quarta-feira, agosto 18, 2021

Henrique Medina nasceu há 120 anos


Henrique Medina de Barros  (Porto, 18 de agosto de 1901 - 30 de novembro de 1988) foi um pintor português, filho de mãe portuguesa e de pai espanhol.

É actualmente considerado o principal retratista português do século XX.

 

Aos 10 anos foi apresentado ao professor José de Brito da Escola de Belas Artes do Porto que surpreendido com a sua habilidade consentiu que assistisse às suas aulas. Também teve aulas com Acácio Lino e Marques de Oliveira.

Em 1919, interrompeu o curso na Escola Superior de Belas Artes do Porto para prosseguir estudos em Paris, com os mestres Cormon e Bérard. Permaneceu sete anos em Paris.

Em seguida mudou-se para Londres, onde viveu dez anos e teve um estúdio.

Foi para Roma onde pintou o retrato de Mussolini. Na execução desta obra ocupou cinco sessões matinais no gabinete do ditador, que não interrompeu o seu trabalho.

A 10 de Maio de 1930, foi feito Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo.

Convidado a trabalhar no Brasil onde pintou representativas figuras da sociedade como o embaixador Nobre de Melo e o escritor Carlos Malheiro Dias.

Trabalhou ainda em Buenos Aires tendo retratado o biólogo Francisco Jauregui (1934) entre outros.

A 9 de Abril de 1936, foi feito Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

Depois residiu sete anos em Hollywood, com um estúdio que manteve após o regresso a Portugal. Retratou os artistas da época como Greer Garson, Linda Darnell, Mary Pickford, Madeleine Carol e Ann Miller. Também pintou nomes da música como Jannete MacDonald, Lily Pons e Galli Curcci, estas últimas telas estão expostas no Metropolitan Opera House em Nova Iorque.

Pintou também o quadro do filme O Retrato de Dorian Gray e o retrato de Greer Garson utilizado no filme Mrs Parkington que faz parte do museu da Metro Goldwin Mayer

Em seguida pintou de novo na Europa na Suécia, Dinamarca e Espanha.

Voltou à Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, para se mudar com a segunda guerra mundial de novo para o Brasil e Estados Unidos onde passa 7 anos.

Em Portugal pintou cinco presidentes da República: António José de Almeida (1932), Óscar Carmona (1933), Sidónio Pais (1937), Canto e Castro (1937) e Américo Thomaz (1957), homens da ciência como Egas Moniz (1950) e José Gabriel Pinto (1957). Pintou também o compositor Cláudio Carneiro (Paris 1921), o Cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira (1934), o bispo do Porto António Ferreira Gomes (1981) e o Arcebispo de Braga Eurico Dias Nogueira, além de António de Oliveira Salazar (1939).

A 2 de Julho de 1969, foi elevado a Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

Desde tenra idade, passava férias em casa de família na freguesia de Marinhas, concelho de Esposende, à qual regressou definitivamente em 1974, onde se dedica aos retratos da vida rural que o acompanhou durante os seus primeiros anos de vida. O seu atelier é hoje museu.

Actualmente a escola secundária de Esposende chama-se Escola Secundária Henrique Medina em sua honra. Da mesma forma, a Câmara Municipal do Porto assim quis homenagear o pintor, dando-lhe o se nome a uma das ruas da freguesia de Ramalde. Ainda em Esposende poderemos encontrar o nome de Henrique Medina associado ao nome de uma praça no centro da cidade além de um busto do pintor, situado nesta mesma praça.

A maior colecção de obras do autor está em Braga no Museu Medina, composta por 50 óleos e ainda diversos desenhos da autoria do pintor, legados pelo próprio em 1982 à Arquidiocese de Braga.

A 11 de fevereiro de 1984, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

   

in Wikipédia

Empieza el llanto de la guitarra...


Empieza el llanto
    
Empieza el llanto
de la guitarra.
Se rompen las copas
de la madrugada.
Empieza el llanto
de la guitarra.
Es inútil callarla.
Es imposible
callarla.
Llora monótona
como llora el agua,
como llora el viento
sobre la nevada.
Es imposible
callarla.
Llora por cosas
lejanas.
Arena del Sur caliente
que pide camelias blancas.
Llora flecha sin blanco,
la tarde sin mañana,
y el primer pájaro muerto
sobre la rama.
¡Oh, guitarra!
Corazón malherido
por cinco espadas.

   

Federico García Lorca

Idea Vilariño nasceu há 101 anos

  
Idea Vilariño (Montevideo, 18 de agosto de 1920 Montevideo, 28 de abril de 2009)​ fue una poeta, ensayista y crítica literaria uruguaya perteneciente al grupo de escritores denominado generación del 45. Dentro de sus facetas menos conocidas se encuentran la de traductora, compositora y docente
  


Si muriera esta noche

Si muriera esta noche
si pudiera morir
si me muriera
si este coito feroz
interminable
peleado y sin clemencia
abrazo sin piedad
beso sin tregua
alcanzara su colmo y se aflojara
si ahora mismo
si ahora
entornando los ojos me muriera
sintiera que ya está
que ya el afán cesó
y la luz ya no fuera un haz de espadas
y el aire ya no fuera un haz de espadas
y el dolor de los otros y el amor y vivir
y todo ya no fuera un haz de espadas
y acabara conmigo
para mí
para siempre
y que ya no doliera
y que ya no doliera.
  

Idea Vilariño

Régine Chassagne, dos Arcade Fire, faz hoje 44 anos

    

Régine Chassagne (Saint-Lambert, Québec, 18 de agosto de 1977) é uma música canadiana, fundadora da banda de indie rock Arcade Fire, em conjunto com o seu marido, Win Butler.
Nascida no Canadá, a sua família havia-se mudado do Haiti durante o período de ditadura de Jean-Claude Duvalier. Cresceu em Saint-Lambert, na região de Montreal.
Graduou-se em Comunicação na Universidade de Concordia em 1998 e começou a estudar jazz na Universidade de McGill. Enquanto cantava jazz num evento de Concordia, em 2000, conheceu Butler, que a convenceu a entrar na sua banda. Após mudanças de formação, somente os dois restaram. Casaram-se em 2003, e atualmente ela toca diversos instrumentos durante os concertos, incluindo o acordeão, bateria e xilofone.

  


Mika - 38 anos!

   
Michael Holbrook Penniman Jr., conhecido no mundo da música como Mika, (Beirute, 18 de agosto de 1983) é um cantor pop naturalizado britânico. Mika deixou seu país de origem, o Líbano, com um ano de idade.
Nasceu em Beirute, de pai norte-americano e mãe libanesa. Filho do meio entre cinco irmãos, Mika e a sua família viram-se obrigados a deixar o seu país natal devido à situação de conflito e partiram para Paris quando ele tinha apenas um ano de idade. Mudaram-se, novamente, desta vez para Londres, na altura dos seus 9 anos de idade, após seu pai ter sido raptado no Kuwait durante a Guerra do Golfo. Em Londres, frequentou inicialmente o Lycées Français Charles de Gaulle, no entanto, devido ao seu problema de dislexia, foi vítima de incompreensão por parte dos professores e também de maus-tratos por parte dos seus colegas (bullying), facto que o levou a mudar para um colégio britânico.
O seu contacto com a música começou cedo. Aos onze anos já gravava publicidade e participou, a cargo da sua professora de música, de uma ópera chamada Die Frau ohne Schatten, de Strauss. Devido à grande variedade de influências musicais que recebeu em toda a sua vida, Mika tem hoje um reportório que se pode definir como uma mistura de todas essas influências. Desde Prince e Metallica à música clássica, que conhecera na ópera, passando pelos traços islâmicos trazidos do médio oriente. No entanto, o que mais encanta das características de Mika é a sua voz, muito comparada a de Freddie Mercury. Excêntrico em palco e com um ritmo dançante, leva o público ao delírio quando aplica tons mais altos e agudos na sua voz.
Durante cinco anos tentou, em vão, entrar no mercado da música. Com um estilo muito diferente e arrojado, diferente de tudo o que hoje em dia se vende, Mika foi, por várias vezes, rejeitado pelas gravadoras. Essa relação não tão boa com as editoras inspirou-o a escrever a letra de "Grace Kelly", o seu primeiro vídeo de divulgação, onde critica a editora britânica à qual estava ligado, pelo facto desta, segundo ele, o querer a todo o custo moldado para um estilo mais comercial.
Cantando desde temas melodramáticos a ironias divertidas, as suas letras cantam a vida do ser mais comum, ao contrário da maioria que, segundo ele, "só cantam histórias de amor, com meninas ricas e bonitas que andam em bons carros".
  

 


Antonio Salieri nasceu há 271 anos

 
Antonio Salieri
(Legnago, 18 de agosto de 1750Viena, 7 de maio de 1825), foi um compositor de ´ópera italiano. Foi o compositor oficial da Corte de José II, Arquiduque da Áustria. A sua música foi bastante conhecida na sua época. As lendas a respeito do seu mau relacionamento com Wolfgang Amadeus Mozart, com quem conviveu em Viena até à morte deste, foram criadas pela peça de teatro de Peter Shaffer, adaptada para o cinema, sob direção de Milos Forman, com o título Amadeus. O filme, vencedor de oito Óscares, em 1984, retrata um Salieri invejoso do génio de Mozart, ao mesmo tempo admirador e que possui um bom talento musical. Tal imagem é resultante da liberdade ficcional dos realizadores, não correspondendo à figura histórica do compositor.

Criado no seio de uma família próspera de comerciantes, Salieri estudou violino, órgão, viola, cravo, contrabaixo, violoncelo e espineta com o seu irmão Francesco, que era aluno de Giuseppe Tartini. Após a morte prematura dos seus pais, mudou-se para Pádua, e a seguir para Veneza, onde estudou com Giovanni Battista Pescetti. Nesta cidade conheceu Florian Leopold Gassmann, em 1766, que o convidou a servir na corte de Viena, onde o instruiu em composição, baseado na obra de Johann Joseph Fux, Gradus ad Parnassum. Permaneceu em Viena até ao fim da sua vida. Em 1774, após a morte de Gassmann, Salieri foi nomeado Compositor da Corte pelo Imperador José II. Conheceu a sua esposa, Therese von Helfersdorfer, em 1774 e desta união nasceriam oito filhos. Salieri tornou-se Maestro da Orquestra Imperial (Imperiales Königliches Kapellmeister) em 1788, cargo que manteve até 1824. Foi presidente do "Tonkünstler-Societät" (Sociedade dos Artistas Musicais) de 1788 a 1795, vice-presidente após 1795, e responsável pelos seus concertos até 1818.
Alcançou uma elevada posição social, sendo frequentemente associado com outros célebres compositores, como Joseph Haydn ou Louis Spohr. Desempenhou um papel importante na música clássica do século XIX e ensinou compositores famosos como Ludwig Van Beethoven, Carl Czerny, Johann Nepomuk Hummel, Franz Liszt, Giacomo Meyerbeer, Ignaz Moscheles, Franz Schubert e Franz Xaver Süssmayr. Ensinou também ao filho mais novo de Mozart, Franz Xaver. Salieri foi enterrado no Matzleinsdorfer Friedhof (os seus restos mortais foram transferidos mais tarde para o Cemitério Central de Viena), Áustria. No seu serviço fúnebre, o seu próprio Requiem em Dó menor – composto em 1804 – foi executado pela primeira vez.
   

  


Kim Dae-jung, o ex-Presidente da Coreia do Sul Prémio Nobel da Paz, morreu há doze anos

     
Kim Dae-jung (Hauido, 6 de janeiro de 1924  - Seul, 18 de agosto de 2009) foi um político sul-coreano, presidente de seu país de 1997 a 2003. Recebeu o Nobel da Paz pelos seus esforços na reconciliação da península da Coreia.
Filho de camponeses, católico, licenciou-se na Escola de Comércio de Mokp'o em 1943. Iniciou a sua atividade profissional numa companhia japonesa, na qual prosperou tornando-se um homem de negócios.
Entre 1950 e 1953, durante a Guerra da Coreia, foi preso e condenado à morte pelos comunistas, tendo conseguido escapar com a ajuda dos militares norte-americanos. Após a guerra, tornou-se um activista político de oposição ao poder.
Kim ingressou no Partido Democrático Coreano, do qual se tornou presidente em 1970. Em 1973, em Tóquio, durante a preparação de uma campanha política, foi raptado do hotel onde se encontrava e forçado a regressar à Coreia do Sul. Foi preso em 1976 por manifestar a sua oposição ao poder, tendo sido libertado três anos depois.
Em 1980 foi condenado a vinte anos de prisão, mas em 1982, por questões de saúde, foi autorizado a viajar para os Estados Unidos, onde se exilou. Regressou três anos mais tarde ao seu país e em 1987 concorreu às eleições presidenciais perdendo em favor de Kim Young-sam, com quem disputou as eleições seguintes, em 1992, das quais também saiu derrotado.
Em 1995 formou um novo partido e em 1997 voltou a concorrer às presidenciais, ganhando ao seu oponente Lee Hoi-chang.
Como presidente, esforçou-se por acabar com a pequena guerra fria entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.
Em 2000 foi-lhe atribuído o Nobel da Paz, como reconhecimento pela sua luta constante pela democracia, pelos direitos humanos e pela reconciliação com a Coreia do Norte. Em 2003, Kim Dae-Jung deixou o cargo de presidente e Roh Moo-hyun tomaria posse como presidente da Coreia do Sul. Ele faleceu em 18 de agosto de 2009, aos 85 anos de idade. Antes de falecer, ele foi ao funeral do também ex-presidente Roh Moo-hyun, seu sucessor, em maio do mesmo ano. O funeral do seu sucessor foi a última aparição pública de Kim Dae-Jung antes de seu falecimento, em agosto.
   

Dizem que o assassinato de Federico García Lorca foi há 85 anos...

    
Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 - Granada, 18 de agosto de 1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola devido ao seus alinhamentos políticos com a República Espanhola e por ser abertamente homossexual.
     
Biografia
Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na Faculdade de Direito de Granada em 1914 e, cinco anos depois, transferiu-se para Madrid, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou os seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseiam-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi americano. Expressou o seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava as suas ideias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol, que ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.
Intimidado, Lorca regressou a Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar ali um refúgio. Contudo, teve a sua prisão determinada por um deputado, sob o argumento (que se tornou célebre...) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".
Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e seu corpo foi enterrado num local desconhecido da Serra Nevada. Segundo algumas versões, ele teria sido fuzilado de costas, em alusão à sua homossexualidade. A sua caneta e voz calava-se, mas a Poesia nascia para a eternidade - e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta. Foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.
    
Federico depois da morte
Assim como muitos artistas - e a obra Guernica, de Pablo Picasso -, durante o longo regime ditatorial do Generalíssimo Franco, as suas obras foram proibidas na Espanha.
Com o fim do regime, e o regresso do país à democracia, finalmente  sua terra natal veio a render-lhe homenagens, sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes. Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como "geração de 27", alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. A sua música reflete-se no ritmo e sonoridade da sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais que localizou na sua Andaluzia, as Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram-lhe a sua posição como grande dramaturgo.
   
 
 
GACELA DEL AMOR DESESPERADO

La noche no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
aunque un sol de alacranes me coma la sien.
Pero tú vendrás
con la lengua quemada por la lluvia de sal.

El día no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
entregando a los sapos mi mordido clavel.
Pero tú vendrás
por las turbias cloacas de la oscuridad.

Ni la noche ni el día quieren venir
para que por ti muera
y tú mueras por mí.

terça-feira, agosto 17, 2021

António Botto nasceu há 124 anos

(imagens daqui)

António Tomás Botto (Concavada, Abrantes, 17 de agosto de 1897 - Rio de Janeiro, 16 de março de 1959) foi um poeta português.
A sua obra mais conhecida, e também a mais polémica, é o livro de poesia Canções que, pelo seu carácter abertamente homossexual, causou grande agitação nos meios religiosamente conservadores da época. Foi amigo pessoal de Fernando Pessoa que traduziu em 1930 as suas Canções para o inglês, e com quem colaborou numa Antologia de Poemas Portugueses Modernos. Homossexual assumido (apesar de ser casado com uma bejense, Carminda Alves Silva), a sua obra reflete muito da sua orientação sexual e no seu conjunto será, provavelmente, o mais distinto conjunto de poesia homoerótica de língua portuguesa. Morreu atropelado em 1959 no Brasil, para onde se tinha exilado para fugir às perseguições homófobas de que foi vítima, na mais dolorosa miséria. Os seus restos mortais foram trasladados para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa, em 1966.

Os primeiros anos
António Botto nasceu em Concavada, freguesia do concelho de Abrantes, Portugal, às 08.00 horas, filho de Maria Pires Agudo e de Francisco Thomaz Botto. O seu pai trabalhava como "marítimo" no rio Tejo. Em 1908 a sua família mudou-se para o bairro de Alfama em Lisboa, onde cresceu no ambiente popular e típico desse bairro, que muito influenciou a sua obra. Recebeu pouca educação formal e trabalhou em livrarias, onde travou conhecimento com muitas das personalidades literárias da época, e foi funcionário público. Em 1924 - 25 trabalhou em Santo António do Zaire e Luanda, na então colónia de Angola. 

Personalidade
António Botto tinha uma forte personalidade. Descrevem-no como magro, de estatura média, um dandy, de rosto oval, a boca muito pequena de lábios finos, os olhos amendoados, estranhos, inquisitivos e irónicos (de onde por vezes irrompia uma expressão perturbadoramente maliciosa) frequentemente ocultados sob um chapéu de abas largas.
Tinha um sentido de humor sardónico, incisivo, uma mente e língua perversos e irreverentes, e era um conversador brilhante e inteligente. Era amigo do seu amigo, mas ferozmente ruim se sentia que alguém antipatizava com ele ou não o tratava com a admiração incondicional que ele julgava merecer. Este seu feitio criou-lhe um grande número de inimigos. Alguns dos seus contemporâneos consideravam-no frívolo, mercurial, mundano, inculto, vingativo, mitómano, maldizente e, sobretudo, terrivelmente narcisista a ponto de ser megalómano.
Era visitante regular dos bairros boémios de Lisboa e das docas marítimas onde desfrutava a companhia dos marinheiros, tantas vezes tema da sua poesia. Apesar de ser sobretudo homossexual, António Botto foi casado até ao final da sua vida com Carminda Silva Rodrigues ("O casamento convém a todo homem belo e decadente", como escreveu). 

Despedido
Em 9 de novembro de 1942 António Botto foi demitido do seu emprego na função pública (escriturário de primeira-classe do Arquivo Geral de Identificação) por:
"a) ter desacatado uma ordem verbal de transferência dada pelo primeiro oficial investido ao tempo em funções de director, por impedimento do efectivo;
b) não manter na repartição a devida compostura e aprumo, dirigindo galanteios e frases de sentido equívoco a um seu colega, denunciando tendências condenadas pela moral social;
c) fazer versos e recitá-los durante as horas regulamentares do funcionamento da repartição, prejudicando assim não só o rendimento dos serviços mas a sua própria disciplina interna."
Ao ler o anúncio publicado no Diário do Governo, Botto ficou profundamente desmoralizado e comentou com ironia: "Sou o único homossexual reconhecido no País..."
Para se sustentar passou a escrever artigos, colunas e crítica literária em jornais, entre os quais a revista Contemporânea (1915-1926) e a Revista municipal(1939-1973), e publicou vários livros, entre os quais "Os Contos de António Botto" e "O Livro das Crianças", uma colecção de sucesso de contos para crianças (que seria oficialmente aprovada como leitura escolar na Irlanda, sob o título The Children’s Book, traduzido por Alice Lawrence Oram). Mas tudo isto se revelou insuficiente. A sua saúde deteriou-se devido a sífilis terciária que ele recusava tratar e o brilho da sua poesia começou a desvanecer-se. Era alvo de troça quando entrava nos cafés, livrarias e teatros. Por fim, cansou-se de viver em Portugal e em 1947 decidiu emigrar para o Brasil. Para juntar dinheiro para a viagem organizou, em maio desse ano, recitais de poesia em Lisboa e no Porto, que resultaram em grandes sucessos, com elogios por parte de vários intelectuais e artistas, entre os quais Amália Rodrigues, João Villaret e o escritor Aquilino Ribeiro. A 17 de agosto partiu finalmente para o Brasil, com a sua mulher. 

Últimos anos
No Brasil residiu em São Paulo até 1951, quando se mudou para a cidade do Rio de Janeiro. Sobreviveu escrevendo artigos e colunas em jornais portugueses e brasileiros, participando em programas de rádio e organizando récitas de poesia em teatros, associações, clubes e, por fim, botequins.
A sua vida foi-se degradando de dia para dia e acabou por viver na mais profunda miséria. A sua megalomania agravada pela sifílis era gritante e não parava de contar histórias delirantes das visitas que André Gide lhe teria feito em Lisboa ("Se não foi o Gide, então foi o Marcel Proust..."), de ser o maior poeta vivo e de ser o dono de São Paulo. Em 1954 pediu para ser repatriado, mas desistiu por falta de dinheiro para a viagem. Em 1956 ficou gravemente doente e foi hospitalizado por algum tempo.
Em 4 de março de 1959, ao atravessar a Avenida Copacabana, no Rio de Janeiro, foi atropelado por um automóvel do governo. Cerca das 17.00 horas de 16 de março de 1959, no Hospital da Beneficência Portuguesa, Botto, mal barbeado e pobremente vestido, expira, abraçado pela sua inconsolável mulher, que o chora perdidamente.
Em 1966 os seus restos mortais foram trasladados para Lisboa e, desde 11 de novembro do mesmo ano, estão depositados no Cemitério do Alto de São João.
O seu espólio será enviado do Brasil pela sua viúva Carminda Rodrigues a um parente, que o doará, em 1989, à Biblioteca Nacional.
Em 2012, estreou a curta-metragem "O Segredo Segundo António Botto" que sugere uma relação amorosa entre António Botto e Fernando Pessoa. 

A obra poética 

"Literatura de Sodoma"
A tempestade desencadeada por Canções e por "Sodoma Divinizada", bem como por outras obras e artigos que apareciam nas livrarias e jornais da época de que importa destacar "Decadência" de Judite Teixeira, foi tremenda, e a Federação Académica de Lisboa, tendo como porta-voz Pedro Teotónio Pereira, denuncia no jornal "A Época", em fevereiro de 1923, a "vergonhosíssima desmoralização, que sob os mais repugnantes aspectos, alastra constantemente".
A Federação Académica de Lisboa estaria com grande probabilidade apenas a servir de face pública das vontades do poder instituído da época porque pouco depois, em Março, é ordenada pelo Governo Civil de Lisboa a apreensão dos já mencionados livros de Botto, Raul Leal e Judite Teixeira.
Fernando Pessoa e Álvaro de Campos protestam contra o ataque dos estudantes a Raul Leal: "Ó meninos: estudem, divirtam-se e calem-se. (...) Divirtam-se com mulheres, se gostam de mulheres; divirtam-se de outra maneira, se preferem outra. Tudo está certo, porque não passa do corpo de quem se diverte. Mas quanto ao resto, calem-se. Calem-se o mais silenciosamente possível". Mas com pouco efeito. O impulso censório, moralista, obscurantista e homofóbico, ganha força com o regime do Estado Novo e a revista "Ordem Nova" declara-se "antimoderna, antiliberal, antidemocrática, antibolchevista e antiburguesa; contra-revolucionária; reaccionária; católica, apostólica e romana; monárquica; intolerante e intransigente; insolidária com escritores, jornalistas e quaisquer profissionais das letras, das artes e da informação". António Botto acaba por se ver forçado a emigrar para o Brasil e Raul Leal será vítima de espancamentos e deixará de escrever para jornais durante 23 anos. 

Um reconhecimento que tarda
"A vasta obra poética de Botto, em parte ainda dispersa ou não-recoligida, apesar de e também pelo muito que ele publicou, republicou, reorganizou em volumes dispersos ou suprimia de volumes anteriores, etc., poderá repartir-se em quatro fases: a juvenil, em que continua o tom da quadra dita popular, conjugando-o com aspectos da dicção simbolista que poetas como Correia de Oliveira, Augusto Gil, e sobretudo Lopes Vieira haviam introduzido nela; a simbolistico-esteticista, em que a juvenilidade tradicionalizante se literaliza dos requebros esteticísticos que marcaram, nos anos 20, muita poesia simultâneamente da tradição saudosista e modernista (é a das primeiras edições das Canções e breves plaquetes seguintes, em que todavia a personalidade do poeta já figura inteira em diversos poemas); a fase pessoal e original, nos anos 30, desde as edições de 1930-32 das Canções (em que ele ia incorporando selecções de colectâneas anteriores) até a Vida Que Te Dei e Os Sonetos (fase que é também a dos seus excepcionais contos infantis que tiveram realmente as edições estrangeiras que se julgava ser uma das mentiras megalomaníacas do poeta, da «novela dramática» António, e da peça Alfama); e a última fase, nos anos 40 e 50, até à morte que é a de uma longa e triste decadência, com poemas desvairadamente oportunistas, revisões desastrosas afectando nas reedições alguns dos melhores poemas anteriores [...]" em Líricas Portuguesas, de Jorge de Sena.
Sobre a poesia de António Botto escreveu Fernando Pessoa no prefácio do seu livro Motivos de Beleza, publicado em 1923:
"A elegância espontânea do seu pensamento, a dolência latente de sua emoção asseguram-lhe facilmente, conjugando-se, a mestria nesta espécie de lirismo [...] Distingue-se pela simplicidade perversa e pela preocupação estética destituída de preocupações. Foge da complicação com o mesmo ardor com que se esconde da intenção directa. É em verdade singular que se seja simples para dizer exactamente outra coisa, e se vá buscar as palavras mais naturais para por meio delas ter entendimentos secretos.
Certo é que o que António Botto escreve, em verso ou em prosa, há que ser lido sempre com a intenção posta em o que não está lá escrito." 



Anda, Vem

Anda, vem… por que te negas,
Carne morena, toda perfume?
Por que te calas,
Por que esmoreces
Boca vermelha,- rosa de lume!

Se a luz do dia
Te cobre de pejo,
Esperemos a noite presos n'um beijo.

Dá-me o infinito gozo
De contigo adormecer,
Devagarinho, sentindo
O aroma e o calor
Da tua carne, - meu amor!

E ouve, mancebo alado,
Não entristeças, não penses,
— Sê contente,
Porque nem todo o prazer
Tem pecado…

Anda, vem… dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos;

Tenho Saudades da vida!

Tenho sede dos teus beijos!


in
Canções (1932) - António Botto

Marcello Caetano, último primeiro-ministro da II República, nasceu há 115 anos

     
Marcello José das Neves Alves Caetano (Lisboa, 17 de agosto de 1906 - Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1980) foi um jurisconsulto, professor de direito e político português. Proeminente figura durante o regime salazarista, foi o último Presidente do Conselho (primeiro-ministro) do Estado Novo.
     

João Donato - 87 anos

   
João Donato de Oliveira Neto (Rio Branco, 17 de agosto de 1934), mais conhecido apenas como João Donato, é um pianista, acordeonista, arranjador, cantor e compositor brasileiro.

 


Robert De Niro - 78 anos

     
Robert Mario De Niro Jr. (Nova Iorque, 17 de agosto de 1943) é um premiado ator, diretor e produtor de cinema norte-americano.
Os seus primeiros grandes papéis foram nos filmes Bang the Drum Slowly e Mean Streets, ambos de 1973. Em 1974, ele atuou em The Godfather: Part II como o jovem Vito Corleone, papel pela qual ganhou o Óscar de Melhor Ator Secundário.
De Niro é conhecido por sua longa e aclamada colaboração com o diretor Martin Scorsese, que começou em 1973, em Mean Streets. Desde então, protagonizou diversos filmes de Scorcese aclamados pela crítica. O ator ganhou o Óscar de Melhor Ator (principal) pelo filme Raging Bull (Touro Indomável), e foi indicado para o Óscar por Taxi Driver (1976) e Cape Fear (1991). Além disso, foi indicado a diversos prémios por The Deer Hunter, de 1978, e Awakenings, de 1990. No mesmo ano, a atuação de De Niro em Goodfellas rendeu-lhe uma nomeação para o prémio BAFTA.
Ele já recebeu quatro nomeações para o Globo de Ouro de melhor ator - musical ou comédia: New York, New York, em 1977, Midnight Run, de 1988, Analyze This, de 1999, e Meet the Parents, de 2000.
Ao longo da sua carreira, Robert De Niro recebeu diversos elogios e prémios, sendo a sua importância como artista e a sua dedicação a profissão reconhecidos mundialmente.

O Triunfo dos Porcos foi publicado há 76 anos

    
Animal Farm (O Triunfo dos Porcos) é um romance alegórico do escritor inglês George Orwell, publicado no Reino Unido, a 17 de agosto de 1945, e nomeado pela revista americana Time entre os cem melhores da língua inglesa. A sátira feita pelo livro à União Soviética comunista obteve o 31º lugar na lista dos melhores romances do século XX organizada pela Modern Library List.
O livro narra uma história de corrupção e traição e recorre a figuras de animais para retratar as fraquezas humanas e demolir o "paraíso comunista" proposto pela Rússia na época de Estaline. A revolta dos animais da Manor Farm contra os humanos é liderada pelos porcos Snowball (Bola-de-Neve) e Napoleon (Napoleão). Os animais tentam criar uma sociedade utópica, porém Napoleon é seduzido pelo poder, afasta Snowball e estabelece uma ditadura tão corrupta quanto a sociedade de humanos.
Para o autor, um social-democrata e membro do Partido Trabalhista Independente por muitos anos, a obra é uma sátira à política estalinista que, segundo a sua ótica, teria traído os princípios da revolução russa de 1917.
    
Enredo
Sentindo chegar a sua hora, Major, um velho porco, reúne os animais da fazenda para compartilhar de um sonho: serem governados por eles próprios, os animais, sem a submissão e exploração do homem. Ensinou-lhes uma antiga canção, Bichos da Inglaterra (Beasts of England), que resume a filosofia do animalismo, exaltando a igualdade entre eles e os tempos prósperos que estavam por vir, deixando os demais animais extasiados com as possibilidades.
O velho Major faleceu três dias depois, tomando a frente da luta os astutos e jovens porcos Bola-de-Neve e Napoleão, que passaram a reunir-se clandestinamente, a fim de traçar as estratégias da revolução. Certo dia o Sr. Jones, então proprietário da fazenda, descuidou-se na alimentação dos animais, facto este que se tornou o rastilho da Revolução para os animais.
Sob o comando dos inteligentes e letrados porcos, os animais passaram a chamar a Quinta Manor de Quinta dos Animais, e aprenderam os Sete Mandamentos, que, a princípio, tinham a seguinte forma:
Cquote1.svg 1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
3. Nenhum animal usará roupas.
4. Nenhum animal dormirá em cama.
5. Nenhum animal beberá álcool.
6. Nenhum animal matará outro animal.
7. Todos os animais são iguais.
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Para os animais menos inteligentes, os porcos resumiram os mandamentos apenas na máxima "Quatro pernas bom, duas pernas ruim" que passou a ser repetido constantemente pelas ovelhas. Após a primeira invasão dos humanos, na tentativa frustrada de retomar a fazenda, Bola-de-Neve luta bravamente, dedica todo o seu tempo ao aprimoramento da fazenda e da qualidade de vida de todos, mas, mesmo assim, Napoleão expulsa-o do território, alegando sérias acusações contra o antigo companheiro. Acusações estas que se prolongam por toda a história, mesmo após o desaparecimento de Bola-de-Neve, na tentativa de encobrir algo ou mesmo ter alguma explicação para os animais para catástrofes, criando-se um mito em torno do porco que, a partir daí, é considerado um traidor.
Napoleão apossa-se da ideia de Bola-de-Neve de construir um moinho de vento para a geração de energia, mesmo havendo feito duras críticas à imaginação do companheiro, e inicia a sua construção. Algum tempo depois, os porcos começam a negociar com os agricultores da região, recusando a existência de uma resolução de não contactar com os humanos, apontando essa ideia como mais uma invenção de Bola-de-Neve. Os porcos passam ainda a viver na antiga casa de Sr. Jones e começam a modificar os mandamentos que estavam na porta do celeiro:
Cquote1.svg 4. Nenhum animal dormirá em cama com lençóis.
5. Nenhum animal beberá álcool em excesso.
6. Nenhum animal matará outro animal sem motivo.
7. Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros.
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O hino da Revolução é banido, já que a sociedade ideal descrita, segundo Napoleão já teria sido atingida sob o seu comando. Napoleão é declarado líder por unanimidade. As condições de trabalho se degradam, os animais recebem novo ataque humano e já não se lembram se na época em que estavam submissos ao Sr. Jones era mesmo pior, mas lembravam-se da liberdade proclamada, e eram sempre lembrados por sábios discursos suínos, principalmente os proferidos por Garganta, um porco com especial capacidade persuasiva. Napoleão, os outros porcos e os agricultores da vizinhança celebram, em conjunto, a produtividade da Quinta dos Animais. Os outros animais trabalham arduamente em troca de míseras rações. O que se assiste é um arremedo grotesco da sociedade humana.
O slogan das ovelhas fora modificado ligeiramente, “Quatro pernas bom, duas pernas melhor!”, pois agora os porcos andavam sobre as duas patas traseiras. No final, os animais, ao olhar para dentro de casa, já não conseguem distinguir os porcos dos homens.
    

Belinda Carlisle faz hoje 63 anos

      
Belinda Carlisle (nascida Belinda Kerzcheski, Los Angeles, Califórnia, 16 de agosto de 1958) é uma cantora dos Estados Unidos da América e ex-integrante da banda de new wave dos anos oitenta The Go-Go's. Na sua carreira a solo teve grande proeminência lançando clássicos da música pop como "Mad About You", "Heaven Is a Place on Earth" e "Circle in the Sand", assim como outros grandes sucessos, tendo vendido mais de 7 milhões de álbuns e singles.
Filha de Howard e Joanne Carlisle a cantora é a primeira dos sete filhos do casal, três irmãos e três irmãs. Belinda foi criada em Thousand Oaks, California, foi líder de claque e, aos 19 anos de idade, tinha o sonho de se tornar uma grande estrela.
    

 


O encenador, escritor e artista plástico António Pedro morreu há 55 anos...

(imagem daqui)
   
António Pedro da Costa (Cidade da Praia, Cabo Verde, 9 de dezembro de 1909 - Caminha, Moledo, 17 de agosto de 1966) foi um encenador, escritor e artista plástico português.
   
Biografia
Filho de José Maria da Costa (Lisboa, 27 de setembro de 1880 - ?) e de sua mulher Isabel Savage de Paula Rosa (Lisboa, Santos-o-Velho, 1884 - Cidade da Praia, circa 1930), filha de mãe inglesa, era primo-irmão da mãe de António Sousa Lara.
Mudou-se aos 4 anos para Portugal e frequentou o Liceu Pedro Nunes em Lisboa até ao 2.º ano, mudando-se depois para o Instituto Nuno Álvares, da Companhia de Jesus, em La Guardia - Galiza, onde foi membro do grupo de teatro, tendo participado em várias dezenas de peças. O 6.º ano acabou-o em Santarém e o 7.º ano em letras no Liceal de Coimbra, onde dirigiu o jornal O Bicho. Ingressou na Universidade de Lisboa, tendo frequentado a Faculdade de Direito e a Faculdade de Letras, não concluindo nenhum dos cursos. Viveu em Paris entre 1934 e 1935 onde chegou a estudar no Instituto de Arte e Arqueologia da Universidade de Sorbonne e onde assinou o Manifeste Dimensioniste.
Casou com Maria Manuela Possante, de quem não teve descendência.
Em 1933 cria a galeria UP (1933-1936), onde apresenta a primeira exposição de Maria Helena Vieira da Silva em Portugal (1935).
O surrealismo surge nos horizontes culturais portugueses a partir de 1936, em grande parte pela sua mão, em experiências literárias «automáticas» que realiza com alguns amigos. Em 1940 realiza, com António Dacosta e Pamela Boden (Casa Repe, Lisboa) aquela que é considerada a primeira exposição surrealista em Portugal: " A exposição reunia dezasseis pinturas de Pedro, dez de Dacosta e seis esculturas abstratas de Pamela Boden [...]. O surrealismo de que se falara até então vagamente, desde 1924, [...] irrompia nesta exposição, abrindo a pintura nacional para outros horizontes que ali polemicamente se definiam". Nesse mesmo ano cria a revista Variante.
Em 1941 António Pedro visitou o Brasil. Esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo, tendo exposto os seus quadros em concorridas mostras em ambas as cidades. Permaneceu no país uns quatro ou cinco meses, o bastante para formar um largo círculo de amizades entre a nata da intelectualidade brasileira, partindo deixando um rastro de amizades e sinceros admiradores.
Entre 1944 e 1945 vive e trabalha em Londres na British Broadcasting Corporation (B.B.C.), tendo feito parte do grupo surrealista de Londres.
Precursor do movimento surrealista português, fez parte do Grupo Surrealista de Lisboa, criado em 1947 por Cândido Costa Pinto (expulso ainda na fase inicial de formação do grupo), Marcelino Vespeira, Fernando Azevedo e Mário Cesarini, entre outros, tendo participado na I Exposição Surrealista em Lisboa (1949).
Com uma forte ligação ao teatro, foi diretor do Teatro Apolo (Lisboa) em 1949 e diretor, figurinista e encenador do Teatro Experimental do Porto entre 1953 e 1961. Entre 1944 e 1945, foi crítico de arte e cronista da BBC em Londres.
Viveu os últimos anos em Moledo, uma praia junto a Caminha.
Grande parte da sua obra como pintor perdeu-se em 1944, aquando dum incêndio no seu atelier onde ficara a viver o seu amigo António Dacosta.

A Ilha do Cão, 1941, óleo sobre tela
   
in Wikipédia
Ode ao Almada Negreiros
  
Maravilhosa plástica das coisas!
Tudo no seu lugar, as cores e os olhos
Lá no lugar de cada coisa, a vê-la
Com seu aspecto natural e próprio.
  
(Tudo para cada um, na variedade
Dos olhos de quem se admite na paisagem,
Ou como espectador,
Ou como actor,
Ambas as coisas uma, no concerto
Magnífico do mundo.)
  
...Sem memória, ou com memória a sê-la
Nos olhos a olhar completamente
Sem nenhum pensamento reservado:
- Olhos dados a cada coisa, ou tida
Cada coisa p’los olhos que se deram!...
  
Vaivém de tudo e nada, desse nada
Profético de tudo - e o tudo enorme
De cada nada afeiçoado e olhado
À feição de quem olha possuindo
E possuído, na maravilhosa
Cópula grande dos Artistas todos...
  
Maravilha de ter-se e ter-se dado,
Em cada olhar olhado,
E em cada cor e em cada flor mantido,
Bolindo e vendo
O sonho de se ir tendo
Realizado.
    
   in Primeiro Volume - Canções e Outros Poemas (1936) - António Pedro

Francesco Albani nasceu talvez há 443 anos

  
Francesco Albani or Albano (Bologna, 17 March or 17 August 1578 – Bologna, 4 October 1660) was an Italian Baroque painter who was active in Bologna (1591–1600), Rome (1600–1609), Bologna (1609), Viterbo (1609–1610), Bologna (1610), Rome (1610–1617), Bologna (1618–1660), Mantova (1621–1622), Roma (1623–1625) and Florence (1633). 
 
Battesimo di Cristo, circa 1625, Ermitage

O combate da Roliça, a primeira derrota na Guerra Peninsular das tropas napoleónicas, foi há 213 anos

    
O combate da Roliça foi travado no dia 17 de agosto de 1808, durante a primeira invasão francesa de Portugal, no âmbito da Guerra Peninsular (1807–1814). Neste combate enfrentaram-se as forças luso-britânicas, comandadas pelo Tenente-General Sir Arthur Wellesley, e as forças francesas, comandadas pelo general de Divisão Henri-François Delaborde. Foi o primeiro confronto importante entre a força expedicionária britânica e os franceses. Estes, embora obrigados a retirar, cumpriram a sua missão de retardar as forças de Wellesley.
Neste mesmo dia terminava o Cerco de Saragoça (1808), um fracasso dos franceses frente à guarnição espanhola e à população da cidade, que assumiram uma heróica defesa, desde 15 de junho de 1808.