Mostrar mensagens com a etiqueta MPP. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta MPP. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, novembro 19, 2024

Música adequada à data...

 

Perfilados de Medo - José Mário Branco
Poema de Alexandre O'Neil e música de José Mário Branco

 

Perfilados de medo, agradecemos
o medo que nos salva da loucura.
Decisão e coragem valem menos
e a vida sem viver é mais segura.

Aventureiros já sem aventura,
perfilados de medo combatemos
irónicos fantasmas à procura
do que não fomos, do que não seremos.

Perfilados de medo, sem mais voz,
o coração nos dentes oprimido,
os loucos, os fantasmas somos nós.

Rebanho pelo medo perseguido,
já vivemos tão juntos e tão sós
que da vida perdemos o sentido...

 

in Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades - LP de 1971

terça-feira, novembro 05, 2024

Ana Bacalhau nasceu há 46 anos

     
Ana Sofia Dias da Costa Bacalhau (Lisboa, 1978), mais conhecida apenas como Ana Bacalhau é uma cantora portuguesa, ficou conhecida como vocalista do grupo Deolinda, inspirado pelo fado e pelas suas origens tradicionais.
 
 

sábado, agosto 10, 2024

Marião...!

Música de aniversariante de hoje...!

Música de aniversariante de hoje...

Né Ladeiras nasceu há 65 anos

     
Né Ladeiras, é o nome artístico da cantora portuguesa Maria de Nazaré de Azevedo Sobral Ladeiras (Porto, 10 de agosto de 1959).
Nasceu numa família com grandes afinidades com a música. A mãe cantava em programas de rádio, o pai tocava viola e o avô materno tocava guitarra portuguesa, braguesa, cavaquinho e instrumentos de percussão. Com 6 anos participa no Festival dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz. Durante a sua adolescência integra vários projetos musicais, entre os quais um duo acústico formado com uma amiga da escola.
A sua carreira musical começou realmente com a fundação, em 1974, com diversos amigos, da Brigada Victor Jara, projeto no qual tocavam sobretudo música latino-americana tendo participado em diversas campanhas de animação cultural do MFA (Movimento de Forças Armadas) e de trabalho voluntário. O interesse do grupo pela música tradicional portuguesa só se manifesta nos últimos meses de 1976, após realizarem diversos espetáculos pelo país e aí "descobrirem" as potencialidades e qualidade da nossa tradição musical.
Em 1977, na sequência de uma atuação na FIL (Feira Internacional de Lisboa), mantêm contactos com a editora Mundo Novo (associada à editorial Caminho), para a qual gravam, durante dois dias, o álbum Eito Fora, que é editado nesse mesmo ano. Né Ladeiras interpreta, neste disco, um dos temas mais conhecidos, Marião com base num tradicional de Trás-os-Montes.
No ano seguinte, Né Ladeiras participa ainda nas gravações do segundo álbum da Brigada Victor Jara intitulado Tamborileiro. Em 1979, após se separar da Brigada, Né Ladeiras junta-se ao agrupamento Trovante, ainda antes de este alcançar sucesso, com o qual grava o single Toca a Reunir.
Na altura da gravidez do seu primeiro filho, Né Ladeiras fica em casa e é nessa altura que é convidada pelos Trovante que já andavam há muito tempo à procura de uma voz feminina. Fizeram alguns espetáculos e toda a preparação de Baile do Bosque. Quase todas as músicas da maqueta apresentada às editoras eram cantadas por Né Ladeiras.
Entre 1980 e 1982, integra um dos projetos mais inovadores da música portuguesa, a Banda do Casaco, fundada em 1973 por Nuno Rodrigues e António Pinho (ex- Filarmónica Fraude). Né Ladeiras participa na gravação dos álbuns No Jardim da Celeste (em 1981) e Também Eu (em 1982) que incluíam alguns dos maiores sucessos do grupo, como sejam Natação Obrigatória e Salvé Maravilha.
O primeiro trabalho a solo de Né Ladeiras, Alhur, é editado em 1982 pela Valentim de Carvalho. O disco, um EP (ou máxi-single) composto por quatro temas da autoria de Miguel Esteves Cardoso (letras) e Né Ladeiras (músicas), regista a participação de Ricardo Camacho na produção e dos Heróis do Mar como músicos de estúdio. Alhur é um disco que fala de águas, desde as águas régias do pensamento às águas salgadas dos oceanos e das lágrimas.
Né Ladeiras retribuiu, nesse mesmo ano, a colaboração com os Heróis do Mar, participando no maxi-single de Amor, que se tornou um grande êxito comercial.
Colabora com Miguel Esteves Cardoso num duplo álbum intitulado Hotel Amen que não chega a ser gravado.
Em 1984 é editado pela Valentim de Carvalho o álbum, Sonho Azul, com produção de Pedro Ayres Magalhães (membro dos Heróis do Mar e futuro mentor dos Madredeus e Resistência), que também assina as letras e partilha, com Né Ladeiras, a composição das músicas. O disco é dedicado a todas as pessoas que fizeram do cinzento um "Sonho azul" e ao filho Miguel. Dos oito temas, os que obtém maior notoriedade são: Sonho Azul, Em Coimbra Serei Tua e Tu e Eu.
Participa no Festival RTP da Canção de 1986 com Dessas Juras que se Fazem, um inédito de Carlos Tê e Rui Veloso.
Em 1988 integra o projeto Ana E Suas Irmãs, idealizado por Nuno Rodrigues - seu colega na Banda do Casaco e então diretor da editora Transmédia. O grupo concorre ao Festival RTP da Canção de 1988 com o tema Nono Andar, sendo apresentado como um conjunto mistério. No entanto, Né Ladeiras não participa no certame, colaborando apenas na edição em single.
Em 1989 lança um álbum dedicado à atriz sueca Greta Garbo, Corsária, fruto de um projeto de pesquisa, o que, aliás, é bem característico do trabalho a solo de Né Ladeiras. A produção e arranjos estiveram a cargo de Luís Cília. As músicas são compostas por si, sendo as letras da autoria de Alma Om. O disco não obtém uma grande divulgação, principalmente porque a editora abre falência pouco tempo após a edição do disco.
Colabora igualmente com a rádio, outra das suas paixões, em rádios de Coimbra, Antena 1 e TSF. E, posteriormente, em resultado de algum desencantamento com a música, retira-se da atividade musical.
Em 1993 participa nas gravações de Matar Saudades, tema bónus incluído na edição em CD do disco Banda do Casaco com Ti Chitas.
Entre janeiro de 1993 e outubro de 1994, Né Ladeiras grava, com produção de Luís Pedro Fonseca, o seu terceiro álbum, Traz-os-Montes, uma produção da Almalusa com edição da EMI-Valentim de Carvalho, que resulta de dois anos de pesquisa de material relacionado com a música e a cultura tradicionais transmontanas (onde veio a descobrir raízes na família), nomeadamente as recolhas efetuadas por Michel Giacometti e por Jorge e Margot Dias. O disco recebeu o Prémio José Afonso.
A qualidade de temas como Çarandilheira e Beijai o Menino fazem deste disco, que é a revisitação de temas tradicionais transmontanos interpretados em mirandês, a sua obra-prima e um dos melhores discos de sempre da música portuguesa.
No Natal de 1995 é editado o disco Espanta Espíritos, disco de natal idealizado e produzido por Manuel Faria (seu colega nos tempos dos Trovante), no qual participam diversos artistas, entre os quais se destaca Né Ladeiras que interpreta o tema "Estrela do Mar" com letra de João Monge e música de João Gil.
Em 1996 participa na compilação A Cantar com Xabarin, Vol. III e IV, proposta pelo programa da TV Galiza, com o tema Viva a Música! composto por Né Ladeiras e Bruno Candeias, no qual participam, nos coros, os seus filhos Eduardo e João.
O álbum Todo Este Céu, editado em (1997), é inteiramente dedicado às canções de Fausto, compositor popular português.
No álbum-compilação A Voz e a Guitarra faz incluir o tema As Asas do brasileiro Chico César e uma nova versão de La Molinera que conta com a participação do guitarrista Pedro Jóia.
Durante a Expo '98 partilha Afinidades com Chico César numa iniciativa que "desafia cantoras nacionais a conceberem um espetáculo para o qual convidam um ou uma vocalista que seja para elas uma referência." Os dois intérpretes participam igualmente no programa Atlântico da RTP/TV Cultura.
Em 1999 inicia no Castelo de Montemor-o-Velho as gravações de um disco de cantares religiosos e pagãos com a produção de Hector Zazou. Nele participam músicos portuguesas como os Gaiteiros de Lisboa, Pedro Oliveira, João Nuno Represas, passando por um grupo de adufeiras do Paul e ainda a colaboração, em algumas faixas, de Brendan Perry, Ryuichi Sakamoto e John Cale. Por divergências de reportório com o mítico produtor, Né Ladeiras decide não continuar com as gravações e dá por finda a sua realização. Meses mais tarde outros nomes são indicados para a produção do disco Tim Whelan e Hamilton Lee dos Transglobal Underground e novos arranjos são elaborados pelos músicos britânicos. Apesar dos esforços da cantora e dos novos produtores o álbum não chega a ser gravado.
Colabora no disco Sexto Sentido que marcou o regresso da Sétima Legião. Em 2000 é editada a coletânea Cantigas de Amigos com produção de João Balão e Moz Carrapa.
Anamar, Né Ladeiras e Pilar Homem de Melo juntaram-se em concerto, por iniciativa de Tiago Torres da Silva, em dois concertos realizados no mês de novembro de 2000.
O álbum Da Minha Voz, de (2001), têm várias músicas do brasileiro Chico César e teve lançamento no Brasil em espetáculos realizados em São Paulo, com a orquestra do Teatro Municipal de São Paulo e com o grupo Mawaca. A imprensa brasileira teceu críticas positivas e elogiou, sobretudo, a voz grave e segura de Né Ladeiras. O disco conta com a participação de Ney Matogrosso, curiosamente cantando sozinho o tema "Sereia".
Ao mesmo tempo foi delineando outros projetos: um disco inspirado nas pinturas de Frida Kahlo e um outro disco de homenagem à escritora Isabelle Eberhardt (escritora convertida ao Islão, autora de "Escritos no Deserto") contando, para isso, com as letras de Tiago Torres da Silva.
É editada uma compilação com os discos Alhur e Sonho Azul.
Em abril de 2010 iniciou a gravação de um novo disco com composições suas e letras de Tiago Torres da Silva na alcaidaria do castelo de Torres Novas. Conta com as participações de Vasco Ribeiro Casais (Dazkarieh), Nuno Patrício (Blasted Mechanism), Francesco Valente (Terrakota), Corvos, Lara Li e Mísia.
Em 2016 lançou o CD "Outras vidas", dedicado a várias mulheres que marcaram a sua vivência e a sua carreira como Avita, Greta Garbo, Frida Khalo, Madre Teresa, Isabelle Eberhardt ou Violeta Parra. A música é da própria e as letras têm assinatura de Tiago Torres da Silva tendo produção de Amadeu Magalhães.
  
Discos e prémios

A discografia de Né Ladeiras é composta por álbuns a solo, álbuns de bandas de que fez parte, participações especiais em discos de outros artistas e compilações, entre eles:

 

 Álbuns

   
Compilações 
 Participações Especiais
  • 1985 - José Afonso - Tema Benditos do disco Galinhas do Mato
  • 1981 - Heróis do Mar - Amor (EP)
  • 1999 - Sétima Legião - A Volta ao Mundo (CD, Sexto Sentido)
  • 1996 - UHF - Amor Perdi (no álbum 69 Stereo, 1996)
  • 2000 - Mawaca - Reis; Alvíssaras, CD astrolabio . tucupira . com . brasil
  • 2010 - Corvos, com os temas No Canto do Olho e Depois do Mar Sem Fim, no CD Medo
  • 2010 - Tema Malhão do Vento, do CD Dentro da Matriz dos OMIRI
  • Tema Ayask ou Os Guerreiros da Utopia, do CD do grupo Nação Vira Lata
   
Prémios
  • Foi nomeada para vários Prémios BLITZ:
    • 1994: nomeação para melhor voz feminina, artista do ano e melhor álbum por Traz os Montes
    • 1997: nomeação para melhor voz feminina
  • Em 2020, a rubrica 101 canções que marcaram Portugal da Revista Blitz colocou a canção Sonho Azul em 22º lugar
  • Os Melhores Discos da Música Portuguesa
     

 


segunda-feira, julho 01, 2024

A Música está mais pobre - morreu o cantautor Fausto...

 

(imagem daqui)

Morreu o cantor Fausto Bordalo Dias 

 

Um notável cantor e compositor, filho da professora primária do meu Pai, registado como nado na minha terra (Vila Franca das Naves), embora, aparentemente, nascido na viagem de barco para Angola. As nossas famílias eram amigas no passado (uma minha tia-avó, a madrinha Prazeres, também angolana por opção, era bastante amiga da mãe de Fausto). A mãe do Fausto era de Escalhão (Figueira de Castelo Rodrigo) e o pai de Vila Franca das Naves...

Um músico notável, com um dos melhores álbuns de sempre (o duplo Por este rio acima...), um homem solidário e uma excelente pessoa, como todos são depois de partirem...

 


quarta-feira, junho 19, 2024

Porque hoje é o 77º aniversário de Quim Barreiros...

(imagem daqui)
     
Joaquim de Magalhães Fernandes Barreiros (Vila Praia de Âncora, 19 de junho de 1947), mais conhecido por Quim Barreiros, é um cantor popular português que toca acordeão, conhecido pelas suas letras de duplo sentido (a chamada música pimba).
Aos 9 anos já tocava bateria no conjunto de seu pai (Conjunto Alegria). O seu primeiro disco foi lançado em 1971, juntamente com o famoso guitarrista Jorge Fontes, quando apenas tocava acordeão e folclore minhoto. A sua fama estendeu-se já ao Brasil e à Galiza, e já atuou em quase todos os países onde existem comunidades de portugueses (Canadá, E.U.A, Venezuela, Brasil, África do Sul, França, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Suíça e outros).
   

 


terça-feira, junho 04, 2024

Hoje, sinto-me frágil...

Jorge Palma faz hoje 74 anos

     
Jorge Manuel de Abreu Palma (Lisboa, 4 de junho de 1950) é um músico, cantor e compositor português.
     

 


sábado, maio 25, 2024

Porque um cantor nunca morre, enquanto for recordado...

José Mário Branco nasceu há oitenta e dois anos...

       
José Mário Branco (Porto, 25 de maio de 1942 - Lisboa, 19 de novembro de 2019), foi um músico e compositor (cantautor) português
   
Biografia
Filho de professores primários, cresceu entre o Porto e Leça da Palmeira, sendo marcado pelo ambiente luzidio e inspirador desta vila piscatória. Iniciou o curso de História, primeiro na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, depois na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, não o tendo terminado. Expoente da música de intervenção portuguesa, começou por ser ativo na Igreja Católica. Depois aderiu ao Partido Comunista Português e foi perseguido pela PIDE, até se exilar em França, em 1963. Em 1974 regressou a Portugal e fundou o Grupo de Acção Cultural - Vozes na Luta!, com o qual gravou dois álbuns.
Como interveniente em concertos ou álbuns editados, como cantautor e/ou como responsável pelos arranjos musicais, José Mário Branco é autor de uma obra singular no panorama musical português. Entre música de intervenção, fado e outras, são obras famosas os discos Ser solidário, Margem de Certa Maneira, A noite, e o emblemático FMI, obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e desencantos. Esta última foi proibida pelo próprio José Mário Branco de passar em qualquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante este facto, FMI será, provavelmente, a sua obra mais conhecida. O seu álbum mais recente, lançado em 2004, intitula-se Resistir é Vencer, em homenagem ao povo timorense, que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. O ideário socialista está expresso em muitas das suas letras.
Trabalhou com diversos outros artistas de relevo da música de intervenção e outros géneros, nomeadamente José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto Bordalo Dias, Janita Salomé, Amélia Muge, Os Gaiteiros de Lisboa e, no âmbito do Fado, Carlos do Carmo, Camané e Katia Guerreiro. Do mesmo modo compôs e cantou para o teatro, o cinema e a televisão, tendo sido elemento de A Comuna - Teatro de Pesquisa.
Em 2006, com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Terminou o 1.º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o melhor aluno do seu curso. Desvalorizou a Bolsa de Estudo por Mérito que lhe foi atribuída, dizendo que é «algo normal numa carreira académica».
Em 2009 voltou às atuações públicas com dois concertos intitulados Três Cantos, juntando «referências não só musicais mas também poéticas do que é cantar em português»: José Mário Branco, Sérgio Godinho e Fausto.
Morreu, aos 77 anos, de acidente vascular cerebral, na madrugada do dia 19 de novembro de 2019, em Lisboa. 
   

 


quinta-feira, maio 02, 2024

Paco Bandeira nasceu há 79 anos

    
Francisco Veredas Bandeiras, de pseudónimo Paco Bandeira, (Elvas, 2 de maio de 1945), é um cantor e compositor português.  
Com mais de cinquenta anos de carreira musical, é reconhecido como um dos representantes da atual música popular portuguesa.
    
(...)   
   

Em 1996, a sua vida é violentamente agitada pela morte da sua mulher Maria Fernanda em circunstâncias trágicas, após ser atingida por uma bala na cabeça, tendo, após inquérito, sido considerado suicídio. É pai de Ana Paula (1963) e Maria da Conceição (1964), filhas desse primeiro casamento.

Em 1997 casa-se com Maria Roseta, com quem viveu até 2009. Dessa união nasceu a filha Constança (1999).

Uma outra filha, Ângela, nasceu no início dos anos 1970, mas só foi perfilhada em maio de 2012.

É ainda avô de quatro netos: Rúben, Carlota, Rita e Jéssica.

No início de 2012 foi acusado pelo Ministério Público de violência doméstica.

Em 13 de julho de 2012, foi condenado a uma pena de três anos e quatro meses de pena suspensa por violência doméstica e detenção de arma proibida. Pagou ainda três mil euros de indemnização à ex-mulher e uma coima de 400 euros por posse de um revólver sem licença. Recorreu ao Tribunal da Relação de Lisboa, que confirmou a pena. Os juízes desembargadores concluíram que Maria Roseta foi vítima de violência doméstica.

Casou-se com Gisela de Jesus em 2014.
   

 


sexta-feira, março 29, 2024

Fernando Tordo - 76 anos

    
Fernando Travassos Tordo (Lisboa, 29 de março de 1948) é um cantor e compositor português. Compôs algumas das músicas mais emblemáticas do cancioneiro da língua portuguesa com o poeta José Carlos Ary dos Santos entre elas "Tourada", "Estrela da Tarde", "Lisboa Menina e Moça", "Cavalo à Solta", "Balada para os Nossos Filhos" e "O amigo que eu canto". Os seus temas são cantados por intérpretes como Carlos do Carmo, Mariza, Carminho, Amor Electro e Simone de Oliveira, entre outros. Venceu também o Festival RTP da Canção, em 1973 com "Tourada" e, em 1977, com "Portugal no Coração". É considerado uma figura tutelar da música portuguesa, pela extensão e originalidade da sua obra.
    

 

 

Cavalo à solta - Fernando Tordo

Minha laranja amarga e doce
Meu poema feito de gomos de saudade
Minha pena pesada e leve
Secreta e pura
Minha passagem para o breve
Breve instante da loucura
  
Minha ousadia, meu galope, minha rédea,
Meu potro doido, minha chama,
Minha réstia de luz intensa, de voz aberta
Minha denúncia do que pensa
Do que sente a gente certa
  
Em ti respiro, em ti eu provo
Por ti consigo esta força que de novo
Em ti persigo, em ti percorro
Cavalo à solta pela margem do teu corpo
   
Minha alegria, minha amargura,
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha laranja amarga e doce
Minha espada, poema feito de dois gumes
Tudo ou nada
Por ti renego, por ti aceito
Este corcel que não sossego
À desfilada no meu peito
   
Por isso digo canção, castigo
Amêndoa, travo, corpo, alma
Amante, amigo
Por isso canto, por isso digo
Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo
   
Minha alegria, minha amargura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura

 

sábado, janeiro 06, 2024

Porque hoje é dia de Reis...

 

Recolha e descrição de José Alberto Sardinha - ano e local de recolha: 1982 (Moura) Beja 

Cante alentejano na forma antifónica tradicional: entrada do “ponto”, a que se segue o “alto”, e por fim o coro, numa harmonia de terceiras. O canto respira, num ritmo descansado e solene, muito próximo do cantochão, a que não falta o «hoqueto» ou soluço medieval e o desenho acentuadamente »melismático», sobretudo na belíssima entrada do “alto”. Repare-se na presença de vozes femininas 

Imagem «Natividade» (c.1650-60). Óleo sobre cobre, autoria da pintora Josefa de Óbidos (1630 -1684)

José Alberto Sardinha, «Portugal - Raízes Musicais», editado no dia 8 de março de 1997 pela BMG Portugal, em colaboração com o Jornal de Notícias

sexta-feira, dezembro 22, 2023

Júlio Pereira faz hoje setenta anos!

   
Júlio Pereira (Lisboa, 22 de dezembro de 1953), de seu nome completo Júlio Fernando de Jesus Pereira, é um músico, compositor, multi-instrumentista e produtor português.
A sua música caracteriza-se pela utilização de instrumentos tradicionais portugueses, como o cavaquinho e a viola braguesa. Apesar de ter iniciado a sua carreira como músico de rock, nos grupos Petrus Castrus e Xarhanga, mais tarde, começou a dedicar-se à música tradicional portuguesa.
Destaque-se a sua colaboração com outros músicos, como os The Chieftains, Pete Seeger, Zeca Afonso, Kepa Junkera, Carlos do Carmo, Chico Buarque ou Sara Tavares.
Júlio Pereira tem 20 discos de autor e participou em dezenas de discos de outros artistas.
A 9 de junho de 2015, foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
  
        
Discografia
  • 1971 - Marasmo - com Petrus Castrus
  • 1972 - Tudo Isto, Tudo Mais - com Petrus Castrus
  • 1973 - Acid Nightmare - com Xarhanga
  • 1973 - Great Goat - com Xarhanga
  • 1973 - Mestre - com Petrus Castrus
  • 1975 - Bota-Fora (com Carlos Carvalheiro)
  • 1976 - Fernandinho Vai ó Vinho
  • 1978 - Lisboémia
  • 1979 - Mãos de Fada
  • 1981 - Cavaquinho
  • 1983 - Braguesa
  • 1983 - Nordeste[Single]
  • 1984 - Cadói
  • 1986 - Os Sete Instrumentos
  • 1987 - Miradouro
  • 1990 - Janelas Verdes
  • 1990 - O Melhor de Júlio Pereira[Compilação]
  • 1992 - O Meu Bandolim
  • 1994 - Acústico
  • 1995 - Lau Eskutar - com Kepa Junkera
  • 2001 - Rituais
  • 2003 - Faz-de-Conta
  • 2007 - Geografias
  • 2010 - Graffiti
  • 2014 - Cavaquinho.pt (com livro)
  • 2017 - Praça do Comércio
Prémios
 


Música de aniversariante de hoje...!

segunda-feira, novembro 27, 2023

O cante alentejano tornou-se Património Cultural Imaterial da Humanidade há nove anos...!


O cante alentejano é um género musical tradicional do Alentejo, Portugal. O cante nunca foi a única expressão de música tradicional no Alentejo, sendo aliás mais próprio do Baixo Alentejo que do Alto. Com o cante coexistiram sempre formas instrumentais de música com adaptação de peças entre os géneros.

A 27 de novembro de 2014, durante a reunião do Comité em Paris, a UNESCO considerou o cante alentejano como Património Cultural Imaterial da Humanidade.

É um canto coral, em que alternam um ponto a sós e um coro, havendo um alto preenchendo as pausas e rematando as estrofes. O canto começa invariavelmente com um ponto dando a deixa, cedendo o lugar ao alto e logo intervindo o coro em que participam também o ponto e o alto. Terminadas as estrofes, pode o ponto recomeçar com um nova deixa, seguindo-se o mesmo conjunto de estrofes. Este ciclo repete-se o número de vezes que os participantes desejarem. Esta característica repetitiva, assim como o andamento lento e a abundância de pausas contribuem para a natureza monótona do cante.