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sábado, agosto 24, 2024

O primeiro Presidente da república portuguesa foi eleito (mas não pelos portugueses...) há 113 anos

ARRIAGA OU AS "HARMONIAS SOCIAIS"


Faz amanhã cem anos que foi eleito (eleito...) o primeiro titular da Presidência da República, o açoriano Manuel de Arriaga. Aquela República nada tem a ver com a de hoje. E o PR de hoje, desta constituição, nada tem a ver com lugar que, então, o infeliz do dr. Arriaga foi ocupar. A 1ª República não passou de uma tirania de cariz urbano centrada no PRP que, depois, com Afonso Costa, se chamou Partido Democrático e que de democrático nada tinha. Acabou tudo às mãos da tropa e de uma outra ditadura - militar - que adubou o caminho ao Doutor Salazar e à sua ditadura corporativa, mais conhecida por Estado Novo. Tudo visto e ponderado, não sobra motivo algum de especial alegria pela passagem do referido centenário. Como republicano, a 1ª República, de uma forma geral, não me convence a não ser pelo lado da rejeição não obstante aquela chalaça sempre comovente do Braga, de elétrico, a caminho de Belém. Vasco Pulido Valente, porventura o primeiro a "denunciar" cientificamente a ditadurazinha do PRP e do Partido Democrático - depois dele houve uns quantos "académicos" que se limitaram a copiá-lo - retratou adequadamente o dr. Arriaga e a sua impotência ornamental. «Em nenhum momento da sua longa vida excedera (ou haveria de exceder) uma mediocridade honesta. A seu favor contava-se apenas um passado de pioneiro, assaz diletante, e quase quatro décadas de fiel serviço ao Partido [Republicano]. Mas agora estava velho e cansado e a cada passo mostrava que não percebia nem se adaptava às duras realidades do mundo republicano. Sobrevivente de mais simples e tranquilos tempos, autor de um livro chamado Harmonias Sociais, entrou para a presidência em estado de inocência política e saiu para morrer, deixando atrás de si só desilusões e ruínas.» Comemorar o quê?

   


in portugal dos pequeninos - post de João Gonçalves
 

 
Cartaz comemorativo da eleição de Manuel de Arriaga 
 
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue (Horta, Matriz, 8 de julho de 1840 - Lisboa, Santos-o-Velho, 5 de março de 1917) foi um advogado, professor, escritor e político português. Grande orador e membro destacado da geração doutrinária do republicanismo português, foi dirigente e um dos principais ideólogos do Partido Republicano Português. A 24 de agosto de 1911 tornou-se no primeiro presidente eleito da República Portuguesa, sucedendo na chefia do Estado ao Governo Provisório presidido por Teófilo Braga. Exerceu aquelas funções até 29 de maio de 1915, data em que foi obrigado a demitir-se, sendo substituído no cargo pelo mesmo Teófilo Braga, que como substituto completou o tempo restante do mandato.
   
(...)
   
Perante um Partido Republicano Português dividido em fações crescentemente radicalizadas, a 24 de agosto de 1911 foi eleito Presidente da República Portuguesa, por proposta de António José de Almeida. Sem o apoio da fação dos democráticos de Afonso Costa, recolheu 121 votos em 217, tendo como apoiantes toda a ala moderada do republicanismo português. Com 71 anos de idade, foi o primeiro Chefe do Estado eleito do novo regime. 
 


NOTA: é bonito ver um republicano, no primeiro texto, assumir o que foi a I república - uma ditadura, contra a opinião da maioria da população portuguesa. Eu, que sou favorável a um plebiscito sobre se queremos uma República ou uma Monarquia constitucional para o nosso país, sou de opinião que o modelo republicano (seja o da I, II ou III Repúblicas) fazem parte do problema (e não da solução) dos males que afligem o nosso país.

quarta-feira, julho 17, 2024

A Guerra Civil Espanhola começou há 88 anos...

Morte de Soldado Republicano, de Robert Capa - a mais conhecida fotografia da Guerra Civil Espanhola
      
La Guerra Civil Española fue un conflicto social, político y militar - que más tarde repercutiría también en un conflicto económico - que se desencadenó en España tras el fracaso parcial del golpe de estado del 17 y 18 de julio de 1936 llevado a cabo por una parte del ejército contra el gobierno de la Segunda República Española, y que se daría por terminada el 1 de abril de 1939 con el último parte de guerra firmado por Francisco Franco, declarando su victoria y estableciéndose una dictadura que duraría hasta su muerte en 1975.
La guerra tuvo múltiples facetas, pues incluyó lucha de clases, guerra de religión, enfrentamiento de nacionalismos opuestos, lucha entre dictadura militar y democracia republicana, entre revolución y contrarrevolución, entre fascismo y comunismo.
A las partes del conflicto se las suele denominar bando republicano y bando sublevado:
     
         
Ambos bandos cometieron y se acusaron recíprocamente de la comisión de graves crímenes en el frente y en las retaguardias, como sacas de presos, desapariciones de personas o tribunales extrajudiciales. La dictadura de Franco investigó y condenó severamente los hechos delictivos en la zona republicana después de la guerra, en una Causa General con escasas garantías procesales. Por su parte, los delitos de los vencedores nunca fueron investigados ni enjuiciados, aunque algunos historiadores y juristas sostienen que hubo un genocidio en el que, además de subvertir el orden institucional, se habría intentado exterminar a la oposición política.
Las consecuencias de la Guerra civil han marcado en gran medida la historia posterior de España, por lo excepcionalmente dramáticas y duraderas: tanto las demográficas (aumento de la mortalidad y descenso de la natalidad que marcaron la pirámide de población durante generaciones) como las materiales (destrucción de las ciudades, la estructura económica, el patrimonio artístico), intelectuales (fin de la denominada Edad de Plata de las letras y ciencias españolas) y políticas (la represión en la retaguardia de ambas zonas - mantenida por los vencedores con mayor o menor intensidad durante todo el franquismo - y el exilio republicano), y que se perpetuaron mucho más allá de la prolongada posguerra, incluyendo la excepcionalidad geopolítica del mantenimiento del régimen de Franco hasta 1975.
      

quarta-feira, julho 03, 2024

O ditador haitiano Baby Doc nasceu há 73 anos...

     
Jean-Claude Duvalier (Port-au-Prince, 3 de julho de 1951 - Port-au-Prince, 4 de outubro de 2014), mais conhecido como "Baby Doc", foi o ditador do Haiti, de 1971 a 1986, tendo sucedido ao seu pai, François Duvalier, no lugar de presidente da república. 
    
Primeiros anos
Duvalier nasceu em Port-au-Prince e foi criado num ambiente isolado. Na infância e adolescência frequentou as instituições de ensino Nouveau College Bird e Saint-Louis de Gonzague. Mais tarde, estudou Direito na Université d'Etat d'Haïti (Universidade do Estado do Haiti), sob a direção de vários professores, incluindo Maître Gérard Gourgue.
Único filho de sexo masculino de François Duvalier, o "Papa Doc", e Simone Ovide ("Mama Doc"), uma ex-enfermeira, Jean-Claude tinha três irmãs: Marie Denise, Nicole e Simone. 
  
Antecedentes e cargo vitalício
Em 1957 o seu pai, François Duvalier, assumiu a presidência e implantou um regime de terror que durou até à sua morte, em 1971. O terrorismo político continuou sob o comando de Baby Doc, que aos 19 anos lhe sucedeu em regime vitalício, numa época em que dezenas de milhares de haitianos foram torturados e mortos, segundo grupos de direitos humanos. Tal terror era espalhado pela sua milícia particular, um exército de cruéis soldados denominados tonton-macoutes ("bichos-papões").
No governo de Baby Doc a taxa de analfabetismo subiu a índices ainda mais grotescos e a expectativa de vida decaiu vertiginosamente, o que, juntamente com a epidemia de SIDA e a fome que grassava em todo o país, mergulhou o Haiti no caos social, forçando dezenas de milhares de haitianos ao degredo nos Estados Unidos, em barcaças superlotadas.
   
Autodegredo e retorno 
Já na década de 80, com a crise económica e o empobrecimento da população, o regime de terror perdeu força, até que, em 1986, Baby Doc fugiu para um exílio na França. Durante a sua saída do país, constatou-se o abismo entre o fausto da sua mudança, que incluía carregamentos de malas Louis Vuitton e milhões de dólares nas suas contas em bancos suíços, e a miséria reinante em Port-au-Prince.
Entre 1986 e 1990, o Haiti procurou estabilizar a sua situação política, mas uma sucessão de golpes militares impediu qualquer organização. Em 16 de janeiro de 2011 Baby Doc retornou ao Haiti, alegando que o seu regresso visava "ajudar o povo" após o terramoto de 2010 e poucos dias depois foi acusado de vários crimes, incluindo detenção ilegal e tortura contra os seus opositores, corrupção, apropriação de dinheiro público e formação de quadrilha. Mesmo assim nenhum julgamento foi realizado. O ex-presidente só compareceu diante da Justiça em fevereiro de 2013, quando se apresentou no Tribunal de Recurso de Port-au-Prince. Em fevereiro de 2014, a justiça haitiana ordenou um novo inquérito sobre crimes contra a humanidade "imprescritíveis" atribuídos a si.
   
Vida pessoal  
O seu casamento com Michele Bennett, em 1980, foi pago pelo estado haitiano e teria custado cerca de cinco milhões de dólares aos cofres públicos, enquanto a população vivia na miséria, no que foi considerado o país mais pobre do hemisfério ocidental.
Baby Doc morre, de ataque cardíaco, no dia 4 de outubro de 2014, em Port-au-Prince.
   

segunda-feira, junho 03, 2024

O ditador haitiano Baby Doc nasceu há 73 anos...

      
Jean-Claude Duvalier (Port-au-Prince, 3 de junho de 1951 - Port-au-Prince, 4 de outubro de 2014), mais conhecido como "Baby Doc", foi um ditador do Haiti, de 1971 a 1986, tendo sucedido ao seu pai, François Duvalier, no posto de presidente da república. 
   
Primeiros anos
Duvalier nasceu em Port-au-Prince e foi criado num ambiente isolado. Na infância e adolescência frequentou as instituições de ensino Nouveau College Bird e Saint-Louis de Gonzague. Mais tarde, estudou Direito na Université d'Etat d'Haïti (Universidade do Estado do Haiti), sob a direção de vários professores, incluindo Maître Gérard Gourgue.
Único filho homem de François Duvalier, o "Papa Doc", e Simone Ovide ("Mama Doc"), uma ex-enfermeira, Jean-Claude tinha três irmãs: Marie Denise, Nicole e Simone. 
   
Antecedentes e cargo vitalício
Em 1957 o seu pai, François Duvalier, assumiu a presidência e implantou um regime de terror que durou até à sua morte, em 1971. O terrorismo político continuou sob o comando de Baby Doc, que aos 19 anos lhe sucedeu em regime vitalício, numa época em que dezenas de milhares de haitianos foram torturados e mortos, segundo grupos de direitos humanos. Tal terror era espalhado por sua milicia particular, um exército de cruéis soldados denominados tonton-macoutes ("bichos-papões").
No governo de Baby Doc a taxa de analfabetismo subiu a índices ainda mais grotescos e a expectativa de vida decaiu vertiginosamente, o que, junto com a epidemia de SIDA e a fome que grassava através de todo o país, mergulhou o país no caos social, forçando dezenas de milhares de haitianos ao degredo nos Estados Unidos em arriscadas barcaças superlotadas.
  
Autodegredo e retorno 
Já na década de 80, com a crise económica e o empobrecimento da população, o regime de terror perdeu força, até que, em 1986, Baby Doc fugiu para um exílio na França. Durante a sua saída do país, constatou-se o abismo entre o fausto da sua mudança, que incluía carregamentos de malas Louis Vuitton e milhões de dólares nas suas contas em bancos suíços, e a miséria reinante em Port-au-Prince.
Entre 1986 e 1990, o Haiti procurou estabilizar a sua situação política, mas uma sucessão de golpes militares impediu qualquer organização. Em 16 de janeiro de 2011 Baby Doc retornou ao Haiti alegando que seu regresso visava "ajudar o povo" após o terramoto de 2010 e poucos dias depois foi acusado de vários crimes, incluindo detenção ilegal e tortura contra os seus opositores, corrupção, apropriação de dinheiro público e formação de quadrilha. Mesmo assim nenhum julgamento foi realizado. O ex-presidente só compareceu diante da Justiça em fevereiro de 2013, quando se apresentou no Tribunal de Recurso de Port-au-Prince. Em fevereiro de 2014, a justiça haitiana ordenou um novo inquérito sobre crimes contra a humanidade "imprescritíveis" atribuídos a ele.
   
Vida pessoal  
O seu casamento com Michele Bennett, em 1980, foi pago pelo estado haitiano e teria custado cerca de cinco milhões de dólares aos cofres públicos, enquanto a população vivia na miséria, no que foi considerado o país mais pobre do hemisfério ocidental.
No dia 4 de outubro de 2014, Baby Doc morre de um ataque cardíaco, em Port-au-Prince.
   

quarta-feira, maio 15, 2024

Orlando Zapata, ativista cubano, nasceu há 57 anos...

 
(imagem daqui)
    
Orlando Zapata Tamayo (Santiago de Cuba, 15 de maio de 1967 - La Habana, 23 de fevereiro de 2010) foi um ativista político cubano, membro do Movimiento Alternativa Republicana, opositor do governo de Fidel e Raúl Castro e prisioneiro político, que morreu após realizar uma greve de fome de mais de 80 dias, em protesto contra o regime castrista, as condições desumanas na prisão e ao estado de outros presos políticos no presídio de Holguín. Após a sua morte, cinco outros dissidentes cubanos presos começaram uma greve de fome, em protesto.
Orlando Zapata ganhava a vida como pedreiro e encanador. Foi preso em 2003 com a justificativa de desacato, perturbar a paz, duas acusações de fraude, exibicionismo público, lesões e posse de armas brancas para ser posteriormente condenado a 3 anos de prisão. As suas atitudes de desafio às autoridades desencadearam uma série de julgamentos, tendo a sua pena sido aumentada para 30 anos.
 

terça-feira, maio 14, 2024

O Pacto de Varsóvia foi formado há 69 anos...

    
O Pacto de Varsóvia (ou Tratado de Varsóvia) foi uma aliança militar formada em 14 de maio de 1955 pelos países socialistas do Leste Europeu e pela União Soviética, países estes que também ficaram conhecidos como bloco socialista. O tratado correspondente foi firmado na capital da Polónia, Varsóvia, e estabeleceu o alinhamento dos países membros com Moscovo, estabelecendo um compromisso de ajuda mútua em caso de agressões militares.
  
  
O organismo militar foi instituído em contraponto à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), organização internacional que uniu as nações democráticas da Europa Ocidental e os Estados Unidos para a prevenção e defesa dos países membros contra eventuais ataques vindos do Leste Europeu.
Os países que fizeram parte do Pacto de Varsóvia eram alguns nos quais foram instituídos governos socialistas pela URSS, após a Segunda Guerra Mundial. União Soviética, Alemanha de Leste, Bulgária, Hungria, Polónia, Checoslováquia, Roménia e Albânia foram os países membros, sendo que a estrutura militar seguia as diretrizes soviéticas. A Jugoslávia, por oposição do Marechal Tito, recusou-se a ingressar no bloco.
Porém, as principais ações do Pacto foram dentro dos países-membros para a repressão de revoltas internas. Em 1956, tropas reprimiram manifestações populares na Hungria e Polónia, e em 1968, na Checoslováquia, na chamada Primavera de Praga.
As mudanças no cenário geopolítico da Europa Oriental no final da década de 80, com a queda dos governos socialistas, o fim do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria e a crise na URSS levaram a extinção do Pacto em 31 de março de 1991. O fim do Pacto de Varsóvia representou, também, o fim da Guerra Fria.
Seis anos depois, a OTAN convida a República Checa, Hungria e Polónia a ingressarem na organização, demonstrando uma nova configuração das forças militares na Europa pós-Guerra Fria.

domingo, abril 14, 2024

O ditador Kim Il-sung nasceu há cento e doze anos


Kim Il-Sung (Pyongyang, 15 de abril de 1912 - Pyongyang, 8 de julho de 1994) foi o líder da Coreia do Norte desde a fundação do país coreano em 1948 até à sua morte. Sucedeu-lhe como líder o seu filho, Kim Jong-il.
Exerceu o cargo de primeiro-ministro de 1948 a 1972 e de presidente de 1972 até à sua morte. Foi também o secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia, em que era o comandante autocrático.
Como líder da Coreia do Norte, partiu de uma ideologia marxista-leninista até formular a Ideia Juche baseada no culto à personalidade. Conhecido como Grande Líder, Kim Il-sung é oficialmente o Presidente Eterno da Coreia do Norte, segundo a constituição do país, sendo o seu aniversário de nascimento e morte feriados no país.
   
 (...)
  
Líder da Coreia do Norte

Em setembro de 1945, Kim chegou no porto de Wonsan e em dezembro do mesmo ano foi empossado líder do Partido Comunista Coreano. Com apoio incondicional da União Soviética, ele se tornou o líder inquestionável da Coreia do Norte em fevereiro de 1946. Para consolidar seu poder, em 1948, ele criou o Exército Popular da Coreia. Ele deu o controle das forças armadas a colegas que ele conhecera nas suas atividades de guerrilha contra o Japão na China. Seu objetivo era criar um exército completamente mergulhado na ideologia comunista, leal a liderança do partido e a ele próprio. Os soviéticos começaram a fornecer enormes quantidades de equipamento (tanques, caças, canhões e armas pequenas) para as forças de Kim, enviando conselheiros e oficiais para ajudar no treinamento também.

Apesar de planos por parte das Nações Unidas para tentar fazer eleições gerais em toda a península coreana, nem o Sul ou o Norte tinham interesse em se submeter um ao outro. A República Popular da Coreia foi estabelecida oficialmente no norte em 9 de setembro de 1948. No sul foi proclamada a República da Coreia em maio daquele mesmo ano. Em outubro, Moscovo reconheceu Kim como o líder de direito de toda a península. Em 1949, é fundado oficialmente o Partido dos Trabalhadores da Coreia, com Kim como seu líder. Naquela altura, o país já estava sob firme controle de Kim Il-sung. Opositores eram caçados e presos (muitos eram condenados a morte). O Estado passou a exercer influência sobre cada aspeto da vida dos seus cidadãos. Neste período começou também o culto à personalidade, que se tornaria notório na Coreia do Norte. Kim passou a ser chamado então por seus seguidores de "o Grande Líder".

   

Guerra da Coreia 

Diversas fontes afirmam que a decisão de invadir a Coreia do Sul teria partido do próprio Kim e não da União Soviética. A inteligência russa havia confirmado que os Estados Unidos não interfeririam na península e que o programa de corte de gastos pós-segunda guerra ajudou a firmar este ponto. Kim teria então afirmado para a República Popular da China que Estaline tinha dado a sua autorização para a invasão.

O começo da guerra na Coreia pareceu favorável ao norte. Assim, no fim de junho de 1950, os exércitos do norte já haviam conquistado a capital do sul. Frente a estes eventos, o presidente americano, Harry S. Truman, autorizou as suas forças armadas a intervirem no conflito, sob a bandeira da ONU. Os Estados Unidos começaram então a enviar enormes quantidades de equipamentos e soldados para o Sul, ao mesmo tempo que lançavam ataques aéreos e navais contra o norte. Em setembro, os norte coreanos foram derrotadas pelos americanos na batalha do perímetro de Pusan, revertendo o quadro de vitórias dos comunistas até então. No mesmo mês, as forças aliadas desembarcaram em Inchon e derrotaram as tropas de Kim por lá, infligindo a estes severas perdas. Neste momento, os soviéticos aconselharam Kim Il-sung a recuar, mas ele recusou. Em outubro de 1950, os chineses enviaram 200 mil soldados para ajudar o norte. Naquela altura, os americanos e sul coreanos já haviam avançado para além da fronteira entre os dois países. A interferência chinesa acabou levando a guerra a um impasse sangrento de três anos que resultou na morte de mais de 1 milhão de coreanos. Segundo fontes chinesas e russas, Kim havia tentado acertar uma trégua de alguma forma durante o conflito já que, após a intervenção da ONU e dos Estados Unidos, as suas hipóteses de vitória haviam declinado. Ele também se preocupava com a influência chinesa no seu país (que possuíam milhares de soldados na região). Em julho de 1953 é assinado um armistício que terminou a guerra e estabeleceu uma zona desmilitarizada entre as Coreias.

   

quinta-feira, agosto 24, 2023

O primeiro Presidente da República Portuguesa foi eleito (não se riam...) há 112 anos

ARRIAGA OU AS "HARMONIAS SOCIAIS"


Faz amanhã cem anos que foi eleito (eleito...) o primeiro titular da Presidência da República, o açoriano Manuel de Arriaga. Aquela República nada tem a ver com a de hoje. E o PR de hoje, desta constituição, nada tem a ver com lugar que, então, o infeliz do dr. Arriaga foi ocupar. A 1ª República não passou de uma tirania de cariz urbano centrada no PRP que, depois, com Afonso Costa, se chamou Partido Democrático e que de democrático nada tinha. Acabou tudo às mãos da tropa e de uma outra ditadura - militar - que adubou o caminho ao Doutor Salazar e à sua ditadura corporativa, mais conhecida por Estado Novo. Tudo visto e ponderado, não sobra motivo algum de especial alegria pela passagem do referido centenário. Como republicano, a 1ª República, de uma forma geral, não me convence a não ser pelo lado da rejeição não obstante aquela chalaça sempre comovente do Braga, de elétrico, a caminho de Belém. Vasco Pulido Valente, porventura o primeiro a "denunciar" cientificamente a ditadurazinha do PRP e do Partido Democrático - depois dele houve uns quantos "académicos" que se limitaram a copiá-lo - retratou adequadamente o dr. Arriaga e a sua impotência ornamental. «Em nenhum momento da sua longa vida excedera (ou haveria de exceder) uma mediocridade honesta. A seu favor contava-se apenas um passado de pioneiro, assaz diletante, e quase quatro décadas de fiel serviço ao Partido [Republicano]. Mas agora estava velho e cansado e a cada passo mostrava que não percebia nem se adaptava às duras realidades do mundo republicano. Sobrevivente de mais simples e tranquilos tempos, autor de um livro chamado Harmonias Sociais, entrou para a presidência em estado de inocência política e saiu para morrer, deixando atrás de si só desilusões e ruínas.» Comemorar o quê?

   


in portugal dos pequeninos - post de João Gonçalves
 

 
Cartaz comemorativo da eleição de Manuel de Arriaga 
 
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue (Horta, Matriz, 8 de julho de 1840 - Lisboa, Santos-o-Velho, 5 de março de 1917) foi um advogado, professor, escritor e político português. Grande orador e membro destacado da geração doutrinária do republicanismo português, foi dirigente e um dos principais ideólogos do Partido Republicano Português. A 24 de agosto de 1911 tornou-se no primeiro presidente eleito da República Portuguesa, sucedendo na chefia do Estado ao Governo Provisório presidido por Teófilo Braga. Exerceu aquelas funções até 29 de maio de 1915, data em que foi obrigado a demitir-se, sendo substituído no cargo pelo mesmo Teófilo Braga, que como substituto completou o tempo restante do mandato.
   
(...)
   
Perante um Partido Republicano Português dividido em fações crescentemente radicalizadas, a 24 de Agosto de 1911 foi eleito Presidente da República Portuguesa, por proposta de António José de Almeida. Sem o apoio da fação dos democráticos de Afonso Costa, recolheu 121 votos em 217, tendo como apoiantes toda a ala moderada do republicanismo português. Com 71 anos de idade, foi o primeiro Chefe do Estado eleito do novo regime. 
 


NOTA: é bonito ver um republicano assumir o que foi a I república - uma ditadura, contra a opinião da maioria da população portuguesa. Eu, que sou favorável a um plebiscito sobre se queremos uma República ou uma Monarquia Constitucional para o nosso país, sou de opinião que o modelo republicano (seja o da I, II ou III Repúblicas) fazem parte do problema (e não da solução) dos males que afligem o nosso país.

segunda-feira, julho 17, 2023

A Guerra Civil Espanhola começou há 87 anos...

Morte de Soldado Republicano, de Robert Capa - a mais conhecida fotografia da Guerra Civil Espanhola
      
La Guerra Civil Española fue un conflicto social, político y militar - que más tarde repercutiría también en un conflicto económico - que se desencadenó en España tras el fracaso parcial del golpe de estado del 17 y 18 de julio de 1936 llevado a cabo por una parte del ejército contra el gobierno de la Segunda República Española, y que se daría por terminada el 1 de abril de 1939 con el último parte de guerra firmado por Francisco Franco, declarando su victoria y estableciéndose una dictadura que duraría hasta su muerte en 1975.
La guerra tuvo múltiples facetas, pues incluyó lucha de clases, guerra de religión, enfrentamiento de nacionalismos opuestos, lucha entre dictadura militar y democracia republicana, entre revolución y contrarrevolución, entre fascismo y comunismo.
A las partes del conflicto se las suele denominar bando republicano y bando sublevado:
     
         
Ambos bandos cometieron y se acusaron recíprocamente de la comisión de graves crímenes en el frente y en las retaguardias, como sacas de presos, desapariciones de personas o tribunales extrajudiciales. La dictadura de Franco investigó y condenó severamente los hechos delictivos en la zona republicana después de la guerra, en una Causa General con escasas garantías procesales. Por su parte, los delitos de los vencedores nunca fueron investigados ni enjuiciados, aunque algunos historiadores y juristas sostienen que hubo un genocidio en el que, además de subvertir el orden institucional, se habría intentado exterminar a la oposición política.
Las consecuencias de la Guerra civil han marcado en gran medida la historia posterior de España, por lo excepcionalmente dramáticas y duraderas: tanto las demográficas (aumento de la mortalidad y descenso de la natalidad que marcaron la pirámide de población durante generaciones) como las materiales (destrucción de las ciudades, la estructura económica, el patrimonio artístico), intelectuales (fin de la denominada Edad de Plata de las letras y ciencias españolas) y políticas (la represión en la retaguardia de ambas zonas - mantenida por los vencedores con mayor o menor intensidad durante todo el franquismo - y el exilio republicano), y que se perpetuaron mucho más allá de la prolongada posguerra, incluyendo la excepcionalidad geopolítica del mantenimiento del régimen de Franco hasta 1975.
     

segunda-feira, julho 03, 2023

O ditador haitiano Baby Doc nasceu há 72 anos...

     
Jean-Claude Duvalier (Port-au-Prince, 3 de julho de 1951 - Port-au-Prince, 4 de outubro de 2014), mais conhecido como "Baby Doc", foi o ditador do Haiti, de 1971 a 1986, tendo sucedido ao seu pai, François Duvalier, no lugar de presidente da república. 
    
Primeiros anos
Duvalier nasceu em Port-au-Prince e foi criado num ambiente isolado. Na infância e adolescência frequentou as instituições de ensino Nouveau College Bird e Saint-Louis de Gonzague. Mais tarde, estudou Direito na Université d'Etat d'Haïti (Universidade do Estado do Haiti), sob a direção de vários professores, incluindo Maître Gérard Gourgue.
Único filho de sexo masculino de François Duvalier, o "Papa Doc", e Simone Ovide ("Mama Doc"), uma ex-enfermeira, Jean-Claude tinha três irmãs: Marie Denise, Nicole e Simone. 
  
Antecedentes e cargo vitalício
Em 1957 o seu pai, François Duvalier, assumiu a presidência e implantou um regime de terror que durou até à sua morte, em 1971. O terrorismo político continuou sob o comando de Baby Doc, que aos 19 anos lhe sucedeu em regime vitalício, numa época em que dezenas de milhares de haitianos foram torturados e mortos, segundo grupos de direitos humanos. Tal terror era espalhado pela sua milícia particular, um exército de cruéis soldados denominados tonton-macoutes ("bichos-papões").
No governo de Baby Doc a taxa de analfabetismo subiu a índices ainda mais grotescos e a expectativa de vida decaiu vertiginosamente, o que, juntamente com a epidemia de SIDA e a fome que grassava em todo o país, mergulhou o Haiti no caos social, forçando dezenas de milhares de haitianos ao degredo nos Estados Unidos, em barcaças superlotadas.
   
Autodegredo e retorno 
Já na década de 80, com a crise económica e o empobrecimento da população, o regime de terror perdeu força, até que, em 1986, Baby Doc fugiu para um exílio na França. Durante a sua saída do país, constatou-se o abismo entre o fausto da sua mudança, que incluía carregamentos de malas Louis Vuitton e milhões de dólares nas suas contas em bancos suíços, e a miséria reinante em Port-au-Prince.
Entre 1986 e 1990, o Haiti procurou estabilizar a sua situação política, mas uma sucessão de golpes militares impediu qualquer organização. Em 16 de janeiro de 2011 Baby Doc retornou ao Haiti, alegando que o seu regresso visava "ajudar o povo" após o terramoto de 2010 e poucos dias depois foi acusado de vários crimes, incluindo detenção ilegal e tortura contra os seus opositores, corrupção, apropriação de dinheiro público e formação de quadrilha. Mesmo assim nenhum julgamento foi realizado. O ex-presidente só compareceu diante da Justiça em fevereiro de 2013, quando se apresentou no Tribunal de Recurso de Port-au-Prince. Em fevereiro de 2014, a justiça haitiana ordenou um novo inquérito sobre crimes contra a humanidade "imprescritíveis" atribuídos a si.
   
Vida pessoal  
O seu casamento com Michele Bennett, em 1980, foi pago pelo estado haitiano e teria custado cerca de cinco milhões de dólares aos cofres públicos, enquanto a população vivia na miséria, no que foi considerado o país mais pobre do hemisfério ocidental.
Baby Doc morre, de ataque cardíaco, no dia 4 de outubro de 2014, em Port-au-Prince.
   

sábado, junho 03, 2023

O ditador haitiano Baby Doc nasceu há 72 anos...

      
Jean-Claude Duvalier (Port-au-Prince, 3 de junho de 1951 - Port-au-Prince, 4 de outubro de 2014), mais conhecido como "Baby Doc", foi um ditador do Haiti, de 1971 a 1986, tendo sucedido ao seu pai, François Duvalier, no posto de presidente da república. 
   
Primeiros anos
Duvalier nasceu em Port-au-Prince e foi criado num ambiente isolado. Na infância e adolescência frequentou as instituições de ensino Nouveau College Bird e Saint-Louis de Gonzague. Mais tarde, estudou Direito na Université d'Etat d'Haïti (Universidade do Estado do Haiti), sob a direção de vários professores, incluindo Maître Gérard Gourgue.
Único filho homem de François Duvalier, o "Papa Doc", e Simone Ovide ("Mama Doc"), uma ex-enfermeira, Jean-Claude tinha três irmãs: Marie Denise, Nicole e Simone. 
   
Antecedentes e cargo vitalício
Em 1957 o seu pai, François Duvalier, assumiu a presidência e implantou um regime de terror que durou até à sua morte, em 1971. O terrorismo político continuou sob o comando de Baby Doc, que aos 19 anos lhe sucedeu em regime vitalício, numa época em que dezenas de milhares de haitianos foram torturados e mortos, segundo grupos de direitos humanos. Tal terror era espalhado por sua milicia particular, um exército de cruéis soldados denominados tonton-macoutes ("bichos-papões").
No governo de Baby Doc a taxa de analfabetismo subiu a índices ainda mais grotescos e a expectativa de vida decaiu vertiginosamente, o que, junto com a epidemia de SIDA e a fome que grassava através de todo o país, mergulhou o país no caos social, forçando dezenas de milhares de haitianos ao degredo nos Estados Unidos em arriscadas barcaças superlotadas.
  
Autodegredo e retorno 
Já na década de 80, com a crise económica e o empobrecimento da população, o regime de terror perdeu força, até que, em 1986, Baby Doc fugiu para um exílio na França. Durante a sua saída do país, constatou-se o abismo entre o fausto da sua mudança, que incluía carregamentos de malas Louis Vuitton e milhões de dólares nas suas contas em bancos suíços, e a miséria reinante em Port-au-Prince.
Entre 1986 e 1990, o Haiti procurou estabilizar a sua situação política, mas uma sucessão de golpes militares impediu qualquer organização. Em 16 de janeiro de 2011 Baby Doc retornou ao Haiti alegando que seu regresso visava "ajudar o povo" após o terramoto de 2010 e poucos dias depois foi acusado de vários crimes, incluindo detenção ilegal e tortura contra os seus opositores, corrupção, apropriação de dinheiro público e formação de quadrilha. Mesmo assim nenhum julgamento foi realizado. O ex-presidente só compareceu diante da Justiça em fevereiro de 2013, quando se apresentou no Tribunal de Recurso de Port-au-Prince. Em fevereiro de 2014, a justiça haitiana ordenou um novo inquérito sobre crimes contra a humanidade "imprescritíveis" atribuídos a ele.
   
Vida pessoal  
O seu casamento com Michele Bennett, em 1980, foi pago pelo estado haitiano e teria custado cerca de cinco milhões de dólares aos cofres públicos, enquanto a população vivia na miséria, no que foi considerado o país mais pobre do hemisfério ocidental.
No dia 4 de outubro de 2014, Baby Doc morre de um ataque cardíaco, em Port-au-Prince.
   

segunda-feira, maio 15, 2023

Orlando Zapata, ativista cubano, nasceu há 56 anos...

 
(imagem daqui)
    
Orlando Zapata Tamayo (Santiago de Cuba, 15 de maio de 1967 - La Habana, 23 de fevereiro de 2010) foi um ativista político cubano, membro do Movimiento Alternativa Republicana, opositor do governo de Fidel e Raúl Castro e prisioneiro político, que morreu após realizar uma greve de fome de mais de 80 dias, em protesto contra o regime castrista, as condições desumanas na prisão e ao estado de outros presos políticos no presídio de Holguín. Após a sua morte, cinco outros dissidentes cubanos presos começaram uma greve de fome, em protesto.
Orlando Zapata ganhava a vida como pedreiro e encanador. Foi preso em 2003 com a justificativa de desacato, perturbar a paz, duas acusações de fraude, exibicionismo público, lesões e posse de armas brancas para ser posteriormente condenado a 3 anos de prisão. As suas atitudes de desafio às autoridades desencadearam uma série de julgamentos, tendo sua pena aumentada para 30 anos.
 
 

 

domingo, maio 14, 2023

A nojenta muralha de aço do Pacto de Varsóvia foi formada há 68 anos

    
O Pacto de Varsóvia (ou Tratado de Varsóvia) foi uma aliança militar formada em 14 de maio de 1955 pelos países socialistas do Leste Europeu e pela União Soviética, países estes que também ficaram conhecidos como bloco socialista. O tratado correspondente foi firmado na capital da Polónia, Varsóvia, e estabeleceu o alinhamento dos países membros com Moscovo, estabelecendo um compromisso de ajuda mútua em caso de agressões militares.
  
  
O organismo militar foi instituído em contraponto à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), organização internacional que uniu as nações democráticas da Europa Ocidental e os Estados Unidos para a prevenção e defesa dos países membros contra eventuais ataques vindos do Leste Europeu.
Os países que fizeram parte do Pacto de Varsóvia eram alguns nos quais foram instituídos governos socialistas pela URSS, após a Segunda Guerra Mundial. União Soviética, Alemanha de Leste, Bulgária, Hungria, Polónia, Checoslováquia, Roménia e Albânia foram os países membros, sendo que a estrutura militar seguia as diretrizes soviéticas. A Jugoslávia, por oposição do Marechal Tito, recusou-se a ingressar no bloco.
Porém, as principais ações do Pacto foram dentro dos países-membros para a repressão de revoltas internas. Em 1956, tropas reprimiram manifestações populares na Hungria e Polónia, e em 1968, na Checoslováquia, na chamada Primavera de Praga.
As mudanças no cenário geopolítico da Europa Oriental no final da década de 80, com a queda dos governos socialistas, o fim do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria e a crise na URSS levaram a extinção do Pacto em 31 de março de 1991. O fim do Pacto de Varsóvia representou, também, o fim da Guerra Fria.
Seis anos depois, a OTAN convida a República Checa, Hungria e Polónia a ingressarem na organização, demonstrando uma nova configuração das forças militares na Europa pós-Guerra Fria.