D. Carlos era um apreciador das tecnologias que começavam a surgir no princípio do
século XX. Instalou luz
elétrica no
Palácio das Necessidades
e fez planos para a eletrificação das ruas de Lisboa. Embora fossem
medidas sensatas, contribuíram para a sua impopularidade visto que o
povo as encarou como extravagâncias desnecessárias. Foi ainda um amante
da
fotografia e autor do espólio fotográfico da
Família Real. Foi ainda um
pintor de talento, com preferências por
aguarelas de
pássaros que assinava simplesmente como "Carlos Fernando". Esta escolha de tema refletia outra das suas paixões, a
ornitologia. Recebeu prémios em vários certames internacionais e realizou ensaios notáveis na área de
cerâmica.
Para além da ornitologia, era um apaixonado pela
oceanografia, tendo adquirido um iate, o
Amélia, especificamente para se dedicar a campanhas oceanográficas. Estabeleceu uma profunda amizade com
Alberto I, Príncipe do Mónaco, igualmente um apaixonado pela oceanografia e as coisas do mar. Desta relação nasceu o
Aquário Vasco da Gama, que pretendia em
Portugal desempenhar papel semelhante ao
Museu Oceanográfico do Mónaco.
Alguns trabalhos oceanográficos realizados por D. Carlos, ou por ele
patrocinados, foram pioneiros na oceanografia mundial. Honrando esta
faceta do monarca, a
Armada Portuguesa opera atualmente um navio oceanográfico com o nome de
D. Carlos I.
Jaz no
Panteão dos Braganças, no
mosteiro de São Vicente de Fora
em Lisboa, ao lado do filho que, com ele, foi assassinado. As urnas, com
tampas transparentes, ficaram aí depositadas durante 25 anos. Só em
1933
é que uma comissão privada abriu uma subscrição nacional que levou à
inauguração de dois belos túmulos, concebidos pelo arquiteto Raúl Lino,
junto dos quais está uma figura feminina, representando "A Dor",
esculpida por Francisco Franco, conjunto esse que ainda hoje pode ser
visto.