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segunda-feira, novembro 04, 2024

Há 72 anos ocorreu um dos mais fortes terramotos do século XX, na península de Kamchatka

  
The main earthquake struck at 16:58 GMT (04:58 local time) on November 4, 1952. Initially assigned a magnitude of 8.2, the quake was revised to 9.0 Mw in later years. A large tsunami resulted, causing destruction and loss of life around the Kamchatka peninsula and the Kuril Islands. Hawaii was also struck, with estimated damages of up to US$1 million and livestock losses, but no human casualties were recorded. Japan reported no casualties or damage. The tsunami reached as far as Alaska, Chile, and New Zealand.
The hypocentre was located at 52.75°N 159.5°E, at a depth of 30 km. The length of the subduction zone fracture was 600 km. Aftershocks were recorded in an area of approximately 247,000 km2, at depths of between 40 and 60 km. A recent analysis of the tsunami runup distribution based on historical and geological records give some indication as to the slip distribution of the rupture.
 
   
View of the Severo-Kurilsk port. In 1952 a whole settlement was located there. The modern town was rebuilt in another place

1952 Severo-Kurilsk Tsunami was a major tsunami that hit Severo-Kurilsk, Kuril Islands, Sakhalin Oblast, Russian SFSR, USSR, which occurred on 5 November 1952 at about 5 a.m. It led to the destruction of many settlements in Sakhalin Oblast and Kamchatka Oblast, while the main impact struck the town of Severo-Kurilsk. The tsunami was generated by a major earthquake in the Pacific Ocean, 130 km from the shore of Kamchatka, with an estimated magnitude of 9.0. There were three waves about 15-18 m high. After the earthquake the majority of the Severo-Kurilsk citizens fled to the surrounding hills, where they escaped the first wave. However, most of them returned to the town and were killed by the second wave. The third wave was minor. According to the authorities, out of a population of 6,000 people, 2,336 died.
The remaining survivors were evacuated to continental Russia. The settlement was then rebuilt in another location.

 

NOTA: embora provocando poucos mortos, dada a sua magnitude, este sismo é considerado atualmente o 5º com mais elevada magnitude não inferida, segundo a Wikipédia:

Rank Date Location Event Magnitude
1 May 22, 1960 Chile Valdivia, Chile 1960 Valdivia earthquake 9.4–9.6
2 March 27, 1964 United States Prince William Sound, Alaska, United States 1964 Alaska earthquake 9.2–9.3
3 December 26, 2004 Indonesia Sumatra, Indonesia 2004 Indian Ocean earthquake 9.2–9.3
4 March 11, 2011 Japan Pacific Ocean, Tōhoku region, Japan 2011 Tōhoku earthquake 9.0–9.1
5 November 4, 1952 Soviet Union Kamchatka, Russian SFSR, Soviet Union 1952 Severo-Kurilsk earthquake 9.0


segunda-feira, setembro 30, 2024

Um terramoto atingiu a ilha de Sumatra há quinze anos


O sismo de Sumatra de 2009 foi um sismo com violentas réplicas, de magnitude 7,6 que afetou Sumatra às 17.16.10, hora local, em 30 de setembro de 2009 e teve uma magnitude de momento de 7,6. O epicentro localizou-se 45 km a oeste-noroeste de Padang, na ilha de Samatra, e 220 km a sudoeste de Pekanbaru, também em Sumatra. A estimativa do número de mortos varia de 770 a 1.100. Milhares de pessoas ficaram presas entre os escombros. Só em Sumatra Ocidental e Jambi foram confirmados 716 mortos.

 

quinta-feira, setembro 26, 2024

Há um ano houve um mega-tsunami na Gronelândia que quase passava despercebido

Mega tsunami provocou onda que durou mais de uma semana na Gronelândia

 

 

Fenómeno inédito, acompanhado de ondas de mais de 200 metros de altura, foi desencadeado por uma queda de rochas. Onda estacionária oscilou para a frente e para trás durante mais de uma semana.

Um tsunami catastrófico, desencadeado por um enorme deslizamento de terras no desabitado fiorde de Dickson, na Gronelândia, gerou uma queda de rochas que, por sua vez, levou à formação de uma onda gigante que deixou marcas de inundação até 200 metros de altura em certas zonas.

Os dados sísmicos, registados pelo Centro Alemão de Investigação em Geociências (GFZ), revelaram que o fenómeno da costa leste da Gronelândia, que teve lugar a 16 de setembro de 2023, durou mais de uma semana.

O deslizamento de terras, que ocorreu numa região remota, criou uma onda colossal que atravessou o fiorde, afetando regiões até 50 quilómetros de distância. Perto da origem do deslizamento de terras, as alturas das ondas excederam os 200 metros, com alturas médias de ondas costeiras de 60 metros.

Estações sísmicas localizadas a até 5.000 quilómetros de distância detetaram os tremores iniciais da queda de rochas, indicando a escala do evento. No entanto, o que surpreendeu os investigadores foi um sinal sísmico de período muito longo (VLP) invulgarmente persistente que continuou durante mais de sete dias, uma duração altamente invulgar neste tipo de eventos.

O sinal VLP foi gerado por uma onda estacionária, com aproximadamente um metro de altura, que oscilou para a frente e para trás no fiorde durante mais de uma semana. As ondas estacionárias e os seus correspondentes sinais de longo período são conhecidos dos sismólogos, tipicamente associados a grandes eventos em glaciares. No entanto, a duração alargada do sinal neste caso não tem precedentes.

“O simples facto de o sinal VLP de uma onda que se desloca para trás e para a frente, desencadeada por um deslizamento de terras numa zona remota da Gronelândia, poder ser observado em todo o mundo e durante mais de uma semana é empolgante”, observou Angela Carrillo Ponce, estudante de doutoramento no GFZ e principal autora do estudo, citada pelo Science Blog.

A equipa de investigação corroborou as suas descobertas com imagens de satélite, confirmando que os sinais sísmicos iniciais correspondiam à força e à direção da queda de rochas.

O estudo sublinha a importância de compreender estes fenómenos à medida que as alterações climáticas aceleram o recuo dos glaciares e o degelo do permafrost, aumentando potencialmente o risco de deslizamentos de terras e megatsunamis semelhantes.

 

in ZAP

quinta-feira, setembro 19, 2024

Um terramoto (quase) arrasou a Cidade do México há trinta e nove anos...

Cidade do México - o Hospital Geral entrou em colapso
   
O Sismo da Cidade do México de 1985, foi um violento sismo ocorrido às 07.19 horas da manhã do dia 19 de setembro de 1985, tendo o seu epicentro no mar, na zona de Michoacán, no litoral do México, alcançando a capital em aproximadamente 50 segundos e chegando à magnitude de 8,1 a 8,3 na escala Richter. Deixou um rastro de destruição e morte na Cidade do México, derrubando vários edifícios na capital mexicana e outros estados. Foi classificado como um dos piores sismos da história contemporânea e da América. O evento causou entre três e quatro mil milhões de dólares em danos - 412 edifícios desmoronaram e 3.124 outros foram seriamente danificados na cidade. Enquanto os dados são contestados, o número mais citado de mortes é estimado em 10 mil pessoas, mas os especialistas concordaram que poderá ter sido de até 40.000 mortos.
   
O evento
Em 19 de setembro de 1985, uma quinta-feira, às 07.19, a Cidade do México foi abalada por um sismo de magnitude 8,1 na escala de Richter, com epicentro em 17.6 N e 102.5 W, no Oceano Pacífico, próximo de Lázaro Cárdenas, Michoacán. Trinta seis horas depois ocorreria uma réplica de magnitude 7.3 na escala de Richter. O primeiro sismo foi sentido em locais distantes como Houston, Cidade da Guatemala e Chiapas e gerou um tsunami que causou alguns danos próximo de Lázaro Cárdenas, com uma altura máxima de 3 metros.
A Cidade do México, com 18 milhões de habitantes na época, teve a sua energia elétrica, abastecimento de água e comunicações comprometidas. Diversos tubos de gás explodiram, provocando incêndios e ampliando a destruição.
     
Vítimas e danos causados  
Estima-se que este sismo tenha afetado seriamente cerca de 825.000 km2 de território e sentido por cerca de 20 milhões de pessoas. Foram contabilizadas 412 construções totalmente destruídas e 3.124 seriamente danificadas na Cidade do México (a maior parte das quais com uma altura entre 8 e 18 pisos). Foram também registados danos significativos em zonas dos estados de Jalisco, Michoacán, Colima, Guerrero, Morelos e Veracruz.
Toda a cidade foi abalada, mas as áreas mais afetadas foram aquelas situadas sobre o que em tempos foi o lago de Texcoco, na antiga Tenochtitlán. Os sedimentos não consolidados, situados sob as construções afetadas, e a negligência na construção dos edifícios foram os motivos principais que levaram ao colapso de tantas estruturas.
Após mais de dois minutos, a terra deixou de tremer, e, por essa altura, parte do centro da cidade estava em ruínas. Entre as construções destruídas contam-se várias escolas, cerca de cem mil habitações, o edifício da emissora Televisa, vários edifícios governamentais e alguns hospitais. O número de vítimas foi estimado em 9.500 mortos (havendo algumas fontes que apontam até 35.000 mortos), 30.000 feridos, e 100.000 desalojados. As equipas de socorro terão salvo cerca de 4.000 pessoas, incluindo recém-nascidos de um hospital.
O governo foi criticado por ter se recusado a receber ajuda internacional e pela demora no início do socorro às vítimas.
   
Monumento às vítimas do sismo de 1985
   

    
USGS ShakeMap for the event
      
Map showing regional tectonic plates and the Middle America Trench

terça-feira, agosto 27, 2024

A ilha de Krakatoa desapareceu há cento e quarenta e um anos...

   
No dia 27 de agosto de 1883, a ilha de Krakatoa ou Cracatoa (em indonésio: Krakatau), localizada no estreito de Sunda, entre as ilhas de Sumatra e Java, na Indonésia, desapareceu quando o vulcão de mesmo nome, no monte Perboewatan - supostamente extinto - entrou em erupção. É considerada uma das piores erupção vulcânica da História e a que maiores danos causou.
A sucessão de erupções e explosões durou 22 horas e o saldo foi de mais de 37 mil mortos. A sua explosão atirou piroclastos a aproximadamente 27 km de altitude e o som da última grande explosão foi ouvida a cinco mil quilómetros, na ilha de Rodrigues, tendo os habitantes ficado surpresos com o estrondo, supondo significar uma batalha naval. O barulho chegou também até à Austrália, Filipinas e Índia.
Os efeitos atmosféricos da catástrofe, como poeira e cinzas circundando o globo, causaram estranhas transformações na Terra, como súbita uma queda de temperatura e transformações no nascer e pôr do Sol durante aproximadamente 18 meses, levando anos até voltar ao normal. Todas as formas de vida da ilha, animal e vegetal, foram destruídas. Por causa das explosões, vários tsunamis ocorreram em diversos pontos do planeta. Perto das ilhas de Java e Sumatra, as ondas chegaram a mais de 40 metros de altura.
A cratera do vulcão era monstruosa, possuía aproximadamente 16 km de diâmetro. O vulcão não parou de cuspir lava e houve ainda outras erupções durante todo o ano. Antes da erupção, a ilha possuía quase dois mil metros de altitude, mas após a erupção a ilha foi riscada do mapa, tendo-se um lago formado na cratera (caldeira) do vulcão, onde hoje vivem várias espécies de plantas e pássaros.
Atualmente, na região da cratera, há uma nova formação rochosa em formação chamada Anak Krakatau (Anak Krakatoa, filho de Krakatoa ou Krakatau), que já possui mais de 800 metros de altura, pois que em cada ano aumenta em média cinco metros, podendo haver mudanças.
   
Efeitos
Provavelmente o tsunami mais destrutiva registada na história, até ao sismo de 26 de dezembro de 2004, originou-se da explosão do vulcão Krakatoa, numa série de quatro explosões que espalharam cinzas pelo mundo e geraram uma onda sentida nos oceanos Atlântico e Pacífico.
O escritor Simon Winchester descreveu o evento como "O dia em que o mundo explodiu". Livros de história contam como uma série de grandes ondas - tsunamis -  algumas com alturas de quase 40 metros acima do nível do mar, mataram mais de 36 mil pessoas em cidades e aldeias costeiras ao longo do estreito de Sunda.
A maioria das vítimas foi morta pela tsunami e não pela erupção que destruiu dois terços da ilha. Ondas tsunami geradas pela erupção foram observadas em todo o oceano Índico, no Pacífico, na costa oeste dos EUA, na América do Sul e até no canal da Mancha. Elas destruíram tudo em seu caminho e levaram para a costa blocos de corais com até 600 toneladas.
Um navio que se encontrava na área, de seu nome Berouw, foi arrastado terra adentro, tendo toda a tripulação morta. De acordo com Winchester, corpos apareceram em Zanzibar e o som da destruição da ilha foi ouvido na Austrália e na Índia.
As ondas do tsunami foram sentidas em Liverpool, na Inglaterra, em alguns territórios africanos e também nas partes do Canadá, sem muitos desabamentos. De acordo com registos climáticos e recentes estudos, a temperatura global decaiu 1 ºC em decorrência da grande quantidade de gases e partículas que foram lançados na atmosfera na ocasião da erupção.
  

Evolução das ilhas à volta de Krakatoa de 1880 a 2005 - note-se o contínuo crescimento de Anak Krakatoa desde 1883
   
Anak Krakatoa - o filho de Krakatoa
Cientistas afirmam que a nova formação (vulcão) Anak Krakatoa pode ser ainda muito mais poderosa que o antigo Krakatoa. Com a antiga explosão, os três montes foram transformados em um só, criando uma caldeira que chega a 50 km subterrâneos - um gigantesco depósito de lava.
Acredita-se que se Anak Krakatoa atingir altura próxima à de seu progenitor e se uma nova grande erupção daquela dimensão acontecer, parte da população mundial e grande parte de toda a fauna e flora pode morrer.

Anak Krakatoa é um vulcão extremamente ativo e quase sempre é colocado em estado de alerta nível 2. Os cientistas não sabem afirmar quando ele vai entrar em erupção crítica, mas já disseram que vai acontecer.

No dia 22 de dezembro de 2018, o colapso e deslizamento de 2/3 do vulcão Anak Krakatoa no mar causou um tsunami no estreito de Sunda, na Indonésia. Foram contabilizados 429 vítimas, 128 desaparecidos e 1.459 feridos causados pelas ondas gigantes. O evento não foi precedido por terremoto.

Na manhã de 10 de abril de 2020, o Anak Krakatoa começou a entrar em erupção novamente. A primeira erupção pôde ser ouvida na cidade de Jacarta (capital da Indonésia), a mais de 150 quilómetros de distância, lançando uma coluna de cinza vulcânica e fumo de 200 metros de altura, para o relatório de atividade vulcânica do magma do The Center for Volcanology and Geological Disaster Mitigation’s (PVMBG) da Indonésia, disse que a primeira erupção durou um minuto e 12 segundos começando às 21.58.  A erupção expeliu cinzas vulcânicas a cerca de 14 quilómetros e uma pluma secundária de cinzas atingiu cerca de 11 quilómetros. A erupção foi em grande parte magmática com fontes de lava visíveis. Nenhum dano generalizado foi relatado, e a erupção terminou várias horas depois.

  

sábado, agosto 17, 2024

O sismo de Kocaeli, na Turquia, fez milhares de vítimas há 25 anos


O sismo de İzmit de 1999, também chamado sismo de Kocaeli ou sismo de Gölcük, foi um sismo de magnitude  7,6 ou 7,5 que atingiu o noroeste da Turquia a 17 de agosto de 1999 às 03.02 horas locais. O evento durou 37 segundos, provocou a morte de cerca de 17.000 pessoas (dados oficiais) e deixou cerca de meio milhão de pessoas sem casa. Fontes não oficiais referem um número de vítimas muito superior - 35 ou 45 mil mortos e um número semelhante de feridos. A cidade de İzmit ficou severamente danificada, mas também houve estragos significativos em Istambul, onde se registaram cerca de mil mortos.
    

Estragos
A estimativa oficial publicada em 19 de outubro de 1999 menciona 17.127 mortos e 43.959 feridos. Os relatórios de setembro de 1999 mostravam que 120 000 casas de construção deficiente tinham sido destruídas a ponto de não serem recuperáveis, 54 000 tinha ficado severamente danificadas, 2 000 colapsaram. Cerca de 600 000 pessoas ficaram sem casa em consequência do terramoto.
Segundo estimativas de 2000 do Observatório Sismológico de Kandilli, da Universidade do Bósforo, os danos materiais causados pelo terramoto ascenderam a 16 mil milhões de dólares, muito acima das estimativas oficiais divulgadas um mês depois da tragédia, que apontavam para valores entre 3 e 6,5 mil milhões de dólares.
O terramoto afetou gravemente a área urbana e industrializada com grande densidade populacional de İzmit, provocando estragos em refinarias e fábricas de automóveis, além do quartel-general e arsenal da Marinha da Turquia em Gölcük, o que fez aumentar a gravidade das perdas em vidas e propriedades. Numa refinaria da TÜPRAS (Türkiye Petrol Rafinerileri), o terramoto provocou um incêndio de grandes proporções devido ao colapso de uma torre. A refinaria tinha 700 000 toneladas de petróleo armazenada e forma precisos vários dias para controlar o incêndio. O terramoto também provocou danos consideráveis em Istambul, distante cerca de 70 km do epicentro.
O soldados turcos foram autorizados a ter 45 dias de licença para ajudarem no resgate dos seus familiares. Os corpos forma rapidamente enterrados em valas comuns, para evitar o risco de doenças.
   

Geologia
O terramoto de İzmit provocou uma rutura de 150 km, estendendo-se desde a cidade de Düzce até ao Mar de Mármara, ao longo do Golfo de İzmit. Os deslocamentos ao longo da rutura chegaram aos 5,7 metros. O sismo provocou um tsunami no mar de Mármara com três metros de altura.
O sismo ocorreu no troço ocidental da Falha Setentrional da Anatólia (NAFZ). A placa da Anatólia, onde se encontra quase todo o território da Turquia, está a ser empurrada para oeste à velocidade de 2 a 2,5 cm por ano, sendo comprimida entre a placa Eurasiática a norte e as placas Africana e Arábica a sul. Os maiores sismos na Turquia são originados na NAFZ ou na Falha Oriental da Anatólia.
A destruição em Istambul deu-se principalmente no distrito de Avcılar, situado na linha de falha que se estende ao longo do Mar de Mármara. Avcılar assenta sobre solos de composição marinha, o que torna a área especialmente vulnerável a sismos.
Passados poucos meses (em 12 de novembro de 1999) ocorreu novo sismo na NAFZ, com epicentro em Düzce, a cerca de 100 km de distância do epicentro deste sismo, com magnitude similar (7,2), que provocou 894 mortos. A ajuda internacional foi massiva, tendo as primeiras equipas de resgate chegado ao terreno passadas 24 horas do acidente. Vários países enviaram ajuda, que incluiu, entre outros, equipas de busca, tendas, helicópteros e fornecimentos médicos.
    

sábado, junho 15, 2024

O sismo de Sanriku provocou um mortífero tsunami há 128 anos


The 1896 Sanriku earthquake was one of the most destructive seismic events in Japanese history. The 8.5 magnitude earthquake occurred at 19:32 (local time) on June 15, 1896, approximately 166 kilometres (103 mi) off the coast of Iwate Prefecture, Honshu. It resulted in two tsunamis which destroyed about 9,000 homes and caused at least 22,000 deaths. The waves reached a then-record height of 38.2 metres (125 ft); this would remain the highest on record until waves from the 2011 Tōhoku earthquake exceeded that height by more than 2 metres (6 ft 7 in).

Seismologists have discovered the tsunami's magnitude (Mt = 8.2) was much greater than expected for the estimated seismic magnitude. This earthquake is now regarded as being part of a distinct class of seismic events, the tsunami earthquake.
 
 

quarta-feira, maio 22, 2024

Um dos mais fortes terramotos com registo científico de sempre ocorreu no Chile há 64 anos...

Vista de uma rua no centro de Valdivia após o sismo
      
O Sismo de Valdivia de 1960, ou Grande Sismo do Chile (designado oficialmente Grande Terramoto de Valdivia de 1960), foi um sismo de magnitude de 9,5 MW com epicentro próximo a Lumaco, província de MallecoRegião de Araucanía, ocorrido às 19.11 UTC (15.11 no horário local) do dia 22 de maio de 1960. O epicentro foi a 570 km ao sul de Santiago com o hipocentro situado a uma profundidade de 33 km, sendo o mais violento sismo já registado cientificamente. O sismo atingiu o grau 9 da escala Richter - uma magnitude considerada "Excecional" - e uma intensidade XII na escala de Mercalli, o último grau da escala que corresponde à 'destruição total da paisagem' (Cataclismo).

O sismo foi sentido em diferentes partes da Terra e produziu um tsunami que afetou diversas localidades ao largo do Oceano Pacífico, como o Havaí e o Japão, e a erupção do vulcão Puyehue. Cerca de 5.700 pessoas perderam a vida e mais de 2 milhões ficaram feridas por causa desta catástrofe. Tsunamis produzidos pelo tremor causaram 62 mortes no Havai e 31 nas Filipinas nas horas seguintes, e réplicas do primeiro abalo puderam ser sentidas durante mais de um ano. Os estragos chegaram a ameaçar seriamente a realização do Campeonato do Mundo FIFA de 1962, já programada para ocorrer no país.

O número de vítimas e os prejuízos deste desastre nunca foram conhecidos com precisão. Diversas estimativas quanto ao número total de mortes diretamente associadas ao sismo e tsunamis foram publicadas, com a USGS a citar estudos e números de 2.231, 3.000 ou 5.700 mortes, enquanto outras fontes usam estimativas de 6.000 mortes. Várias fontes estimam o custo monetário entre 400 milhões e 800 milhões de dólares norte-americanos (equivalentes a 2,9 e 5,8 mil milhões de dólares, aos custos de 2010, corrigidos pelo efeito da inflação).

 

Mapa mostrando o tempo de passagem do tsunami desde Valdivia (vermelho) ao longo do Oceano Pacífico (a escala de cores mostra a altura da onda)
    

domingo, maio 12, 2024

Notícia interessante sobre estudo de tsunamis que afetaram as ilhas britânicas...

Um tsunami gigante terá dizimado população britânica na Idade da Pedra. Pode repetir-se

 

 

O tsunami terá arrasado a população no norte de Inglaterra, há 8.200 anos. Os cientistas acreditam que a tragédia se pode repetir.

Há cerca de 8.200 anos, um colossal deslizamento de terra subaquático perto da Noruega, conhecido como o deslizamento de Storegga, desencadeou um devastador tsunami que afetou grandes partes do norte da Europa.

Coincidindo com este desastre natural, houve um significativo declínio na população da Grã-Bretanha. Um novo estudo publicado na Journal of Quaternary Science, levado a cabo por investigadores da Universidade de York e da Universidade de Leeds, mergulhou neste evento histórico para determinar a sua possível ligação com a diminuição populacional.

“O declínio populacional aconteceu imediatamente após a ocorrência do tsunami de Storegga. No entanto, um período de frio coincidiu com o tsunami, por isso não ficou claro qual evento teve maior impacto”, explica Patrick Sharrocks, o autor principal do artigo, à Business Insider.

A equipa de investigação utilizou simulações de computador para estimar o alcance terrestre das ondas do tsunami. Os seus resultados sugerem que o tsunami poderia ter tido um efeito devastador na população em Howick, Northumberland, no norte da Inglaterra.

O impacto do tsunami foi extenso, com evidências encontradas na Noruega, Inglaterra, Dinamarca, Gronelândia e Escócia, incluindo as ilhas Shetland. No continente do Reino Unido, as ondas poderiam ter atingido alturas de 3 a 6 metros, enquanto os vales estreitos das Ilhas Shetland poderiam ter amplificado as ondas para mais de 20 metros.

A narrativa histórica deste desastre não é derivada de registos escritos, mas sim de depósitos sedimentares em vários corpos de água. Estes depósitos fornecem pistas sobre o alcance da onda e a frequência de eventos semelhantes. Curiosamente, os sedimentos em Howick diferem daqueles encontrados em outras localizações afetadas pelo tsunami, sugerindo que são precisas mais pesquisas para confirmar o impacto da onda lá.

As populações do Mesolítico nas Ilhas Britânicas, não habituadas a tsunamis, poderiam ter sido apanhadas desprevenidas. Os investigadores especulam que o mar recuado, precursor do tsunami, poderia ter atraído pessoas para a costa, levando a uma perda significativa de vidas e recursos, como as árvores de avelã, essenciais para a sobrevivência.

Uma pesquisa recente descobriu que tsunamis atingiram as Shetland há 5.000 e 1.500 anos. Esta frequência significa que uma catástrofe semelhante no futuro não está fora de questão.

“Isso significa que o perigo, o risco, é muito mais sério do que pensávamos anteriormente”, disse Dave Tappin, do British Geological Survey, à BBC em 2018.


in ZAP

segunda-feira, abril 01, 2024

O sismo que deu origem ao Centro de Avisos de Tsunamis do Pacífico foi há 78 anos...

A população foge do tsunami em Hilo, cidade capital da ilha do Havai (a Big Island)
    
O Sismo das Ilhas Aleutas de 1946 ocorreu próximo das Ilhas Aleutas, um arquipélago do estado do Alasca formado pelos vulcões de um arco insular associado à zona de subdução da placa do Pacífico sobre a placa norte-americana. Foi a 1 de abril de 1946, às 12.28 horas (UTC), com uma magnitude de 7,8MW, tendo o epicentro as coordenadas 52.8°N, 163.5°W e o hipocentro a 25 km de profundidade, sendo seguido por um tsunami. Este último resultou em 165 mortes: 159 no Havai e seis no próprio Alasca (e em prejuízos de 26 milhões de dólares - dados da época). No Alasca a onda do tsunami teve uma altura de pelo menos 35 metros e no Havai, na Big Island, teve uma altura máxima de 8,1 metros e seis ou sete ondas, com intervalos de 15/20 minutos.
   
 O avanço do tsunami, em horas (daqui)
    
O tsunami foi estranhamente forte para o tamanho do terramoto; foi a última vez que um sismo abaixo de magnitude 9,0 causou mortes através de um tsunami longe da área do sismo. Vários cientistas acreditam que o tsunami pode ter sido causado por um deslizamento de terras submarino causado pelo sismo. O tamanho e efeitos do tsunami levou, em 1949, à criação do Pacific Tsunami Warning Center, tendo este poupado, ao longo da sua existência, milhares de vidas com os seus alertas.
   
A baixa de Hilo, depois do tsunami (daqui)
     

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Um terramoto, seguido de um tsunami, devastaram o Chile há catorze anos...

Consequências do tsunami proveniente do terramoto que atingiu o Chile, em 27 de fevereiro de 2010
   
O sismo do Chile de 2010 ocorreu ao longo da costa da Região de Maule, no Chile, em 27 de fevereiro de 2010, às 03.34 horas na hora local (06.34 horas UTC), atingindo uma magnitude de 8,8 na escala de magnitude de momento e durando três minutos. O terramoto foi sentido na capital Santiago com intensidade VIII na escala de Mercalli (ruinoso). O sismo foi sentido em muitas cidades argentinas, incluindo Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e La Rioja. Também foi sentido mais a norte, como na cidade de Ica, no sul do Peru. Alertas de tsunami foram emitidos para 53 países e um tsunami foi registado, com ondas superiores a 2,6 metros, no mar de Valparaíso, Chile. A presidente Michelle Bachelet declarou "estado de calamidade". Ela também confirmou a morte de pelo menos 723 pessoas e muitos outros foram registados como desaparecidos.
Sismólogos estimam que o terramoto tenha sido tão poderoso que este teria encurtado a duração do dia em 1,26 microssegundos e deslocado o eixo terrestre em 8 cm.
O epicentro do sismo foi no mar da região de Maule, aproximadamente 8 km a oeste de Curanipe e 115 km a norte-nordeste da segunda maior cidade do Chile, Concepción. O terramoto também causou seichas que ocorreram no Lago Pontchartrain, ao norte de Nova Orleães, Estados Unidos, localizadas a cerca de 7.600 km do epicentro do terramoto.
 
 
Prédio destruído em Concepción

 

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

Um terramoto afetou a capital da Ilha do Sul (da Nova Zelândia) há 13 anos

Edifício destruído em Christchurch
     
O Sismo de Canterbury de 2011 (também conhecido como sismo de Christchurch) foi um sismo de 6,3 de magnitude que atingiu a Ilha do Sul da Nova Zelândia às 12.51 horas de 22 de fevereiro de 2011 (hora local), que corresponde às 23.51 horas de 21 de fevereiro UTC. O número de mortes provocadas pelo sismo foi inicialmente estimado em 159 (em 2 de março de 2011), passando depois para 185.
A região mais afetada foi província de Canterbury, em particular a cidade de Christchurch, situada a 10 km do epicentro do sismo. Essa mesma região já tinha sido atingida por um sismo de 7,1 MW em 4 de setembro de 2010.
    
Mapa de intensidade do sismo, mostrando o epicentro próximo de Christchurch
     

terça-feira, fevereiro 20, 2024

Charles Darwin viu os Andes crescer, ao vivo, há 189 anos

Restos de la Catedral de Concepción tras el terremoto

 

El Terremoto de Concepción de 1835 fue un terremoto de 8,5 MS que azotó a la ciudad de Concepción, Chile, a las 11.30 del día 20 de febrero de 1835. El maremoto posterior arrasó la zona centro-sur del país, específicamente entre los ríos Cachapoal y Valdivia. Destruyó totalmente la ciudad de Concepción.
Es famoso por haber sido documentado por Charles Darwin y aportar una cuota sobre el efecto de los cambios geológicos a las teorías de este científico. Si bien afectó fuertemente la actual Región del Biobío, probablemente se sintió en todo el territorio de Chile centro-sur, ya que Darwin lo percibió estando en la ciudad de Valdivia.
Yo estaba en tierra firme descansando en un césped. (El terremoto) vino de repente y duró dos minutos (aunque pareció mucho más). El sismo era muy notable; a mí y a mi sirviente nos pareció que la ondulación venía del este (…) Un terremoto como este destruye las asociaciones más antiguas, el mundo, el emblema de todo aquello que es sólido.
Darwin recoge datos de pobladores que afirman que el territorio se había levantado dejando al descubierto rocas antes sumergidas. Afortunadamente el terremoto fue en una hora benigna (11:00 de la mañana), cuando pocas personas estaban al interior de las casas y el territorio afectado tenía poca densidad de población. Respecto a la cantidad de víctimas, los informes son incompletos y contradictorios entre 30 y 120 muertos, pero cientos de heridos.
El maremoto fue advertido por la población al percatarse que se había retirado el mar, estando fresco el recuerdo del terremoto de 1751, la gente huyó de la costa. El maremoto dejó muchas embarcaciones al interior del territorio y miles de peces como es usual. Aunque es interesante la descripción que las aguas marinas se pusieron negras con un olor sulfuroso. Además de producirse un chorro vertical de agua similar a la columna que levanta una ballena en el centro de la bahía de San Vicente.
      

sexta-feira, janeiro 12, 2024

Um terramoto, há catorze anos, arrasou Port-au-Prince, a capital do Haiti...

Porto Príncipe: uma das áreas atingidas pelo sismo de 12 de janeiro de 2010
  
Localização do epicentro do sismo e a extensão do raio de intensidade do sismo.
Epicentro 18° 27' 25,2" N 72° 31' 58,8" O
Profundidade 10 km
Magnitude 7,0 MW
Intensidade máx. X (destruidor)
Data 12 de janeiro de 2010
Zonas mais atingidas Haiti
República Dominicana
 Cuba
 Jamaica
 Bahamas
Vítimas 100 000 - 316 000 mortos, 350 000 feridos e mais de 1,5 milhão de flagelados, 4 mil amputações
 
O sismo do Haiti de 2010 foi um terramoto catastrófico que teve o seu epicentro na parte oriental da península de Tiburon, a cerca de 25 km da capital haitiana, Porto Príncipe (Port-au-Prince), foi registado às 16h53m10s da hora local (21h53m10s UTC), na terça-feira, 12 de janeiro de 2010. O abalo alcançou a magnitude 7,0 Mw e ocorreu a uma profundidade de 10 km. O Serviço Geológico dos Estados Unidos registou uma série de pelo menos 33 réplicas sismológicas, 14 das quais eram de magnitude 5,0Mw a 5,9Mw. O Comité Internacional da Cruz Vermelha estima que cerca de três milhões de pessoas foram afetadas pelo sismo; o Ministro do Interior do Haiti, Paul Antoine Bien-Aimé, antecipou em 15 de janeiro que o desastre teria tido como consequência a morte de 100.000 a 200.000 pessoas.
O terramoto causou grandes danos a Port-au-Prince, Jacmel e outros locais da região. Milhares de edifícios, incluindo os elementos mais significativos do património da capital, como o Palácio Presidencial, o edifício do Parlamento, a Catedral de Notre-Dame de Port-au-Prince, a principal prisão do país e todos os hospitais, foram destruídas ou gravemente danificadas. A Organização das Nações Unidas informou que a sede da Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (MINUSTAH), localizada na capital, desabou e que um grande número de funcionários da ONU havia desaparecido. A morte do Chefe da Missão, Hédi Annabi, foi confirmada a 13 de janeiro pelo presidente René Préval.
Muitos países responderam aos apelos pela ajuda humanitária, prometendo fundos, expedições de resgate, equipes médicas e engenheiros. Sistemas de comunicação, transportes aéreos, terrestres e aquáticos, hospitais, e redes elétricas foram danificados pelo sismo, o que dificultou a ajuda nos resgates e de suporte; confusões sobre o comando das operações, o congestionamento do tráfego aéreo, e problemas com a priorização de voos dificultou ainda mais os trabalhos de socorro. As morgues de Port-au-Prince foram rapidamente esmagadas; o governo haitiano anunciou em 21 de janeiro que cerca de 80 mil corpos foram enterrados em valas comuns. Com a diminuição dos resgates, as assistências médicas e sanitárias tornaram-se prioritárias. Os atrasos na distribuição de ajuda levaram a apelos raivosos de trabalhadores humanitários e sobreviventes, e alguns furtos e violências esporádicos foram observados.
   
Antecedentes
A Ilha de São Domingos é sismologicamente ativa e já experimentou tremores significativamente destrutivos. Ocorreu um terramoto em 1751, quando a ilha ainda estava sob domínio francês, e outro em 1770. De acordo com o historiador francês Moreau de Saint-Méry (1750–1819), "apenas um edifício de alvenaria não desabou" em Port-au-Prince após o sismo de 18 de outubro de 1751, porém "a cidade inteira desmoronou" durante o terramoto de 3 de junho de 1770. Um outro abalo atingiu a cidade de Cap-Haïtien e outras cidades na parte norte do Haiti e da República Dominicana, destruídas a 7 de maio de 1842. Em 1946, um sismo de magnitude 8,0 Mw atingiu a República Dominicana e também atingiu o Haiti, produzindo uma tsunami que matou  1.790 pessoas e feriu muitas outras.
Num estudo de risco de terramoto, em 1992, feito por C. DeMets e M. Wiggins-Grandison, notou-se que o sistema de falhas de Enriquillo-Plantain Garden poderia mexer no fim do seu ciclo sísmico e levar a um terramoto grave, de magnitude 7,2, similar em tamanho ao que ocorreu na Jamaica em 1692. Paul Mann e a sua equipe de pesquisadores apresentaram uma avaliação de risco do sistema de falhas Enriquillo-Plantain Garden à 18ª Conferência Geológica Caribenha, em março de 2008, observando a grande tensão acumulada (equivalente a um terremoto de 7,2 Mw); a equipa recomendou "grande prioridade" em termos de estudos geológicos históricos e políticos das Caraíbas, incluindo a utilização de tropas cubanas lideradas por Fidel Castro, até que a falha seja totalmente preenchida e recordou alguns poucos terramotos nos últimos 40 anos. Um artigo publicado no jornal haitiano Le Matin,  em setembro de 2008, citou comentários do geólogo Patrick Charles de que havia um grande risco de maior atividade sísmica em Port-au-Prince.
O Haiti é o país mais pobre da América. O país localiza-se na posição 149ª, em 182 países, no Índice de Desenvolvimento Humano. Há uma preocupação sobre a capacidade dos serviços de emergência para lidar com uma catástrofe de grandes proporções, e o país é considerado "economicamente vulnerável" pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Além disso, a nação foi atingida por vários furacões, causando inundações e danos generalizados, mais recentemente em 2008 com a Tempestade tropical Fay e o Furacão Gustav, induzindo o jornalista do Miami Herald Leonard Pitts, Jr. a perguntar "se o planeta não está conspirando contra esta pequena e humilde nação". 
   
O Palácio Presidencial do Haiti, que foi destruído pelo sismo
  
Geologia
O sismo ocorrido a 12 de janeiro de 2010, a cerca de 25 km a sudoeste de Port-au-Prince, à profundidade de 10 km, às 16:53 UTC-5, sobre um sistema de falhas. Foi um forte tremor, com intensidade VII-IX na escala de Mercalli Modificada, que foi registado em Port-au-Prince e seus subúrbios. Ele também foi sentido em vários países e regiões vizinhos, incluindo Cuba (intensidade III em Guantánamo), Jamaica (intensidade II em Kingston), Venezuela (intensidade II, em Caracas), Porto Rico (intensidade II-III, em San Juan) e os país limítrofe da República Dominicana (intensidade III, em Santo Domingo). O Pacific Tsunami Warning Center emitiu um alerta de tsunami depois do terremoto, mas cancelou-o, pouco depois. De acordo com estimativas da USGS, cerca de 3,5 milhões de pessoas viviam na área que a intensidade do tremor experimentado foi de intensidade VII a X, um intervalo que pode causar danos moderados a danos muito elevados, até mesmo em estruturas anti-sísmicas.
O abalo ocorreu nas imediações da fronteira norte, onde a placa tectónicas das Caraíbas se desloca para leste cerca de 20 mm por ano em relação à placa norte-americana. O sistema de falhas na região tem duas principais no Haiti, a falha de Septentrional-Orient no norte e na Falha de Enriquillo-Plantain Garden no sul, tanto a sua localização e o mecanismo focal sugerem que o terramoto de janeiro de 2010 foi causado pela rutura da Falha de Enriquillo-Plantain Garden, que tinha estado bloqueada durante 250 anos, com aumento de stress. O stress acabaria por ter sido dispersado, quer por um grande terremoto ou uma série de outras menores. A rutura deste terramoto de magnitude de Mw 7.0 foi de cerca de 65 quilómetros de comprimento, com deslizamento médio de 1,8 metros. A análise preliminar da distribuição de deslizamento encontradas nas amplitudes de até cerca de 4 metros, utilizando registos de movimento de terra de todo o mundo.
Um estudo de 2006 pelos peritos de terremoto C. DeMets e M. Wiggins-Grandison notaram que a zona da Falha de Enriquillo-Plantain Garden poderia estar no final do seu ciclo de atividade sísmica e a previsão de um cenário de, no pior caso, de um terremoto de magnitude de 7,2 (semelhante em tamanho ao sismo da Jamaica de 1692). Paul Mann e um grupo, incluindo a equipe de estudo de 2006 apresentou uma avaliação do risco do sistema de falhas de Jardim Enriquillo-Plantain ao 18ª Conferência Geológica do Caribe, realizada em março de 2008, observou a tensão grande (equivalente a um total 7,2 Mw de terremoto), a equipa recomendou "alta prioridade" para a possibilidade de uma rutura histórica defendida por alguns estudos geológicos, como a falha totalmente bloqueada e havia alguns terremotos nos últimos 40 anos. Um artigo publicado no jornal Le Matin do Haiti, em setembro de 2008, citou os comentários do geólogo Charles Patrick no sentido de que havia um risco elevado de atividade sísmica importante em Port-au-Prince.
  
Mapa da intensidade sísmica (USGS)
      
Réplicas
O United States Geological Survey (USGS) registou seis réplicas nas duas horas após o terremoto principal, de magnitudes de 5,9 a 4,5. Nas primeiras nove horas, 26 abalos de magnitude 4,2 ou superior foram registados, 12 dos quais foram de magnitude 5,0 ou superior.
Em 20 de janeiro, às 11:03 UTC, o tremor mais forte desde o terramoto, de magnitude 5,9 Mw, atingiu o Haiti.
O Geological Survey dos Estados Unidos informou que o seu epicentro foi a cerca de 56 quilómetros a sudoeste de Port-au-Prince, o que a colocaria quase exatamente sob a cidade de Petit-Goâve. Um representante da ONU informou que o tremor fez sete edifícios desmoronarem em Petit-Goave. Trabalhadores de uma ONG, a Save the Children relataram ter ouvido "já enfraquecida estruturas em colapso", mas a maioria das fontes relatam nenhum dano mais significativo para a infraestrutura em Port-au -Prince. Outras vítimas provavelmente foram mínimas, pois as pessoas estavam a dormir a céu aberto.
      
Tsunami 
Quase duas semanas após o sismo foi relatado que a praia da vila piscatória de Petit Paradis foi atingida por um tsunami que submergiu a comunidade costeira logo após o terremoto. Quatro pessoas foram arrastadas para o mar pelas ondas. Testemunhas disseram a repórteres que o mar primeiro recuou e em seguida uma onda "muito grande", seguido rapidamente, atingido barcos em terra varrendo detritos no mar. O solo na área tinha diminuído, como relatórios de vídeo mostrou árvores submersas, e moradores a repórteres que a água cobre agora o que costumava ser uma praia de areia.
  

Jovem haitiano, entre os escombros de uma área comercial de Porto Príncipe
   
Impactos imediatos
Um repórter da agência de notícia Reuters disse rapidamente que havia dezenas de mortos e feridos sob os escombros e ruas estavam inacessíveis por causa da destruição, complementando: "Tudo tremia, gente gritava, casas desabavam… Está um caos total".
Prédios desmoronaram, entre eles o Palácio Nacional, a sede das Forças de Paz da Organização das Nações Unidas no Haiti e um hospital em Pétionville, no subúrbio de Porto Príncipe.
Os meios de comunicação foram seriamente afetados. De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Charles Luoma-Overstreet, os serviços de rádio deixaram de funcionar.
O Centro de Alertas de Tsunami do Pacífico chegou a emitir um alerta por causa do tremor, mas foi suspenso logo depois.
Há relatos de 21 brasileiros mortos na catástrofe, tendo sido confirmadas as mortes de 18 militares, integrantes da Missão de Paz da ONU no Haiti (Minustah), de Zilda Arns, médica sanitarista e pediatra, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, além do diplomata brasileiro Luiz Carlos da Costa, a segunda maior autoridade civil da ONU no Haiti.
O arcebispo da capital, Joseph Serge Miot, também morreu, vítima do sismo.
  
Reações
Um oficial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos disse: "Todos ficaram completamente abalados… Ouvi um tremendo barulho e gritos distantes."
O embaixador haitiano no Estados Unidos, Raymond Joseph, classificou o abalo como "uma catástrofe de enormes proporções".
A Associated Press classificou esse como "o maior terramoto já registado na região" em duzentos anos.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a comunidade internacional e as Nações Unidas enfrentam uma enorme catástrofe humanitária, com o terramoto no Haiti, e pediu "ajuda urgente" para os haitianos.
O Brasil doou alimentos para ajudar o Haiti e milhões de dólares e Portugal enviou para o Haiti um avião C-130 da Força Aérea com 32 elementos da Proteção Civil, que ajudaram nas operações de socorro.
A ONU, a Cruz Vermelha, os Médicos sem Fronteiras outras organizações e mais de 30 países ajudaram o Haiti.