Mostrar mensagens com a etiqueta Mísia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mísia. Mostrar todas as mensagens

domingo, novembro 16, 2025

Hoje é dia de cantar a poesia de Saramago...

 

Nenhuma estrela caiu - Mísia
Letra (adaptada) de José Saramago e música de Franklin Rodrigues 
   
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
Talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono desperte
O sonho que deixa vê-las
  
Abro as janelas...
E o frio vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.

  
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  

  

NOTA: aqui fica a versão original do poema de Saramago, tão bem adaptado pela saudosa Mísia:

    
  
A ponte

   
  

Vidraças que me separam
Do vento fresco da tarde
Num casulo de silêncio
Onde os segredos e o ar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
    
Fica-se a ponte no espaço
À espera de quem lá passe
Que o motivo de ser ponte
Se não pára a construção
Vai muito mais a vontade
De estarem onde não estão
    
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono consinta
A confiança de vê-las
      
Amanhã o novo dia
Se o merecer e me for dado
Um outro pilar da ponte
Cravado no fundo do mar
Torna mais breve a distância
Do que falta caminhar
       
Há sempre um ponto de mira
O mais comum horizonte
Nunca as pontes lá chegaram
Porque acaba o construtor
Antes que a ponte se entronque
Onde se acaba o transpor
      
Sobre o vazio do mar
Desfere o traço da ponte
Vá na frente a construção
Não perguntem de que serve
Esta humana teimosia
Que sobre a ponte se atreve
     
Abro as vidraças por fim
E todo o vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.
    
 
   
in Provavelmente Alegria (1970) - José Saramago

domingo, julho 27, 2025

Saudades de Mísia (II)...

  

Fado do retorno II - Mísia

Música Armandinho e letra Lídia Jorge 

 

Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Voltaste, já voltaste
Já entras como sempre
Abrandas os teus passos
E páras no tapete
Então que uma luz arda
E assim o fogo aqueça
Os dedos bem unidos
Movidos pela pressa

Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Voltaste, já voltei
Também cheia de pressa
De dar-te, na parede
O beijo que me peças
Então que a sombra agite
E assim a imagem faça
Os rostos de nós dois
Tocados pela graça 

 Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Amor, o que será
Mais certo que o futuro
Se nele é para habitar
A escolha do mais puro
Já fuma o nosso fumo
Já sobra a nossa manta
Já veio o nosso sono
Fechar-nos a garganta
Então que os cílios olhem
E assim a casa seja
A árvore do Outono
Coberta de cereja

Saudades de Mísia...

 

 

Nasci Para Morrer Contigo -  Mísia

Letra de António Lobo Antunes e música de Vitorino 

 

Nasci para morrer contigo
a cama que tenho dou-te
meu amante meu amigo
não te vás ficar comigo
esta noite toda a noite

Quero que a pele seja trigo
a ondular ao açoite
dos gemidos que te digo
meu amante meu amigo
nasci p´ra morrer contigo
esta noite toda a noite

A gaivota dos meus braços
foi feita para o teu rio
tuas pernas são meus laços
a tua boca dois traços

na boca que o espelho viu

Não guardo saudade à vida...

 

Não guardo saudade à vida - Mísia

Composição: Helder Moutinho / Jaime Santos 

 

Trago a saudade esquecida
Guardada em versos passados
Quase morta, adormecida
Na rua dos meus pecados

Agora canto à coragem
De ser eu, razão de ser
Como um rio que não tem margem
Mas não para de correr

Canto as estrelas e o mar
Canto o sol que aquece a dor
E é num leve respirar
Que não me esqueço o amor

Agora já está esquecida
Esta saudade de amar
Não guardo saudade à vida
Que me obrigou a cantar

A Mísia morreu há um ano...

 
Mísia (Porto, 18 de junho de 1955 - Lisboa, 27 de julho de 2024), foi uma cantora portuguesa, considerada uma das mais importantes fadistas de Portugal.
 

Biografia

Nascida Susana Maria Alfonso de Aguiar, no Porto, filha de pai português e mãe catalã, a cantora deu uma nova roupagem à música tradicional lusitana. Cantando em português, francês, napolitano, catalão e espanhol, misturava tendências, diferentes culturas e sons.

O seu disco de estreia, Mísia, foi editado em 1991. O disco inclui canções de Joaquim Frederico de Brito, José Niza, José Carlos Ary dos Santos, Carlos Paião, entre outros.

Em 1993, regressou com Fado, que foi produzido por Vitorino Salomé e contém canções como "Liberdades Poéticas", de Sérgio Godinho, "Nasci Para Morrer Contigo", de António Lobo Antunes e Vitorino, "Fado Adivinha", de José Saramago e António Victorino de Almeida, e ainda versões de "Velhos Amantes", de Jacques Brel, de "As Time Goes By" e de "Nome de Rua", de Amália Rodrigues.

Novo álbum, "Tanto menos, tanto mais" foi editado em 1995 e onde canta nomes como António Lobo Antunes, Fernando Pessoa ou João Monge.

O disco "Garras dos Sentido" foi editado em 1998. Canta poemas de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Natália Correia e António Botto e ainda de contemporâneos como José Saramago, Mário Cláudio, Agustina Bessa-Luís e Lídia Jorge. O disco recebeu em França o prémio Charles Cros. Lança o álbum "Paixões Diagonais" que conta com a colaboração da pianista Maria João Pires.

Em 2001 foi editado "Ritual". Com base em canções de Carlos Paredes e poemas de Vasco Graça Moura lançou "Canto" em 2003.

O álbum "Drama Box", editado em 2005, contou com a participação de Fanny Ardant, Miranda Richardson, Ute Lemper, Carmen Maura, Maria de Medeiros e Sophia Calle.

A 19 de janeiro de 2004, foi condecorada com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras de França. A 19 de abril de 2005, foi agraciada com o grau de Comendador da Ordem do Mérito.

O disco "Ruas" (Lisboarium & Tourists) foi editado em 2009.

Morreu vítima de cancro - doença que batalhava desde 2016 - a 27 de julho de 2024, aos 69 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontrava internada.

 

 

 


Nenhuma estrela caiu - Mísia
Letra (adaptada) de José Saramago e música de Franklin Rodrigues 

 

Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar

Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
Talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono desperte
O sonho que deixa vê-las

Abro as janelas...
E o frio vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.


Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar

sexta-feira, junho 27, 2025

Saudades de Mísia...

Mísia morreu há um ano...

    
Mísia, nome artístico de Susana Maria Alfonso de Aguiar (Porto, 18 de junho de 1955 – Lisboa, 27 de julho de 2024), foi uma cantora portuguesa, considerada uma das mais importantes fadistas de Portugal.
    
    
 
Biografia

Nascida Susana Maria Alfonso de Aguiar, no Porto, filha de pai português e mãe catalã, a cantora deu uma nova roupagem à música tradicional lusitana. Cantando em português, francês, napolitano, catalão e espanhol, misturava tendências, diferentes culturas e sons.

O seu disco de estreia, Mísia, foi editado em 1991. O disco inclui canções de Joaquim Frederico de Brito, José Niza, José Carlos Ary dos Santos, Carlos Paião, entre outros. 

Em 1993, regressou com Fado, que foi produzido por Vitorino Salomé e contém canções como "Liberdades Poéticas", de Sérgio Godinho, "Nasci Para Morrer Contigo", de António Lobo Antunes e Vitorino, "Fado Adivinha", de José Saramago e António Victorino de Almeida, e ainda versões de "Velhos Amantes", de Jacques Brel, de "As Time Goes By" e de "Nome de Rua", de Amália Rodrigues.

Novo álbum, "Tanto menos, tanto mais" foi editado em 1995 e onde canta nomes como António Lobo Antunes, Fernando Pessoa ou João Monge.

O disco "Garras dos Sentido" foi editado em 1998. Canta poemas de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Natália Correia e António Botto e ainda de contemporâneos como José Saramago, Mário Cláudio, Agustina Bessa-Luís e Lídia Jorge. O disco recebeu em França o prémio Charles Cros. Lança o álbum "Paixões Diagonais" que conta com a colaboração da pianista Maria João Pires.

Em 2001 foi editado "Ritual". Com base em canções de Carlos Paredes e poemas de Vasco Graça Moura lançou "Canto" em 2003.

O álbum "Drama Box", editado em 2005, contou com a participação de Fanny Ardant, Miranda Richardson, Ute Lemper, Carmen Maura, Maria de Medeiros e Sophia Calle.

A 19 de janeiro de 2004, foi condecorada com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras de França. A 19 de abril de 2005, foi agraciada com o grau de Comendador da Ordem do Mérito.

O disco "Ruas" (Lisboarium & Tourists) foi editado em 2009.

Morreu, vítima de cancro - doença que batalhava desde 2016 - a 27 de julho de 2024, aos 69 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontrava internada.

 

 
 

quarta-feira, junho 18, 2025

Hoje é dia de recordar Mísia e Saramago...

 

Nenhuma estrela caiu - Mísia
Letra (adaptada) de José Saramago e música de Franklin Rodrigues 
   
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
Talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono desperte
O sonho que deixa vê-las
  
Abro as janelas...
E o frio vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.

  
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  

  

NOTA: aqui fica a versão original do poema de Saramago, tão bem adaptado pela saudosa Mísia:
    
  
A ponte
  
Vidraças que me separam
Do vento fresco da tarde
Num casulo de silêncio
Onde os segredos e o ar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
    
Fica-se a ponte no espaço
À espera de quem lá passe
Que o motivo de ser ponte
Se não pára a construção
Vai muito mais a vontade
De estarem onde não estão
    
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono consinta
A confiança de vê-las
      
Amanhã o novo dia
Se o merecer e me for dado
Um outro pilar da ponte
Cravado no fundo do mar
Torna mais breve a distância
Do que falta caminhar
       
Há sempre um ponto de mira
O mais comum horizonte
Nunca as pontes lá chegaram
Porque acaba o construtor
Antes que a ponte se entronque
Onde se acaba o transpor
      
Sobre o vazio do mar
Desfere o traço da ponte
Vá na frente a construção
Não perguntem de que serve
Esta humana teimosia
Que sobre a ponte se atreve
     
Abro as vidraças por fim
E todo o vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.
    
 
   
in Provavelmente Alegria (1970) - José Saramago

 

Saudades de Mísia...

Mísia nasceu há setenta anos...

    
Mísia, nome artístico de Susana Maria Alfonso de Aguiar (Porto, 18 de junho de 1955 – Lisboa, 27 de julho de 2024), foi uma cantora portuguesa, considerada uma das mais importantes fadistas de Portugal.
    
    
 
Biografia

Nascida Susana Maria Alfonso de Aguiar, no Porto, filha de pai português e mãe catalã, a cantora deu uma nova roupagem à música tradicional lusitana. Cantando em português, francês, napolitano, catalão e espanhol, misturava tendências, diferentes culturas e sons.

O seu disco de estreia, Mísia, foi editado em 1991. O disco inclui canções de Joaquim Frederico de Brito, José Niza, José Carlos Ary dos Santos, Carlos Paião, entre outros. 

Em 1993, regressou com Fado, que foi produzido por Vitorino Salomé e contém canções como "Liberdades Poéticas", de Sérgio Godinho, "Nasci Para Morrer Contigo", de António Lobo Antunes e Vitorino, "Fado Adivinha", de José Saramago e António Victorino de Almeida, e ainda versões de "Velhos Amantes", de Jacques Brel, de "As Time Goes By" e de "Nome de Rua", de Amália Rodrigues.

Novo álbum, "Tanto menos, tanto mais" foi editado em 1995 e onde canta nomes como António Lobo Antunes, Fernando Pessoa ou João Monge.

O disco "Garras dos Sentido" foi editado em 1998. Canta poemas de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Natália Correia e António Botto e ainda de contemporâneos como José Saramago, Mário Cláudio, Agustina Bessa-Luís e Lídia Jorge. O disco recebeu em França o prémio Charles Cros. Lança o álbum "Paixões Diagonais" que conta com a colaboração da pianista Maria João Pires.

Em 2001 foi editado "Ritual". Com base em canções de Carlos Paredes e poemas de Vasco Graça Moura lançou "Canto" em 2003.

O álbum "Drama Box", editado em 2005, contou com a participação de Fanny Ardant, Miranda Richardson, Ute Lemper, Carmen Maura, Maria de Medeiros e Sophia Calle.

A 19 de janeiro de 2004, foi condecorada com o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras de França. A 19 de abril de 2005, foi agraciada com o grau de Comendador da Ordem do Mérito.

O disco "Ruas" (Lisboarium & Tourists) foi editado em 2009.

Morreu, vítima de cancro - doença que batalhava desde 2016 - a 27 de julho de 2024, aos 69 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde se encontrava internada.

 

 
 

sábado, novembro 16, 2024

Hoje é dia de recordar a poesia de Saramago...

 

Nenhuma estrela caiu - Mísia
Letra (adaptada) de José Saramago e música de Franklin Rodrigues 
   
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
Talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono desperte
O sonho que deixa vê-las
  
Abro as janelas...
E o frio vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.

  
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  

  

NOTA: aqui fica a versão original do poema de Saramago, tão bem adaptado pela saudosa Mísia:
    
  
A ponte
  
Vidraças que me separam
Do vento fresco da tarde
Num casulo de silêncio
Onde os segredos e o ar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
    
Fica-se a ponte no espaço
À espera de quem lá passe
Que o motivo de ser ponte
Se não pára a construção
Vai muito mais a vontade
De estarem onde não estão
    
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono consinta
A confiança de vê-las
      
Amanhã o novo dia
Se o merecer e me for dado
Um outro pilar da ponte
Cravado no fundo do mar
Torna mais breve a distância
Do que falta caminhar
       
Há sempre um ponto de mira
O mais comum horizonte
Nunca as pontes lá chegaram
Porque acaba o construtor
Antes que a ponte se entronque
Onde se acaba o transpor
      
Sobre o vazio do mar
Desfere o traço da ponte
Vá na frente a construção
Não perguntem de que serve
Esta humana teimosia
Que sobre a ponte se atreve
     
Abro as vidraças por fim
E todo o vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.
    
 
   
in Provavelmente Alegria (1970) - José Saramago

 

sábado, julho 27, 2024

Morreu a Mísia...

 
Mísia (Porto, 18 de junho de 1955 - Lisboa, 27 de julho de 2024), foi uma cantora portuguesa, considerada uma das mais importantes fadistas de Portugal.
Nascida Susana Maria Alfonso de Aguiar, no Porto, filha de pai português e mãe catalã, a cantora deu uma nova roupagem à música tradicional lusitana. Cantando em português, francês, napolitano, catalão e espanhol, misturava tendências, diferentes culturas e sons.



Nenhuma estrela caiu - Mísia
Letra (adaptada) de José Saramago e música de Franklin Rodrigues 

Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar

Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
Talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono desperte
O sonho que deixa vê-las

Abro as janelas...
E o frio vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.


Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar

terça-feira, junho 18, 2024

Mísia canta Saramago, no dia de ambos...

 

Nenhuma Estrela Caiu




Janelas que me separam 
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte 
Que não paro de lançar
Vem a noite e o seu recado 
Sua negra natureza 
Talvez a lua não falte 
Ou venha a chuva de estrelas 
Basta que o sono desperte 
O sonho que deixa vê-las 
Abro as janelas por fim 
E o frio vento se esquece 
Nenhuma estrela caiu 
Nem a lua me ajudou 
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.
 
 
José Saramago

 

Mísia - 69 anos

    
Mísia, nome artístico de Susana Maria Alfonso de Aguiar (Porto, 18 de junho de 1955), é uma cantora portuguesa, considerada uma das mais importantes fadistas actuais.
   
   

 


quinta-feira, novembro 16, 2023

Hoje é um bom dia para cantar a poesia de Saramago...

 

Nenhuma estrela caiu - Mísia
Letra (adaptada) de José Saramago e música de Franklin Rodrigues 
   
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
Talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono desperte
O sonho que deixa vê-las
  
Abro as janelas...
E o frio vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.

  
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  

  

NOTA: aqui fica a versão original do poema de Saramago, tão bem adaptado por Mísia:
    
  
A ponte
  
Vidraças que me separam
Do vento fresco da tarde
Num casulo de silêncio
Onde os segredos e o ar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
    
Fica-se a ponte no espaço
À espera de quem lá passe
Que o motivo de ser ponte
Se não pára a construção
Vai muito mais a vontade
De estarem onde não estão
    
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono consinta
A confiança de vê-las
      
Amanhã o novo dia
Se o merecer e me for dado
Um outro pilar da ponte
Cravado no fundo do mar
Torna mais breve a distância
Do que falta caminhar
       
Há sempre um ponto de mira
O mais comum horizonte
Nunca as pontes lá chegaram
Porque acaba o construtor
Antes que a ponte se entronque
Onde se acaba o transpor
      
Sobre o vazio do mar
Desfere o traço da ponte
Vá na frente a construção
Não perguntem de que serve
Esta humana teimosia
Que sobre a ponte se atreve
     
Abro as vidraças por fim
E todo o vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.
    
 
   
in Provavelmente Alegria (1970) - José Saramago

domingo, junho 18, 2023

Mísia - 68 anos

    
Mísia, nome artístico de Susana Maria Alfonso de Aguiar (Porto, 18 de junho de 1955), é uma cantora portuguesa, considerada uma das mais importantes fadistas actuais.
   
   

 


quarta-feira, novembro 16, 2022

Hoje é um bom dia para ouvir a poesia de Saramago ser cantada...

 

Nenhuma estrela caiu - Mísia
Letra (adaptada) de José Saramago e música de Franklin Rodrigues 
   
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
Talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono desperte
O sonho que deixa vê-las
  
Abro as janelas...
E o frio vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.

  
Janelas que me separam
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
  

  

NOTA: aqui fica a versão original do poema de Saramago, tão bem adaptado por Mísia:
    
  
A ponte
  
Vidraças que me separam
Do vento fresco da tarde
Num casulo de silêncio
Onde os segredos e o ar
São as traves duma ponte
Que não paro de lançar
    
Fica-se a ponte no espaço
À espera de quem lá passe
Que o motivo de ser ponte
Se não pára a construção
Vai muito mais a vontade
De estarem onde não estão
    
Vem a noite e o seu recado
Sua negra natureza
talvez a lua não falte
Ou venha a chuva de estrelas
Basta que o sono consinta
A confiança de vê-las
      
Amanhã o novo dia
Se o merecer e me for dado
Um outro pilar da ponte
Cravado no fundo do mar
Torna mais breve a distância
Do que falta caminhar
       
Há sempre um ponto de mira
O mais comum horizonte
Nunca as pontes lá chegaram
Porque acaba o construtor
Antes que a ponte se entronque
Onde se acaba o transpor
      
Sobre o vazio do mar
Desfere o traço da ponte
Vá na frente a construção
Não perguntem de que serve
Esta humana teimosia
Que sobre a ponte se atreve
     
Abro as vidraças por fim
E todo o vento se esquece
Nenhuma estrela caiu
Nem a lua me ajudou
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.
    
 
   
in Provavelmente Alegria (1970) - José Saramago

sábado, junho 18, 2022

Mísia - 67 anos

    
Mísia, nome artístico de Susana Maria Alfonso de Aguiar (Porto, 18 de junho de 1955), é uma cantora portuguesa, considerada uma das mais importantes fadistas actuais.
   
   

 


Poesia cantada adequada à data - Mísia canta Saramago...

 

Nenhuma Estrela Caiu




Janelas que me separam 
Do vento frio da tarde
Num recanto de silêncio
Onde os gestos do pensar
São as traves duma ponte 
Que não paro de lançar
Vem a noite e o seu recado 
Sua negra natureza 
Talvez a lua não falte 
Ou venha a chuva de estrelas 
Basta que o sono desperte 
O sonho que deixa vê-las 
Abro as janelas por fim 
E o frio vento se esquece 
Nenhuma estrela caiu 
Nem a lua me ajudou 
Mas a ruiva madrugada
Por trás da ponte aparece.
 
 
José Saramago

sexta-feira, junho 18, 2021