sexta-feira, julho 04, 2025

A Rainha Santa Isabel morreu há 689 anos

  
Isabel de Aragão (ou, usando a grafia medievalportuguesa, Yzabel; Saragoça, 1271 - Estremoz, 4 de julho de 1336), foi uma infantaaragonesa e, de 1282 até 1325, rainha consorte de Portugal. Passou à história com a fama de santa, tendo sido beatificada e, posteriormente, canonizada. Ficou popularmente conhecida como Rainha Santa Isabel ou, simplesmente, A Rainha Santa.

Origens
Isabel era a filha mais velha do rei Pedro III de Aragão e de Constança de Hohenstaufen, princesa da Sicília. Por via materna, era descendente de Frederico II, Sacro Imperador Romano-Germânico, pois o seu avô materno era Manfredo de Hohhenstauffen, rei da Sicília, filho de Frederico II.
Teve cinco irmãos, entre os quais os reis aragoneses Afonso III e Jaime II, e Frederico II da Sicília. Para além disso, foi sobrinha materna de Santa Isabel da Hungria, também considerada santa pela Igreja Católica.
  

  
Casamento
D. Dinis I de Portugal tinha 19 anos quando subiu ao trono e, pensando em casamento, convinha-lhe Isabel de Aragão, tendo por isso enviado uma embaixada a Pedro de Aragão em 1280. Formavam-na João Velho, João Martins e Vasco Pires. Quando lá chegaram, estavam ainda à espera de resposta enviados dos reis de França e de Inglaterra, cada um desejoso de casar com Isabel um dos seus filhos. Aragão preferiu entre os pretendentes aquele que já era rei.
A 11 de fevereiro de 1282 com 12 anos, Isabel casou-se então por procuração com o soberano português D. Dinis em Barcelona, tendo celebrado a boda ao passar a fronteira da Beira, em Trancoso, em 26 de junho do mesmo ano. Por esse motivo, o rei acrescentou essa vila ao dote que habitualmente era entregue às rainhas (a chamada Casa das Rainhas, conjunto de senhorios a partir dos quais as consortes dos reis portugueses colhiam as prendas destinadas à manutenção da sua pessoa.
Em 1281 D. Isabel de Aragão recebeu como dote as vilas de Abrantes, Óbidos, Alenquer, e Porto de Mós. Posteriormente deteve ainda os castelos de Vila Viçosa, Monforte, Sintra, Ourém, Feira, Gaia, Lamoso, Nóbrega, Santo Estêvão de Chaves, Monforte de Rio Livre, Portel e Montalegre, para além de rendas em numerário e das vilas de Leiria e Arruda (1300), Torres Novas (1304) e Atouguia da Baleia (1307). Eram ainda seus os reguengos de Gondomar, Rebordões, Codões, para além de uma quinta em Torres Vedras e da lezíria da Atalaia.
Segundo uma história apócrifa, D. Dinis não lhe teria sido inteiramente devotado e visitaria damas nobres na região de Odivelas. Ao saber do sucedido, a rainha ter-lhe-á apenas respondido: Ide vê-las, Senhor. Com os tempos, de acordo com a tradição popular, uma corruptela de ide vê-las teria originado o moderno topónimo Odivelas. Contudo, esta interpretação não é sustentada pelos linguistas.
Do seu casamento com o rei D. Dinis teve dois filhos:
  
Pax Regina
Na década de 1320, o infante D. Afonso, herdeiro do trono, sentiu a sua posição ameaçada pelo favor que o rei D. Dinis demonstrava para com um seu filho bastardo, Afonso Sanches. O futuro D. Afonso IV declarou abertamente a intenção de batalhar contra o seu pai, o que quase se concretizaria na chamada peleja de Alvalade. No entanto, a intervenção da rainha conseguiu serenar os ânimos – pela paz assinada em 1325 nessa mesma povoação dos arredores de Lisboa, foi evitado um conflito armado que teria instabilizado o reino.
D. Dinis morreu em 1325 e, pouco depois da sua morte, Isabel terás peregrinado ao santuário de Santiago, em Compostela na Galiza, fazendo-o montada num burro e a última etapa a pé, onde ofertou muitos dos seus bens pessoais. Há historiadores que defendem a ideia que lá se terá deslocado duas vezes.
Recolheu-se por fim no então Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, vestindo o hábito da Ordem das Clarissas mas não fazendo votos (o que lhe permitia manter a sua fortuna, usada para a caridade). Só voltaria a sair dele uma vez, pouco antes da morte, em 1336.
Nessa altura, Afonso declarou guerra ao seu sobrinho, o rei D. Afonso XI de Castela, filho da infanta Constança de Portugal e portanto neto materno de Isabel, pelos maus tratos que este infligia à sua mulher D. Maria, filha do rei português. Não obstante a sua idade avançada e a sua doença, a rainha Santa Isabel dirigiu-se a Estremoz, cavalgando na sua mula por dias e dias, onde mais uma vez se colocou entre dois exércitos desavindos e evitou a guerra. No entanto, a paz chegaria somente quatro anos mais tarde, com a intervenção da própria Maria de Portugal, por um tratado assinado em Sevilha em 1339.
  

Túmulo da Rainha Santa Isabel por Mestre Pêro, no Convento de Santa Clara-a-Nova
   
Falecimento e legado
Isabel faleceu, tocada pela peste, em Estremoz, a 4 de julho de 1336, tendo deixado expresso no seu testamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, onde em 1995 foi iniciada uma escavação arqueológica, após ter estado por 400 anos parcialmente submerso pelo rio Mondego.
Segundo uma história hagiográfica, sendo a viagem demorada, havia o receio de o cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor que se fazia, e conta-se que a meio da viagem debaixo de um calor abrasador o ataúde começou a abrir fendas, pelas quais elas escorria um líquido, que todos supuseram provir da decomposição cadavérica. Qual não foi, porém a surpresa quando notaram que em vez do mau cheiro esperado, saía um aroma suavíssimo do ataúde. O seu marido, D. Dinis, repousa no Mosteiro de São Dinis em Odivelas.
Isabel terá sido uma rainha muito piedosa, passando grande parte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Por isso mesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa, tendo esta fama aumentado após a sua morte. Foi beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, por especial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenho na sua santificação, pelo Papa Urbano VIII em 1625. É reverenciada a 4 de julho, data do seu falecimento.
Com a invasão progressiva do convento de Santa Clara-a-Velha de Coimbra pelas águas do rio Mondego, houve necessidade de construir o novo convento de Santa-Clara-a-Nova no século XVII, para onde se procedeu à trasladação do corpo da Rainha Santa. O seu corpo encontra-se, incorrupto, no túmulo de prata e cristal, mandado fazer depois da trasladação para Santa Clara-a-Nova.
No século XVII, a rainha D. Luísa de Gusmão, regente em nome de seu filho D. Afonso VI, transformou em capela o quarto em que a Rainha Santa Isabel havia falecido no castelo de Estremoz.
Atualmente, inúmeras escolas e igrejas ostentam o seu nome em sua homenagem. É ainda padroeira da cidade de Coimbra, cujo feriado municipal coincide com o dia da sua memória (4 de julho). Alfredo Marceneiro dedicou-lhe o fado Rainha Santa, com letra de Henrique Rego.
O seu túmulo, bem como o Mosteiro Novo de Santa Clara (Santa Clara-a-Nova), está confiado à guarda da Confraria da Rainha Santa Isabel.
     

quinta-feira, julho 03, 2025

A Terra chegou ao afélio - o ponto da sua órbita em que fica mais afastada do Sol...!

Afélio (em vermelho) e periélio (em verde) dos quatro planetas interiores
   
Afélio (do latim "aphelium", derivado do latim "apos", que quer dizer longínquo), é o ponto da órbita em que um planeta ou um corpo menor do sistema solar está mais afastado do Sol. Quando se trata de um objeto que orbita uma estrela que não o Sol, esse ponto é denominado apoastro. As órbitas de todos os planetas são sempre elípticas, tendo sempre um ponto mais afastado (afélio) e um ponto mais próximo (periélio). A distância entre a Terra e o Sol no afélio é de aproximadamente 152,1 milhões de quilómetros. Quando um astro se encontra no afélio, ele tem a menor velocidade de translação de toda a sua órbita. O planeta Terra passa no afélio por volta do dia 4 ou 5 de julho de cada ano.

 

in Wikipédia

 

NOTA: hoje, às 19.55 horas, a Terra está no ponto mais afastado do Sol da sua órbita, girando em torno da estrela do seu sistema à mínima velocidade, de acordo com a Segunda Lei de Kepler. Aproveitamos tal facto para recordar que as estações não têm nada a ver com a distância da Terra ao Sol (de outro modo estaríamos agora no inverno...) e sim com com o facto do eixo de rotação da Terra ser inclinado em relação ao plano orbital; assim, em qualquer momento, uma parte do planeta estará mais diretamente exposta aos raios do Sol do que outra. 

A Batalha de Gettysburg foi há cento e sessenta e dois anos

  

A Batalha de Gettysburg (1 a 3 de julho de 1863), ocorrida nos arredores e dentro da cidade de Gettysburg, Pensilvânia, foi a batalha com o maior número das vítimas na Guerra Civil dos EUA e ponto culminante da segunda invasão do norte pelo exército confederado do general Robert E. Lee. A vitória das forças federais é frequentemente citada, juntamente com a queda da Vicksburg, como o ponto de inflexão da guerra, a partir do qual a iniciativa passaria em definitivo para as mãos da União. Entretanto, a importância estratégica da batalha continua sendo um assunto de controvérsia.
  

O ditador haitiano Baby Doc nasceu há 74 anos...

     
Jean-Claude Duvalier (Port-au-Prince, 3 de julho de 1951 - Port-au-Prince, 4 de outubro de 2014), mais conhecido como "Baby Doc", foi o ditador do Haiti, de 1971 a 1986, tendo sucedido ao seu pai, François Duvalier, no lugar de presidente da república. 
    
Primeiros anos
Duvalier nasceu em Port-au-Prince e foi criado num ambiente isolado. Na infância e adolescência frequentou as instituições de ensino Nouveau College Bird e Saint-Louis de Gonzague. Mais tarde, estudou Direito na Université d'Etat d'Haïti (Universidade do Estado do Haiti), sob a direção de vários professores, incluindo Maître Gérard Gourgue.
Único filho de sexo masculino de François Duvalier, o "Papa Doc", e Simone Ovide ("Mama Doc"), uma ex-enfermeira, Jean-Claude tinha três irmãs: Marie Denise, Nicole e Simone. 
  
Antecedentes e cargo vitalício
Em 1957 o seu pai, François Duvalier, assumiu a presidência e implantou um regime de terror que durou até à sua morte, em 1971. O terrorismo político continuou sob o comando de Baby Doc, que aos 19 anos lhe sucedeu em regime vitalício, numa época em que dezenas de milhares de haitianos foram torturados e mortos, segundo grupos de direitos humanos. Tal terror era espalhado pela sua milícia particular, um exército de cruéis soldados denominados tonton-macoutes ("bichos-papões").
No governo de Baby Doc a taxa de analfabetismo subiu a índices ainda mais grotescos e a expectativa de vida decaiu vertiginosamente, o que, juntamente com a epidemia de SIDA e a fome que grassava em todo o país, mergulhou o Haiti no caos social, forçando dezenas de milhares de haitianos ao degredo nos Estados Unidos, em barcaças superlotadas.
   
Autodegredo e retorno 
Já na década de 80, com a crise económica e o empobrecimento da população, o regime de terror perdeu força, até que, em 1986, Baby Doc fugiu para um exílio na França. Durante a sua saída do país, constatou-se o abismo entre o fausto da sua mudança, que incluía carregamentos de malas Louis Vuitton e milhões de dólares nas suas contas em bancos suíços, e a miséria reinante em Port-au-Prince.
Entre 1986 e 1990, o Haiti procurou estabilizar a sua situação política, mas uma sucessão de golpes militares impediu qualquer organização. Em 16 de janeiro de 2011 Baby Doc retornou ao Haiti, alegando que o seu regresso visava "ajudar o povo" após o terramoto de 2010 e poucos dias depois foi acusado de vários crimes, incluindo detenção ilegal e tortura contra os seus opositores, corrupção, apropriação de dinheiro público e formação de quadrilha. Mesmo assim nenhum julgamento foi realizado. O ex-presidente só compareceu diante da Justiça em fevereiro de 2013, quando se apresentou no Tribunal de Recurso de Port-au-Prince. Em fevereiro de 2014, a justiça haitiana ordenou um novo inquérito sobre crimes contra a humanidade "imprescritíveis" atribuídos a si.
   
Vida pessoal  
O seu casamento com Michele Bennett, em 1980, foi pago pelo estado haitiano e teria custado cerca de cinco milhões de dólares aos cofres públicos, enquanto a população vivia na miséria, no que foi considerado o país mais pobre do hemisfério ocidental.
Baby Doc morre, de ataque cardíaco, no dia 4 de outubro de 2014, em Port-au-Prince.
   

O ator Thomas Gibson celebra hoje 63 anos


Thomas Ellis Gibson (Charleston, July 3, 1962) is an American actor and director. He is best known for his television roles as Aaron Hotchner on Criminal Minds (2005–2016), Greg Montgomery on Dharma & Greg (1997–2002) and Daniel Nyland on Chicago Hope (1994–1997).


Tom Cruise nasceu há 63 anos

     
Thomas Cruise Mapother IV (Syracuse, 3 de julho de 1962), mais conhecido pelo nome artístico de Tom Cruise, é um ator e produtor de cinema americano. Listado pela revista Forbes como a celebridade mais popular de 2006, foi indicado por três vezes para o Óscar e venceu três Globos de Ouro. Seu primeiro papel de destaque foi no filme Risky Business, descrito como um "clássico da geração X", responsável por consagrar a sua carreira como ator. Após desempenhar o papel de um heróico piloto de caças no filme Top Gun (Ases Indomáveis), de 1986, enorme sucesso de público e crítica, Cruise continuou a fazer filmes nesta mesma linha, interpretando posteriormente um agente secreto na série de filmes de ação Mission: Impossible (Missão Impossível) durante as décadas de 90 e 2000. Além destes papéis heroicos, interpretou outros personagens de destaque, como o misógino guru de auto-ajuda em Magnólia (1999) e um sociopata assassino contratado, frio e calculista, no thriller de Michael Mann, Collateral (2004).
Em 2005 o jornalista de Hollywood Edward Jay Epstein colocou Cruise como um dos poucos produtores (juntamente com George Lucas, Steven Spielberg e Jerry Bruckheimer) capazes de garantir o sucesso de uma franquia cinematográfica milionária. Desde o mesmo ano Cruise e Paula Wagner têm o comando do estúdio cinematográfico United Artists, com Cruise como produtor e principal estrela e Wagner como principal executiva. Cruise também é conhecido por sua controversa filiação e aderência à Igreja da Cientologia.
  

Laura Branigan nasceu há 68 anos...



Laura Ann Branigan Kruteck (Brewster, 3 de julho de 1957East Quogue, 26 de agosto de 2004) foi uma cantora e atriz dos Estados Unidas da América conhecida mundialmente como Laura Branigan.
     
Laura nasceu a 3 de julho de 1957 em Brewster, no Condado de Putnam, estado de Nova Iorque.
Casou-se, em 1981, com o advogado Lawrence Kruteck, vinte anos mais velho que ela. Pouco depois de ter sido diagnosticado um cancro do cólon ao seu marido, retirou-se temporariamente da cena musical, em 1994, para o acompanhar nos tratamentos, até à morte do seu companheiro, a 15 de junho de 1996.
Ficou mundialmente famosa devido a grandes hits músicais como "Gloria", "Solitaire", "How Am I Supposed To Live Without You", "Self Control", "Ti Amo", "Spanish Eddie", "I Found Someone", "Power of Love", "Shattered Glass", "Never In A Million Years" e "Over You".
Faleceu, subitamente, na sua casa em Long Island, Nova Iorque, a 26 de agosto de 2004, vítima de um aneurisma cerebral não-diagnosticado. Tinha apenas 47 anos de idade.
     
 

O poeta João Rasteiro faz hoje sessenta anos

João Rasteiro (Ameal, Coimbra, 1965) é um é um poeta e ensaista português. É Licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Universidade de Coimbra. Vive e trabalha actualmente em Coimbra, em Casa da Escrita, da Câmara Municipal de Coimbra. 

Biografia
Para além da sua escrita; essencialmente poesia, mas também alguma ficção e ensaio, traduziu para o português vários poemas da língua castelhana, de Harold Alvarado Tenorio, Miro Villar, Juan Armando Rojas Joo, Enrique Villagrasa, Juan Carlos García Hoyuelos e Antonio Colinas.
É vogal de Direção do Pen Clube Português e integra os Conselhos Editoriais das revistas DEVIR - Revista Ibero-americana de Cultura e “Folhas - letras & outros ofícios”.
Possui diversos poemas publicados em várias revistas e antologias em Portugal, Brasil, Moçambique, Itália, Colômbia, Honduras, Finlândia, República Checa, Hungria, Chile, México e Espanha e vários poemas traduzidos para o espanhol, italiano, catalão, inglês, francês, holandês, checo, japonês, finlandês, húngaro, occitano e persa.
"Em João Rasteiro vamos encontrar uma poesia cujas principais referências e influências se vão encontrar em nomes como os dos poetas Herberto Helder, Fiama Hasse Pais Brandão ou Daniel Faria, mas também em nomes como os de Charles Bernstein ou Gertrude Stein. É uma poesia do corpo, físico e essencialmente do corpo da linguagem": (sic) ( Graça Capinha, Universidade de Coimbra).
Em 2005 integrou a antologia: “Cânticos da Fronteira/Cânticos de la Frontera (Trilce Ediciones - Junta de Castilha y León). Em 2007 fez parte do grupo de poetas convidados para o VI Encontro Internacional de Poetas de Coimbra, organizados pelo grupo de estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi também um dos poetas convidados para o III Festival Internacional de Poesia de Granada, Nicarágua. Em 2008 integrou a antologia "O Reverso do Olhar" - exposição Internacional de Surrealismo Actual. Em 2009 integrou a antologia: “Portuguesia: Minas entre os povos da mesma língua – antropologia de uma poética” (livro-DVD), organizada pelo poeta brasileiro Wilmar Silva e que engloba poéticas de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-leste, Goa,Macau e Galiza. Em 2009 integrou o livro de ensaios “O que é a poesia?”, organizado pelo brasileiro Edson Cruz. Em 2010 integrou a antologia "Poesia do Mundo VI", resultante dos VI organizados pelo Grupo de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Em 2011 integrou o livro "Três Poetas Portugueses" [Editora RG, São Paulo), organizado pelo poeta Álvaro Alves de Faria. Em 2012 integrou a antologia de poesia portuguesa contemporânea "Corté la naranja en dos", (México, Ediciones Libera) com compilação e tradução de Fernando Reyes da Universidade Nacional Autónoma do México. Tem participado e diversos festivais literários (essencialmente de poesia), tanto em Portugal, como no estrangeiro. Em 2014, no âmbito dos XVII Encontros de Poetas Iberoamericanos (Salamanca), em que participou como poeta convidado, viu apresentado pelo poeta Antonio Colinas (com tradução de Alfredo Pérez Alencart e capa e imagens de Miguel Elias) no Centro de Estudos Brasileiros da USAL (Universidade de Salamanca) o seu livro “Salamanca ou a memória do Minotauro”. Em 2016, conjuntamente com Paulo José Miranda, foi poeta convidado a representar Portugal, no Festival de poesia VOIX VIVES, de Méditerranée en Méditerranée, em Sète, Languedoc, França.
Integra, desde a sua fundação, conjuntamente com Miguel Carvalho, Seixas Peixoto, Pedro Prata, Luiz Morgadinho e Rik Lina (Hol.), o "Cabo Mondego Section of the Portuguese Surrealism”, tendo participado na exposição “Surrealism in 2012” do Goggleworks Center for the Arts, Reading, EUA, com trabalhos individuais e coletivos, executados em parceria com os elementos do grupo.
Em 2009 e 2018 organizou antologias dedicadas à poesia portuguesa, respectivamente: "Poesia Portuguesa Hoje" (Arquitrave, Colômbia) e "Aquí, en Esta Babilonia" (Amargord, Espanha).
  
  
Com a morte, também o amor
  

Um dia, o excelso dilúvio do sangue
queimará a noite, também os livros
jazerão sós sob as túnicas de Istambul,
"com a morte, também o amor devia
acabar" – num único e violento segredo.
  
A melancolia esvoaçará dos orifícios
expiando a culpa, as criaturas cinzentas
comover-se-ão fartas pelo calor do tacto,
perecerão sozinhas - como a sua progénie.
  
E haverá a celebração dos precipícios
urdindo o beneplácito das heras, pois a flor
é um corpo excessivamente fresco e mortal,
o sangue, na primavera, é mais vermelho
que o barro nu – a terra é um lírio dobrado.
  
Porque amor e morte têm existência própria
convertem-se, mas os seus monstros subsistem
e subsistirão recolhidos à agonia do tempo
amando-se pelo ventre - até ao fim do mundo.
  
  

in Tríptico da Súplica (2011) - João Rasteiro

Romé de l'Isle, o fundador da Cristalografia, morreu há 235 anos

  Estátua de Jean-Baptiste Romé de l'Isle na sua cidade natal, Gray (Haute-Saône)
            
Jean-Baptiste Louis Romé de l'Isle (Gray, 26 de agosto de 1736 - Paris, 3 de julho de 1790) foi um mineralogista francês,  considerado o criador da moderna cristalografia. Formulou a lei de constância dos ângulos interfaciais, no seu Tratado sobre Cristalografia (1772), baseado nas observações do geólogo Nicolaus Steno. Em 1775 foi eleito membro estrangeiro da Academia Real das Ciências da Suécia.
     

A Família Real regressou a Portugal há 204 anos


Patenteado o fracasso do seu projeto de construir uma monarquia forte e unificada, centralizada na América, e perdendo importantes apoios brasileiros, D. João não pôde mais resistir à pressão portuguesa, e seu retorno tornou-se inevitável. Nomeou D. Pedro regente em seu nome e partiu para Lisboa a 25 de abril de 1821, após uma permanência de treze anos no Brasil, do qual levou saudades.

Os navios com o rei e a sua comitiva entraram no porto de Lisboa em 3 de julho. O seu regresso fora orquestrada de modo a não dar a entender que o rei se sentira coagido, mas, de facto, já se havia instaurado um novo ambiente político. Elaborada a Constituição, o Rei foi obrigado a jurá-la em 1 de outubro de 1822, perdendo diversas prerrogativas.
 

Franz Kafka nasceu há cento e quarenta e dois anos


   

Franz Kafka (Praga, 3 de julho de 1883 - Klosterneuburg, 3 de junho de 1924) foi um dos maiores escritores de ficção do século XX. Kafka era de origem judaica, nasceu em Praga, Áustria-Hungria capital da atual Chéquia, e escrevia em língua alemã. O conjunto de seus textos - na maioria incompletos e publicados postumamente - situa-se entre os mais influentes da literatura ocidental.
Em obras como a novela A Metamorfose (1915) e romances como O Processo (1925) e O Castelo (1926), retratam indivíduos preocupados com um pesadelo de um mundo impessoal e burocrático.
    

Brian Jones morreu há 56 anos...


Lewis Brian Hopkin Jones
(Cheltenham, Gloucestershire, 28 de fevereiro de 1942 - Essex, 3 de julho de 1969) foi um músico inglês e membro-fundador da banda The Rolling Stones.
Filho de um engenheiro da marinha inglesa, Lewis Jones, com uma dona de casa, Brian era conhecido pela sua versatilidade musical, tocando vários instrumentos diferentes, ainda que se tenha notabilizado como guitarrista da banda. Músico de origem clássica (Brian aprendeu a tocar com a sua mãe, que dava aulas de piano numa igreja anglicana próxima) era inicialmente o único músico da banda capaz de ler e escrever partituras.
Durante o seu período nos Rolling Stones ele manteve uma inventividade que gerou o Rolling Stones Rock'n Roll Circus, entre outros. Costumava usar roupas extravagantes, além de um estilo de vida baseado no "sexo, drogas e rock'n roll".
Apesar da fama e fortuna originada pelo sucesso da banda, Brian acabou por ceder ao uso desregrado de drogas, o que lhe valeu a saída do grupo, em 8 de junho de 1969. Menos de um mês depois, no dia 3 de julho, Brian foi encontrado afogado na piscina de sua casa, Cotchford Farm, em Sussex, antiga casa do escritor A. A. Milne, criador do Ursinho Pooh, que o músico adorava. Desde a sua morte, tida oficialmente como acidental, muitas dúvidas e livros encheram os media, alimentando muitas teorias conspiratórias.
Apesar dos poucos anos de vida é considerado um dos mentores do estilo adotado pela banda. Deixou um grande número de fãs que praticam um culto da sua imagem e contribuição musical até os dias de hoje.
Na primavera de 1962, Jones convidou Jagger e Richards para formar uma banda, que se chamaria The Rolling Stones, inspirado numa citação de uma canção de Muddy Waters (Rollin' Stone) que dizia: "… pedras rolantes não criam musgo…", e cujo nome foi utilizado oficialmente, pela primeira vez, na sua apresentação no Marquee Club de Londres, em 12 de julho de 1962.
Embora não tivesse a mesma facilidade de Keith e Jagger para compor músicas, ele era um grande instrumentista, sendo, com George Harrison, um dos primeiros músicos de rock a introduzir o sitar nas suas músicas. Tocava harmónica tão bem quanto guitarra, assim como vários outros instrumentos, sendo responsável por várias contribuições marcantes em músicas dos Stones, como a harpa em "You got the Silver", saxofone em "Dandelion", acordeão em Back Street Girl, entre outras. Fez os slides de guitarra na versão dos Stones de "I wanna be your man", em "I'm king bee" e outros. Também tocou o saxfone na música dos Beatles, "You Know My Name (Look Up the Number)", em 8 de junho de 1967. Ainda em 1967, ele compôs a banda sonora do filme A Degree Of Murder, no qual Anita Pallenberg, (a sua namorada na época) atuou como protagonista.
Foi afastado da banda em 1969, por causa da sua dependência de drogas, sendo substituído por Mick Taylor. O seu último álbum feito com os Stones foi Let it Bleed, e ele tocou apenas nalgumas músicas.
   

Jim Morrison morreu há cinquenta e quatro anos...

   
James "Jim" Douglas Morrison (Melbourne, Flórida, 8 de dezembro de 1943 - Paris, 3 de julho de 1971) foi um cantor, compositor e poeta norte-americano, mais conhecido como o vocalista da banda de rock The Doors. Foi o autor da maior parte das letras da banda. Após aumento explosivo da fama dos The Doors em 1967, Morrison desenvolveu uma grave dependência de álcool que, juntamente com o consumo de drogas, culminou na sua morte, com 27 anos de idade, em Paris. Alguns dizem que veio a falecer devido a uma overdose de heroína, mas como não foi realizada autópsia, a causa exata de sua morte ainda é contestada.
Morrison era conhecido por muitas vezes dizer as suas Spoken word e poesias improvisadas enquanto a banda tocava ao vivo. Devido às suas performances e à sua personalidade selvagem, ele é considerado por críticos e fãs como um dos vocalistas mais icónicos, carismático e pioneiro do rock da história da música. Morrison foi classificado na 47° posição na lista da revista Rolling Stone dos "100 Maiores Cantores de Todos os Tempos ", e em 22° lugar na lista da revista Classic Rock dos "50 maiores cantores de rock".
     
     
 

Mark Sandman, vocalista dos Morphine, morreu há vinte e seis anos...

                                                   
Mark Sandman (Newton, 24 de setembro de 1952 - Palestrina, 3 de julho de 1999) foi um músico dos Estados Unidos. Fundou a banda de blues Treat Her Right, que lançou três discos: Treat Her Right (1986), Tied To The Tracks (1989) e What's Good For You (1991).
Inovou ao criar a banda Morphine, que fazia uma fusão vitoriosa de rock e jazz. Formada apenas por baixo, sax e bateria, além da intervenção eventual de alguns outros instrumentos, a música do grupo servia de base para que Sandman, com sua voz aveludada, cantasse as suas belas poesias.
Mark veio a falecer, em 1999, durante um show na Itália, vítima de um ataque cardíaco fulminante.
      
 

quarta-feira, julho 02, 2025

James Fossett circum-navegou, em balão, a Terra há vinte e três anos


James Stephen Fossett (Jackson, Tennessee, 22 de abril de 1944 - desaparecido a 3 de setembro de 2007, no deserto de Nevada, e declarado legalmente morto em 15 de fevereiro de 2008), foi um homem de negócios e aventureiro norte-americano.

Fez fortuna nos mercados financeiros norte-americanos, mas tornou-se mundialmente conhecido pelas várias aventuras em que participou ao longo da sua vida.

  

(...)

 

A 2 de julho de 2002, Steve Fossett tornou-se, finalmente, a primeira pessoa a dar a volta ao mundo sozinha a bordo de um balão. Tratou-se da sua sexta tentativa e foi concretizada depois de ter percorrido mais de 31 mil quilómetros e ter cruzado a linha dos 117 graus de longitude, sobre a Austrália. Fossett foi ajudado pelo bom tempo que se manteve durante toda a viagem. O aventureiro tinha partido a 19 de junho de Northam, também na Austrália, a bordo do balão Bud Light Spirit of Freedom. Ao todo, a viagem durou 13 dias, 12 horas, 16 minutos e 13 segundos. 

    

(...)

 

Às 08.45 de 3 de setembro de 2007, Fossett levantou voo sozinho num avião monomotor de um aeródromo privado, o Flying-M Ranch (38° 36′ 13″ N, 119° 00′ 11″ O), perto de Smith Valley, próximo de Carson City e da Califórnia. Não terá voltado a aterrar e nenhum pedido de socorro foi recebido via rádio na região nesse dia. A Google ajudou na procura pedindo aos seus contactos a disponibilização de imagens de satélite de alta resolução e aos voluntários para analisar essas imagens. O seu cartão de identidade e notas de 100 dólares foram encontradas por um montanhista que andava por áreas remotas da Califórnia, mais precisamente no condado de Madera, na parte leste de Serra Nevada, entre o Parque Nacional Yosemite e a fronteira com o estado de Nevada. Os destroços foram achados a 3.200 metros de altitude, nas montanhas de Serra Nevada, perto dos lagos Mammoth, na Califórnia.        

Apesar das intensas buscas na época do acidente, não foi encontrado nenhum vestígio de Steve Fossett até um ano após sua morte. Ele foi declarado oficialmente morto em fevereiro de 2008. Mas as buscas por seu corpo foram retomadas em novembro de 2008, depois que um alpinista encontrou o seu cartão de identidade num lugar remoto, nas montanhas de Serra Nevada. Uma equipa de buscas depois encontrou os sapatos de Fossett e a sua carta de motorista, junto com dois grandes ossos que, depois de exames de ADN, foi confirmado que eram do milionário.

Em julho de 2009 foi divulgado o relatório do NTSB, órgão que investiga acidentes aeronáuticos, que concluía que uma turbulência foi o que derrubou o avião do piloto.

 

Saudades de Sophia...


(imagem daqui)

 

Azul

em memória de Sophia


   

Cega-te a luz do sol - nunca te esqueças
deste dia sem fim:
no horizonte nascem as promessas
e hás-de ficar assim,

à espera de um milagre que te fale
com a voz de uma sereia
até te libertar de todo o mal
e deixar sobre a areia

o gesto inconsolável de algum deus
desfeito já na espuma
dos sonhos que algum tempo foram teus
ou das nuvens que fogem uma a uma.

Cega-te a luz do dia - sobre o mar
um azul que não sabes decifrar.


in Pena Suspensa (2004) - Fernando Pinto do Amaral

Saudades de El-Rei...

Regulus

   
 
Não há sombra para nela abrigares
o olhar das estilhas da luz no amanhecer.
 
Nenhuma trama nasce dos teus passos
que o vento não apague, com o andar.
  
Sem passado, tens por céu um alvo
neutro como o horizonte. Não há intenção
  
por detrás do sono dos teus passos,
posto que é tudo deserto à tua volta.
  
As cidades foram o lugar de uma morte espaçosa
enquanto a chama ia medrando no calor.

  
  
  
in As Esperas e outros poemas (1997) - Paulo Teixeira

Hoje é dia de recordar Sophia...

 

Porque

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

  

in
Mar Novo (1958) - Sophia de Mello Breyner Andresen

D. Manuel II - noventa e três anos de perda e de saudade...

(imagem daqui)
        
D. Manuel II de Portugal, de nome completo: Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orleães Saboia e Saxe-Coburgo-Gotha, (15 de novembro de 18892 de julho de 1932) foi o trigésimo-quinto e último Rei de Portugal. D. Manuel II sucedeu ao seu pai, o Rei D. Carlos I, depois do assassinato deste e do seu irmão mais velho, o Príncipe Real D. Luís Filipe, a 1 de fevereiro de 1908. Antes da sua ascensão ao trono, D. Manuel foi duque de Beja e Infante de Portugal.
  

 
 
(...)
    
Morte
Faleceu inesperadamente na sua residência, a 2 de julho de 1932, sufocado por um edema da glote. O governo português, chefiado por António de Oliveira Salazar, autorizou a sua sepultura em Lisboa, organizando o funeral com honras de Estado. Os seus restos mortais chegaram a Portugal, em 2 de agosto, sendo sepultados no Panteão dos Braganças, no Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.
    
Balanço
Passou à história com os cognomes O Patriota, pela preocupação que os assuntos pátrios sempre lhe causaram; O Desventurado, em virtude da Revolução que lhe retirou a coroa; O Estudioso ou o Bibliófilo (devido ao seu amor pelos livros antigos e pela literatura portuguesa). Os monárquicos chamavam-lhe O Rei-Saudade, pela saudade que lhes deixou, após a abolição da monarquia.

  

Camilo de Oliveira morreu há nove anos...

   
Camilo Venâncio de Oliveira (Buarcos, Figueira da Foz, 23 de julho de 1924Lisboa, 2 de julho de 2016) foi um ator, encenador e argumentista português.

Nasceu filho dos atores Camilo Arjona de Oliveira e da sua primeira mulher, Ester Venâncio de Oliveira, nos camarins do Teatro do Grupo Caras Direitas, localizado no centro da vila de Buarcos, na altura o único teatro existente no concelho da Figueira da Foz. Era irmão do autor teatral César de Oliveira.
Em finais de setembro de 2012, houve rumores da sua morte, um boato que os jornais se apressaram a desmentir.
O ator viria a falecer a 2 de julho de 2016, aos 91 anos de idade, no Hospital Egas Moniz, em Lisboa, onde estava internado na unidade de cuidados paliativos, devido a cancro na próstata e nos intestinos.