Primeiros anos
Duvalier
nasceu em
Port-au-Prince e foi criado num ambiente isolado. Na
infância e adolescência frequentou as instituições de ensino Nouveau
College Bird e Saint-Louis de Gonzague. Mais tarde, estudou Direito na
Université d'Etat d'Haïti (
Universidade do Estado do Haiti), sob a direção de vários professores, incluindo Maître Gérard Gourgue.
Único filho de sexo masculino de François Duvalier, o "Papa Doc", e Simone
Ovide ("Mama Doc"), uma ex-enfermeira, Jean-Claude tinha três irmãs:
Marie Denise, Nicole e Simone.
Antecedentes e cargo vitalício
Em
1957 o seu pai, François Duvalier, assumiu a presidência e implantou um regime de terror que durou até à sua morte, em
1971.
O terrorismo político continuou sob o comando de Baby Doc, que aos 19
anos lhe sucedeu em regime vitalício, numa época em que dezenas de
milhares de haitianos foram torturados e mortos, segundo grupos de
direitos humanos. Tal terror era espalhado pela sua
milícia particular, um exército de cruéis soldados denominados
tonton-macoutes ("bichos-papões").
No governo de Baby Doc a taxa de
analfabetismo subiu a índices ainda mais grotescos e a
expectativa de vida decaiu vertiginosamente, o que, juntamente com a epidemia de
SIDA
e a fome que grassava em todo o país, mergulhou o Haiti no caos
social, forçando dezenas de milhares de haitianos ao degredo nos
Estados Unidos, em barcaças superlotadas.
Autodegredo e retorno
Já na
década de 80, com a crise económica e o empobrecimento da população, o regime de terror perdeu força, até que, em
1986, Baby Doc fugiu para um
exílio na
França. Durante a sua saída do país, constatou-se o abismo entre o fausto da sua mudança, que incluía carregamentos de malas
Louis Vuitton e milhões de dólares nas suas contas em bancos suíços, e a miséria reinante em
Port-au-Prince.
Entre 1986 e
1990, o Haiti procurou estabilizar a sua situação política, mas uma sucessão de
golpes militares impediu qualquer organização.
Em
16 de janeiro de
2011 Baby Doc retornou ao Haiti, alegando que o seu regresso visava "ajudar o povo" após o
terramoto de 2010
e poucos dias depois foi acusado de vários crimes, incluindo detenção
ilegal e tortura contra os seus opositores, corrupção, apropriação de
dinheiro público e formação de quadrilha. Mesmo assim nenhum julgamento
foi realizado. O ex-presidente só compareceu diante da Justiça em
fevereiro de
2013, quando se apresentou no Tribunal de Recurso de Port-au-Prince. Em fevereiro de
2014, a justiça haitiana ordenou um novo inquérito sobre crimes contra a humanidade "imprescritíveis" atribuídos a si.
Vida pessoal
O seu
casamento com Michele Bennett, em 1980, foi pago pelo estado
haitiano e teria custado cerca de cinco milhões de dólares aos cofres públicos, enquanto
a população vivia na miséria, no que foi considerado o país mais pobre
do hemisfério ocidental.
Baby Doc morre, de ataque cardíaco, no dia 4 de outubro de 2014, em
Port-au-Prince.