terça-feira, dezembro 29, 2020

O I república espanhola terminou, após um ano e pouco de anarquia, guerra civil e confusão, há 146 anos

 
A Primeira República Espanhola foi o regime político que regeu a Espanha desde a sua proclamação pelas Cortes, a 11 de fevereiro de 1873, até 29 de dezembro de 1874, quando o pronunciamento do general Martínez Campos deu começo à restauração borbónica.

A primeira tentativa republicana na história da Espanha foi uma experiência curta, caracterizada pela profunda instabilidade política e social e a violência. A República foi governada por quatro presidentes diferentes até que, apenas onze meses depois da sua proclamação, o general Pavia deu um golpe de estado e foi instaurada uma república unitária presidida por Francisco Serrano Domínguez.

No breve período ocorreram três guerras civis simultâneas: a Terceira Guerra Carlista, a sublevação cantonal na Espanha peninsular e a Guerra dos Dez Anos em Cuba. Os problemas mais graves para a consolidação do regime foram a falta de verdadeiros republicanos, a divisão destes entre federalistas e unitários e a falta de apoio popular. 

 

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Pablo Casals nasceu há 144 anos

   
Pau Casals i Defilló (El Vendrell, 29 de dezembro de 1876 - San Juan de Porto Rico, 22 de outubro de 1973) foi um virtuoso violoncelista e maestro catalão. É mais conhecido pela versão castelhanizada de seu nome - Pablo Casals.
   

 


O Massacre de Wounded Knee foi há cento e trinta anos

Vala comum para os Lacotas mortos após o massacre, em 1891

 

O Massacre de Wounded Knee foi um massacre de nativos americanos ocorrido em 29 de dezembro de 1890, perto de Wounded Knee Creek (dacota: Čhaŋkpé Ópi Wakpála) na Reserva Indígena de Pine Ridge, pertencente ao povo dacota, no estado da Dakota do Sul, Estados Unidos.

Foi a última batalha das Guerras Indígenas. No dia anterior, um destacamento de 7º Regimento de Cavalaria dos Estados Unidos, comandado pelo Major Samuel M. Whitside, interceptou um grupo composto por índios Miniconjou e 38 Hunkpapa que eram liderados pelo chefe tribal Spotted Elk, perto de Porcupine Butte, e acompanhou-o por 8 quilómetros a oeste até Wounded Knee Creek, onde eles fizeram um acampamento. O restante do 7º Regimento de Cavalaria chegou, liderado por James W. Forsyth, e cercou o acampamento com o apoio de quatro canhões Hotchkiss.

Na manhã de 29 de dezembro, as tropas entraram no acampamento para desarmar os Lacotas. Uma das versões do ocorrido afirma que durante o processo de desarmamento dos Lacotas, um nativo chamado Black Coyote estava relutante em abrir mão de seus rifles, alegando que ele tinha pago muito caro por essas armas. A disputaa sobre a posse dos rifles de Black Coyote intensificou-se e um tiro foi disparado, o que resultou em um tiroteio provocado pela 7ª Cavalaria de forma indiscriminada por todos os lados do local, matando homens, mulheres e crianças, bem como alguns dos seus próprios companheiros soldados. Os poucos guerreiros Lacota que ainda tinham armas começaram a atirar em resposta para os soldados que os atacavam, que rapidamente foram reprimidos pelas armas dos indígenas. Alguns Lacotas sobreviventes fugiram, mas cavaleiros dos Estados Unidos perseguiram e mataram muitos dos nativos que estavam desarmados.

No momento em que tudo acabou, pelo menos 150 homens, mulheres e crianças do povo Lacota tinham sido mortos e 51 feridos (4 homens, 47 mulheres e crianças, alguns dos quais morreram mais tarde); algumas estimativas colocam o número de mortos em 300. Vinte e cinco soldados também morreram e 39 ficaram feridos (seis dos feridos morreram mais tarde). Acredita-se que muitos foram vítimas de fogo amigo, já que o tiroteio ocorreu em uma estreita faixa e em condições caóticas. Pelo menos vinte dos soldados foram agraciados com uma Medalha de Honra. O local do massacre foi designado como um Marco Histórico Nacional.

O campo de batalha foi designado, em 15 de outubro de 1966, um local do Registo Nacional de Lugares Históricos bem como, em 21 de dezembro de 1965, um Marco Histórico Nacional.
 
 

Portinari nasceu há 117 anos

 
Candido Torquato Portinari
(Brodowski, 29 de dezembro de 1903 - Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1962) foi um artista plástico brasileiro. Portinari pintou quase cinco mil obras de pequenos esboços e pinturas de proporções padrão, como O Lavrador de Café, até gigantescos murais, como os painéis Guerra e Paz, presenteados à sede da ONU em Nova Iorque em 1956, e que, em dezembro de 2010, graças aos esforços de seu filho, retornaram para exibição no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Portinari é considerado um dos artistas mais prestigiados do Brasil e foi o pintor brasileiro a alcançar maior projeção internacional.
  
Biografia
Filho de imigrantes italianos, Cândido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa fazenda nas proximidades de Brodowski, interior de São Paulo. Com a vocação artística florescendo logo na infância, Portinari teve uma educação deficiente, não completando sequer o ensino primário. Aos 14 anos de idade, uma trupe de pintores e escultores italianos que atuavam na restauração de igrejas, passa pela região de Brodowski e recruta Portinari como ajudante. Seria o primeiro grande indício do talento do pintor brasileiro.
Aos 15 anos, já decidido a aprimorar os seus dons, Portinari deixa São Paulo e parte para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Durante os seus estudos na ENBA, Portinari começa a destacar-se e chamar a atenção tanto de professores quanto da própria imprensa. Tanto que aos 20 anos já participa de diversas exposições, ganhando elogios em artigos de vários jornais. Mesmo com toda essa exposição pública, começa a despertar no artista o interesse por um movimento artístico até então considerado marginal: o modernismo.
Um dos principais prémios almejados por Portinari era a medalha de ouro do Salão da ENBA. Nos anos de 1926 e 1927, o pintor conseguiu destaque, mas não venceu. Anos depois, Portinari chegou a afirmar que as suas telas com elementos modernistas escandalizaram os juízes do concurso. Em 1928 Portinari deliberadamente prepara uma tela com elementos académicos tradicionais e finalmente ganha a medalha de ouro e uma viagem para a Europa.
Os dois anos que passou vivendo em Paris foram decisivos no estilo que consagraria Portinari. Lá ele teve contacto com outros artistas como Van Dongen e Othon Friesz, além de conhecer Maria Martinelli, uma uruguaia de 19 anos com quem o artista passaria o resto de sua vida. A distância de Portinari das suas raízes acabou aproximando o artista do Brasil, e despertou nele um interesse social muito mais profundo.
Em 1931 Portinari volta ao Brasil renovado. Muda completamente a estética de sua obra, valorizando mais cores e a ideia das pinturas. Ele quebra o compromisso volumétrico e abandona a tridimensionalidade de suas obras. Aos poucos o artista deixa de lado as telas pintadas a óleo e começa a se dedicar a murais e afrescos. Ganhando nova notoriedade entre a imprensa, Portinari expõe três telas no Pavilhão do Brasil da Feira Mundial em Nova Iorque de 1939. Os quadros chamam a atenção de Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA).
A década de quarenta começa muito bem para Portinari. Alfred Barr compra a tela "Morro do Rio" e imediatamente a expõe no MoMA, ao lado de artistas consagrados mundialmente. O interesse geral pelo trabalho do artista brasileiro faz Barr preparar uma exposição individual para Portinari em plena Nova Iorque. Nessa época, Portinari faz dois murais para a Biblioteca do Congresso em Washington. Ao visitar o MoMA, Portinari se impressiona com uma obra que mudaria o seu estilo novamente: "Guernica" de Pablo Picasso.
Em 1952 uma amnistia geral faz com que Portinari volte ao Brasil. No mesmo ano, a 1° Bienal de São Paulo expõe obras de Portinari com destaque em uma sala particular. Mas a década de 50 seria marcada por diversos problemas de saúde. Em 1954 Portinari apresentou uma grave intoxicação, pelo chumbo presente nas tintas que usava.
  
Política
Portinari foi ativo no movimento político-partidário, inclusive, candidatando-se a deputado federal, em 1945, pelo PCB, e a senador, em 1947, pleito em que aparecia em todas as sondagens como vencedor, mas perdendo com uma pequena margem de votos, facto que fez  levantar suspeitas de fraude para derrotá-lo, devido ao cerco aos membros do Partido Comunista Brasileiro.
  
Morte
Desobedecendo as ordens médicas, Portinari continuava pintando e viajando com frequência para exposições nos Estados Unidos, Europa e Israel. No começo de 1962 o Ayuntamiento de Barcelona convida Portinari para uma grande exposição com 200 telas. Trabalhando freneticamente, a intoxicação de Portinari começa a tomar proporções fatais. No dia 6 de fevereiro do mesmo ano, Cândido Portinari morre, envenenado pelas telas que fizeram o seu sucesso, já que tinha claustrofobia e desmaiava no "corredor" de telas. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.
 O seu filho João Candido Portinari hoje cuida dos direitos de autor das obras de Portinari.
   
Obras
Entre suas obras mais prestigiadas e famosas, destacam-se os painéis Guerra e Paz (1953-1956), que foram dados de presente, em 1956, à sede da ONU de Nova Iorque. Na época, as autoridades dos Estados Unidos não permitiram a ida de Portinari para a inauguração dos murais, devido às ligações do artista com o Partido Comunista Brasileiro. Antes de seguirem aos EUA, o empresário e mecenas ítalo-brasileiro Ciccillo Matarazzo tentou trazer os painéis para São Paulo, terra natal de Portinari, para apresentá-las ao público, porém, isto não foi possível. Só em novembro de 2010, 53 anos depois, os painéis voltaram ao Brasil e, finalmente, foram exibidos, em 2010, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e, em 2012, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
As telas Meninos e piões e Favela são parte do acervo permanente da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano. O seu maior acervo sacro, entre pinturas e afrescos, está exposto na Igreja Bom Jesus da Cana Verde, centro da cidade de Batatais, no interior de São Paulo, situada a 16 quilómetros da sua cidade natal, Brodowski
  
A descoberta da terra (1941) - pintura mural de Portinari na Biblioteca do Congresso, Washington, DC
  

Dexter Holland, o vocalista dos Offspring, faz hoje 55 anos!


Dexter Holland, nome artístico de Bryan Keith Holland (Garden Grove, 29 de dezembro de 1965), é um músico, empresário, filantropo e biólogo norte-americano. Holland é membro co-fundador da banda californiana de pop punk The Offspring, na qual é também o principal vocalista, guitarrista rítmico e principal compositor

  

 
Carreira

Depois de Holland conhecer Greg Kriesel, o seu companheiro de cross country, começaram uma banda punk chamada Manic Subsidal em 1984, onde Dexter tocava bateria. Começaram após terem sido barrados num show de uma outra banda chamada Social Distortion, de sucesso local.

Após James Lilja ser contratado como baterista, Holland assumiu os vocais e guitarra. Nunca lançaram um álbum, mas existem algumas demos online. Depois de algumas mudanças na line-up, mudaram o nome para "The Offspring" em 1986. Depois de gravar uma demo em 1988, os The Offspring assinaram um contrato com uma pequena gravadora por um curto tempo, a Nemesis Records, para gravarem seu primeiro álbum, homónimo da banda, The Offspring, em março de 1989, que acabaria por ser remasterizado anos depois, em 1995, pela gravadora de Holland, Nitro Records.

Em 1991, os The Offspring assinaram com a Epitaph Records (que grava para Bad Religion, L7, NOFX, Pennywise e outras). O primeiro lançamento com a gravadora foi Ignition, em 1992. O seu último álbum com ela foi Smash, em 1994 (que ainda tem o recorde mundial para a maioria das vendas de um álbum por um selo independente). A banda então assinou com a Columbia Records, em 1996 (embora Dexter afirme que Brett Gurewitz, dono da Epitaph e guitarrista do Bad Religion, vendeu o contrato para a Columbia), para eles lançarem os seus próximos seis álbuns: Ixnay on the Hombre (1997), Americana (1998), Conspiracy of One (2000), Splinter (2003), Rise and Fall, Rage and Grace (2008) e Days Go By (2012).


"Gringo Bandito" - molho de Dexter Holland e com a sua imagem
   
 

 


Tim Hardin morreu há quarenta anos...

   
Tim Hardin (Eugene, 23 de dezembro de 1941 - Los Angeles, 29 de dezembro de 1980) foi um compositor e cantor de música folk que fez parte da cena musical de Greenwich Village nos anos 60.
  
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O seu primeiro álbum, Tim Hardin 1, foi lançado em 1966 pela Verve Records. Mostrava uma transformação do seu estilo tradicional de blues para o folk, que definiria o resto da sua carreira. Este LP continha a canção "Reason to Believe", que seria sucesso na voz Rod Stewart anos depois. Tim Hardin 2 foi lançado em 1967 e apresentava a sua música mais famosa, "If I Were a Carpenter". Hardin não fez turnê para divulgar o disco; o seu vício em heroína e o medo dos palcos fazia com que os seus shows fossem deveras erráticos. Tim Hardin 3, lançado em 1968 apresentava gravações ao vivo assim como novas versões de músicas antigas suas.
Nos anos seguintes Hardin revezou-se entre a Inglaterra e os EUA. O vício em heroína já havia tomado controle da sua vida na época do lançamento do seu último álbum, Tim Hardin 9, em 1973. Morreu a 29 de dezembro de 1980, em Los Angeles, Califórnia, de uma overdose de heroína e morfina. Foi sepultado no Twin Oaks Cemetery, Turner, Oregon, no Estados Unidos.
     

  


O Massacre de São Bonifácio foi há 33 anos

Imagem da Ponte Mista de Marabá, que foi bloqueada no dia do Massacre
   
O Massacre de São Bonifácio ou Guerra da Ponte foi um conflito que ocorreu a 29 de dezembro de 1987 na cidade de Marabá, entre os garimpeiros de Serra Pelada e a Polícia Militar do Pará, com o auxílio do Exército Brasileiro. A manifestação que gerou o conflito bloqueou o acesso à Ponte Mista de Marabá e pedia a reabertura do garimpo de Serra Pelada.
O conflito tem características muito semelhantes aos do massacre dos sem-terra em Eldorado dos Carajás, em 1996. Contudo este ocorreu dez anos antes, na ponte sobre o Rio Tocantins, no caminho das locomotivas que transportam minério de Carajás para Itaqui, no Maranhão.
A Guerra de São Bonifácio foi nomeada dessa forma por ter ocorrido no dia do santo Bonifácio, ou ainda, como Guerra da Ponte.
  
Antecedentes
As prováveis causas do surgimento de tal conflito foram a desativação da Serra Pelada e a insatisfação dos garimpeiros pela falta de condições de trabalho no garimpo. A manifestação, portanto - em primeiro momento pacífica - era uma forma de chamar a atenção das autoridades nacionais para a questão do garimpo.
De facto, entretanto, a revolta começou no ano anterior, quando o garimpeiro João Edson Borges foi espancado e morto por um polícia. Como reação, um polícia foi morto e a Polícia Militar acabou expulsa de Serra Pelada. Dali em diante, os garimpeiros receberam ameaças de vingança.
  
Protestos
Os garimpeiros organizaram-se em dezembro de 1987 e foram para Marabá, para solucionar tal impasse. Os garimpeiros haviam deixado Serra Pelada na madrugada do dia anterior. Queriam o rebaixamento da cava do garimpo. Após percorrerem, em autocarros e camiões, 160 quilómetros, eles acamparam na cidade, não havendo movimentações políticas para a resolução ou negociação das reivindicações. Então aproximadamente mil garimpeiros se deslocaram até à Ponte Mista de Marabá - trecho da BR-155 a mesma estrada onde ocorreu mais tarde o Massacre de Eldorado dos Carajás - e bloquearam o acesso de veículos, pessoas e das locomotivas que circulavam no Caminho de Ferro de Carajás (que também atravessa a ponte), a fim de chamar atenção para sua manifestação. A ponte bloqueada é a principal ligação entre os distritos periféricos e o centro da cidade, além de fazer a ligação rodoviária e ferroviária de Marabá com a costa norte do Brasil. Na serra, sob o comando de Victor Hugo Rosa, permaneceram dez mil "formigas" (garimpeiros) em assembleia, acompanhando colegas e recolhendo comida para os revoltosos.
  
Conflito
O então governador Hélio Gueiros deu ordem para que a Polícia Militar desobstruísse a ponte. O grupo da ponte liderado por Jane Resende – primeira líder feminina de um garimpo –, colocou os restos de um camião e brita no trilho da ponte.
Quinhentos soldados do 4º batalhão da Polícia Militar do Pará encurralaram os garimpeiros e avançaram por uma das cabeceiras da ponte, atirando na multidão, enquanto o Exército fechava o acesso na outra cabeceira. Os policiais atiraram durante 15 minutos com metralhadoras e espingardas. Muitos garimpeiros atiraram-se do vão, de 76 metros, da ponte.
  
Mortos
O governo informou inicialmente que duas pessoas morreram, depois aumentou esse número para nove, contudo há registos que constam que houve setenta e nove (79) garimpeiros desaparecidos no decorrer do conflito. Por parte das tropas da Polícia e do Exército não houve registo de baixas.
Um garimpeiro de nome Francisco, que disse ter visto oito cadáveres, foi assassinado à paulada por um grupo desconhecido, no centro de Marabá, um dia depois de dar entrevista à TV Liberal. A morte de Francisco amedrontou outras testemunhas do conflito e silenciou-as mais de vinte anos.
 

Hermann Oberth, um dos pais da astronáutica, morreu há 31 anos

  
Hermann Oberth (Hermannstadt, 25 de junho de 1894Nuremberga, 29 de dezembro de 1989) foi um cientista alemão.
Oberth foi, junto com o russo Konstantin Tsiolkovsky e o norte-americano Robert Goddard, um dos precursores da moderna astronáutica.
O seu interesse por exploração espacial surgiu desde cedo, quando ele leu o livro "Da Terra a Lua", de Júlio Verne. Oberth foi o primeiro a idealizar foguetes com múltiplos estágios e a imaginar estações espaciais.
  

Cássia Eller morreu há dezanove anos...

  
Cássia Rejane Eller (Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 1962 - Rio de Janeiro, 29 de dezembro de 2001) foi uma cantora, compositora e multi-instrumentista brasileira. Foi uma das maiores representantes do rock brasileiro dos anos 90 e eleita a 18ª maior voz e 40ª maior artista da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil.
   
(...)
    
  
Cássia Eller faleceu a 29 de dezembro de 2001, com apenas 39 anos, no auge da sua carreira, por causa de um enfarte do miocárdio repentino. Foi levantada a hipótese de overdose de drogas, já que era consumidora de cocaína desde adolescente. A suspeita foi considerada inicialmente como causa da morte, porém foi descartada pelos relatório do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro após a autópsia. Encontra-se sepultada no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro Sulacap, na cidade do Rio de Janeiro.
   

  


segunda-feira, dezembro 28, 2020

Susan Sontag morreu há 16 anos


Susan Sontag (Nova Iorque, 16 de janeiro de 1933 - Nova Iorque, 28 de dezembro de 2004) foi uma escritora, cineasta, filósofa, professora, crítica de arte e ativista dos Estados Unidos.

Formou-se na Universidade de Harvard. Escreveu, sobretudo, ensaios, mas também publicou romances. A sua primeira grande obra foi o ensaio "Notes on 'Camp'", em 1964. As suas obras mais conhecidas são Contra a interpretação (1966), A vontade radical (1968), Sobre a Fotografia (1977), A doença como metáfora (1978), bem como as obras de ficção The Way We Live Now (1986), The Volcano Lover (1992) e In America (1999), pelo qual recebeu em 2000 um dos mais importantes prémios do seu país, o National Book Award.

Teve intensa participação em periódicos, publicando artigos em revistas como The New Yorker e The New York Review of Books e no jornal The New York Times.

Também é conhecida por seu ativismo, tendo viajado para áreas de conflito, incluindo a Guerra do Vietname e o cerco de Sarajevo. Escreveu extensivamente sobre fotografia, cultura e media, SIDA e doenças, direitos humanos. Foi descrita como "uma das críticas mais influentes de sua geração".

Em um de seus últimos artigos, publicado em maio de 2004 no jornal The New York Times, Sontag afirmou que "a história recordará a Guerra do Iraque pelas fotografias e vídeos das torturas cometidas pelos soldados americanos na prisão de Abu Ghraib".

Faleceu aos 71 anos de idade de síndrome mielodisplásica seguida de uma leucemia mielóide aguda, em 28 de dezembro de 2004. 

 

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Mouzinho de Albuquerque capturou Gungunhana em Chaimite há 125 anos


A 28 de dezembro de 1895, após uma temerária marcha de três dias em direcção a Chaimite, as tropas conduzidas por Mouzinho cercaram a povoação, prendendo o Chefe Vátua e grande parte da sua família, executando os seus dois Conselheiros pró-Britânicos e forçando-o a entregar mil libras em ouro, oito diamantes, armas e munições e todo o gado e marfim de que dispunha, incluindo uma taça de ouro e pedras preciosas com a legenda "To Gungunhana from Victoria Queen". 

 

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O poeta Olavo Bilac morreu há 102 anos

  
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 - 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias.
    
  
   
 

Velhas Árvores
  
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
  
O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
  
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:
  
Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

   
  
Olavo Bilac

Johnny Otis nasceu há 99 anos

   
Johnny Otis, born Ioannis Alexandres Veliotes (Vallejo, California, December 28, 1921 – Los Angeles, California, January 17, 2012) was an American singer, musician, composer, arranger, bandleader, talent scout, disc jockey, record producer, television show host, artist, author, journalist, minister, and impresario. A seminal influence on American R&B and rock and roll, Otis discovered artists such as Little Esther, Big Mama Thornton, Jackie Wilson, Little Willie John and Hank Ballard. Known as the original King of Rock & Roll, he is commonly referred to as the Godfather of Rhythm and Blues.
   

 


Stan Lee nasceu há 98 anos


Stanley Martin Lieber, mais conhecido como Stan Lee (Nova Iorque, 28 de dezembro de 1922 - Los Angeles, 12 de novembro de 2018), foi um escritor, editor, publicitário, produtor, diretor, empresário e atornorte-americano. Foi editor-chefe e presidente da Marvel Comics antes de deixar a empresa para se tornar presidente emérito da editora, bem como um membro do conselho editorial. Lee também era conhecido por fazer várias aparições em filmes da Universo Cinematográfico Marvel.

Em colaboração com vários artistas, incluindo Jack Kirby e Steve Ditko, concriou diversos super-heróis incluindo o Homem-Aranha, Hulk, Doutor Estranho, Quarteto Fantástico, Demolidor, Pantera Negra e os X-Men. Além disso, desafiou a organização de censura da Banda desenhada norte-americana, o Comics Code Authority, indiretamente levando-a a atualizar as suas políticas. Lee liderou a expansão da Marvel Comics de uma pequena divisão de uma editora para uma grande corporação de multimédia.

Stan Lee foi introduzido no Will Eisner Award Hall of Fame em 1994, no Jack Kirby Hall of Fame em 1995 e recebeu uma National Medal of Arts em 2008. 

   

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Ravel morreu há 83 anos

   
Joseph-Maurice Ravel (Ciboure, 7 de março de 1875Paris, 28 de dezembro de 1937) foi um compositor e pianista francês, conhecido sobretudo pela subtileza das suas melodias instrumentais e orquestrais, entre elas, o Bolero, que ele considerava trivial e descreveu como "uma peça para orquestra sem música".
  

 


Manuel Puig nasceu há 88 anos

  
Juan Manuel Puig Delledonne
(General Villegas, 28 de diciembre de 1932-Cuernavaca, 22 de julio de 1990) fue un escritor argentino de relevancia mundial por sus novelas Boquitas pintadas, El beso de la mujer araña y Pubis angelical.

Pasó su infancia en su pequeño pueblo natal y emigró a la capital argentina para llevar a cabo sus estudios secundarios. Después de iniciar diferentes estudios superiores, optó por formarse en la cinematografía, para lo cual se trasladó a Italia. No concretó su formación y terminó realizándose como escritor. Vivió en Roma, París, Londres, Estocolmo, México, Nueva York, Río de Janeiro y Cuernavaca. Es autor de ocho novelas y cuatro obras de teatro, además de relatos breves y guiones cinematográficos. Es muy reconocido por su uso de la polifonía literaria y el monólogo interior.

Aunque desde la pubertad se asumió como homosexual, escribió  y militó respecto a este tema, llegando a declarar que algo tan «banal» como la sexualidad no puede definir la identidad de una persona y, por otro lado, opinó que la actividad de las agrupaciones homosexuales tendían a incurrir en el error de separar la cuestión homosexual de otras agrupaciones, comunidades o sectores sociales.​ Con todo, fue miembro fundador del Frente de Liberación Homosexual en 1971 junto al sociólogo e historiador Juan José Sebreli, el abogado y escritor Blas Matamoro y el poeta y escritor Néstor Perlongher.

 

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Alex Chilton nasceu há 70 anos

 

Alex Chilton (Memphis, Tennessee, 28 de dezembro de 1950 - Nova Orleans, Luisiana, 17 de março de 2010) foi um compositor, cantor, guitarrista e produtor musical dos Estados Unidos da América.


Biografia
Chilton estreou nos palcos em 1967 como o vocalista da banda The Box Tops, que alcançou o sucesso com a canção "The Letter". Sentindo-se cada vez menos importante dentro do grupo, que era essencialmente um projeto do produtor-compositor Dan Penn, ele deixou os Box Tops em 1969 para prosseguir carreira uma carreira a solo.
Após passar um período na cidade de Nova York, onde aperfeiçoou a sua técnica vocal e de guitarra, Chilton foi convidado em 1971 pela banda Big Star para ocupar a vaga de guitarrista.
Retomou a sua carreira a solo depois do fim do grupo em 1974. Foi quando voltou a morar em Nova York, passando a maior parte do tempo no clube CBGB durante o auge do punk rock. Nessa mesma época Chilton tornou-se produtor dos The Cramps, continuando a gravar e a fazer tours durante os anos 80.
Em 1993 Chilton reformulou os Big Star, gravando com a banda um novo álbum de estúdio, lançado em 2005.
Em 17 de março de 2010 Chilton faleceu, de causas não confirmadas (possivelmente de ataque cardíaco).
      

  


Denzel Washington nasceu há 66 anos

 
Denzel Hayes Washington (Mount Vernon, 28 de dezembro de 1954) é um ator e produtor norte-americano. Denzel Washington já recebeu dois Globo de Ouro e um Prémio Tony, e dois Óscares: Melhor Ator Secundário, por Glory (1990), e Melhor Ator, por Training Day (2002).
 

Lemmy, o cantor e baixo dos Motörhead, morreu há cinco anos

 
Ian Fraser Kilmister (Stoke-on-Trent, 24 de dezembro de 1945 - Los Angeles, 28 de dezembro de 2015), conhecido como Lemmy, foi um cantor, baixista e compositor inglês, conhecido por ser o fundador da banda de rockinglesaMotörhead. Era adorado pelos seus fãs por sua postura autêntica, estilo de tocar, timbre, e voz marcante. A alcunha de "Lemmy" seria pela época que Lemmy era roadie e sempre pedia £5 emprestado (em inglês: - lemmy a fiver (lend me a fiver)), embora o próprio músico tenha dito, na sua autobiografia, que já era chamado assim desde os dez anos de idade.

Antes de ser músico, foi roadie do cantor e guitarrista Jimi Hendrix, tocou nas bandas Rockin' Vickers e Sam Gopal, sendo roadie da banda Hawkwind, onde ocupou o lugar do baixista que havia faltado no show - e deixado o instrumento na carrinha da banda. Expulso dos Hawkwind por ter sido detido no Canadá com anfetaminas, montou a sua banda, originalmente chamada de Bastards, mais tarde renomeada como Motörhead; o nome vem da última música de Lemmy escrita para o Hawkwind. Na sua autobiografia, White Line Fever, narra a sua carreira e os principais altos e baixos enfrentados pela banda.

No dia 28 de dezembro de 2015, foi anunciado, na página oficial do Facebook da banda, que Lemmy havia falecido, devido a problemas de saúde. Ele havia completado 70 anos quatro dias antes.  

  

  

João Domingos Bomtempo nasceu há 245 anos

(imagem daqui)
   
João Domingos Bomtempo (Lisboa, 28 de dezembro de 1775 – Lisboa, 18 de agosto de 1842) foi um pianista clássico, compositor e pedagogo português.

Vida
Desde cedo iniciou os estudos de música, oboé e contraponto com seu pai, Francesco Saverio Bomtempo, oboísta na Corte de Lisboa, que viera para Portugal no tempo de D. José I. Estudou no Seminário Patriarcal, aos 14 anos foi admitido na Irmandade de Santa Cecília como cantor da Capela Real da Bemposta e, aos vinte anos, tomou o lugar do seu pai, entretanto falecido, na Orquestra da Real Câmara, da qual fez parte até 1801.

Em 1801 o músico decide ir para França, contrariando o costume dos músicos portugueses da época, que seria de uma eventual continuação dos seus estudos em Itália. Assim, nesta data, no rescaldo da assinatura do Tratado de Badajoz e com o agravamento das condições políticas e militares, vai para Paris, onde encontra o melhor ambiente para desenvolver a sua vocação musical e onde conviveu com o grupo de exilados adeptos das novas correntes filosóficas e políticas, que se reuniam à volta do egrégio poeta Filinto Elísio. Com esta atitude comprometeu a sua carreira no campo operático. Acolhido por este grupo de emigrantes que partilham as suas ideias liberais inicia uma carreira de pianista virtuoso à maneira de Clementi, Cramer, Dussek (músico muito apreciado por Chopin) e outros, ao mesmo tempo que estreia ele mesmo algumas das suas primeiras composições. São, dessa época, a Grande Sonata para Piano, dedicada a Sua Alteza Real, a Princesa de Portugal. Op. 1, o Primeiro Concerto em Mi bemol para Piano e Orquestra, Op. 2, o Segundo Concerto para Piano, Op. 3, as Variações sobre o «Minueto Afandangado», Op. 4 e ainda a Grande Sonate Pour le Forte Piano Composée et Dediée à Madame de Genlie, Op. 5.
As primeiras obras de Bomtempo foram muito apreciados pelos parisienses e prontamente publicadas pelas casas Leduc e Pleyel em Paris. Estas obras têm forte inspiração em Clementi.
Quando em 1804 atinge uma fama realmente importante, aparece, entre outros lugares, na Salle Olympique como pianista e compositor.

Entretanto, em Portugal, as tropas de Napoleão sofriam pesadas derrotas infligidas pelo exército luso-inglês e a sua situação em França começou a tornar-se delicada, pelo que vai para Londres em 1810, ano em que a sua 1ª Sinfonia é alvo dos maiores elogios por parte da crítica parisiense. Na capital britânica é uma vez mais bem recebido pela comunidade portuguesa. Também algumas famílias da aristocracia inglesa lhes dão as boas vindas especialmente como professor de piano. É então que se começa a relacionar com alguns dos mais importantes músicos do seu tempo como Muzio Clementi e John Field e é professor da filha de Lady Hamilton.
O contacto com Clementi, a quem o ligavam laços de amizade desde Paris, torna-se mais frequente e é na editora do músico italiano que Bomtempo publicará a maior parte das suas obras. Publica Variações sobre um tema de Paesiello - Nel cor piú non mi sento, Op. 6, o Terceiro Concerto para Piano, Op. 7, o Capricho e Variações sobre o «God Save The King», Op. 8, Três grandes sonatas para Piano, Op. 9, entre muitas outras obras. Dado o perfil das pessoas com que se relaciona é provável que date desta época a sua iniciação na Maçonaria.
Em 13 de maio de 1813, D. Domingos António de Sousa Coutinho, Conde do Funchal, diplomata, ao tempo embaixador de Portugal em Londres, realiza um grande festival com dois propósitos: o de celebrar o aniversário daquele que viria a ser o rei D. João VI e a expulsão do exército francês do território português, em consequência da derrota de Massena. Influenciado pela euforia que se instalara após a vitória luso-britânica, João Domingos Bomtempo compõe uma cantata intitulada Hino Lusitano. Op. 10, sobre versos do poeta liberal Dr. Vicente Pedro Nolasco da Cunha. Neste festival apresentou-se perante uma audiência de personalidades que incluía a quase totalidade do Conselho de Ministros britânico. As obras compostas nesse período incluem a Primeira Grande Sinfonia. Op. 11, executada pela primeira vez em Londres em 1810, o Quarto Concerto para Piano. Op. 12, executado pelo autor em Hannover Square, Uma Sonata Fácil para Piano. Op. 13, Grande Fantasia para Piano. Op. 14, que dedica a um ilustre emigrado, liberal e seu particular amigo, Ferreira Pinto, Duas Sonatas e Uma Ária Popular com Variações para Piano. Op. 15 e um Quinteto para Piano. Op. 16.

Em 1815, após o congresso de Viena, regressou a Portugal no contexto de uma Europa pacificada. Nesta sequência compõe A Paz da Europa, Cantata. Op. 17, que teria uma edição em Portugal, em versão reduzida com o título O Anúncio da Paz. Preocupado com o desconhecimento da música instrumental portuguesa do período clássico, uma das ideias que trazia em mente era fundar em Portugal uma sociedade de concertos ao estilo da Philharmonic Society londrina, esta fundada em Londres em 1812. Pretendia deste modo preencher uma grave lacuna na cultura musical portuguesa.
Mas o ambiente que se vivia em Portugal, tornara-se ainda mais difícil do que aquele que deixara em 1801 devido à ingerência inglesa na política portuguesa, à ausência da Corte portuguesa no Brasil e o agravamento da repressão contra a Maçonaria Portuguesa e contra todos os que ousavam defender os princípios liberais do constitucionalismo. Deste modo decide regressar a Londres onde publica Três Sonatas para Piano e Violino. Op. 18 e, Elementos de Música e Método para Tocar Piano Forte, Op. 19, a sua principal obra pedagógica que dedicou à “nação portuguesa”. Além disso compôs ainda, Grande Sonata para Piano. Op. 20, Fantasia e Variações para Piano sobre a Ária de Mozart «Soyez Sensibles». Op. 21, uma Ária da Ópera Alessandro in Efeso composta e arranjada para Piano, Op. 22, uma Valsa e uma Marcha.
Em 1816, passa por Paris e regressa a Lisboa aquando da morte de D. Maria I no Brasil. Em 1817 o General Gomes Freyre é enforcado no Forte de S. Julião da Barra e este ambiente de repressão leva-o a Paris, de novo em 1818, mas também aí a crispação política não propicia às artes. De regresso a Portugal, dedica-se à composição da que é considerada a sua obra-prima, o Requiem Op.23, (À memória de Camões), integrada no mesmo espírito de revivalismo que tinha originado a publicação em França da famosa edição de Os Lusíadas pelo Morgado de Mateus (1817). Este requiem é talvez o mais importante composto entre o Requiem de Mozart (1791) e o de Berlioz (1837).
João Domingos Bomtempo volta a sair do país para, em 9 de março de 1821, apenas alguns meses depois da Revolução de 1820, oferecer ao Soberano Congresso, uma nova missa de homenagem à regeneração política portuguesa. Esta missa foi cantada na Igreja de S. Domingos no dia 28 de março, seguida de um Te Deum mas, realizada a homenagem à nação, Bomtempo pode então assumir o que não podia antes e, compõe uma nova Missa de Requiem, desta vez, à memória de Gomes Freyre de Andrade e aos supliciados de 1817. Agora, já o nome do prestigiado General e grão-mestre da Maçonaria Portuguesa podia ser evocado, sem os riscos que essa atitude comportaria, alguns anos antes.
João Domingos Bomtempo alcançou a estima de D. João VI e dirigiu as exéquias fúnebres de D. Maria I, quando os seus restos mortais chegaram a Lisboa. Conseguiu obter as condições que lhe permitiram fundar a ambicionada Sociedade Filarmónica, que iniciou a sua actividade em agosto de 1822, com a realização de concertos periódicos. No entanto, a política interpõe-se uma vez mais no seu caminho, quando a reacção miguelista lhe proíbe a realização dos concertos então levados a palco na Rua Nova do Carmo e mesmo após a sua reabertura - no insuspeito palácio velho do duque de Cadaval, onde é hoje a estação do Rossio – pela influência de alguns fidalgos admiradores de Bomtempo, viu as suas portas serem definitivamente fechadas após os acontecimentos de 1828 (aclamação do Rei D. Miguel - Guerras Liberais), altura em que o Absolutismo volta ao poder. Este foi um período difícil na vida do compositor português, quando até a sua integridade física esteve seriamente ameaçada. Acabou por ter de se refugiar no Consulado da Rússia em Portugal, mantendo-se aí durante cinco anos, até à chegada a Lisboa das forças liberais de D. Pedro.

Com o constitucionalismo, João Domingos Bomtempo pôde retomar a sua actividade artística e é nomeado, por D. Pedro IV, professor da rainha D. Maria II. Em 1835, compõe para celebrar o primeiro aniversário da morte de D. Pedro IV, uma Segunda Sinfonia e um Libera Me. Em 1836, é criado, sob inspiração de Almeida Garrett, o Conservatório Geral de Arte Dramática, sendo entregue a Bomtempo a Direcção da sua Escola de Música, mantendo-se como chefe da Orquestra da Corte e onde acumulou também as funções de professor de piano. Aí pretendeu implantar um novo modelo de pedagogia musical, contando para isso com o recurso aos métodos do seu amigo Muzio Clementi, sem dúvida um dos mais notáveis mestres do piano do seu tempo, na altura já falecido. Embora se dedique mais ao ensino, continua a compor até 1842, data em que compõe e dirige uma missa festiva que seria executada, na Igreja dos Caetanos, por professores e alunos do Conservatório. Viria a morrer alguns dias depois, a 18 de agosto de 1842, vítima de uma "apoplexia".
Alguns esforços têm sido feitos para divulgar a música de João Domingos Bomtempo, nomeadamente algumas gravações, mas a grande parte mantém-se desconhecida e inédita. As suas composições compreendem concertos, sonatas, fantasias e variações, compostas para piano-forte, desde sempre o seu instrumento preferido e do qual foi exímio intérprete. Conhecem-se também duas sinfonias, embora se admita a existência de mais cinco, que transmitem de um modo mais flagrante a sua personalidade musical e as suas influências invulgares para compositor ibérico da época, nomeadamente influências germânicas clássicas. São ainda de destacar alguns trabalhos corais-sinfónicos como o já o referido Requiem em memória de Camões e outros e ainda alguns fragmentos a ópera Alessandro in Efeso.
A música de Bomtempo, apesar de revestida de inegável qualidade e de ter alargado o panorama musical português da época, não é vanguardista, sendo mesmo menos moderna que a de Haydn e Mozart e muito menos do que a de Beethoven (seu contemporâneo e compositor de transição clássico-romântico). Por último é importante referir que João Domingos Bomtempo foi sempre defensor dos valores portugueses e na sua obra assumem posição de relevo os valores da liberdade individual e da soberania da nação portuguesa.