sábado, novembro 11, 2023
A mãe do Fundador morreu há 893 anos...
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sexta-feira, novembro 10, 2023
Saudades do tempo em que o Mário Viegas celebrava aniversários...
Portugal
Eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me sentir como se tivesse oitocentos
Que culpa tive eu que D. Sebastião fosse
combater os infiéis ao norte de África
só porque não podia combater a doença que lhe atacava os órgãos genitais
e nunca mais voltasse
Quase chego a pensar que é tudo uma mentira
que o Infante D. Henrique foi uma invenção do Walt Disney
e o Nuno Álvares Pereira uma reles imitação do Príncipe Valente
Não imaginas o tesão que sinto quando ouço o hino nacional
(que os meus egrégios avós me perdoem)
Ontem estive a jogar póker com o velho do Restelo
Anda na consulta externa do Júlio de Matos
Deram-lhe uns electro-choques e está a recuperar
àparte o facto de agora me tentar convencer que nos espera um futuro de rosas
Um dia fechei-me no Mosteiro dos Jerónimos a ver se contraía a febre do Império
mas a única coisa que consegui apanhar foi um resfriado
Virei a Torre do Tombo do avesso sem lograr encontrar uma pétala que fosse
das rosas que Gil Eanes trouxe do Bojador
Vou contar-te uma coisa que nunca contei a ninguém
Estou loucamente apaixonado por ti
Pergunto a mim mesmo
mas que tem o coração doce ainda mais doce que os pastéis de Tentúgal
e o corpo cheio de pontos negros para poder espremer à minha vontade
O meu irmão esteve na guerra tenho amigos que emigraram nada de ressentimentos
Um dia bebi vinagre nada de ressentimentos
Portugal depois de ter salvo inúmeras vezes os Lusíadas a nado na piscina municipal de Braga
ia agora propor-te um projecto eminentemente nacional
Que fôssemos todos a Ceuta à procura do olho que Camões lá deixou
Sabes de que cor são os meus olhos?
São castanhos como os da minha mãe
gostava de te beijar muito apaixonadamente
na boca
Postado por Pedro Luna às 07:50 0 bocas
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Poema para recordar Cunhal...
Mas,
português da rua,
entre nós,
que ninguém nos escuta,
sabes
onde
está Álvaro Cunhal?
Sabes a ausência,
ou alguém o sabe,
do valente
Militão?
Moça portuguesa,
passas como que bailando
pelas ruas
rosadas de Lisboa,
mas,
sabes onde caiu Bento Gonçalves,
o português mais puro,
honra de teu mar e de tua areia?
Sabes
que existe uma ilha,
a Ilha do Sal
e que nela o Tarrafal
verte sombra?
Sim, tu sabes, moça,
rapaz, sim, tu bem o sabes.
Em silêncio
a palavra
anda com lentidão mas percorre
não só Portugal mas toda Terra.
Sim, sabemos,
em remotos países,
que há trinta anos
uma lápide
espessa como túmulo ou como túnica,
de clerical morcego,
afoga Portugal, teu triste canto,
salpica tua doçura,
com gotas de martírio
e mantém as suas cúpulas de sombra.
in Las uvas y el viento (1954) - Pablo Neruda
Postado por Pedro Luna às 01:10 0 bocas
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Álvaro Cunhal nasceu há cento e dez anos...
Postado por Fernando Martins às 00:11 0 bocas
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quinta-feira, novembro 09, 2023
José Pinto Peixoto, geofísico e meteorologista, nasceu há cento e um anos...
Postado por Fernando Martins às 01:01 0 bocas
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quarta-feira, novembro 01, 2023
A Mensagem de Fernando Pessoa foi publicada há 89 anos
Noite
A nau de um deles tinha-se perdido
No mar indefinido.
O segundo pediu licença ao Rei
De, na fé e na lei
Da descoberta, ir em procura
Do irmão no mar sem fim e a névoa escura.
Tempo foi. Nem primeiro nem segundo
Volveu do fim profundo
Do mar ignoto à pátria por quem dera
O enigma que fizera.
Então o terceiro a El-Rei rogou
Licença de os buscar, e El-Rei negou.
*
Como a um cativo, o ouvem a passar
Os servos do solar.
E, quando o vêem, vêem a figura
Da febre e da amargura,
Com fixos olhos rasos de ânsia
Fitando a proibida azul distância.
*
Senhor, os dois irmãos do nosso Nome -
O Poder e o Renome -
Ambos se foram pelo mar da idade
À tua eternidade;
E com eles de nós se foi
O que faz a alma poder ser de herói.
Queremos ir buscá-los, desta vil
Nossa prisão servil:
É a busca de quem somos, na distância
De nós; e, em febre de ânsia,
A Deus as mãos alçamos.
Mas Deus não dá licença que partamos.
Postado por Fernando Martins às 08:09 0 bocas
Marcadores: Fernando Pessoa, Mensagem, poesia, Portugal, sebastianismo, V Império
terça-feira, outubro 31, 2023
O tratado de Ayllón, em que a Dinastia de Avis foi reconhecida por Castela, foi assinado há 612 anos
Estas tréguas eram extremamente importantes para Portugal, pois permitiam a manutenção da praça de Ceuta. Mas a paz definitiva só foi alcançada pelo Tratado de Medina del Campo, assinado a 30 de outubro de 1431. D. João I, o monarca português, enviou a Castela, como seus embaixadores, Pedro e Luís Gonçalves Malafaia, assistidos pelo doutor Rui Fernandes e pelo secretário Rui Galvão.
Antes desta data, o período de paz conseguido pelas citadas tréguas entre os dois reinos permitiu retomar o povoamento das zonas raianas e fixar as populações. Permitiu igualmente, como nos diz Gomes Eanes de Zurara, implementar o comércio nas áreas fronteiriças, com a retoma das seculares relações de vizinhança entre as povoações dos dois lados.
A situação de conflito latente com Castela, mantida até 1411, fez endividar o país com as despesas inerentes à guerra. Contudo, a fase vivida entre esta data e a assinatura definitiva do tratado de paz afastou por completo a ameaça de uma invasão castelhana, embora não tivesse desvanecido um permanente clima de tensão entre estes dois reinos.
Durante todo o reinado de D. João I, o país viveu sob esta ameaça latente e num clima de suspeição relativamente a Castela, embora Portugal tenha encontrado uma boa alternativa ao voltar-se para Marrocos e para o Atlântico, enquanto o rei de Espanha se ocupava da conquista de Granada, o último reduto muçulmano na Península.
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Marcadores: Ayllon, Castela, D. João I, dinastia de Avis, Portugal, Tratado de Medina del Campo
quinta-feira, outubro 26, 2023
Domenico Scarlatti nasceu há 338 anos
quarta-feira, outubro 18, 2023
O padre jesuíta Manuel da Nóbrega morreu há 453 anos - e nasceu há 506...
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segunda-feira, setembro 25, 2023
O primeiro (e único...) satélite português foi lançado há trinta anos...!
- Órbita: 822 x 800 km, sol-síncrona;
- Inclinação: 98,6º, sol-síncrona;
- Período orbital: 101 minutos, fazendo uma média de 14 voltas por dia à Terra;
- Velocidade orbital: 7,3 km por segundo.
Postado por Fernando Martins às 00:30 0 bocas
Marcadores: astronáutica, astronomia, Fernando Carvalho Rodrigues, Portugal, PoSAT, PoSAT-1
terça-feira, setembro 19, 2023
O primeiro passo para a abolição da escravatura começou há 262 anos, com um alvará do Rei de Portugal
A 19 de setembro de 1761, pela mão de Sebastião José de Carvalho e Melo, então conde de Oeiras e assinado por D. José, foi emitido um alvará libertando todos os escravos negros provenientes da América, África ou Ásia assim que chegassem à metrópole (Portugal continental), após desembarque.
Postado por Fernando Martins às 00:26 0 bocas
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terça-feira, setembro 12, 2023
O tratado de Alcanizes foi assinado há 726 anos...!
- Campo Maior
- Olivença (hoje administrada por Espanha, ver Questão de Olivença)
- Ouguela
- São Félix dos Galegos (hoje na posse de Espanha)
Postado por Fernando Martins às 07:26 0 bocas
Marcadores: Castela, fronteiras, Olivença, Portugal, Riba-Côa, Tratado de Alcanizes
quinta-feira, setembro 07, 2023
Aurea - 36 anos!
quarta-feira, agosto 30, 2023
Timor-Leste votou pela independência há vinte e quatro anos...!
Invasão
in Wikipédia
- Você aceita a proposta de autonomia especial a Timor-Leste, dentro do estado unitário da República da Indonésia?
- Você rejeita a proposta de autonomia especial a Timor-Leste, levando à separação de Timor-Leste da Indonésia?
Alternativa | Votos | % |
---|---|---|
Aceitar | 94 388 | 21,50 |
Rejeitar | 344 580 | 78,50 |
Inválidos/brancos/nulos | – | |
Total | 438 968 | 100 |
Eleitores registados | 451 792 | 98,60 |
Reações
Postado por Fernando Martins às 00:24 0 bocas
Marcadores: Igreja Católica, Indonésia, Islão, ocupação, ONU, Portugal, referendo, Timor-Leste, Xanana Gusmão
terça-feira, agosto 15, 2023
quinta-feira, agosto 10, 2023
Poema adequado à data...
Arde um fulgor extinto
no longe da tarde agoniada.
Não me pesaria tanto
a caminhada se, em lugar do dia,
no seu extremo achasse a noite.
Exacta e concisa é a claridade.
Não mente à luz o que a noite
ilude. Terrível destino
o de quem é nocturno à luz solar.
Não vos ponha em cuidado,
porém, este meu penar:
são palavras e não sangram.
Rui Knopfli
Postado por Pedro Luna às 09:10 0 bocas
Marcadores: Moçambique, poesia, Portugal, Rui Knopfli
Rui Knopfli nasceu há noventa e um anos
Velho Colono
Sentado no banco cinzento
entre as alamedas sombreadas do parque.
Ali sentado só, àquela hora da tardinha,
ele e o tempo. O passado certamente,
que o futuro causa arrepios de inquietação.
Pois se tem o ar de ser já tão curto,
o futuro. Sós, ele e o passado,
os dois ali sentados no banco de cimento.
Há pássaros chilreando no arvoredo,
certamente. E, nas sombras mais densas
e frescas, namorados que se beijam
e se acariciam febrilmente. E crianças
rolando na relva e rindo tontamente.
Em redor há todo o mundo e a vida.
Ali está ele, ele e o passado,
sentados os dois no banco de frio cimento.
Ele a sombra e a névoa do olhar.
Ele, a bronquite e o latejar cansado
das artérias. Em volta os beijos húmidos,
as frescas gargalhadas, tintas de Outono
próximo na folhagem e o tempo.
O tempo que cada qual, a seu modo,
vai aproveitando.
Rui Knopfli
Postado por Fernando Martins às 00:09 0 bocas
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