O seu nome em italiano é
Cristoforo Colombo, em latim
Christophorus Columbus e em espanhol,
Cristóbal Colón. Este
antropónimo inspirou o nome de, pelo menos, um país,
Colômbia e duas regiões da América do Norte: a
Colúmbia Britânica, no
Canadá e o
Distrito de Colúmbia, nos
Estados Unidos. Entretanto o Papa Alexandre VI escrevendo em latim sempre chamou ao navegador pelo nome de
Christophorum Colon com significado de
Membro e nunca pelo latim
Columbus com significado de
Pombo.
(...)
Foi em Portugal que Colombo começou a conceber o seu projeto de viagem
para Ocidente, inspirado pelo ambiente febril de navegações,
descobrimentos, comércio e desenvolvimento científico, que converteram a
Lisboa
da segunda metade do século XV num rico e ativíssimo porto marítimo e
mercantil, de dimensão internacional, e Portugal no país dos melhores,
mais audazes e experientes marinheiros, com os maiores conhecimentos
náuticos da época. O projeto terá surgindo não de forma repentina, mas
gradual, provavelmente em colaboração com o seu irmão Bartolomeu. Após o
processo de formação e maturação, o projeto de Colombo consistia em
atravessar o oceano - o único conhecido à época, o
Atlântico - em direção à
Ásia.
O historiador norte-americano Vignaud tentou demonstrar que Colombo
apenas procurava alcançar umas distantes ilhas do Atlântico, mas não
chegar às Índias, tendo alterado o projeto após as descobertas que fez.
Esta tese é normalmente descartada pelos historiadores
colombinos de
maior competência, já que para descobrir umas simples ilhas não era
necessário negociar tenazmente com monarcas, promover opiniões de sábios
e técnicos, e exigir honras e compensações tão exorbitantes.
Tratava-se, sem dúvida, de uma empresa nova, arriscada, e de importância
bem maior que uma expedição comum.
O seu filho Fernando conta que o pai começou por pensar que se os
portugueses navegavam já tão grandes distâncias para sul, que poderia
fazer o mesmo para oeste, enumerando os fatores que o fizeram pensar na
existência de terras a ocidente: a
esfericidade da terra; e as leituras de autores clássicos, como
Aristóteles,
Estrabão e
Plínio, que afirmavam a curta distância entre a Espanha e África, e a
Índia.
O mais provável, no entanto, é que não se tenha inspirado nesses
autores, mas sim que os tenha lido depois por forma a fundamentar o seu
projeto. Os supostos papéis do sogro que lhe teriam sido entregues por
Isabel Moniz
teriam juntado indícios materiais, como troncos de árvores e cadáveres
de espécies desconhecidas arrastados pelo mar. Finalmente, as notícias
que obteve de marinheiros que afirmavam ter encontrado terras a oeste,
e as várias tentativas para descobrir supostas ilhas do Atlântico,
comuns por aqueles anos. Colombo observou nas suas viagens e
permanências nas ilhas atlânticas estes indícios, assim como as
condições dos ventos e
correntes marítimas, a reconhecer a proximidade de terra firme, e as rotas mais favoráveis, o que tudo aprendeu com a experiência portuguesa.
(...)
Colombo conseguiu finalmente fazer aprovar o projeto da sua viagem junto dos
Reis Católicos, após a conquista de
Granada, com a ajuda do confessor da rainha
Isabel de Castela. Os termos da sua contratação tornavam-no
almirante
dos mares da Índia a descobrir e governador e vice-rei das terras do
Oriente a que se propunha chegar, em competição com os portugueses que
exploravam a
Rota do Cabo.
Alguns historiadores têm procurado demonstrar que o navegador mentia
propositadamente a Castela para ajudar Portugal e que tinha a ajuda de
Américo Vespúcio nessa missão.
A partir do início de
1485 Colombo passa a
Castela. Chegando a
Córdova com a corte, teve um caso amoroso, no Inverno de 1487-1488 com uma moça humilde por nome
Beatriz Enríquez da qual nasceu, a
15 de agosto de
1488,
Fernando Colombo. A esta moça deixa Colombo, no seu testamento, a renda anual de 10.000
maravedis, presumivelmente como compensação pelos danos causados à sua honra.
Entre 1485 e 1492 Colombo permanece em Castela, apenas abandonando a península em 1492 quando parte do porto de
Palos na sua primeira expedição.
Na noite de 3 de agosto de 1492, Colombo partiu de
Palos de la Frontera, com três navios: uma
nau maior,
Santa María, apelidada
Gallega, e duas
caravelas menores,
Pinta e
Santa Clara, apelidada de
Niña por causa do seu proprietário Juan
Niño de Moguer. Eram propriedade de
Juan de la Cosa e dos irmãos Pinzón (
Martín Alonso e
Vicente Yáñez), mas os monarcas forçaram os habitantes de Palos a contribuir para a expedição. Colombo navegou inicialmente para as
ilhas Canárias, que eram propriedade da
Castela, onde reabasteceu as provisões e fez reparações. Em 6 de setembro, partiu de
San Sebastián de la Gomera para o que acabou por ser uma viagem de cinco semanas através do oceano.
A terra foi avistada às duas horas da manhã de
12 de outubro de 1492, por um marinheiro chamado
Rodrigo de Triana (também conhecido como Juan Rodríguez Bermejo) a bordo de
Pinta. Colombo chamou a ilha (no que é agora
Bahamas)
San Salvador, enquanto os nativos a chamavam
Guanahani. Exatamente qual era a ilha nas Bahamas é um assunto não resolvido. As candidatas principais são
Samana Cay,
Plana Cays e
San Salvador (assim chamada em 1925, na convicção de que era a San Salvador de Colombo). Os
indígenas que encontrou, os
lucaians,
taínos ou
aruaques,
eram pacíficas e amigáveis. Na entrada de 12 de outubro de 1492 no
seu diário, Colombo escreveu sobre eles: "Muitos dos homens que já vi
têm cicatrizes nos seus corpos, e quando eu fazia sinais para eles para
descobrir como isso aconteceu, eles indicavam que pessoas de outras
ilhas vizinhas chegavam a San Salvador para capturá-los e eles se
defendiam o melhor possível. Acredito que as pessoas do continente vêm
aqui para tomá-los como escravos. Devem servir como ajudantes bons e
qualificados, pois eles repetem muito rapidamente o que lhes dizemos.
Acho que eles podem muito facilmente ser cristãos, porque eles parecem
não ter nenhuma religião. Se for do agrado de nosso Senhor, vou tomar
seis deles de Suas Altezas quando eu partir, para que possam aprender a
nossa língua." Observou que a falta de armamento moderno e até mesmo
espadas e lanças forjadas de metal era uma vulnerabilidade tática,
escrevendo: "Eu poderia conquistar a totalidade deles com 50 homens e
governá-los como quisesse." Colombo também explorou a costa nordeste de
Cuba, onde desembarcaram em 28 de outubro (segundo os próprios cubanos o nome é derivado da palavra
Taíno, "
cubanacán", significando "um lugar central"), e o litoral norte de
Hispaniola, em 5 de dezembro. Aqui, o
Santa Maria encalhou na manhã do natal de 1492 e teve de ser abandonado. Foi recebido pelos
cacique nativo
Guacanagari, que lhe deu permissão para deixar alguns de seus homens para trás. Colombo deixou 39 homens e fundou o povoado de
La Navidad no local da atual
Môle Saint-Nicolas,
Haiti.
Antes de retornar à Espanha, Colombo também sequestrou entre 10 a 25
nativos e os levou de volta com ele. Apenas sete ou oito dos
índios nativos chegaram à Espanha vivos, mas eles causaram forte impressão em
Sevilha.
35. Adianto uma pedra sobre o tabuleiro
Adianto uma pedra sobre o tabuleiro
que é quase tumular mas que cantou a casa,
casa branca e nau preta,
e não ganhou austrálias,
pois fez o teu retrato dentro do coração
e destruiu a mentira de outra história.
Só um dia, já morto, disseram a Colombo
que a índia dele não era a verdadeira.
in Rua de Nenhures (2013) - Pedro Tamen