sexta-feira, dezembro 14, 2018

O Polo Sul foi finalmente conquistado há 107 anos

Da direita para a esquerda: Roald Amundsen, Helmer Hanssen, Sverre Hassel e Oscar Wisting em "Polheim", a tenda instalada no Polo Sul em 16 de dezembro de 1911 (a bandeira é a da Noruega - fotografia de Olav Bjaaland

A primeira expedição a atingir o Polo Sul foi liderada pelo explorador norueguês Roald Amundsen. Ele, e mais quatro membros da expedição, chegaram ao Polo a 14 de dezembro de 1911, cinco semanas antes do grupo liderado pelo inglês Robert Falcon Scott, da Expedição Terra Nova. Amundsen e a sua equipa regressaram sãos e salvos à sua base, sendo informados, mais tarde, que Scott, e mais quatro companheiros, tinham morrido na viagem de regresso.
O plano inicial de Amundsen era ser o primeiro a chegar ao Árctico, e a conquistar o Polo Norte, utilizando um navio preparado para navegar no gelo. Obteve a licença para utilizar o Fram, o navio de exploração polar de Fridtjof Nansen, e conseguiu angariar uma grande quantia para financiar o seu projecto. No entanto, em 1909, os seus rivais norte-americanos, Frederick Cook e Robert Peary, anunciaram, cada um deles, terem chegado ao Polo Norte, deitando, assim, por terra, o empreendimento de Amundsen. Este decidiu, então, alterar os seus planos e iniciou a preparação da expedição ao Polo Sul; sem ter a certeza se o público e os seus apoiantes se mantinham a seu lado, manteve em segredo o seu novo objectivo. Quando partiu, em junho de 1910, a maior parte da sua tripulação acreditava que era o início da viagem para o Árctico.
Amundsen estabeleceu a sua base, "Framheim", na Baía das Baleias na Grande Barreira de Gelo. Após meses de preparação, o estabelecimento dos depósitos e uma falsa partida, quase terminaram em desastre. Ele, e o seu grupo, partiram para o Polo, em outubro de 1911. No percurso, descobriram o Glaciar Axel Heiberg, que os ajudou na sua rota até ao Planalto Antártico e, consequentemente, para o Polo Sul. A experiência na utilização de esquis, de cães e trenós, fez com que a sua viagem fosse relativamente rápida e sem problemas de maior. Outras realizações desta expedição incluíram a primeira exploração da Terra do Rei Eduardo VII e uma vasta exploração oceanográfica.
Embora a expedição tenha tido sucesso e fosse largamente aplaudida, o trágico destino de Scott ofuscou a sua conquista. Por outro lado, o facto de Amundsen ter decidido manter em segredo a sua alteração de planos, foi bastante criticado. Os historiadores mais recentes reconhecem a Amundsen, e ao seu grupo, elevada capacidade e coragem; a Estação Polo Sul Amundsen-Scott recebeu o seu nome juntamente com o de Scott.
Percursos efectuados ao Polo Sul por Scott (verde) e Amundsen (vermelho) em 1911–1912

O Presidente-Rei, Sidónio Pais, foi assassinado há um século...

Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais (Caminha, 1 de maio de 1872 - Lisboa, 14 de dezembro de 1918) foi um militar e político que, entre outras funções, exerceu os cargos de deputado, de ministro do Fomento, de ministro das Finanças, de embaixador de Portugal em Berlim, de ministro da Guerra, de ministro dos Negócios Estrangeiros, de presidente da Junta Revolucionária de 1917, de presidente do Ministério e de presidente da República Portuguesa.
Enquanto presidente da República, exerceu o cargo de forma ditatorial, suspendendo e alterando por decreto normas essenciais da Constituição Portuguesa de 1911. Fernando Pessoa chamou-lhe Presidente-Rei.
Oficial de Artilharia, foi também professor na Universidade de Coimbra, onde lecionou Cálculo Diferencial e Integral. Protagonizou a primeira grande perversão ditatorial do republicanismo português, transformando-se numa das figuras mais fraturantes da política portuguesa do século XX.

Presidência
Na madrugada do dia 8 de dezembro fora exonerado o Governo da União Sagrada, liderado por Afonso Costa, transferindo-se o poder para a Junta Revolucionária presidida por Sidónio Pais. Então, em vez de iniciar a habitual consulta para formação de novo governo, os revoltosos assumem o poder, destituindo Bernardino Machado do cargo de Presidente da República e forçando o seu exílio. Nesse processo, a 11 de Dezembro de 1917, Sidónio Pais tomou posse como presidente do Ministério (atual primeiro-ministro), acumulando as pastas de Ministro da Guerra e de Ministro dos Negócios Estrangeiros e, já em profunda ruptura com a Constituição de 1911, que ajudara a redigir, a 27 de dezembro do mesmo ano, assumiu as funções de Presidente da República, até nova eleição. Durante o golpe e na fase inicial do seu governo, Sidónio Pais contou com o apoio de vários grupos de trabalhadores, em troca da libertação de camaradas encarcerados, e com a expectativa benévola da União Operária Nacional, parecendo posicionar-se como mais uma tentativa de consolidação no poder da esquerda republicana.
Inicia então a emissão de um conjunto de decretos ditatoriais, sobre os quais nem consulta o Congresso da República, que suspendem partes importantes da Constituição, dando ao regime um cunho marcadamente presidencialista, fazendo do Presidente da República simultaneamente Chefe de Estado e líder do Governo, o qual, significativamente, deixa de ser constituído por Ministros para integrar apenas Secretários de Estado. Nesta nova arquitectura do sistema político, que os seus apoiantes designavam por República Nova, o Chefe de Estado era colocado numa posição de poder que não tinha paralelo na história portuguesa desde o fim do absolutismo monárquico. Daí o epíteto de Presidente-Rei que lhe foi aposto. Nos seu objectivos e em muitas das suas formas, a República Nova foi precursora do Estado Novo de António de Oliveira Salazar.
Numa tentativa de apaziguamento das relações com a Igreja Católica Romana, em guerra aberta com o regime republicano desde 1911, a 23 de fevereiro de 1918 Sidónio Pais alterou a Lei de Separação entre as Igrejas e o Estado, suscitando de imediato feroz reacção dos republicanos históricos e da Maçonaria, mas colhendo o apoio generalizado dos católicos, dos republicanos moderados e da população rural, então a vasta maioria dos portugueses. Com essa decisão também conseguiu o reatamento das relações diplomáticas com o Vaticano, através do envio de monsenhorBenedetto Aloisi Masella (que mais tarde seria núncio apostólico no Brasil, cardeal e camerlengo), que assumiu as funções de encarregado de negócios da Santa Sé em Lisboa a 25 de julho de 1918.
Noutro movimento inconstitucional, a 11 de março de 1918 por decreto estabeleceu o sufrágio directo e universal para a eleição do Presidente da República, subtraindo-se à necessidade de legitimação no Congresso e enveredando por uma via claramente plebiscitária.
Fazendo uso da sua popularidade junto dos católicos, a 28 de Abril de 1918 foi eleito, por sufrágio directo dos cidadãos eleitores, obtendo 470 831 votos, uma votação sem precedentes. Foi proclamado presidente da República a 9 de maio do mesmo ano, sem sequer se dar ao trabalho de consultar o Congresso e passando a gozar de uma legitimidade democrática directa, que usou sem rebuços para esmagar qualquer tentativa de oposição.
Os decretos de Fevereiro e Março de 1918, que pela sua profunda contradição com a constituição vigente foram denominados de Constituição de 1918, alteram profundamente a Constituição Portuguesa de 1911 e conferiram ao regime uma clara feição presidencialista, reformulando a lei eleitoral, as leis estabelecidas sobre a separação do Estado e da Igreja e a própria distribuição de poder entre os órgãos de soberania do Estado.
Entretanto, em abril de 1918 as forças do Corpo Expedicionário Português são chacinadas na Batalha de La Lys, sem que o Governo português consiga os necessários reforços nem a manutenção de um regular aprovisionamento das tropas. A situação atingiu um extremo tal que, após o armistício que marcou o final da guerra, o Estado português não foi capaz de trazer de imediato as suas forças de volta ao país. A contestação social aumentou ao ponto de se viver uma permanente situação de sublevação.
Esta situação foi o fim do estado de graça: sucederam-se as greves, as contestações e os movimentos conspiratórios. A partir do verão de 1918 as tentativas de pôr fim ao regime sidonista vão escalando em gravidade e violência, o que levou o Presidente a decretar o estado de sítio a 13 de outubro daquele ano. Com aquele ato, e a dureza da repressão sobre os opositores, conseguiu recuperar momentaneamente o controlo da situação política, mas o seu regime estava claramente ferido de morte.
Com o aproximar do fim do ano a situação política não melhora, apesar da assinatura do Armistício da Grande Guerra, em 11 de novembro, acontecimento acompanhado de uma mensagem afectuosa do rei Jorge V de Inglaterra tentando minorar a clara ligação entre Sidónio Pais e as posições germanófilas que anteriormente assumira, e que agora apareciam derrotadas.
 
Assassinato
Entra-se então numa espiral de violência que não poupa o próprio presidente: a 5 de dezembro de 1918, durante a cerimónia da condecoração dos sobreviventes do NRP Augusto de Castilho, sofreu um primeiro atentado, do qual conseguiu escapar ileso; o mesmo não aconteceu dias depois, na Estação do Rossio, onde a 14 de dezembro de 1918 foi morto a tiro por José Júlio da Costa, um militante republicano que nunca foi julgado.
O assassinato de Sidónio Pais foi um momento traumático para a Primeira República, marcando o seu destino: a partir daí qualquer simulacro de estabilidade desapareceu, instalando-se uma crise permanente que apenas terminou quase oito anos depois com a Revolução Nacional de 28 de maio de 1926 que pôs termo ao regime.
Os funerais de Sidónio Pais foram momentosos, reunindo muitas dezenas de milhares de pessoas, num percurso longo e tumultuoso, interrompido por múltiplos e violentos incidentes. Com este fim, digno de um verdadeiro Presidente Rei, Sidónio Pais entrou no imaginário português, em particular dos sectores católicos mais conservadores, como um misto de salvador e de mártir, mantendo-se durante décadas como uma figura fraturante no sistema político.
A imagem de mártir levou ao surgimento de um culto popular, semelhante ao que existe em torno da figura de Sousa Martins, que fez de Sidónio Pais um santo, com honras de promessas e ex-votos, que ainda hoje se mantém, sendo comum a deposição de flores e outros elementos votivos junto ao seu túmulo.
 
(imagem daqui)


NOTA: o meu avô materno e padrinho de batismo, que se livrou de ir para Grande Guerra por ação do Presidente Sidónio, tinha uma adoração por este - a sua foto (e a da Família Real Portuguesa...) eram um local de culto pessoal para ele. Para quem quiser ler o poema de Fernando Pessoa sobre este grande português, aqui fica um link.

quinta-feira, dezembro 13, 2018

O ditador Saddam Hussein foi capturado há quinze anos

Saddam Hussein Abd al-Majid al-Tikriti (Tikrit, 28 de abril de 1937 - Bagdad, 30 de dezembro de 2006) foi um político e estadista iraquiano; foi o quinto presidente do Iraque, de 16 de julho de 1979 a 9 de abril de 2003, e também acumulou o cargo de primeiro-ministro nos períodos de 1979–1991 e 1994–2003. Hussein foi uma das principais lideranças ditatoriais no mundo árabe e um dos principais membros do Partido Socialista Árabe Ba'ath, e mais tarde, do Partido Ba'ath baseado em Bagdad e de uma organização regional Partido Ba'ath - Região do Iraque, a qual expôs uma mistura de nacionalismo árabe e do socialismo árabe; Saddam teve um papel chave no golpe de 1968 que levou o partido a um domínio de longo prazo no Iraque.
Como vice-presidente do enfermo General Ahmed Hassan al-Bakr e numa época em que muitos grupos eram considerados capazes de derrubar o governo, Saddam criou forças de segurança através do qual controlou rigidamente o conflito entre o governo e as forças armadas. No início dos anos 1970, Saddam nacionalizou o petróleo e outras indústrias. Os bancos estatais foram postos sob seu controle, deixando o sistema eventualmente insolvente, principalmente devido à Guerra Irão-Iraque, a Guerra do Golfo e as sanções da ONU. Até o fim da década de 1970, Saddam cimentou a sua autoridade sobre o aparelho de governo com os lucros obtidos do petróleo que ajudou a economia do Iraque a crescer a um ritmo rápido. As posições de poder no país foram preenchidas com os sunitas, a minoria que compunha apenas um quinto da população.
Saddam suprimiu vários movimentos, especialmente os movimentos xiitas e curdos que pretendiam derrubar o governo ou ganhar a independência, respectivamente. Saddam manteve o poder durante a Guerra Irã-Iraque de 1980 a 1988. Em 1990, ele invadiu e saqueou o Kuwait. Uma coligação internacional interveio para libertar o Kuwait na Guerra do Golfo de 1991, mas não pôs fim à ditadura de Saddam. Enquanto alguns o veneravam pela sua postura agressiva contra Israel, incluindo o ataque com mísseis em alvos israelitas,  ele foi amplamente condenado pela brutalidade de sua ditadura.
Em março de 2003, uma coligação de países, liderada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unidoinvadiu o Iraque para depor Saddam, depois do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush ter acusado o líder iraquiano de possuir armas de destruição em massa e de ter ligações com a Al-Qaeda. O Partido Baath de Saddam foi dissolvido e a nação fez uma transição para um sistema democrático. Após sua captura, a 13 de dezembro de 2003 (na Operação Red Dawn), o julgamento de Saddam ocorreu sob o governo interino iraquiano. Em 5 de novembro de 2006, foi condenado por acusações relacionadas ao assassinato de 148 xiitas iraquianos em 1982 e foi condenado à morte por enforcamento. A execução de Saddam Hussein foi realizada em 30 de dezembro de 2006.
   
(...)
   
Fotografia tirada por soldados americanos durante a captura de Saddam
  
Prisão
O paradeiro de Saddam foi desconhecido durante vários meses até que, em 4 de abril, a televisão iraquiana mostrou o ex-ditador, cercado de aliados seus, passeando pelas ruas da cidade. Em 8 de abril, um dia antes de as forças americanas atingirem o coração de Bagdad, um bombardeiro B-1 lançou quatro bombas de perfuração de bunkers contra um edifício da capital iraquiana, onde se acreditava que Saddam Hussein estivesse reunido com outros hierarcas do regime, com o deliberado objetivo de assassiná-lo.
Mas ele conseguiu desaparecer depois que as forças da coligação invadiram Bagdad, em 9 de abril. Escondido, continuou tentando motivar os seus antigos combatentes, que se mostraram mais frágeis do que se imaginava e não resistiram ao poderio militar dos Estados Unidos - nem tão pouco usaram as supostas armas químicas que motivaram o ataque.
Em 13 de dezembro de 2003, Saddam Hussein foi localizado, militando na resistência à ocupação, e preso num porão de uma fazenda da cidade de Adwar, próxima a Tikrit, sua cidade natal, numa operação conjunta entre tropas americanas e rebeldes curdos. As tropas encontraram o ex-presidente escondido num pequeno buraco subterrâneo, camuflado com terra e tijolos. Embora estivesse armado com uma pistola e dois fuzis AK-47, rendeu-se pacificamente após uma suposta patética negociação onde pretendia subornar seus captores com a soma de US$ 750.000 que guardava numa maleta. "Sou o presidente do Iraque e quero negociar", teria proposto, em inglês. Segundo a coligação militar, foi um membro de uma família próxima a Saddam quem o delatou. Um jornal jordano publicou uma versão alternativa da prisão. Saddam teria sido drogado por um parente, que lhe servia de guarda-costas, e vendido aos americanos, em troca da recompensa milionária que era oferecida. A filha Raghad, exilada na Jordânia, diz que com certeza seu pai foi drogado, de outra forma teria lutado como "um leão". Paul Bremer e Tony Blair confirmaram esta notícia.
Saddam, que não apresentou resistência alguma, estava sujo e desorientado quando foi capturado. Posteriormente, foi submetido a um exaustivo reconhecimento médico e a um teste de DNA, que confirmou sua identidade. Entre as primeiras imagens transmitidas, algumas mostravam Hussein sendo examinado por um médico militar americano, assim como outras mostravam o local de sua captura. Tais imagens causaram variadas reações pelo mundo, desde aqueles que - tais como grande parte da população americana e até iraquiana — as justificaram por motivos políticos, sociais e militares, até os que (baseando-se em interpretações do direito internacional) argumentaram que as imagens representavam uma violação intolerável à Convenção de Genebra acerca do tratamento a prisioneiros de guerra capturados.
Em 1 de janeiro de 2004, o Pentágono reconheceu-o como "prisioneiro de guerra", e, em 30 de junho, transferiu a sua custódia judicial para o novo Governo provisório iraquiano.
Durante 24 meses, Saddam permaneceu sob custódia das forças norte-americanas, à espera de ser julgado por um Tribunal Especial iraquiano, patrocinado pelos Estados Unidos, que, em 19 de outubro de 2005 iniciou o processo contra o ex-ditador e o condenou à morte, por enforcamento, em 5 de novembro de 2006.
   

O Rei D. Manuel I morreu há 497 anos

D. Manuel I de Portugal (Alcochete, 31 de maio de 1469 - Lisboa, 13 de dezembro de 1521) foi o 14.º Rei de Portugal, cognominado O Venturoso, O Bem-Aventurado ou O Afortunado tanto pelos eventos felizes que o levaram ao trono, como pelos que ocorreram no seu reinado. D. Manuel I ascendeu inesperadamente ao trono em 1495, em circunstâncias excecionais, sucedendo ao seu primo direito, El-Rei D. João II de Portugal, de quem se tornara protegido. Prosseguiu as explorações portuguesas iniciadas pelos seus antecessores, o que levou à descoberta do caminho marítimo para a Índia, do Brasil e das ambicionadas "ilhas das especiarias", as Molucas, determinantes para a expansão do império português. Foi o primeiro rei a assumir o título de Senhor do Comércio, da Conquista e da Navegação da Arábia, Pérsia e Índia. Em 1521, promulgou uma revisão da legislação conhecida como Ordenações Manuelinas, que divulgou com ajuda da recente imprensa. No seu reinado, apesar da sua resistência inicial, cumprindo as cláusulas do seu casamento com Dona Maria de Aragão, viria a autorizar a instalação da inquisição em Portugal. Com a prosperidade resultante do comércio, em particular o de especiarias, realizou numerosas obras cujo estilo arquitectónico ficou conhecido como manuelino.
Constantes surtos de peste negra em Lisboa, capital do Reino, levaram a corte e a nobreza dos séculos XIV e XV a instalarem-se em Alcochete, nomeadamente o rei D. João I e, em meados do século XV, o seu neto infante D. Fernando, Duque de Viseu. Aí, na vila de Alcochete, nasceu em 1469 D. Manuel, filho de D. Fernando, Duque de Viseu e de Beatriz de Portugal.
Durante a infância e a juventude, assistiu à guerra de intriga e conspiração entre a aristocracia e o seu primo direito D. João II, muito cioso do seu poder. Alguns homens do seu círculo próximo foram mortos ou exilados, incluindo o seu irmão mais velho Diogo, Duque de Viseu, assassinado pelo próprio rei. Sucedeu-lhe como 5º Duque de Viseu, 5º Senhor da Covilhã e 4º Duque de Beja, 4º Senhor de Moura. Portanto, quando em 1493 recebeu uma ordem real de comparência no Paço, D. Manuel I deveria estar preocupado. Mas o propósito de D. João II era nomeá-lo herdeiro da coroa, depois da morte do seu filho Afonso de Portugal e das tentativas frustradas de legitimar o seu filho bastardo, Jorge de Lencastre.
D. Manuel I ascendeu ao trono em circunstâncias excepcionais, sucedendo João II de Portugal em 1495 de quem se tornara uma espécie de «filho adoptivo».
 
  Esfera armilar, divisa de D. Manuel I conferida por D. João II que tem escrito no meridiano "Spera Mundi" - Igreja Matriz da Golegã
 

Amy Lee, vocalista da banda Evanescence, faz hoje 37 anos

Amy Lynn Lee, nome de batismo de Amy Lynn Hartzler (Riverside, 13 de dezembro de 1981), é uma cantora, compositora e musicista americana, além de vocalista e pianista da banda de metal alternativo Evanescence.
Amy iniciou a sua carreira musical em 1995, quando fundou, ao lado do guitarrista Ben Moody, a banda Evanescence, porém quando Ben saiu do grupo, em 2003, passou a liderar sozinha a banda, que lançou três álbuns até então. Mais tarde em 2014, Lee anunciou o seu primeiro trabalho a solo ao lado do violinista Dave Eggar, que é uma banda sonora para o filme independente War Story, sendo que também realizou alguns concertos acústicos.
Também já colaborou com diversos artistas ao longo dos anos, com destaque para as bandas Seether e Korn, além de alguns projetos paralelos, como no álbum Nightmare Revisited, em 2008. 
    
 

quarta-feira, dezembro 12, 2018

Ike Turner morreu há onze anos

Ike Turner (Clarksdale, 5 de novembro de 1931 - San Marcos, 12 de dezembro de 2007) foi um músico instrumentista, cantor, compositor e produtor musical norte-americano. Foi o primeiro a gravar a música "Rocket 88", como Jackie Brenston and his Delta Cats, (na verdade Ike Turner & The Kings of Rhythm - Jackie Brenston, que oficialmente canta nessa gravação, era saxofonista dessa banda) em 1951, e que é considerada a "primeira canção de rock and roll". A música foi regravada por Bill Haley e a introdução de piano executada por Ike serviu de inspiração para Little Richard, em Good Golly Miss Molly. Rocket 88 é umas das primeiras músicas a usar distorção ou guitarra fuzz, causada por um acidente no estúdio. Ao longo das décadas de 60 e 70, Ike formou, com a sua mulher, Tina Turner, a dupla Ike & Tina Turner, cujas apresentações, ao lado da sua banda, se notabilizaram pela energia e criatividade, com uma mistura de soul, rock, rhythm and blues e outros estilos. Foi abandonado pela sua mulher, Tina Turner, devido a  agressões físicas e pelo uso de drogas, a  principal causa da queda da carreira de Ike.
   
   

Frank Sinatra nasceu há 103 anos

Francis Albert "Frank" Sinatra (Hoboken, 12 de dezembro de 1915 - Los Angeles, 14 de maio de 1998) foi um cantor e ator norte-americano.
    
   

Dionne Warwick faz hoje 78 anos

Marie Dionne Warwick (East Orange, New Jersey, 12 de dezembro de 1940) é uma cantora norte-americana. Era prima direita de Whitney Houston e é irmã de Dee Dee Warwick e sobrinha de Cissy Houston. Ganhou fama como a intérprete preferida dos compositores Burt Bacharach e Hal David. Ambos presentearam-na com uma série de canções que se tornaram sucessos. Com mais de 50 anos de carreira, estima-se que tenha vendido mais de 66 milhões de cópias dos  seus discos.
    
    

Edvard Munch nasceu há 155 anos

Edvard Munch (Løten, 12 de dezembro de 1863 - Ekely, 23 de janeiro de 1944) foi um pintor norueguês, um dos precursores do expressionismo alemão.


terça-feira, dezembro 11, 2018

Robert Koch nasceu há 175 anos

Heinrich Hermann Robert Koch (Clausthal, 11 de dezembro de 1843 - Baden-Baden, 27 de maio de 1910) foi um médico, patologista e bacteriologista alemão. Foi um dos fundadores da microbiologia e um dos principais responsáveis pela actual compreensão da epidemiologia das doenças transmissíveis.
As suas principais contribuições para a ciência médica incluem a descoberta e descrição do agente do carbúnculo e do seu ciclo, a etiologia da infecção traumática, os métodos de fixação e coloração de bactérias para estudo no microscópio com respectiva identificação e classificação, e a descoberta, em 1882, do bacilo da tuberculose (o Bacilo de Koch) e sua responsabilização etiológica. O seu primeiro artigo sobre esta descoberta contém a primeira declaração do que veio a ser conhecido pelos postulados de Koch.
Em 1883, descobriu - ou redescobriu, segundo alguns autores - o Vibrio cholerae.
Foi contemplado com o Nobel de Fisiologia (ou Medicina) de 1905.
 

Ravi Shankar morreu há seis anos

Pandita Ravi Shankar (nascido Robindro Shaunkor Chowdhury; Varanasi, 7 de abril de 1920 - San Diego, 11 de dezembro de 2012) foi um compositor e músico indiano. Ravi Shankar ficou conhecido em todo o mundo na década de 1960 ao colaborar com astros pop como os Beatles. Ravi Shankar foi considerado como o "padrinho de música do mundo". É pai da cantora e compositora Norah Jones e da música Anoushka Shankar.
   
in Wikipédia
  

Nikki Sixx - 60 anos

Nikki Sixx, nome artístico de Frank Carlton Serafino Feranna Jr. (San Jose, Califórnia, 11 de dezembro de 1958) é baixista e principal compositor das bandas Mötley Crüe e Sixx:A.M.. Já participou também das bandas London, 58 e Brides of Destruction.


Berlioz nasceu há 215 anos

Louis Hector Berlioz (La Côte-Saint-André, 11 de dezembro de 1803 - Paris, 8 de março de 1869) foi um compositor do romantismo francês, conhecido por sua Sinfonia Fantástica (1830) e pela Missa de Requiem (1837).

Berlioz nasceu a 11 de dezembro de 1803, em La Côte-Saint-André, entre Grenoble e Lyon, na França. Hector foi educado em casa, com a ajuda de seu pai, e cresceu com os ensinamentos baseados nas teorias de Rousseu. Seu pai era médico e o jovem Hector foi enviado para Paris, para estudar medicina, como o pai. Berlioz, insatisfeito com a escola de medicina, desistiu do curso para estudar música, contra a vontade de seu pai. O jovem entrou para o conservatório de Paris, para estudar composição.
Desde cedo, o compositor identificou-se com o movimento romântico francês. Entre outros, eram amigos dele os escritores Alexandre Dumas, Victor Hugo e Honoré de Balzac. Posteriormente, Théophile Gautier escreveria:
"Hector Berlioz parece formar, juntamente com Victor Hugo e Delacroix, a Trindade da Arte Romântica."
O seu amor não correspondido pela atriz Henrietta Constance Smithson serviu de inspiração para a composição da Sinfonia Fantástica. No mesmo ano da première desta obra (1830), Berlioz ganhou o Prix de Rome. Ao voltar a Paris, após seus dois anos de estudo em Roma, ele finalmente casou-se com Smithson, quando esta finalmente foi a uma apresentação da Sinfonia Fantástica. Entretanto, após poucos anos, o relacionamento acabou.
Um noivado com Marie Moke, ocorrido na época em que Smithson rejeitou Berlioz, foi rompido quando a mãe de Marie resolveu casá-la com o pianista e fabricante de pianos Camille Pleyel.
Durante sua vida, Berlioz foi mais famoso como regente do que como compositor, ele regularmente viajava para a Alemanha e Inglaterra, para reger óperas e música sinfónica, tanto obras suas quanto de outros compositores.
Hector Berlioz faleceu em 8 de março de 1869 e está sepultado no Cemitério de Montmartre, com suas duas esposas, Henrietta Constance Smithson (falecida em 1854) e Marie Recio (falecida em 1862).


 

O realizador Manoel de Oliveira nasceu há 110 anos

Manoel de Oliveira, de nome completo Manoel Cândido Pinto de Oliveira (Porto, Cedofeita, 11 de dezembro de 1908Porto, Foz, 2 de abril de 2015) foi um cineasta português.

Alexander Soljenítsin nasceu há um século!

Alexander Issaiévich Soljenítsin (Kislovodsk, 11 de dezembro de 1918 - Moscovo, 3 de agosto de 2008) foi um romancista, dramaturgo e historiador russo cujas obras consciencializaram o mundo quanto aos gulags, sistema de campos de trabalhos forçados existente na antiga União Soviética. Recebeu o Nobel de Literatura de 1970. A sua postura crítica sobre o que considerava o esmagamento da liberdade individual pelo Estado omnipresente e totalitário implicou a expulsão do autor do país natal e a retirada da respectiva nacionalidade em 1974.
Foi um gigante da história russa e um enorme escritor. Era na juventude um marxista-leninista convicto mas tornou-se nacionalista e monárquico, queria restaurar a Mãe Rússia em todo o seu esplendor mítico. Considerava a democracia uma péssima forma de governo; admirava Franco e Pinochet e só em Putin julgou ter encontrado um chefe à altura para governar a Rússia.
 
Infância e juventude
Alexander Soljenítsin nasceu em Kislovodsk, pequena cidade do sul da Rússia, na região localizada entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, filho póstumo de Isaac Soljenítsin, um oficial do exército do Czar, e da sua jovem viúva, Taisia Soljenítsina. O seu avô materno havia superado as suas origens humildes e adquirido uma grande propriedade na região de Kuban, no sopé da grande cadeia de montanhas do Cáucaso. Durante a Primeira Guerra Mundial, Taisia fora estudar em Moscovo, onde conhecera o seu futuro marido. Soljenítsin relataria vividamente a história de sua família em suas obras "Agosto de 1914" e "A Roda Vermelha".
Em 1918 Taisia encontrou-se grávida, mas pouco depois receberia notícia da morte do seu marido num acidente de caça. Esse facto, o confisco da propriedade do seu avô pelas novas autoridades comunistas, e a Guerra Civil Russa, levaram às circunstâncias bastante modestas da infância de Aleksander. Mais tarde ele diria que sua mãe lutava pela mera sobrevivência, e que os elos de seu pai com o antigo regime tinham que ser mantidos em segredo. O menino exibia conspícuas tendências literárias e científicas, que a sua mãe incentivava como bem podia. Esta viria a falecer no fim de 1939.
Soljenítsin estudou matemática na Universidade Estatal de Rostov, ao mesmo tempo que fazia um curso por correspondência do Instituto de Filosofia, Literatura e História de Moscovo. Durante a Segunda Guerra Mundial participou de acções importantes como comandante de uma companhia de artilharia do Exército Soviético, obtendo a patente de capitão e sendo condecorado em duas ocasiões.
 
Segunda Guerra Mundial Durante a Segunda Guerra Mundial Solzhenitsyn serviu como comandante no Exército Vermelho, estando envolvido em ação na frente de batalha, e foi duas vezes condecorado. Uma série de textos publicados no final de sua vida, incluindo o inacabado romance Love the Revolution! narra sua experiência de guerra e suas dúvidas crescentes sobre os fundamentos morais do regime soviético.
 
Prisão e início da carreira literária Algumas semanas antes do fim do conflito, já havendo alcançado território alemão na Prússia Oriental, foi preso por agentes da NKVD por fazer alusões críticas a Estaline em correspondência a um amigo. Ele foi acusado de propaganda anti-soviética, sob o artigo 58º, parágrafo 10 do Código Penal soviético, e de fundar uma organização hostil, sob o parágrafo 11º.
Foi condenado a oito anos num campo de trabalhos forçados, a serem seguidos por exílio interno perpétuo. Esta era a pena normal para a maioria dos crimes previstos no artigo 58 na época.
A primeira parte da pena de Soljenítsin foi cumprida em vários campos de trabalhos forçados; a "fase intermediária", como ele viria a referir-se a esta época, passou-a em uma sharashka, um instituto de pesquisas onde os cientistas e outros colaboradores eram prisioneiros. Dessas experiências surgiria o livro "O Primeiro Círculo", publicado no exterior em 1968. Em 1950 foi enviado a um "campo especial" para prisioneiros políticos em Ekibastuz, Cazaquistão onde trabalharia como pedreiro, mineiro e metalúrgico. Esta época inspiraria o livro "Um Dia na Vida de Ivan Denisovich". Neste campo retiraram-lhe um tumor, mas seu cancro não chegou a ser diagnosticado.
A partir de março de 1953, iniciou a pena de exílio perpétuo em Kol-Terek, no sul do Cazaquistão. O seu cancro, ainda não detetado, continuou a espalhar-se, e no fim do ano Soljenítsin encontrava-se próximo à morte. Porém, em 1954 finalmente recebeu tratamento adequado em Tashkent, Uzbequistão, e curou-se. Estes eventos formaram a base de O Pavilhão dos Cancerosos. Foi durante esta década de prisão e exílio que Solzhenitsyn abandonou o marxismo e desenvolveu as posições filosóficas e religiosas de sua vida posterior, gradualmente tornando-se cristão, como resultado da sua experiência na prisão e nos campos. Este por sua vez é semelhante ao que aconteceu a Fyodor Dostoyevsky durante os seus anos na Sibéria e a sua busca por fé.
Durante os seus anos de exílio, e após sua libertação e retorno à Rússia Europeia, Soljenítsin, enquanto leccionava em escolas secundárias durante o dia, passava as noites escrevendo em segredo. Mais tarde, na breve autobiografia que escreveria ao receber o Nobel de Literatura, relataria que "durante todos os anos até 1961, eu não estava apenas convencido que sequer uma linha por mim escrita jamais seria publicada durante a minha vida, mas também raramente ousava permitir que os meus íntimos lessem o que eu havia escrito, com medo de que o facto se tornasse conhecido".
Publicou ainda nos EUA uma obra sobre um gigantesco tabu que é a proeminência dos judeus russos no Partido Comunista e na polícia secreta soviética, sendo apelidado de antissemita e desmoralizado no seu exílio.
Soljenítsin regressou à Rússia a 27 de maio de 1994, depois de vinte anos de exílio e morreu em Moscovo em 3 de agosto de 2008, segundo o seu filho, em consequência de uma insuficiência cardíaca aguda.
Está sepultado no Cemitério do Mosteiro de Donskoi, em Moscovo, na Rússia.

segunda-feira, dezembro 10, 2018

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada pela ONU há setenta anos

Eleanor Roosevelt exibe cartaz contendo a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1949)
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que delineia os direitos humanos básicos, foi adotada pela Organização das Nações Unidas a 10 de dezembro de 1948 (A/RES/217) no Palais de Chaillot, em Paris. Esboçada principalmente por John Peters Humphrey, do Canadá, mas também com a ajuda de várias pessoas de todo o mundo.
Abalados pela barbárie recente e com o intuito de construir um mundo sob novos alicerces ideológicos, os dirigentes das nações que emergiram como potências no período pós-guerra, liderados por URSS e Estados Unidos estabeleceram na Conferência de Yalta, na Ucrânia, em 1945, as bases de uma futura paz, definindo áreas de influência das potências e acertado a criação de uma organização multilateral que promovesse negociações sobre conflitos internacionais, para evitar guerras e promover a paz e a democracia, e fortalecer os Direitos Humanos.
Embora não seja um documento que representa obrigatoriedade legal, serviu como base para os dois tratados sobre direitos humanos da ONU, de força legal, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, e o Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais. Continua a ser amplamente citado por académicos, advogados e cortes constitucionais. Especialistas em direito internacional discutem com frequência quais de seus artigos representam o direito internacional usual.
"A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios estados-membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Segundo o Guinness Book of World Records, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento traduzido no maior número de línguas. Em dezembro de 2012, o site oficial da Declaração Universal dos Direitos Humanos refere a existência de 403 traduções disponíveis.
  

Há 120 anos a Espanha perdeu os restos do seu império americano e do Pacífico

O Tratado de Paris de 1898, assinado em 10 de dezembro de 1898, terminou a Guerra Hispano-Americana.
Os delegados americanos e espanhois reuniram-se em Paris, em 1 de outubro de 1898 para elaborar um tratado que iria pôr termo à guerra, após seis meses de hostilidades. A delegação americana era constituída por William R. Day, Cushman K. Davis, William P. Frye, George Gray, e Whitelaw Reid. A espanhola incluía a Eugenio Montero Ríos, Abarzuza de Buenaventura, José de Garnica, Wenceslao Ramírez de Villa-Urrutia, e Rafael Cerero, bem como um diplomata francês, Jules Cambon.
O Tratado de Paris previa que Cuba se tornasse independente de Espanha, mas o Congresso dos Estados Unidos assegurou o controle deste país pelos Estados Unidos, com a Emenda Platt.
Especificamente, a Espanha renunciou a qualquer reivindicação de soberania sobre Cuba. Após a evacuação pela Espanha, Cuba seria ocupada pelos Estados Unidos, e os Estados Unidos iriam assumir e respeitar todas as obrigações de direito internacional que resultassem deste facto.
O Tratado também garantiu que a Espanha cedia aos Estados Unidos, a ilha de Porto Rico e outras ilhas, então sob soberania espanhola nas Índias Ocidentais, bem como a ilha de Guam.
O maior conflito dizia a respeito à situação das Filipinas. Os comissários espanhóis alegaram que Manila fora entregue após o armistício e, portanto, as Filipinas não poderiam ser exigidas como uma conquista de guerra, pois renderam-se depois do fim da guerra; finalmente, os Estados Unidos decidiram pagar 20 milhões de dólares à Espanha pela posse das Filipinas. O Tratado especificava que a Espanha iria ceder aos Estados Unidos, o arquipélago das Filipinas, e abrangendo as ilhas situadas dentro duma linha especificada.
O tratado foi tema de debate polémico no Senado dos Estados Unidos durante o inverno de 1898-1899, e foi aprovado a 6 de fevereiro de 1899.
De acordo com o tratado, a Espanha, desistia de todos os direitos de Cuba, renunciava a Porto Rico e às suas possessões nas Índias Ocidentais e entregava as ilhas Filipinas, mais a ilha de Guam, aos Estados Unidos.
A derrota pôs fim ao Império espanhol na América e, um ano mais tarde, no Oceano Pacífico (depois do Tratado Germano-Espanhol de 1899) e marcou o início dos Estados Unidos como potência colonial.