João Rasteiro (Ameal, Coimbra, 1965) é um é um poeta e ensaista português. É Licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Universidade de Coimbra. Vive e trabalha actualmente em Coimbra, em Casa da Escrita, da Câmara Municipal de Coimbra.
Biografia
Para
além da sua escrita; essencialmente poesia, mas também alguma ficção e
ensaio, traduziu para o português vários poemas da língua castelhana, de
Harold Alvarado Tenorio, Miro Villar, Juan Armando Rojas Joo, Enrique
Villagrasa, Juan Carlos García Hoyuelos e Antonio Colinas.
É vogal de Direção do Pen Clube Português e integra os Conselhos Editoriais das revistas DEVIR - Revista Ibero-americana de Cultura e “Folhas - letras & outros ofícios”.
Possui diversos poemas publicados em várias revistas e antologias em Portugal, Brasil, Moçambique, Itália, Colômbia, Honduras, Finlândia, República Checa, Hungria, Chile, México e Espanha
e vários poemas traduzidos para o espanhol, italiano, catalão, inglês,
francês, holandês, checo, japonês, finlandês, húngaro, occitano e persa.
"Em João Rasteiro vamos encontrar uma poesia cujas principais referências e influências se vão encontrar em nomes como os dos poetas Herberto Helder, Fiama Hasse Pais Brandão ou Daniel Faria, mas também em nomes como os de Charles Bernstein ou Gertrude Stein. É uma poesia do corpo, físico e essencialmente do corpo da linguagem": (sic) ( Graça Capinha, Universidade de Coimbra).
Em 2005 integrou a antologia: “Cânticos da Fronteira/Cânticos de la Frontera (Trilce Ediciones - Junta de Castilha y León). Em 2007 fez parte do grupo de poetas convidados para o VI Encontro Internacional de Poetas de Coimbra, organizados pelo grupo de estudos Anglo-Americanos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi também um dos poetas convidados para o III Festival Internacional de Poesia de Granada, Nicarágua.
Em 2008 integrou a antologia "O Reverso do Olhar" - exposição
Internacional de Surrealismo Actual. Em 2009 integrou a antologia:
“Portuguesia: Minas entre os povos da mesma língua – antropologia de uma
poética” (livro-DVD), organizada pelo poeta brasileiro Wilmar Silva e
que engloba poéticas de Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-leste, Goa,Macau e Galiza.
Em 2009 integrou o livro de ensaios “O que é a poesia?”, organizado
pelo brasileiro Edson Cruz. Em 2010 integrou a antologia "Poesia do
Mundo VI", resultante dos VI
organizados pelo Grupo de Estudos Anglo-Americanos da Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra. Em 2011 integrou o livro "Três Poetas
Portugueses" [Editora RG, São Paulo), organizado pelo poeta Álvaro
Alves de Faria. Em 2012 integrou a antologia de poesia portuguesa
contemporânea "Corté la naranja en dos", (México, Ediciones Libera) com
compilação e tradução de Fernando Reyes da Universidade Nacional
Autónoma do México.
Tem participado e diversos festivais literários (essencialmente de
poesia), tanto em Portugal, como no estrangeiro. Em 2014, no âmbito dos
XVII Encontros de Poetas Iberoamericanos (Salamanca), em que participou
como poeta convidado, viu apresentado pelo poeta Antonio Colinas (com
tradução de Alfredo Pérez Alencart e capa e imagens de Miguel Elias) no
Centro de Estudos Brasileiros da USAL (Universidade de Salamanca) o seu
livro “Salamanca ou a memória do Minotauro”. Em 2016, conjuntamente com
Paulo José Miranda, foi poeta convidado a representar Portugal, no
Festival de poesia VOIX VIVES, de Méditerranée en Méditerranée, em Sète, Languedoc, França.
Integra, desde a sua fundação, conjuntamente com Miguel Carvalho,
Seixas Peixoto, Pedro Prata, Luiz Morgadinho e Rik Lina (Hol.), o "Cabo Mondego Section of the Portuguese Surrealism”,
tendo participado na exposição “Surrealism in 2012” do Goggleworks
Center for the Arts, Reading, EUA, com trabalhos individuais e
coletivos, executados em parceria com os elementos do grupo.
Em 2009 e 2018 organizou antologias dedicadas à poesia
portuguesa, respectivamente: "Poesia Portuguesa Hoje" (Arquitrave,
Colômbia) e "Aquí, en Esta Babilonia" (Amargord, Espanha).
in Wikipédia
Com a morte, também o amor
Um dia, o excelso dilúvio do sangue
queimará a noite, também os livros
jazerão sós sob as túnicas de Istambul,
"com a morte, também o amor devia
acabar" – num único e violento segredo.
A melancolia esvoaçará dos orifícios
expiando a culpa, as criaturas cinzentas
comover-se-ão fartas pelo calor do tacto,
perecerão sozinhas - como a sua progénie.
E haverá a celebração dos precipícios
urdindo o beneplácito das heras, pois a flor
é um corpo excessivamente fresco e mortal,
o sangue, na primavera, é mais vermelho
que o barro nu – a terra é um lírio dobrado.
Porque amor e morte têm existência própria
convertem-se, mas os seus monstros subsistem
e subsistirão recolhidos à agonia do tempo
amando-se pelo ventre - até ao fim do mundo.
in Tríptico da Súplica (2011) - João Rasteiro
Um dia, o excelso dilúvio do sangue
queimará a noite, também os livros
jazerão sós sob as túnicas de Istambul,
"com a morte, também o amor devia
acabar" – num único e violento segredo.
A melancolia esvoaçará dos orifícios
expiando a culpa, as criaturas cinzentas
comover-se-ão fartas pelo calor do tacto,
perecerão sozinhas - como a sua progénie.
E haverá a celebração dos precipícios
urdindo o beneplácito das heras, pois a flor
é um corpo excessivamente fresco e mortal,
o sangue, na primavera, é mais vermelho
que o barro nu – a terra é um lírio dobrado.
Porque amor e morte têm existência própria
convertem-se, mas os seus monstros subsistem
e subsistirão recolhidos à agonia do tempo
amando-se pelo ventre - até ao fim do mundo.
in Tríptico da Súplica (2011) - João Rasteiro



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