Mediterráneo”, um dos seus álbuns mais importantes. Um quarto de século depois, a canção que da o título ao disco será eleita a melhor canção espanhola da segunda metade do XX.
Passa o último período da ditadura do general
Franco no exílio e continua a estar proibido pela censura, facto que faz que os seus discos de estes anos não cheguem ao grande público. O impasse termina com a publicação de
“En tránsito” (1981) e
“Cada loco con su tema” (1983), onde aparece um Serrat mais maduro e intimista.
No
“El Sur también existe” (1985), volta a musicar um poeta desta vez o uruguaiano
Mario Benedetti. Um ano depois aparece
“Sinceramente teu” onde interpreta em português alguma das suas músicas mais conhecidas e conta, entre outras, com a participação de cantores tão conceptuados como
Maria Bethânia,
Gal Costa e
Caetano Veloso. Seguem-se
“Bienaventurados” (1987),
“Material sensible” (1989),
“Utopía” (1992),
“Nadie es perfecto” (1994) e
“D´un temps, d´un país” (1996), antologia pessoal dos melhores temas da música da Catalunha.
Em 1996 protagoniza junto de
Ana Belén,
Víctor Manuel e
Miguel Ríos o espectáculo
“El gusto es nuestro” (O gosto é nosso) e faz com este uma digressão pela Espanha e diferentes países latino-americanos.
“Sombras de la China” (1998), volta a reunir composições próprias. Em troca,
“Cansiones” (2000) é um recompilatório onde reúne canções interpretadas por uma espécie de heterónimo a que da o nome de Tarrés (apelido catalão que, curiosamente, é Serrat ao contrário).
Em 2005 sobrevive a um cancro na bexiga.
Em 2006 é nomeado
Doctor Honoris Causa pela Universidade Complutense de Madrid pelo seu contributo à cultura espanhola e publica
“Mô” (nome que os menorquinos, nas Baleares, dão a sua capital), onde, depois de 17 anos, volta a interpretar temas próprios em catalão.
Em junho de 2007, com o seu colega e grande amigo
Joaquin Sabina, inicia uma tourné pela Espanha e América do Sul, de nome
“Dos pájaros de un tiro” (traduzível, em português, como
Dois coelhos de uma cajadada só). No mesmo ano, recebe o título de cavaleiro da Legião de Honra, a mais alta distinção da República Francesa, por os seus contributos à criação cultural, promoção do catalão no mundo e pela sua defesa da liberdade de expressão.