Joaquim de Magalhães Fernandes Barreiros (Vila Praia de Âncora, 19 de junho de 1947), mais conhecido por Quim Barreiros, é um cantor popular português que toca acordeão, conhecido pelas suas letras de duplo sentido (a chamada música pimba).
quarta-feira, junho 19, 2013
Quim Barreiros nasceu há 66 anos
Joaquim de Magalhães Fernandes Barreiros (Vila Praia de Âncora, 19 de junho de 1947), mais conhecido por Quim Barreiros, é um cantor popular português que toca acordeão, conhecido pelas suas letras de duplo sentido (a chamada música pimba).
terça-feira, junho 18, 2013
Hoje é dia de recordar o casal luso-castelhano de Lanzarote
OS DOIS DE LANZAROTE
Eram um casal aéreo, cruzavam aeroportos,
digo eu o delator, o escriba acocorado, e sigo-os
nas suas fantasias voadoras,
açambarcando as nuvens, os romances,
toda a luta de classes
nas longas, estreitíssimas passagens dos jactos
pelo céu alucinante e cru.
Um casal a encher uma península.
Ruídos pérfidos perseguiam a sua alta rota revoltada,
a ela lambuzavam-lhe os vestidos, transparentes,
abertos sobre as nuvens.
E a ele arrancavam-lhe os cabelos
agarrados ao cérebro.
Mas eles voam mais alto, no assombro, mais livres.
Só eu pareço agora um cão acabrunhado
nas coxias deste chão sem ar,
e os olhos presos naquela exuberância.
Eles são dois padrões erguidos na terra retalhada
pelos elegantes domadores da fala,
e do mar mediterrâneo.
Recordai, ó leitores, a exibição da ternura,
a estridência feliz dos abraços frente à multidão,
a imponência do sucesso a pulso.
Um velho, uma mulher madura, uma ilha vulcânica.
E o ar que acolhe os seus impulsos
com a firme decisão de fazer estremecer
o mundo.
in De Amore (2012) - Armando Silva Carvalho
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Começou a subdução ao largo da costa portuguesa?!?
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Roald Amundsen desapareceu há 85 anos
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Paul McCartney - 71 anos!
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Alison Moyet - 52 anos
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O estranho e único poeta Mário Saa nasceu há 120 anos
- Evangelho de S.Vito (1917)
- Portugal Cristão-Novo ou os Judeus na República (1921)
- Poemas Heróicos / Simão Vaz de Camões; Pref. de Mário Saa (1921)
- Camões no Maranhão (1922)
- Táboa Genealógica da Varonia Vaz de Camões (1924)
- A Invasão Dos Judeus (1925)
- A Explicação do Homem: Através de uma auto explicação em 207 táboas filosóficas (1928)
- Origens do Bairro-Alto de Lisboa: Verdadeira notícia (1929)
- Nós, Os Hespanhóis (1930)
- Proclamações à Pátria: Uma Aliança Luso-Catalã (?)
- Proclamações à Pátria: Até ao Mar Cantábrico (1931)
- Erridânia: A Geografia Mais Antiga do Ocidente (1936)
- As Memórias Astrológicas de Camões e o Nascimento do Poeta em 23 de Janeiro de 1524 (1940)
- As Grandes Vias da Lusitânia: O Itinerário de Antonino Pio (6 T.; 1957-1967)
- Poesia e alguma prosa - Organização, introdução e notas de João Rui de Sousa, INCM, (2006)
Xácara das Mulheres Amadas
Quem muitas mulheres tiver,
em vez de uma amada esposa,
mais se afirma e se repousa
pera amar sua mulher;
Quem isto não entender...
em cousas d'amor não ousa,
em cousas d'amor não quer!
Quantas mais, mais se descansa,
mais a gente serve a todas;
quantas mais forem as bodas,
quantos mais os pares da dança,
menos a dança nos cansa
O gosto d'andar nas rodas.
Que quantas mais, mais detido
a cada uma per si;
nem cansa tanto o que vi,
nem fica o gosto partido;
ao contrário, é acrescido
a cada uma per si!
No paladar de mudar
mais se sente o gosto agudo:
que amar nada ou amar tudo
é estar pronto a muito amar;
o enjoo vem de não estar
a par do nada e do tudo.
Mais facilmente se chega
pera muitas que pera uma;
e a razão é porque, em suma,
se esta razão me não cega,
quem quer que muitas adrega
é como tendo...nenhuma!
Com muitas, descanso vem,
faz o desejo acrescido:
que é o mais apetecido
aquilo que se não tem;
e o apetite é o bem;
e em saciá-lo é perdido.
Também a mulher que tem
seu marido repartido
é mais gostosa do bem
que advém de seu marido!
Tão gostosa e recolhida,
tão pronta e tão conformada,
quanto o gosto é não ter nada;
porque o gosto é ser servida
e não o estar contentada.
O gosto é coisa corrente,
e quem o tem já não sente
o gosto dessa corrida,
que tê-lo, é cousa ... jazente...
que tê-lo , é cousa... perdida!
Ora, pois, nesta jornada
não vi nada mais de amar
que ter muito por chegar
e cousa alguma chegada;
não vi nada mais de ter...
que ter muito que perder...
e cousa alguma ganhada!
in 366 Poemas que falam de Amor (2003) - antologia organizada por Vasco Graça Moura
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Maria Bethânia - 67 anos
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Marcadores: Brasil, Eu sei que eu tenho um jeito estúpido de te amar, Maria Bethânia, MPB, música
Mísia - 57 anos
Nasceu um dia (18) de junho, na cidade do Porto, fruto de um caso de amor sem a bênção de bons presságios: pai engenheiro, educado numa burguesia que nunca veria com bons olhos o passado artístico colorido e saleroso da mãe bailarina, espanhola, habituada a enquadramentos sociais menos formais. A menina, Susana, começa assim a sua estranha forma de vida, entre dois mundos. Fado de início, para continuar anos fora.
Boa aluna, mesmo dividida entre os dois lados da barreira, já com cada progenitor de costas viradas. Mas os interesses da jovem são muitos: letras, filosofia, talvez as artes. Falaram mais alto as artes... e Espanha, opção natural para quem procurava outros ares. Mudou para terras do lado de lá da fronteira, assentou arraiais em Barcelona. Abrem-se então os panos dos palcos, de muitos palcos, em ruas boémias e canções de engate, cafés nocturnos, espectáculos em que se variam as músicas.
Era já Mísia, uma influência da avó, figura que sempre lhe faz nascer um sorriso nos lábios, como quem lembra uma fada de força maior. A artista em formação trabalhava tanto que aprendia músicas ao ritmo frenético e ávido da "Broadway" de las calles mayores de Catalunha, sem nunca parar. Era conhecida pela versatilidade; hoje um programa de rádio, amanhã uma pantalla de television, tudo ao som dos reportórios internacionais, cantando uma torre de babel de idiomas e influências sonoras. As coisas até corriam bem, mas cansou-se.
Mutatis, mutandis. Ala para Madrid, começar de novo, procurar outras coisas. Período das viagens entre um show e outro, uma paragem geográfica e a seguinte. Talvez fosse o desassossego de querer mais, talvez a necessidade de aprender o que só os livros lhe davam, no meio do ruído e dos brilhos exagerados dessas noites longas de cabarés dourados e salas de cantigas cheias de fumos e gargalhadas abertas. Não bastava, como sempre.
Neste procura, surgiram um dias as raízes do passado que parecia distante, o fado popular das ruas mais típicas da cidade invictamente paterna. O Porto, um porto... de abrigo, pausa para a viagem. Seria este o caminho mais certo? Cruzou de novo a fronteira e o futuro. Voltou, malas feitas e os olhos a sonhar, como sempre. Reinício, take número... (a quem é que interessam as estatísticas? Somos gente... apenas). Decidida a procurar a paz das raízes, de uma cultura que poderia finalmente situá-la entre pares, fazê-la partilhar um grupo. A intenção era boa, mas as concretizações deram que falar. Quem era aquela jovem de franja negra e olhos intensos que aparecia assim desta forma, a querer saber o que era o fado sem pedir licença a ninguém. Buscando a verdadeira tradição, sem se render à evidência nem confundindo o genuíno com o conservador ou reaccionário... Uma nova barreira para saltar: entre os que viam o fado como mácula de um regime desfeito a toque de cravos e os que se espantavam pelo ar arrojado desta mulher de pele branca, cabelo preto, olhos em arco, às vezes de espanto.
Encontrou as respostas (ou o princípio das respostas, porque as perguntas não ficaram por ali) na mudança que os tempos tinham trazido a esta expressão musical urbana, onde cada tempo e voz tinham deixado marca. Das origens mais formais foi buscar sustentação para lançar outros voos. Juntou sonoridades (instrumentos que este género não ouvia há muitos anos - o violoncelo ou o acordeão; o piano de vagares aristocráticos, quando o fado ainda era de salão). E principalmente, descobriu um mundo novo de palavras, um tesouro de frases sem rima obrigatória mas liberdades poéticas. Círculo literário a que se vão juntando os mais importantes nomes da literatura portuguesa: Lídia Jorge, Mário Cláudio, Eduardo Prado Coelho, Vasco Graça Moura, Agustina, Saramago.
Os discos sucediam-se: 1991, "Mísia", de nome próprio, "Fado, em 93", "Tanto menos, tanto mais", a meio da década, já vivida - novamente - entre chegadas e partidas internacionais. Embaixadora da voz, segue com Garras dos Sentidos (98), distinguido com o prémio Charles Cros, disco que se arrisca a arranjos com os tais instrumentos ainda não usados neste género musical. Maria João Pires acompanha-a no disco lançado quase de imediato, "Paixões Diagonais" que cruza muitas estreias de autores nesta área, tantos nas melodias como nas letras. A nova década, porém, dá lugar à tradição. Quer fazer uma evocação às casas de fado, aos textos populares, e grava Ritual (em 2001), como se estivesse a fazer apresentações ao vivo, cada canção de uma vez só. Carlos Paredes e as suas melodias, que Mísia enche das palavras comovidas de uma verdadeira homenagem ao mestre da guitarra, dão corpo a "Canto", em 2003, premiado pela crítica especializada na Alemanha.
Cada registo saía em novos pontos do globo, dava origem a outros concertos, e mais palcos em pontos do mundo nunca antes navegados pelo fado. Uma redescoberta do Japão à Argentina, passando pela Espanha, pela França (que a condecorará mais tarde pela relevância artística da carreira). As nuvens de outras histórias e tradições pintam os céus de influências: mescla tango, bolero e fado num "Drama Box" (gravado em 2005) repleto de afectos sonoros e cumplicidades artísticas: Fanny Ardant, Miranda Richardson, Ute Lemper, Carmen Maura, Maria de Medeiros e Sophia Calle participam no projecto, depressa transformado em espectáculo ao vivo. Esta procura das emoções que ilustram o "fado" de outras culturas (fatum, relação trágica com o destino, como explica Mísia) estão aliás agora bem presentes nestas Ruas (de 2009) mostradas a todos. Entre Lisboa (o bairro virado para o rio, os passeios de pedras brancas, os amigos) e o resto do universo. Como sempre.
Nenhuma estrela caiu - Mísia
Letra (adaptada) de José Saramago e música de Franklin Rodrigues
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
Talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono desperte
O sonho que deixa vê-las
Abro as janelas...
E o frio vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
A ponte
in Provavelmente Alegria (1970) - José Saramago
Postado por Fernando Martins às 00:57 0 bocas
Marcadores: Fado, José Saramago, Mísia, música, Nenhuma Estrela Caiu, poesia
A Batalha de Waterloo foi há 198 anos
José Saramago morreu há três anos
Não, não há morte.
Nem esta pedra é morta,
Nem morto está o fruto que tombou:
Dá-lhes vida o abraço dos meus dedos,
Respiram na cadência do meu sangue,
Do bafo que os tocou.
Também um dia, quando esta mão secar,
Na memória doutra mão perdurará,
Como a boca guardará caladamente
O sabor das bocas que beijou.
in Os poemas possíveis (1966, atualizado em 1982) - José Saramago
Postado por Fernando Martins às 00:03 0 bocas
Marcadores: jornalismo, José Saramago, literatura, poesia, Prémio Nobel
segunda-feira, junho 17, 2013
Charles Gounod nasceu há 195 anos
Postado por Fernando Martins às 19:50 0 bocas
Marcadores: Charles Gounod, França, música, Ópera, romantismo, Roméo et Juliette
Porque fiz greve hoje
A greve e as condições de trabalho dos professores
Postado por Adelaide Martins às 13:55 0 bocas
Marcadores: dignidade, Escola Pública, greve, professores
O antigo Campeão do Mundo de Xadrez Tigran Petrosian nasceu há 84 anos
Postado por Fernando Martins às 08:40 0 bocas
Marcadores: campeão, Geórgia, Tigran Petrosian, União Soviética, Xadrez
O último guilhotinamento público foi há 74 anos
- em 21 de julho de 1937, assassinato de Jean de Koven;
- em 3 de setembro de 1937, assassinato de Joseph Couffy;
- em 4 de outubro de 1937, assassinato de Jeanine Keller;
- em 16 de outubro de 1937, assassinato de Roger Le Blond;
- em 20 de novembro de 1937, assassinato de Fritz Frommer;
- em 27 de novembro de 1937, assassinato de Raymond Lesobre.
Postado por Fernando Martins às 07:40 0 bocas
Marcadores: Eugen Weidmann, França, guilhotina, pena de morte
Barry Manilow - 70 anos!
Stravinski nasceu há 131 anos
Postado por Fernando Martins às 01:31 0 bocas
Marcadores: ballet, Ballets Russes, Igor Stravinski, maestro, música, Orpheus, piano, século XX