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quinta-feira, abril 11, 2024

O Profeta Gentileza nasceu há 107 anos...

  
José Datrino, mais conhecido como Profeta Gentileza (Cafelândia, 11 de abril de 1917Mirandópolis, 29 de maio de 1996), foi uma personalidade urbana carioca, espécie de pregador, que se tornou conhecido por fazer inscrições peculiares sob um viaduto situado na Avenida Brasil, na zona portuária do Rio de Janeiro, onde andava com uma túnica branca e longa barba.

"Gentileza gera gentileza" é a sua frase mais conhecida.
   
(...) 
   

A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Gasômetro, que vai do Cemitério do Caju até o Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro, numa extensão de aproximadamente 1,5 km. Ele encheu as pilastras com inscrições em verde-amarelo propondo a sua crítica do mundo e a sua alternativa ao mal-estar da civilização.

Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a gentileza e a aplicarem gentileza em toda a Terra.

A partir de 2000, os murais foram tombados pelos órgãos de proteção da prefeitura do Rio de Janeiro, entretanto em 2016 sofreram atos de vandalismo.

  

Morte e Legado

Em 28 de maio de 1996, aos 79 anos, faleceu em Mirandópolis, cidade de seus familiares, onde foi sepultado.

Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. A eliminação das inscrições foi criticada e posteriormente, a cidade do Rio de Janeiro ajudou a organizar o projeto Rio com Gentileza, com o objetivo restaurar os murais das pilastras, que ela própria havia destruído antes. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o património urbano carioca foi preservado.

 
     

 


domingo, abril 07, 2024

O Massacre de Realengo foi há treze anos...

Fachada da escola momentos depois do crime

  

O Massacre de Realengo refere-se à chacina ocorrida em 7 de abril de 2011, por volta das 08.30 horas da manhã (UTC-3), na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo, no município do Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes, tendo matado doze deles, com idade entre 13 e 15 anos, deixando mais 22 feridos. O assassino foi intercetado por polícias, mas cometeu suicídio antes de ser detido.

A motivação do crime figura incerta, porém a nota de suicídio de Wellington e o testemunho público da sua irmã adotiva e o de um colega próximo apontam que o atirador era reservado, sofria bullying e pesquisava muito sobre assuntos ligados a atentados terroristas e a grupos religiosos fundamentalistas. O crime causou comoção no país e teve ampla repercussão em noticiários internacionais.


Wellington Menezes de Oliveira matou a tiros doze adolescentes na Escola Municipal Tasso da Silveira
   

Conforme a lista divulgada pela polícia do Rio de Janeiro, as vítimas foram:

  • Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos
  • Bianca Rocha Tavares, 14 anos
  • Géssica Guedes Pereira, 15 anos
  • Igor Moraes, 13 anos
  • Karine Chagas de Oliveira, 14 anos
  • Larissa dos Santos Atanásio, 13 anos 
  • Laryssa Silva Martins, 13 anos
  • Luiza Paula da Silveira Machado, 15 anos
  • Mariana Rocha de Souza, 13 anos
  • Milena dos Santos Nascimento, 15 anos 
  • Rafael Pereira da Silva, 14 anos
  • Samira Pires Ribeiro, 14 anos
 
Famílias de quatro das vítimas decidiram doar os órgãos dos adolescentes. A prefeitura homenageou as vítimas dando seus nomes a doze creches da cidade. A primeira a receber esta homenagem foi Samira Pires Ribeiro, cujo nome foi dado a uma creche (Espaço de Desenvolvimento Infantil) no bairro de Guaratiba
    
(...)   
    

Wellington Menezes de Oliveira (Rio de Janeiro, 13 de julho de 1987 - Rio de Janeiro, 7 de abril de 2011), de 23 anos, foi aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira até a 8.ª série (9.º ano atualmente). Wellington era filho adotivo de Dicéa Menezes de Oliveira, o mais novo de cinco irmãos e foi adotado ainda bebé. A sua mãe biológica sofria de problemas mentais e chegou a tentar se matar. É descrito por familiares e conhecidos como um rapaz calado, tímido, introspetivo, que não se metia em problemas nem desrespeitava regras. A sua mãe adotiva, que morreu em 2010, era Testemunha de Jeová; Wellington também chegou a frequentar a religião, mas nunca havia se tornado membro. Era uma pessoa calada, tímida e passava boa parte de seu tempo navegando na Internet.

Em entrevista concedida no dia 13 de abril, os familiares confirmaram que Wellington era muito fechado e introspetivo, que só se relacionava com as pessoas pela Internet, tinha poucos amigos e não participava da vida familiar, passando quase todo o tempo diante do computador. Sendo adotado por uma mulher já com mais de cinquenta anos e tendo irmãos já casados, foi tratado de modo distinto pela mãe, que imaginava ter que deixá-lo muito cedo devido à idade. Ela é descrita como um porto seguro para Wellington e a morte dela agravou sua doença psiquiátrica, já conhecida da família e com uma tentativa de tratamento com psicólogo, que foi abandonada pelo rapaz. Ele acompanhava reuniões das Testemunha de Jeová com a mãe, muito religiosa, não tendo se tornado adepto da religião e também não tinha ligação com grupos islâmicos, como os media inicialmente informaram, embora tenha procurado outras religiões quando se desligou das Testemunhas de Jeová. Os parentes diziam-se surpreendidos com o crime e com medo de se exporem publicamente.

Wellington se refere desta forma, em uma carta, ao bullying sofrido na escola: "Muitas vezes aconteceu comigo de ser agredido por um grupo, e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as humilhações que eu sofria, sem se importar com meus sentimentos". E, conforme o depoimento de um ex-colega: "Certa vez no colégio pegaram Wellington de cabeça para baixo, botaram dentro da privada e deram descarga. Algumas pessoas instigavam as meninas: 'Vai lá, mexe com ele'. Ou até o incentivo delas mesmo: 'Vamos brincar com ele, vamos sacanear'. As meninas passavam a mão nele (...). Esses maus-tratos aconteceram em 2001. Naquele ano, em 11 de setembro, o maior ataque terrorista de todos os tempos virou obsessão para Wellington".

Após a morte de Dona Dicéa, os irmãos vasculharam o computador do jovem e descobriram que ele fazia muitas pesquisas sobre armamentos. Descobriu-se que ele comprou dois revólveres e um carregador rápido, bem como tomou aulas de tiro, havendo evidência de que planeava a ação desde o ano anterior, sempre com intenção de vingança e com admiração por atos terroristas. Durante a execução da chacina, cometeu suicídio após ser baleado na barriga. Seu corpo foi enterrado no Cemitério do Caju em 22 de abril, após quinze dias no IML, sem a presença de nenhum parente, somente dos coveiros, numa cova rasa e sem lápide. Não se fez nenhum dos procedimentos que ele havia pedido na carta de suicídio.
   

terça-feira, março 19, 2024

São José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil, nasceu há 490 anos...!

 
São José de Anchieta, SJ (San Cristóbal de La Laguna, 19 de março de 1534 - Reritiba, 9 de junho de 1597) foi um padre jesuíta espanhol e um dos fundadores das cidades brasileiras de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Foi o primeiro dramaturgo, o primeiro gramático e o primeiro poeta nascido nas Ilhas Canárias. Foi o autor da primeira gramática da língua tupi e um dos primeiros autores da literatura brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas de teor religioso e uma epopeia.

Considerado santo pela Igreja Católica, foi beatificado em 1980 pelo papa São João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco. É conhecido como o Apóstolo do Brasil, por ter sido um dos pioneiros na introdução do cristianismo no país. Em abril de 2015 foi declarado co-padroeiro do Brasil na 53ª Assembleia Geral da CNBB.

É o patrono da cadeira de número um da Academia Brasileira de Música.

quinta-feira, fevereiro 22, 2024

A queda de um edifício no Rio de Janeiro, matou 8 pessoas há vinte e seis anos...

Imagem retratando o momento da destruição do edifício, em fevereiro de 1998
  
O Palace II era um edifício residencial construído na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, que foi implodido no dia 28 de fevereiro de 1998, a despeito de investigações anteriores terem encontrado como causa da tragédia um erro estrutural de cálculo (assinado por engenheiro) nas vigas de sustentação.
    
Construção
O edifício Palace II foi construído pela Construtora Sersan de Sérgio Naya em 1990, com previsão de conclusão para 1995, tendo havido no entanto atraso na conclusão da obra.
Segundo os moradores, em 1996 o edifício foi interditado pela Defesa Civil após ter morrido um operário ao cair no fosso do elevador, que apresentava defeito.
A construtora já havia sido processada quatro vezes, em virtude da má construção do prédio, que não havia recebido a licença de habitabilidade da prefeitura.
 
Primeiro desmoronamento
O primeiro desmoronamento ocorreu às 03.00 horas do dia 22 de fevereiro de 1998, quando as colunas 1 e 2 do edifício, onde havia 44 apartamentos, desabaram. Oito pessoas morreram como resultado do incidente. Em 24 de fevereiro, a prefeitura anunciou que a implosão do edifício ocorreria dentro de 5 dias.
 
Segundo desmoronamento
O segundo desmoronamento ocorreu pouco antes das 13.00 horas do dia 27 de fevereiro de 1998. Trinta minutos antes do desmoronamento, o relatório técnico recomendava que os moradores voltassem ao edifício para recuperar os seus bens, quando uma inexplicável coluna de água irrompe da cobertura do 23° andar com toneladas de água. Não foi confirmado se havia ou não uma piscina nessa laje como mostra uma foto, no entanto, assume-se que a caixa de água teria sido drenada por razões de segurança antes do ingresso de técnicos na instalação dos explosivos para a implosão.
Outra explicação para esse segundo desabamento é que os técnicos da implosão, preocupados em não incomodar os vizinhos, teriam pré-instalado uma grande quantidade de água na laje das coberturas para que na hora da implosão liberasse o mínimo de partículas na atmosfera. Essa providência teria sobrecarregado o limite de resistência da estrutura fazendo parte dela ruir antes mesmo da implosão, mas essa possibilidade foi logo descartada.
22 apartamentos foram destruídos nessa segunda queda.

Implosão
Ocorreu ao meio-dia de 28 de fevereiro de 1998. A implosão foi feita pela empresa CDI Implosões, e transmitida ao vivo para todo o Brasil pela televisão.
  

segunda-feira, janeiro 22, 2024

Dona Zica, a viúva de Cartola, faleceu há 21 anos...

(imagem daqui)
      
Dona Zica, pseudónimo de Euzébia Silva do Nascimento (Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1913 - Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2003) foi uma sambista da velha guarda da Estação Primeira de Mangueira e a última esposa do sambista Cartola.

Biografia
Grande símbolo do Carnaval carioca, Dona Zica participou da novela Xica da Silva e a sua biografia foi escrita pela escritora pernambucana Odacy de Brito Silva. Ficou mais conhecida ao se casar com Cartola.
Dona Zica já tinha mais de 40 anos de idade quando se casou com Cartola, em 1954. Eles se conheciam desde jovens mas nunca haviam namorado, eram vizinhos no Morro da Mangueira, onde moravam. Não namoraram pois Zica já estava comprometida e na época a mulher era mal vista se o seu noivado fosse desfeito.
Zica casou-se aos 19 anos com o seu primeiro marido, teve cinco filhos biológicos e adotou um sexto. Ficou viúva após 20 anos de casada. Cartola também casou, porém não teve filhos, porque era estéril. Após ficar viúvo, viveu mais de 10 anos longe da Mangueira. Um dia voltou e reencontrou a sua antiga amiga, Zica, e começou a se interessar mais por ela, e passou a namorá-la. Casaram-se e viveram juntos 26 anos, até à morte dele, em 1980.
O seu talento gastronómico, foi decisivo nas finanças da vida do casal, pois, conforme um depoimento seu, na década de 60, foi comandar um vatapá, na casa de Benjamin Eurico Cruz, e fez um contacto do qual viria a surgir embrião do Zicartola, famosa casa de samba do Rio de Janeiro e restaurante a qual se tornou um ponto de encontro dos sambistas da época.
Dona Zica morreu, aos 89 anos, de problemas cardiovasculares. É figura inesquecível na história da música brasileira, sendo bastante amiga de Dona Neuma, outra grande personalidade da Mangueira.
    

 


quinta-feira, novembro 02, 2023

Jovelina Pérola Negra deixou-nos há vinte e cinco anos...

  
Jovelina Pérola Negra (Rio de Janeiro, 21 de julho de 1944 - Rio de Janeiro, 2 de novembro de 1998), cujo nome de batismo era Jovelina Farias Delford, foi uma cantora brasileira e uma das grandes damas do samba e do pagode. Voz rouca, forte, amarfanhada, de tom popular e força batente. Herdeira do estilo de Clementina de Jesus, foi, como ela, empregada doméstica, antes de fazer sucesso no mundo artístico.

Nascida em Botafogo (zona sul do Rio de Janeiro), Jovelina logo fincou pé na Baixada Fluminense. Apareceu para o grande público do Raça Brasileira. Pastora do Império Serrano, ajudou a consolidar o pagode.

Verdadeira tiete do partideiro Bezerra da Silva, Jovelina começou a dizer seus pagodinhos no Vegas Sport Clube, em Coelho Neto, levada pelo amigo Dejalmir, que também lançou o nome Jovelina Pérola Negra, homenagem à sua cor reluzente.

Gravou cinco discos individuais conquistando um Disco de Platina. Atualmente são encontradas apenas as coletâneas com os grandes sucessos como "Feirinha da Pavuna", "Bagaço da Laranja" (gravada com Zeca Pagodinho), "Luz do Repente", "No Mesmo Manto" e "Garota Zona Sul", entre outros. O sucesso chegou tardiamente e ela não realizou o sonho de "ganhar muito dinheiro e dar aos filhos tudo o que não teve".

Faleceu no dia 2 de novembro de 1998, aos 54 anos, de enfarte, no bairro do Pechincha. Deixou três filhos - José Renato (30), Cassiana (25) e Cleyton (10) -, que teve com Nilton dos Santos, de quem era separada. O enterro foi realizado no Cemitério da Pechincha, em Jacarepaguá.

Houve em 2012 uma homenagem a Jovelina Pérola Negra, na Arena Carioca Jovelina Pérola Negra, o show "Viva Jovelina - Pérola Negra do Samba" com várias participações de artistas entre os quais: Aloísio Machado, Aninha Portal, grupo Batuque Novo, Cassiana Belfort (filha de Jovelina), Juninho, Ircéia Pagodinho, Sombrinha, Tantinho da Mangueira, Thybau, Renatinho Partideiro, Rose Guará e Zé Luís do Império.

      

 


quarta-feira, outubro 18, 2023

O padre jesuíta Manuel da Nóbrega morreu há 453 anos - e nasceu há 506...

 Estátua do padre Manuel da Nóbrega em Salvador
     
Manuel da Nóbrega (Sanfins do Douro, Alijó, 18 de outubro de 1517 - Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1570) foi um sacerdote jesuíta português, chefe da primeira missão jesuítica à América. As cartas enviadas a seus superiores são documentos históricos sobre o Brasil enquanto colónia e a ação jesuítica no século XVI.

Vida
Filho do desembargador Baltasar da Nóbrega e sobrinho de um chanceler-mor do Reino, Manuel da Nóbrega estudou durante quatro anos na Universidade de Salamanca e transferiu-se para a Universidade de Coimbra, bacharelando-se em direito canónico e filosofia em 1541. Recebeu o grau de bacharel em cânones das mãos do doutor Martim de Azpilcueta Navarro, tio do padre João de Azpilcueta Navarro, e seu mestre do 5º ano, que, dele, diria: "O doutíssimo padre Manuel da Nóbrega, a quem não há muito conferimos os graus universitários, ilustre pela sua ciência virtude e linhagem". Estimulado pelo mestre, chegou a se inscrever para Lente (professor) da Universidade, fez prova escrita mas, na leitura do trabalho ao auditório, percebeu-se ser gago. O defeito na fala impediu-o de ser nomeado professor da Universidade. Mais tarde, prestou concurso outra vez e outra vez não obteve a cátedra, por causa da gaguez.
Aos 27 anos, foi ordenado pela Companhia de Jesus, em 1544, fazendo-se pregador. Viajou por Portugal, Galiza e o resto da Espanha na pregação do Evangelho. Surpreendido com o convite do rei D. João III, embarcou na armada de Tomé de Sousa (1549). Chegaram à Bahia em 29 de março de 1549 e, celebrada a primeira missa, ter-se-ia voltado para os seus auxiliares e dito: "Esta terra é nossa empresa". Foi dele amigo e conselheiro, como também o foi de Mem de Sá, a serviço da Coroa, com a missão de dedicar-se à catequese dos indígenas na colonização do Brasil. Chegaram com ele os jesuítas Leonardo Nunes, João de Azpilcueta Navarro, António Pires e os irmãos jesuítas Vicente Rodrigues e Diogo Jácome.
Assim que aportou, deu início ao trabalho de catequese dos indígenas, desenvolvendo uma intensa campanha contra a antropofagia existente entre os nativos e, ao mesmo tempo, combatendo a sua exploração pelo homem branco. Participou da fundação das cidades de Salvador e do Rio de Janeiro e também da luta contra os franceses como conselheiro de Mem de Sá. O seu maior mérito, além de constantes viagens por toda a costa, de São Vicente a Pernambuco, foi estimular a conquista do interior, ultrapassando e penetrando além da Serra do Mar. Foi o primeiro a dar o exemplo, ao subir ao planalto de Piratininga, para fundar a vila de São Paulo que viria a ser o ponto de penetração para o sertão e de expansão do território brasileiro. A pequena aldeia dos jesuítas tornar-se-ia a mais populosa cidade do hemisfério sul.
Segundo Henrique dos Santos em "Aventura Feliz", Nóbrega visitou pela primeira vez o planalto de Piratininga em companhia do padre Manuel de Paiva, primo de João Ramalho, e do irmão António Rodrigues. Na companhia de André Ramalho, filho de João Ramalho, percorreu os campos à procura do local onde viria a fundar a casa e escola dos Jesuítas. Escolheu o topo da colina chamada Piratininga, localizada entre os rios Piratininga (também chamado Tamanduateí) e Anhangabaú, no futuro pátio do Colégio. Era um local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá. A primeira missa foi ali rezada por Nóbrega em 29 de agosto de 1553, fazendo cerca de 50 catecúmenos entregues à doutrinação do irmão António Rodrigues. Na última semana de janeiro de 1554, Nóbrega voltou à colina de Piratininga. No dia 25 de janeiro, dia em que se comemora a conversão de Paulo ao cristianismo, celebrou uma missa no local e decidiu mudar o nome do colégio e casa dos jesuítas de "Piratininga" para "São Paulo".
Juntou-se em 1563 a José de Anchieta, desembarcado no Brasil como noviço em 1553, no trabalho de pacificação dos Tamoios em Iperoig, que retiraram apoio aos invasores franceses, finalmente derrotados. Acompanhando a expedição de Estácio de Sá, encarregado de fundar uma cidade, São Sebastião do Rio de Janeiro, de cuja fundação participou, ali construiu um colégio jesuíta. Foi Nóbrega quem solicitou ao rei de Portugal, D. João III, a criação da primeira diocese no Brasil. Em consequência desse pedido, D. Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil, foi enviado para Salvador. Em 1558, convenceu o governador Mem de Sá a criar "leis de proteção aos índios", impedindo a sua escravização. Foi nomeado o primeiro provincial (líder) da Companhia de Jesus no Brasil, mas, faltando-lhe a saúde, foi substituído pelo padre Luís da Grã.  
     

quinta-feira, outubro 12, 2023

A estátua do Cristo Redentor, no Corcovada, Rio de Janeiro, faz hoje 92 anos

  

Cristo Redentor é uma estátua art déco que retrata Jesus Cristo, localizada no topo do morro do Corcovado, a 709 metros acima do nível do mar, no Parque Nacional da Tijuca, com vista para a maior parte da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Em 2007 foi eleito informalmente como uma das sete maravilhas do mundo moderno. Em 2012 a UNESCO considerou o Cristo Redentor como parte da paisagem do Rio de Janeiro incluída na lista de Património da Humanidade.

O monumento foi concebido pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa e construído em colaboração com o escultor francês Paul Landowski e com o engenheiro seu compatriota, Albert Caquot, entre 1922 e 1931 na França, devido o pensamento dos franceses, de que os brasileiros não tinham experiência para construir a estátua. Foi inaugurada no dia 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida, e fica no bairro do Alto da Boa Vista

Símbolo do cristianismo brasileiro, a estátua tornou-se um ícone do Rio de Janeiro e do Brasil. Em 2011, numa pesquisa de opinião pela Internet, o Cristo Redentor foi considerado por 23,5 % de 1.734 executivos de todos os países da região como o maior símbolo da América Latina. O monumento também é um importante ponto de turismo e recebe, em média, 2 milhões de turistas por ano.

O Cristo Redentor é feito de betão armado e pedra-sabão. Tem trinta metros de altura, sem contar os oito metros do pedestal, e seus braços se esticam por 28 metros de largura. A estátua pesa 1.145 toneladas e é a terceira maior escultura de Cristo no mundo, menor apenas que a Estátua de Cristo Rei de Świebodzi na Polónia (a maior escultura de Cristo no mundo) e a de Cristo de la Concordia na Bolívia (a segunda maior escultura de Cristo no mundo).

 


domingo, julho 23, 2023

A inacreditável chacina da Candelária foi há trinta anos...

O monumento com a igreja no fundo
      
A chacina da Candelária, como ficou registada pelos media, ocorreu na madrugada do dia 23 de julho de 1993 próximo da Igreja de mesmo nome, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro.  Neste crime, oito jovens foram assassinados. O caso foi listado pelo portal Brasil Online (BOL, 2015) e pela Superinteressante (2015) ao lado de outros crimes que "chocaram" o Brasil.
 
A chacina
Na madrugada do dia 23 de julho de 1993, aproximadamente à meia-noite, vários carros pararam em frente à Igreja da Candelária. Logo após, os policias abriram fogo contra mais de setenta crianças e adolescentes que estavam dormindo nas proximidades da Igreja. Como resultado da chacina, seis menores e dois maiores morreram e várias crianças e adolescentes ficaram feridos. Um dos sobreviventes da chacina, Sandro Barbosa do Nascimento, mais tarde voltou aos noticiários quando se tornou o responsável pelo sequestro do autocarro 174.
Os nomes dos oito mortos no episódio encontram-se inscritos numa cruz de madeira, erguida no jardim em frente da Igreja:
  • Paulo Roberto de Oliveira, 11 anos
  • Anderson de Oliveira Pereira, 13 anos
  • Marcelo Cândido de Jesus, 14 anos
  • Valdevino Miguel de Almeida, 14 anos
  • "Gambazinho", 17 anos
  • Leandro Santos da Conceição, 17 anos
  • Paulo José da Silva, 18 anos
  • Marcos Antônio Alves da Silva, 19 anos
Investigação, participantes e assassinos

A investigação do ato levou até Wagner dos Santos, um dos adolescentes que sobreviveu, apesar de ter sido atingido por quatro tiros. Santos sofreria um segundo atentado em 12 de setembro de 1994 na Estação Central do Brasil e a partir de então, o Ministério Público o colocou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas. O seu testemunho foi fundamental no reconhecimento dos envolvidos. Wagner deixou o país com a ajuda do governo federal e sofre com sérios problemas de saúde.

No decorrer do processo, foram indiciadas sete pessoas no total: o ex-polícia militar Marcus Vinícius Emmanuel Borges, os polícias militares Cláudio dos Santos e Marcelo Cortes, o serralheiro Jurandir Gomes França, Nelson Oliveira dos Santos, Marco Aurélio Dias de Alcântara e Arlindo Afonso Lisboa Júnior.

  • Cláudio, Marcelo e Jurandir foram inocentados no processo.
  • Arlindo ainda não foi julgado pela chacina, tendo sido condenado a dois anos por ter em sua posse uma das armas do crime.
Os outros três, que já foram condenados, permanecem em liberdade, beneficiadas por indulto ou em liberdade condicional:
  • Marcus Vinicius Emmanuel Borges, ex-polícia militar – foi condenado a 309 anos de prisão em primeira instância. Recorreu a sentença e, num segundo julgamento, foi condenado a 89 anos. Insatisfeito com o resultado, o Ministério Público pediu um novo julgamento e, em fevereiro de 2003, Emmanuel foi condenado a 300 anos mas permanece em liberdade;
  • Nelson Oliveira dos Santos – foi condenado a 243 anos de prisão pelas mortes da chacina e a 18 anos por tentativa de assassinato de Santos. Recorreu a sentença, sendo absolvido pelas mortes em um segundo julgamento, mesmo após ter confessado o crime. O Ministério Público recorreu e, no ano de 2000, Nelson foi condenando a 27 anos de prisão pelas mortes e foi mantida a condenação por tentativa de assassinato, somando uma pena de 45 anos. Nelson Oliveira dos Santos também já está solto. Atualmente ele está em liberdade condicional por outros crimes, segundo o Tribunal de Justiça do Rio;
  • Marco Aurélio Dias de Alcântara – foi condenado a 204 anos de prisão e também foi libertado da prisão.
  
Monumento e referências
Há em frente à igreja um pequeno monumento que relembra à chacina. Ele é constituído por uma cruz de madeira, que tem inscrito os nomes dos jovens assassinados, e uma placa de concreto. Esta mesma sofreu aparentemente ações de vandalismo, pois está bastante danificada, desmembrada do seu suporte e com a sua epígrafe ilegível.
A chacina foi retratada em um episódio do programa Linha Direta da Rede Globo. Também é retratada, em formato de flashback, pelo protagonista do livro O Imperador da Ursa Maior de Carlos Eduardo Novaes. O documentário Ônibus 174 de José Padilha e o filme Última Parada 174, de Bruno Barreto, narram a história de Sandro Barbosa do Nascimento, sobrevivente do massacre que, sete anos mais tarde, protagonizou o sequestro ao autocarro da linha 174 da mesma cidade. Uma referência à chacina também é feita no jogo Metal Gear Rising: Revengeance. Em uma conversa de CODEC, durante o ARQUIVO R-02, o personagem Kevin e o protagonista Raiden conversam sobre a situação de crianças de rua mencionando o incidente.
   

 

sexta-feira, maio 12, 2023

Jamelão nasceu há cento e dez anos

   
José Bispo Clementino dos Santos, mais conhecido como Jamelão (Rio de Janeiro, 12 de maio de 1913 – Rio de Janeiro, 14 de junho de 2008), foi um cantor brasileiro, tradicional intérprete dos sambas-enredo da escola de samba Mangueira.
   

   

 


terça-feira, abril 11, 2023

O Profeta Gentileza nasceu há 106 anos...

  
José Datrino, mais conhecido como Profeta Gentileza (Cafelândia, 11 de abril de 1917Mirandópolis, 29 de maio de 1996), foi uma personalidade urbana carioca, espécie de pregador, que se tornou conhecido por fazer inscrições peculiares sob um viaduto situado na Avenida Brasil, na zona portuária do Rio de Janeiro, onde andava com uma túnica branca e longa barba.

"Gentileza gera gentileza" é a sua frase mais conhecida.
   
(...) 
   

A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Gasômetro, que vai do Cemitério do Caju até o Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro, numa extensão de aproximadamente 1,5 km. Ele encheu as pilastras com inscrições em verde-amarelo propondo a sua crítica do mundo e a sua alternativa ao mal-estar da civilização.

Durante a Eco-92, o Profeta Gentileza colocava-se estrategicamente no lugar por onde passavam os representantes dos povos e incitava-os a viverem a gentileza e a aplicarem gentileza em toda a Terra.

A partir de 2000, os murais foram tombados pelos órgãos de proteção da prefeitura do Rio de Janeiro, entretanto em 2016 sofreram atos de vandalismo.

  

Morte e Legado

Em 28 de maio de 1996, aos 79 anos, faleceu em Mirandópolis, cidade de seus familiares, onde foi sepultado.

Com o decorrer dos anos, os murais foram danificados por pichadores, sofreram vandalismo, e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro. A eliminação das inscrições foi criticada e posteriormente, a cidade do Rio de Janeiro ajudou a organizar o projeto Rio com Gentileza, com o objetivo restaurar os murais das pilastras, que ela própria havia destruído antes. Começaram a ser recuperadas em janeiro de 1999. Em maio de 2000, a restauração das inscrições foi concluída e o património urbano carioca foi preservado.

 
     

 


sexta-feira, abril 07, 2023

O Massacre de Realengo foi há doze anos...

Fachada da escola momentos depois do crime

  

O Massacre de Realengo refere-se à chacina ocorrida em 7 de abril de 2011, por volta das 08.30 horas da manhã (UTC-3), na Escola Municipal Tasso da Silveira, localizada no bairro de Realengo, no município do Rio de Janeiro. Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a escola armado com dois revólveres e começou a disparar contra os alunos presentes, tendo matado doze deles, com idade entre 13 e 15 anos, deixando mais 22 feridos. O assassino foi intercetado por polícias, mas cometeu suicídio antes de ser detido.

A motivação do crime figura incerta, porém a nota de suicídio de Wellington e o testemunho público da sua irmã adotiva e o de um colega próximo apontam que o atirador era reservado, sofria bullying e pesquisava muito sobre assuntos ligados a atentados terroristas e a grupos religiosos fundamentalistas. O crime causou comoção no país e teve ampla repercussão em noticiários internacionais.


Wellington Menezes de Oliveira matou a tiros doze adolescentes na Escola Municipal Tasso da Silveira
   

Conforme a lista divulgada pela polícia do Rio de Janeiro, as vítimas foram:

   

  • Ana Carolina Pacheco da Silva, 13 anos
  • Bianca Rocha Tavares, 14 anos
  • Géssica Guedes Pereira, 15 anos
  • Igor Moraes, 13 anos
  • Karine Chagas de Oliveira, 14 anos
  • Larissa dos Santos Atanásio, 13 anos
  • Laryssa Silva Martins, 13 anos
  • Luiza Paula da Silveira Machado, 15 anos
  • Mariana Rocha de Souza, 13 anos
  • Milena dos Santos Nascimento, 15 anos
  • Rafael Pereira da Silva, 14 anos
  • Samira Pires Ribeiro, 14 anos
 
Famílias de quatro das vítimas decidiram doar os órgãos dos adolescentes. A prefeitura homenageou as vítimas dando seus nomes a doze creches da cidade. A primeira a receber esta homenagem foi Samira Pires Ribeiro, cujo nome foi dado a uma creche (Espaço de Desenvolvimento Infantil) no bairro de Guaratiba
    
(...)   
    

Wellington Menezes de Oliveira (Rio de Janeiro, 13 de julho de 1987 — Rio de Janeiro, 7 de abril de 2011), de 23 anos, foi aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira até a 8.ª série (9.º ano atualmente). Wellington era filho adotivo de Dicéa Menezes de Oliveira, o mais novo de cinco irmãos e foi adotado ainda bebé. A sua mãe biológica sofria de problemas mentais e chegou a tentar se matar. É descrito por familiares e conhecidos como um rapaz calado, tímido, introspetivo, que não se metia em problemas nem desrespeitava regras. Sua mãe adotiva, que morreu em 2010, era Testemunha de Jeová; Wellington também chegou a frequentar a religião, mas nunca havia se tornado adepto. Era uma pessoa calada, tímida e passava boa parte de seu tempo navegando na Internet.

Em entrevista concedida no dia 13 de abril, os familiares confirmaram que Wellington era muito fechado e introspetivo, que só se relacionava com as pessoas pela Internet, tinha poucos amigos e não participava da vida familiar, passando quase todo o tempo diante do computador. Sendo adotado por uma mulher já com mais de cinquenta anos e tendo irmãos já casados, foi tratado de modo distinto pela mãe, que imaginava ter que deixá-lo muito cedo devido à idade. Ela é descrita como um porto seguro para Wellington e a morte dela agravou sua doença psiquiátrica, já conhecida da família e com uma tentativa de tratamento com psicólogo, que foi abandonada pelo rapaz. Ele acompanhava reuniões das testemunha de Jeová com a mãe, muito religiosa, não tendo se tornado adepto da religião e também não tinha ligação com grupos islâmicos, como os media inicialmente informaram, embora tenha procurado outras religiões quando se desligou das Testemunhas de Jeová. Os parentes diziam-se surpresos com o crime e com medo de se exporem publicamente.

Wellington se refere desta forma, em uma carta, ao bullying sofrido na escola: "Muitas vezes aconteceu comigo de ser agredido por um grupo, e todos os que estavam por perto debochavam, se divertiam com as humilhações que eu sofria, sem se importar com meus sentimentos". E, conforme o depoimento de um ex-colega: "Certa vez no colégio pegaram Wellington de cabeça para baixo, botaram dentro da privada e deram descarga. Algumas pessoas instigavam as meninas: 'Vai lá, mexe com ele'. Ou até o incentivo delas mesmo: 'Vamos brincar com ele, vamos sacanear'. As meninas passavam a mão nele (...). Esses maus-tratos aconteceram em 2001. Naquele ano, em 11 de setembro, o maior ataque terrorista de todos os tempos virou obsessão para Wellington".

Após a morte de Dona Dicéa, os irmãos vasculharam o computador do jovem e descobriram que ele fazia muitas pesquisas sobre armamentos. Descobriu-se que ele comprou dois revólveres e um carregador rápido, bem como tomou aulas de tiro, havendo evidência de que planeava a ação desde o ano anterior, sempre com intenção de vingança e com admiração por atos terroristas. Durante a execução da chacina, cometeu suicídio após ser baleado na barriga. Seu corpo foi enterrado no Cemitério do Caju em 22 de abril, após quinze dias no IML, sem a presença de nenhum parente, somente dos coveiros, numa cova rasa e sem lápide. Não se fez nenhum dos procedimentos que ele havia pedido na carta de suicídio.
   

domingo, março 19, 2023

São José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil, nasceu há 489 anos

 
São José de AnchietaSJ (San Cristóbal de La Laguna, 19 de março de 1534 - Reritiba, 9 de junho de 1597) foi um padre jesuíta espanhol e um dos fundadores das cidades brasileiras de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Foi o primeiro dramaturgo, o primeiro gramático e o primeiro poeta nascido nas Ilhas Canárias. Foi o autor da primeira gramática da língua tupi e um dos primeiros autores da literatura brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas de teor religioso e uma epopeia.

Considerado santo pela Igreja Católica, foi beatificado em 1980 pelo papa João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco. É conhecido como o Apóstolo do Brasil, por ter sido um dos pioneiros na introdução do cristianismo no país. Em abril de 2015 foi declarado co-padroeiro do Brasil na 53ª Assembleia Geral da CNBB.

É o patrono da cadeira de número um da Academia Brasileira de Música.

quarta-feira, fevereiro 22, 2023

Há vinte e cinco anos, a queda de um edifício no Rio de Janeiro, matou oito pessoas...

Imagem retratando o momento da destruição do edifício, em fevereiro de 1998
  
O Palace II era um edifício residencial construído na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, que foi implodido no dia 28 de fevereiro de 1998, a despeito de investigações anteriores terem encontrado como causa da tragédia um erro estrutural de cálculo (assinado por engenheiro) nas vigas de sustentação.
    
Construção
O edifício Palace II foi construído pela Construtora Sersan de Sérgio Naya em 1990, com previsão de conclusão para 1995, tendo havido no entanto atraso na conclusão da obra.
Segundo os moradores, em 1996 o edifício foi interditado pela Defesa Civil após ter morrido um operário ao cair no fosso do elevador, que apresentava defeito.
A construtora já havia sido processada quatro vezes, em virtude da má construção do prédio, que não havia recebido a licença de habitabilidade da prefeitura.
 
Primeiro desmoronamento
O primeiro desmoronamento ocorreu às 03.00 horas do dia 22 de fevereiro de 1998, quando as colunas 1 e 2 do edifício, onde havia 44 apartamentos, desabaram. Oito pessoas morreram como resultado do incidente. Em 24 de fevereiro, a prefeitura anunciou que a implosão do edifício ocorreria dentro de 5 dias.
 
Segundo desmoronamento
O segundo desmoronamento ocorreu pouco antes das 13.00 horas do dia 27 de fevereiro de 1998. Trinta minutos antes do desmoronamento, o relatório técnico recomendava que os moradores voltassem ao edifício para recuperar os seus bens, quando uma inexplicável coluna de água irrompe da cobertura do 23° andar com toneladas de água. Não foi confirmado se havia ou não uma piscina nessa laje como mostra uma foto, no entanto, assume-se que a caixa de água teria sido drenada por razões de segurança antes do ingresso de técnicos na instalação dos explosivos para a implosão.
Outra explicação para esse segundo desabamento é que os técnicos da implosão, preocupados em não incomodar os vizinhos, teriam pré-instalado uma grande quantidade de água na laje das coberturas para que na hora da implosão liberasse o mínimo de partículas na atmosfera. Essa providência teria sobrecarregado o limite de resistência da estrutura fazendo parte dela ruir antes mesmo da implosão, mas essa possibilidade foi logo descartada.
22 apartamentos foram destruídos nessa segunda queda.

Implosão
Ocorreu ao meio-dia de 28 de fevereiro de 1998. A implosão foi feita pela empresa CDI Implosões, e transmitida ao vivo para todo o Brasil pela televisão.
  

domingo, janeiro 22, 2023

Dona Zica morreu há vinte anos...

(imagem daqui)
   
Dona Zica, pseudónimo de Euzébia Silva do Nascimento (Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1913 - Rio de Janeiro, 22 de janeiro de 2003) foi uma sambista da velha guarda da Estação Primeira de Mangueira e a última esposa do sambista Cartola.

Biografia
Grande símbolo do Carnaval carioca, Dona Zica participou da novela Xica da Silva e a sua biografia foi escrita pela escritora pernambucana Odacy de Brito Silva. Ficou mais conhecida ao se casar com Cartola.
Dona Zica já tinha mais de 40 anos de idade quando se casou com Cartola, em 1954. Eles se conheciam desde jovens mas nunca haviam namorado, eram vizinhos no Morro da Mangueira, onde moravam. Não namoraram pois Zica já estava comprometida e na época a mulher era mal vista se o seu noivado fosse desfeito.
Zica casou-se aos 19 anos com o seu primeiro marido, teve cinco filhos biológicos e adotou um sexto. Ficou viúva após 20 anos de casada. Cartola também casou, porém não teve filhos, porque era estéril. Após ficar viúvo, viveu mais de 10 anos longe da Mangueira. Um dia, voltou e reencontrou a sua antiga amiga, Zica, e começou a se interessar mais por ela, e passou a namorá-la. Casaram-se e viveram juntos 26 anos, até a morte dele, em 1980.
O seu talento gastronómico, foi decisivo nas finanças da vida do casal, pois, conforme um depoimento seu, ela, na década de 60, foi comandar um vatapá, na casa de Benjamin Eurico Cruz, e fez um contacto do qual viria a surgir embrião do Zicartola, famosa casa de samba do Rio de Janeiro e restaurante a qual se tornou um ponto de encontro dos sambistas da época.
Dona Zica, morreu aos 89 anos de problemas cardiovasculares. É figura inesquecível na história da música brasileira, sendo bastante amiga de Dona Neuma, outra grande personalidade da Mangueira.