Estas tréguas eram extremamente importantes para Portugal, pois permitiam a manutenção da praça de Ceuta. Mas a paz definitiva só foi alcançada pelo Tratado de Medina del Campo, assinado a 30 de outubro de 1431. D. João I, o monarca português, enviou a Castela, como seus embaixadores, Pedro e Luís Gonçalves Malafaia, assistidos pelo doutor Rui Fernandes e pelo secretário Rui Galvão.
Antes desta data, o período de paz conseguido pelas citadas tréguas entre os dois reinos permitiu retomar o povoamento das zonas raianas e fixar as populações. Permitiu igualmente, como nos diz Gomes Eanes de Zurara, implementar o comércio nas áreas fronteiriças, com a retoma das seculares relações de vizinhança entre as povoações dos dois lados.
A situação de conflito latente com Castela, mantida até 1411, fez endividar o país com as despesas inerentes à guerra. Contudo, a fase vivida entre esta data e a assinatura definitiva do tratado de paz afastou por completo a ameaça de uma invasão castelhana, embora não tivesse desvanecido um permanente clima de tensão entre estes dois reinos.
Durante todo o reinado de D. João I, o país viveu sob esta ameaça latente e num clima de suspeição relativamente a Castela, embora Portugal tenha encontrado uma boa alternativa ao voltar-se para Marrocos e para o Atlântico, enquanto o rei de Espanha se ocupava da conquista de Granada, o último reduto muçulmano na Península.