quinta-feira, novembro 27, 2014

Fernando Lopes-Graça morreu há 20 anos

(imagem daqui)

Fernando Lopes-Graça (Tomar, 17 de dezembro de 1906 - Parede, Cascais, 27 de novembro de 1994) é considerado um dos maiores maestros e compositores portugueses do século XX.

Nasceu em Tomar a 17 de dezembro de 1906, cidade sobre a qual escreveria que é onde «o monumento completa a paisagem; a paisagem é o quadro digno do monumento; e a luz é o elemento transfigurador e glorificador da união quase consubstancial da Natureza com a Arte.»
Apenas com 14 anos, começou a trabalhar como pianista no Cine-Teatro de Tomar, procedendo ele próprio aos "arranjos" dos trechos que interpretava, tocando peças de Debussy e de compositores russos contemporâneos. Na época, competiam em Tomar as duas bandas rivais: Gualdim Pais e a Nabantina.
Em 1923, frequenta o Curso Superior do Conservatório de Lisboa, tendo como professores: Adriano Meira (Curso Superior de Piano), Tomás Borba (Composição) e Luís de Freitas Branco (Ciências Musicais); em 1927, frequenta a Classe de Virtuosidade, onde tem como professor o Mestre Vianna da Motta (antigo aluno de Liszt), considerado o maior pianista português de todos os tempos.
Em 1928, frequentaria também o curso de Ciências Históricas e Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa, que viria a abandonar em 1931, em protesto contra a repressão a uma greve académica.
Entretanto, funda em Tomar o semanário republicano "A Acção".
Em 1931, no dia em que conclui, com a mais alta classificação, as provas de concurso para Professor de Solfejo e Piano do Conservatório Nacional, é preso pela polícia política, encerrado no Aljube e, a seguir, desterrado para Alpiarça.
Em 1934 concorre a uma bolsa de estudo, na área da música, para Paris. Ganha o concurso mas a decisão do Júri é anulada por ordem da polícia política.
Em setembro de 1935 é de novo preso e enviado para o Forte de Caxias.
Em 1937 é libertado e parte para França por conta própria, aproveitando para ampliar os seus conhecimentos musicais, estudando Composição e Orquestração com Koechlin.
Em 1939 recusa a nacionalidade francesa, sendo forçado a regressar a Portugal.
Em 1940 é-lhe proposto dirigir os Serviços de Música da Emissora Nacional. Não chega a tomar posse do cargo porque recusa assinar a declaração de "repúdio activo do comunismo e de todas as ideias subversivas" que, então, era exigida a todos os funcionários públicos.
Em 1945 integra o Movimento de Unidade Democrática (MUD], do qual virá a ser dirigente. No âmbito das actividades do MUD, Fernando Lopes-Graça cria o Coro do Grupo Dramático Lisbonense, mais tarde Coro da Academia dos Amadores de Música, após a sua morte o coro foi renomeado Coro Lopes-Graça da Academia de Amadores de Música como forma de homenagem. As Canções Regionais Portuguesas e as Canções Heróicas são cantadas pelo Coro por todo o país. Por essa altura adere ao Partido Comunista Português.
A repressão por parte do regime fascista cresce e acentua-se: na década de cinquenta as orquestras nacionais são proibidas de interpretar obras de Fernando Lopes-Graça; os direitos de autor são-lhe roubados; é-lhe anulado o diploma de professor do ensino particular; é obrigado a abandonar a Academia dos Amadores de Música, à qual só regressa em 1972.
É autor de uma vasta obra literária incidente em reflexões sobre a música portuguesa e a música do seu tempo, mas maior ainda é a sua obra musical, da qual são assinaláveis os concertos para piano e orquestra, as inúmeras obras corais de inspiração folclórica nacional, o Requiem pelas Vítimas do Fascismo (1979), o concerto para violoncelo encomendado e estreado por Rostropovich, e a vastíssima obra para piano, nomeadamente as seis sonatas que constituem um marco na história da música pianística portuguesa do século XX.
A 9 de abril de 1981 é feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 2 de fevereiro de 1987 é agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.



Nota: hoje em dia existe uma escola com o seu nome situada na Parede (freguesia portuguesa do concelho de Cascais onde morreu) - a Escola Secundária Fernando Lopes-Graça.

Para a comemoração do centenário do seu nascimento, o Ministério da Educação criou recentemente um site cujo objectivo é divulgar a sua biografia, obra discográfica, programação cultural e outros:
 

Ada Lovelace, filha legítima do poeta Lord Byron e primeira programadora de computadores, morreu há 162 anos

Ada Augusta Byron King, Condessa de Lovelace (Londres, 10 de dezembro de 1815 - Londres, 27 de novembro de 1852), atualmente conhecida como Ada Lovelace, foi uma matemática e escritora inglesa e hoje é principalmente reconhecida por ter escrito o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina, a máquina analítica de Charles Babbage. Durante o período em que esteve envolvida com o projeto de Babbage, ela desenvolveu os algoritmos que permitiriam à máquina computar os valores de funções matemáticas, além de publicar uma coleção de notas sobre a máquina analítica. Por esse trabalho é considerada a primeira programadora de toda a história.
Lovelace nasceu a 10 de dezembro de 1815 e é a única filha legítima do poeta Lord Byron e sua esposa Anne Isabella "Anabella" Byron. Todos os outros filhos de Lorde Byron nasceram fora do casamento. Byron separou-se da esposa um mês depois do nascimento de Ada e deixou a Inglaterra para sempre, quatro meses depois. Acabou morrendo doente durante a Guerra da Independência Grega, quando Ada tinha oito anos de idade. A mãe de Ada promoveu o interesse de Ada pela matemática e lógica, em um esforço para impedi-la de se desenvolver o que ela via como a insanidade de Lord Byron, mas Ada permaneceu interessada em seu pai e, a seu pedido, foi enterrada ao lado dele quando morreu.
Na juventude os seus talentos matemáticos levaram-a a uma relação de trabalho e de amizade com o colega matemático britânico Charles Babbage e, em particular, o trabalho de Babbage sobre a Máquina Analítica. Entre 1842 e 1843, ela traduziu um artigo do engenheiro militar italiano Luigi Federico Menabrea sobre o motor, e complementou com um conjunto de sua própria autoria, que ela chamou de Anotações. Essas notas, contém um algoritmo criado para ser processado por máquinas, o que muitos consideram ser o primeiro programa de computador. Ela também desenvolveu uma visão sobre a capacidade dos computadores de irem além do mero cálculo ou processamento de números, enquanto outros, incluindo o próprio Babbage, focavam apenas nessas capacidades. A sua mentalidade da "ciência poética" a levou a fazer perguntas sobre a Máquina Analítica (como é mostrado nas suas notas) e a examinar como os indivíduos e a sociedade se relacionam com a tecnologia como uma ferramenta de colaboração.

Infância
Ada Lovelace nasceu Augusta Ada Byron, a 10 de dezembro de 1815, em Londres, na Inglaterra, filha do poeta George Gordon Byron, 6 º Barão Byron, e de Anne Isabella "Annabella" Milbanke, Baronesa Byron. George Byron esperava ser pai de um menino e ficou desapontado quando sua esposa deu à luz uma menina. Augusta recebeu esse nome por causa da meia-irmã de Byron, Augusta Leigh, e foi chamada de" Ada "pelo próprio George.
Em 16 de Janeiro 1816, Annabella, a pedido de George, se mudou para a casa de seus pais em Kirkby Mallory levando Ada com ela, que na época tinha apenas um mês de idade. Embora a lei Inglesa desse ao pai a custódia total de seus filhos em caso de separação, Byron não fez nenhuma tentativa de reivindicar seus direitos 12], mas pediu para que sua irmã o mantivesse informado sobre o bem-estar de Ada. Em 21 de abril, Byron assinou a escritura de separação, com muita relutância, e deixou a Inglaterra para sempre alguns dias depois. Além de não aceitar bem a separação amarga, Annabella fez acusações sobre o comportamento imoral de Byron, durante toda sua vida. Este conjunto de eventos deixaram Ada famosa na sociedade vitoriana. Byron não tinha um relacionamento com sua filha, e nunca mais a viu. Ele morreu em 1824, quando ela tinha oito anos. A sua mãe era a única figura parental significativa em sua vida. Ada não foi autorizado a ver qualquer retrato de seu pai até seu vigésimo aniversário. A sua mãe tornou-se Baronesa Wentworth em 1856.

Primeiro programa (e programadora) de computador
Em 1842 Charles Babbage foi convidado a ministrar um seminário na Universidade de Turim sobre sua máquina analítica. Luigi Menabrea, um jovem engenheiro italiano e futuro Primeiro-ministro da Itália, publicou a palestra de Babbage em francês e esta transcrição foi posteriormente publicada na Bibliothèque universelle de Genève, em 1842.
Babbage pediu a Ada para traduzir o artigo de Menabrea para o inglês, adicionando depois a tradução com as anotações que ela mesma havia feito. Ada levou grande parte do ano nesta tarefa. Estas notas, que são mais extensas que o artigo de Menabrea, foram então publicados no The Ladies' Diary e no Memorial Científico de Taylor sob as iniciais "AAL".
Em 1953, mais de cem anos depois de sua morte, as notas de Ada sobre a máquina analítica de Babbage foram republicadas. A máquina foi reconhecida como um primeiro modelo de computador e as notas de Ada como a descrição de um computador e um software.
As notas de Ada foram classificadas alfabeticamente de A a G. Na nota G ela descreve o algoritmo para a máquina analítica computar a Sequência de Bernoulli. É considerado o primeiro algoritmo especificamente criado para ser implementado num computador, e Ada é recorrentemente citada como a primeira pessoa programadora por esta razão. No entanto, a máquina não foi construída durante o tempo de vida da Condessa de Lovelace.

A Guarda faz hoje 815 anos!

A Guarda é uma cidade portuguesa com 26.565 habitantes, inserida no município homólogo com 712,1 km² de área e 42 541 habitantes (2011), subdividido, desde a reorganização administrativa de 2012/2013, em 43 freguesias e uniões de freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Pinhel, a leste por Almeida, a sudeste pelo Sabugal, a sul por Belmonte e pela Covilhã, a oeste por Manteigas e por Gouveia e a noroeste por Celorico da Beira. É ainda a capital do Distrito da Guarda, que tem uma população residente de 173.831 habitantes. Situada no último contraforte Nordeste da Serra da Estrela, a 1.056 metros de altitude, sendo a cidade mais alta de Portugal. Situa-se na região centro de Portugal e pertence à sub-região da Beira Interior Norte.

(...)

 Cronologia
  • 200 000 000 AC Impacto de um meteoro a NE da atual cidade da Guarda, formando-se uma cratera complexa de 35 km de diâmetro.
  • 1202 - Criação da Diocese da Guarda, transferida de Idanha, a antiga e importante cidade romana da Egitânia, que foi largamente abandonada no tempo das invasões e lutas contra os mouros, já que a sua situação em plena fronteira e localização difícil de defender a expunham a raides, quer de mouros quer de cristãos. A cidade da Guarda foi fundada em posição muito mais fácil de defender, o que lhe permitiria tirar à Idanha a posição de centro principal da Beira Interior.

Jimi Hendrix nasceu há 72 anos

James Marshall "Jimi" Hendrix (nascido Johnny Allen Hendrix; Seattle, 27 de novembro de 1942Londres, 18 de setembro de 1970) foi um guitarrista, cantor e compositor norte-americano. É considerado um dos melhores e maiores guitarrista da história do rock, e um dos mais importantes e influentes músicos de sua era, em diversos géneros musicais.


Luís de Freitas Branco morreu há 59 anos

(imagem daqui)

Luís Maria da Costa de Freitas Branco (Lisboa, 12 de outubro de 1890 - Lisboa, 27 de novembro de 1955) foi um compositor português e uma das mais importantes figuras da cultura portuguesa do século XX.


quarta-feira, novembro 26, 2014

Mário Cesariny morreu há 8 anos

(imagem daqui)

Mário Cesariny de Vasconcelos (Lisboa, 9 de agosto de 1923 - Lisboa, 26 de novembro de 2006) foi poeta e pintor, considerado o principal representante do surrealismo português. É de destacar também o seu trabalho de antologista, compilador e historiador (polémico) das actividades surrealistas em Portugal.


No País 

no país no país no país onde os homens
são só até ao joelho
e o joelho que bom é só até à ilharga
conto os meus dias tangerinas brancas
e vejo a noite Cadillac obsceno
a rondar os meus dias tangerinas brancas
para um passeio na estrada Cadillac obsceno

e no país no país e no país país
onde as lindas lindas raparigas são só até ao pescoço
e o pescoço que bom é só até ao artelho
ao passo que o artelho, de proporções mais nobres,
chega a atingir o cérebro e as flores da cabeça,
recordo os meus amores liames indestrutíveis
e vejo uma panóplia cidadã do mundo
a dormir nos meus braços liames indestrutíveis
para que eu escreva com ela, só até à ilharga,
a grande história do amor só até ao pescoço

e no país no país que engraçado no país
onde o poeta o poeta é só até à plume
e a plume que bom é só até ao fantasma
ao passo que o fantasma - ora aí está -
não é outro senão a divina criança (prometida)
uso os meus olhos grandes bons e abertos
e vejo a noite (on ne passe pas)
diz que grandeza de alma. Honestos porque.
Calafetagem por motivo de obras.
É relativamente queda de água
e já agora há muito não é doutra maneira
no país onde os homens são só até ao joelho
e o joelho que bom está tão barato

 

in Discurso Sobre a Reabilitação do Real Quotidiano (1952) - Mário Cesariny

Tina Turner - 75 anos!

Tina Turner (Nutbush, 26 de novembro de 1939), nome artístico de Anna Mae Bullock, é uma cantora, dançarina, autora e atriz norte americana naturalizada suíça, e cuja carreira artística estreou há mais de cinquenta anos. Além de ser considerada uma diva da música, é a mais notável expoente feminina do rock, e também considerada como a Rainha do Rock and Roll, e, segundo o canal de televisão americano MTV, uma das mais dinâmicas cantoras da história. Tornou-se famosa por explosivas apresentações como membro da banda Ike & Tina Turner durante os anos 60 e 70.


Fausto faz hoje 66 anos

(imagem daqui)

Fausto, nome artístico de Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias (Vila Franca das Naves, 26 de novembro de 1948) é um compositor e cantor português.


terça-feira, novembro 25, 2014

Hoje foi o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher


Patria Mercedes Mirabal (27 de fevereiro de 192425 de novembro de 1960), Minerva Argentina Mirabal (12 de março de 192625 de novembro de 1960) e Antonia María Teresa Mirabal (15 de outubro de 193625 de novembro de 1960) foram dominicanas que se opuseram à ditadura de Rafael Leónidas Trujillo e foram por isso assassinadas.
As irmãs Mirabal cresceram em uma zona rural, no município de Salcedo (hoje província). Quando Trujillo chegou ao poder, a família das irmãs perdeu a casa e todo o seu dinheiro. As irmãs acreditavam que Trujillo levaria o país ao caos económico e, então, formaram um grupo de oposição ao regime se tornando conhecidas como Las Mariposas.
Foram presas e torturadas várias vezes. Apesar disso, continuaram na luta contra a ditadura. Trujillo decidiu acabar com Las Mariposas a 25 de novembro de 1960, enviando homens para interceptar as três mulheres quando iam visitar seus maridos na prisão. Las Mariposas foram apanhadas desarmadas e levadas para uma plantação de cana-de-açúcar, onde foram apunhaladas e estranguladas.
Trujillo acreditou que havia eliminado um grande problema, mas o assassinato teve péssima repercussão. A morte de Las Mariposas causou grande comoção na República Dominicana e levou o povo dominicano a ficar cada vez mais inclinado a apoiar os ideais de Las Mariposas. Esta reação contribuiu no despertar da consciência do povo, e culminou no assassinato de Trujillo em maio de 1961.
No Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, Colômbia, a data do assassinato das irmãs foi proposta pelas feministas para ser o dia Latino-Americano e Caribenho de luta contra a violência à mulher.
Em 17 de dezembro de 1999, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou que 25 de novembro é o Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher, em homenagem ao sacrifício de Las Mariposas.
Em 1995, a escritora dominicana Julia Álvarez publicou o livro No Tempo das Borboletas, baseada na vida de Las Mariposas, e que em 2001 se tornou um filme. A sua história é também recordada no livro A Festa do Bode, do peruano Mario Vargas Llosa.

Joe DiMaggio nasceu há um século...

Joseph Paul "Joe" DiMaggio (Martinez, Califórnia, 25 de novembro de 1914  - Hollywood, 8 de março de 1999) foi um jogador de beisebol norte-americano que jogou no New York Yankees na MLB. Ele foi eleito para o salão da fama do beisebol em 1955. Ele é o irmão do meio dos também jogadores Vince e Dom.
Nascido Giuseppe Paolo DiMaggio Jr. numa família ítalo-americana, os seus pais, Giuseppe Di Maggio e Rosalia Mercurio, eram da localidade de Isola delle Femmine, Sicília.
DiMaggio foi nomeado três vezes MVP da MLB e foi selecionado treze vezes para o All-Star Game (o único jogador a ser selecionado para o Jogo das Estrelas em todas as temporadas em que atuou). Na sua retida dos campos, era o quinto maior rebatedor de home runs na história das grandes ligas com 361 HRs e o sexto em slugging percentage, com 57,9%. Ele é mais conhecido por sua sequência de 56 jogos com pelo menos uma rebatida (de 15 de maio a 16 de julho de 1941), que ainda é recorde na MLB. Joe DiMaggio retirou-se em 1951 como um dos melhores jogadores de todos os tempos dos Yankees.
Em 1969, pela sua conduta impecável, recebeu o prémio dos profissionais do beisebol e foi eleito o maior desportista vivo.
Outro facto que o tornou famoso, foi o seu curto casamento com a atriz Marilyn Monroe, em 1954.
Fumador ativo durante boa parte da sua vida, foi-lhe, perto do fim da vida, diagnosticado cancro no pulmão. Em outubro de 1998, foi submetido a uma cirurgia para retirar um tumor e ficou 99 dias sob terapia intensiva. Apesar da alta, DiMaggio nunca se restabeleceu completamente após a operação e não apresentava condições para se submeter a um tratamento de quimioterapia. Faleceu em 1999. O corpo de DiMaggio foi enterrado em Martinez, na Califórnia, sua cidade natal.


Há 39 anos acabou o Verão Quente e o PREC

(imagem daqui)

O 25 de Novembro de 1975 foi o golpe militar que pôs fim à influência da esquerda radical iniciada em Portugal com o 25 de Abril de 1974.
"Após um Verão Quente de disputa entre forças revolucionárias e forças moderadas, pela ocupação do poder do Conselho da Revolução, civis e militares começaram a contar espingardas para um possível confronto armado. Este, tantas vezes anunciado pareceu por fim inevitável, quando, na madrugada de 25 de Novembro de 1975, tropas pára-quedistas ocupam diversas bases aéreas, na expectativa de receber apoio do COPCON. Mas opondo-se-lhes eficazmente um grupo operacional de militares, chefiado por Ramalho Eanes, liquidou a revolta substituindo o PREC - "Processo Revolucionário em Curso" pelo "Processo Constitucional em Curso".
 

segunda-feira, novembro 24, 2014

Freddie Mercury morreu há 23 anos...

Freddie Mercury, nome artístico de Farrokh Bulsara (Zanzibar, 5 de setembro de 1946 - Londres, 24 de novembro de 1991), foi um cantor, pianista e compositor britânico, que ficou mundialmente famoso como vocalista da banda britânica de rock Queen, que ele integrou de 1970 até ao ano de sua morte.
Mercury, tornou-se célebre pelo seu poderoso tom de voz e suas performances energéticas, que sempre envolviam a plateia, sendo considerado pela crítica como um dos maiores artistas de todos os tempos. Como compositor, Mercury criou a maioria dos grandes sucessos dos Queen, como "We Are the Champions", "Love of my Life", "Killer Queen", "Bohemian Rhapsody", "Somebody to Love" e "Don't Stop Me Now". Além do seu trabalho na banda, Mercury também lançou vários projetos paralelos, incluindo um álbum solo, Mr. Bad Guy, em 1985, e um disco de ópera ao lado da soprano Montserrat Caballé, Barcelona, em 1988. Mercury morreu vítima de broncopneumonia, acarretada pela SIDA, em 1991, um dia depois de ter assumido a doença publicamente.
O seu trabalho com Queen ainda lhe gera reconhecimento até os dias de hoje: Mercury é citado como principal influência de muitos outros cantores e bandas. Em 2006, ele foi nomeado a maior celebridade asiática de todos os tempos, sendo também eleito o maior líder de banda da história em uma votação pública organizada pela MTV americana. Em 2008, ele ficou na décima oitava posição na lista dos "100 Maiores Cantores de Todos os Tempos" da revista Rolling Stone, e no ano seguinte, a Classic Rock nomeou-o o maior vocalista de rock and roll. Com os Queen, Mercury já vendeu mais de cento e cinquenta milhões de discos em todo o mundo.


O poeta Cruz e Sousa nasceu há 153 anos

Com a alcunha de Dante Negro ou Cisne Negro, foi um dos precursores do simbolismo no Brasil.




LÉSBIA


Cróton selvagem, tinhorão lascivo,
Planta mortal, carnívora, sangrenta,
Da tua carne báquica rebenta
A vermelha explosão de um sangue vivo.

Nesse lábio mordente e convulsivo,
Ri, ri risadas de expressão violenta
O Amor, trágico e triste, e passe, lenta,
A morte, o espasmo gélido, aflitivo...

Lésbia nervosa, fascinante e doente,
Cruel e demoníaca serpente
Das flamejantes atrações do gozo.

Dos teus seios acídulos, amargos,
Fluem capros aromas e os letargos,
Os ópios de um luar tuberculoso...






in
Broquéis (1893) - Cruz e Sousa

Toulouse-Lautrec nasceu há 150 anos!

Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (Albi, 24 de novembro de 1864 - Saint-André-du-Bois, 9 de setembro de 1901) foi um pintor pós-impressionista e litógrafo francês, conhecido por pintar a vida boémia de Paris do final do século XIX. Sendo ele mesmo um boémio, faleceu precocemente aos 36 anos de sífilis e alcoolismo. Trabalhou por menos de vinte anos mas deixou um legado artístico importantíssimo, tanto no que se refere à qualidade e quantidade de suas obras, como também no que se refere à popularização e comercialização da arte. Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes publicitários, ajudando a definir o estilo que seria posteriormente conhecido como Art Nouveau. Filho mais velho do Conde Toulouse-Lautrec-Monfa, de quem deveria herdar o título, falecendo antes do pai.
  
Biografia
Nascido na nobreza, herdeiro de uma linhagem aristocrática francesa, seu pai era o Conde Alphonse de Toulouse-Lautrec-Monfa,e sua mãe Adéle Tapié de Céleyran. Os seus pais queriam que o filho seguisse com esmero o mesmo caminho nobre de toda a sua família, tanto materna quanto paterna.
Toulouse-Lautrec sofria de uma doença desconhecida em sua época. Certamente uma distrofia poli-hipofisária (debilidade óssea que compromete o crescimento). Sofreu dois acidentes em sua juventude, fraturando o fémur esquerdo aos doze anos e o direito aos catorze anos. Os ossos mal soldados pararam de crescer e fizeram com que Henri não ultrapassasse a altura de 1,52 m, tornando-se um homem com corpo de adulto, mas com pernas curtas de menino. Porém, o jovem não se deixou abater por tal infortúnio. Em seus longos períodos de cama, Toulouse-Lautrec fazia desenhos e pintava aquarelas, abrindo espaço para seu incrível talento que ainda se desfraldaria.
Aos dezasseis anos foi estudar pintura com Léon Bonnat, professor rígido que não o agradava. Logo depois foi estudar com Fernand Cormon, cujo estúdio ficava nas ladeiras suburbanas de Montmartre, em Paris. É lá que Lautrec descobriu a inspiração que lhe faltava. Mudou-se para aquele bairro de má fama e encontrou seu lugar entre trabalhadores, prostitutas e artistas de caráter duvidoso. Começava sua nova vida.

Boémia
Frequentador assíduo do Moulin Rouge e outros cabarés, o pequeno nobre acaba se acomodando muito bem naquele ambiente tão estranho que seus pais nunca aceitaram em ter o filho. O tema principal das pinturas de Toulouse-Lautrec era a vida boémia parisiense, que ele representava através de um desenho que lembra a espontaneidade do desenho satírico de Honoré Daumier, e uma composição dinâmica que poderia ter sido influenciada pela fotografia e as gravuras japonesas, dois fatores de grande importância cultural no fim do século XIX.
Era atraído por Montmartre, uma área de Paris famosa pela boémia e por ser antro de artistas, escritores, filósofos. Escondido no coração de Montmartre estava o jardim de Pére Foret onde Toulouse-Lautrec pintou uma série de óleos sobre tela ao ar livre de Carmen Gaudin (a modelo ruiva que aparece no quadro "A Lavadeira" de 1888). Quando o cabaré Moulin Rouge abriu as portas ali perto, Toulouse-Lautrec foi contratado para fazer cartazes. Posteriormente ele passou a ter assento cativo no cabaré, onde as suas pinturas eram expostas. Nos muitos conhecidos trabalhos que ele fez para o Moulin Rouge e outras casas noturnas parisienses estão retratadas a cantora Yvette Guilbert, a dançarina Louise Weber, mais conhecida como a louca e cativante La Goulue ("A Gulosa"), a qual criou o cancan francês, e também a mais discreta dançarina Jane Avril.

Terramoto
A invenção do cocktail "Terramoto" (Tremblement de Terre) é atribuída à Toulouse-Lautrec. É uma mistura potente de 1/2 parte de absinto e 1/2 parte de conhaque, servido em copo de vinho sobre cubos de gelo ou batido com gelo em shaker.

Trabalho e Arte
Testemunha da vida noturna de Montmartre, Henri não apenas faz pinturas, como também cartazes promocionais dos cabarés e teatros, fazendo-se presente na revolução da publicidade do século XIX, onde a arte deixa de ser patrocinada e financiada apenas pela Igreja e os nobres, para ser comprada e utilizada pelo comércio crescente gerado pela revolução industrial. O cartaz litográfico colorido é uma nova ferramenta de divulgação de locais de lazer parisienses. Trilhando o caminho de Jules Chéret, assim como Alfons Mucha, Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes, definindo o estilo que seria conhecido como Art Nouveau.
O dom artístico de Lautrec é bastante reconhecido, tanto pelos seus amigos da classe baixa quanto por críticos de arte. Participa do Salão dos Independentes em Paris, da exposição dos Vinte e das galerias de Boussod e Valadin.

Estilo
A sua habilidade em capturar as pessoas em seu ambiente de trabalho, com a cor e o movimento da pululante e opulenta vida noturna porém sem o glamour. Usava muito vermelho, em geral de maneira contrastante, usava o cabelo cor de laranja e a cor verde limão para traduzir a atmosfera elétrica da vida noturna. Era um mestre do contorno, podia retratar cenas de grupos de pessoas onde cada pessoa é individual (e na época podia ser identificada apenas pela silhueta). Frequentemente ele aplicava a tinta em uma estreita e longilínea pincelada, deixando a base (papel, tela) ou o contorno aparecer. Sua pintura é gráfica por natureza, nunca encobria por completo o traço forte do desenho. O contorno simples era a "marca registada" de Lautrec desde o início da carreira como designer de cartazes. Não pintava sombras. Suas pinturas sempre incluíam pessoas (um grupo ou um indivíduo) e não gostava de pintar paisagens. O papel usado para os cartazes frequentemente era amarelo.
Apesar da litografia cheia de cores de seu tempo poder acomodar dezenas de cores em um só cartaz, Lautrec geralmente escolhia apenas 4 ou 5, as vezes 6, raramente 6 cores. Ao invés de usar uma multiplicidade de cores, Henri preferiu criar seus efeitos com justaposições e modulações delicadas.

Os últimos anos
Em 1899, a vida desregrada e o excesso de álcool finalmente cobram seu preço do artista. Lautrec sofre de crises e é internado numa clínica psiquiátrica. Ao sair é constantemente vigiado para que não beba e não volte a frequentar os bordéis, vigilância que ele consegue burlar. A sua saúde vai-se deteriorando cada vez mais, até que em 1901 não é mais capaz de viver sozinho. Henri despede-se de Paris com a certeza de que está com os dias contados. Sofre ataques de paralisia e quase não consegue mais pintar.
Em 9 de Setembro de 1901, Henri de Toulouse-Lautrec morre em consequência de um derrame nos braços de sua mãe, no Castelo de Malromé, perto de Bordeaux, às duas horas e quinze minutos da manhã.
Encontra-se sepultado no Cemitério de Verdelais, na França.
  
Legado
Estima-se que Lautrec tenha pintado mais de 1000 quadros a óleo (737 estão catalogados), feito mais de 5.000 desenhos (275 aguarelas, 5.084 desenhos catalogados) e por volta de 363 gravuras e cartazes. O seu trabalho pode ser dividido em períodos: pinturas e desenhos até 1888, entre 1888 e 1892, entre 1893 e 1896:

Exame na Faculdade de Medicina - 1901

Emir Kusturica - 60 anos!

Emir Kusturica (Sarajevo, 24 de novembro de 1954) é um cineasta e músico sérvio. Com uma expressiva sequência de trabalhos internacionalmente aclamados, Kusturica é visto como um dos mais criativos directores de cinema dos anos oitenta e noventa. Venceu duas vezes a Palma de Ouro (por Otac na službenom putu e Underground), bem como recebeu também a comenda francesa da Ordre des Arts et des Lettres.

Vida
Kusturica começou a fazer cinema ainda no colégio, dirigindo filmes independentes. Alguns destes foram premiados em festivais nacionais amadores. Ele estudou na Famu, uma famosa academia cinematográfica de Praga, entre 1973 e 1977. Brilhante aluno, Kusturica estudou com o diretor checo Otakar Vavra. O estudante Kusturica ganhou o primeiro prémio do Festival Internacional de Cinema Estudantil de Karlovy-Vary, no mesmo país, com o seu projecto final de graduação, a curta-metragem em preto-e-branco Guernica (1978).
De volta à Jugoslávia, Kusturica trabalhou para a TV e dirigiu, entre outros, As Noivas Estão Chegando (1979) e Bar Titanic (1980), que lhe deu o primeiro prémio no Festival do Telefilme de Portoroz (Eslovénia). A sua longa metragem de estreia no cinema, Você se Lembra de Dolly Bell? (1981), tornou-se um sucesso de crítica internacional e foi laureado em Veneza com o Leão de Ouro para diretores estreantes.
Para além de cineasta, Emir Kusturica é também músico, tendo um projeto musical denominado Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra, possuindo um estilo de gypsy rock muito próprio.



Hoje é o Dia Nacional da Cultura Científica - António Gedeão / Rómulo de Carvalho nasceu há 108 anos

(imagem daqui)

Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (Lisboa, 24 de novembro de 1906 - Lisboa, 19 de fevereiro de 1997), português, foi um químico, professor de físico-química do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e Liceu Camões, pedagogo, investigador de História da ciência em Portugal, divulgador da ciência, e poeta sob o pseudónimo de António Gedeão. Pedra Filosofal e Lágrima de Preta são dois dos seus mais célebres poemas. Encontra-se colaboração da sua autoria na rubrica Panorama Científico do semanário Mundo Literário (1946-1948).
A data do seu nascimento foi adoptada em Portugal, em 1996, como Dia Nacional da Cultura Científica.
Teve dois filhos, Frederico de Carvalho, também formado em Ciências, e Cristina Carvalho, escritora (esta última do seu segundo matrimónio, com a escritora Natália Nunes).
Jaz no Jazigo dos Escritores Portugueses, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, junto com vultos notáveis das letras portuguesas como José Cardoso Pires ou Fernando Namora
Amostra sem valor

Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.



António Gedeão

domingo, novembro 23, 2014

A propósito do Dia das Reduções das Catástrofes Naturais...


DESASTRES NATURAIS


Trancrevemos um artigo de opinião de Victor Hugo Forjaz, Professor de Vulcanologia, escrito a propósito do dia 13 de outubro, Dia dos Desastres Naturais: 
1- Ao longo de cada ano existe uma já longa lista de "dias comemorativos", desde o Dia Mundial das Zonas Húmidas, a 2 de fevereiro, ao Dia Internacional das Montanhas, a 11 de dezembro, passando pelo Dia Internacional da Literacia, a 8 de setembro. O Dia dos Desastres Naturais deveria ser o mais importante dos Açores, dado o galopante analfabetismo que grassa por  todas  as  ilhas, presentemente contaminadas por um ebolante surto de  futebol e de pirosas  "casas dos segredos", habitadas por gente dos mais humilhantes habitats. Até porque "analfabetismo" é um conceito cada vez mais alargado, mais abrangente - já não basta saber ler e escrever, como no tempo do Doutor Salazar… Nestas ilhas as variantes de analfabetismo assustam. O analfabetismo politico - acentuadamente  esquecido e desleixado - é uma dessa chagas açorianas  e pode  explicar a vergonhosa percentagem de abstenção em actos eleitorais fulcrais, realidade a que os partidos pouco se dedicam ou aplicam receita. Porém o dia mundial  comemorativo mais curioso é o que se marcou para 13 de outubro, porque é móvel como certas festas religiosas, ou seja, deve ser evocado num combinado dia  de outubro, chamando-se Dia dos Desastres Naturais. Como a lista anual de  "dias"  vai engrossando ano após ano, os dias nacionais, europeus, internacionais e mundiais banalizaram-se e deixaram de agregar a pedagogia que os  aureolava. Enfim - é a vida! (como dizia o tal senhor).
2- No caso dos Açores os dias comemorativos são poucos, secos de ideias e  pouco credíveis. Salvo os que, muito bem aceites, incluam ementas pesadíssimas com coentradas sopinhas  de pão (as afamadas sopas do banco bom), couvinhas do quintal, roxas e perfurantes vinhaças de tintol  americano e arroz doce peganhento de canela  - tudo de borla e repetido. Por esse motivo, com  a crise eurótica (de euros) por que passamos (nem todos…), os dias comemorativos andam muito esquecidos. Quem quer comemorar, à escala de arquipélago, para que todos se sintam juntos e menos isolados, o Dia da Poesia, o Dia do Livro, o Dia do Clima, o Dia Nacional da Água, o Dia do Animal, o Dia do Voluntário? Este  último - um dos mais importantes - é uma aflição porque vivemos em terra onde o voluntariado cada vez mais escasseia ou se deturpa. Desgraçados os voluntários que nos hospitais, nos grupos de auxílio a pobres e desprotegidos ainda se amarram, por espírito de solidariedade, a causas! Nestas ilhas as causas são cada vez menores e  mais perseguidas! Mas são cada vez mais numerosos  os que exigem que a Região-Estado tudo deve  fazer… e pagar. ´
Mas - Como  o tema de hoje é específico, passemos ao dito - porque interessa comemorar as  Reduções dos Desastres Naturais?
3 -  Há muitos anos  que me dedico a esse tema. Deambulei por esse mundo dos desastres sísmicos, vulcânicos e de deslizamentos (de terras, a que os geossabichões da ilha  chamam agora de "movimentos de massa", como se fossem um banco!). Em 1984 até fui frequentar um curso internacional  do US Geological Survey, em Denver - Colorado, com uma geofísica do ex-INMG, que felizmente desapareceu.Uma vez mais integrei uma equipa científica de apoio ao vulcão Santa Helena  e aprendi  actuações muito úteis. Mais tarde estive em Disaster City, no Texas, onde participei em diversas operações de socorro em simulacro sísmico e vulcânico. Também estive em Itália a aprender a arrefecer lavas do Etna e a encaminhar a fase fluída das lavas vermelhas para topografias adequadas. Para meu treino pessoal, incluindo no Japão, deliciei-me com esses conhecimentos. Para a Região a minha evidente experiência pouco serviu. porque entrei na lista negra do Dr. Ricardo Barros, eterno e verdadeiro chefe da Protecção Civil dos Açores e dá em diante - kaput! - deixei a Universidade aos 70 anos sem um simples adeus do reitor De Menezes e também não disseram good buy, até por educação de berço ou mera e súbita delicadeza, os  inefáveis  docentes que meti  no Departamento de Geociências quando de mim precisaram. Alguns, há anos, eram  apenas "militantes" das ruas da cidade, passeantes das calçadas de basalto polido. Agora são importantíssimos  políticos da governança. Não estou arrependido dessas  bondades - apenas concluí que não soube escolher melhor. Amen!
4- Bem gostaria, neste dia comemorativo, de elogiar  as diversas equipas anti-desastres naturais do arquipélago. Mas não o devo nem posso, apenas para ser simpático. Os nossos bombeiros são bestiais? São - mas precisam de experiência em coisas que  irão surgir. Assim,  de facto, sendo a Islândia  tão aparentada e tão próxima, a poucas horas de voo e estando a vulcão fissural Bardarbunga em plena actividade, durante meses veranis, quem, dirigente (da Protecção Civil), se deslocou, que se saiba, aquela área? Para observar, para aprender, para conhecer materiais, estratégias  e até erros? A actuação de bombeiros, de forças de segurança e de militares é essencial em  todos os cenários de desastre  natural.  No cenário sísmico, um dos agentes  muito perturbadores, com as poeiras e o caos  destrutivo, é a chuva. No cenário vulcânico, totalmente diferente, os agentes parasitas e incómodos são bem maiores, caso de gases, de cinzas, de ventos, de enxurradas  (além da sismicidade acompanhante). O que sabem as Protecções Civis Regional e Municipais sobre o Bardarbunga da Islândia ("gémeo" do Complexo dos Picos de S. Miguel, dos Sistemas Fissurais da Terceira, da Graciosa, do Pico, de S. Jorge e do Faial)? O que aparece no youtube ou são remetidos pelos amigos?  E sobre as mortes  recentes  do  Otake do Japão, com similitudes com o Vulcão do Fogo de S. Miguel?
O Dia das Reduções das Catástrofes Naturais não se destina a meter medo. Destina-se também a advertir. E os geólogos, cada um com a respectivas especialidade, competência  e entusiasmo, não devem prescindir do seu papel social, afastando as teias do sensacionalismo e das querelas pessoais. E os senhores do Governo, já que gastam tanto dinheiro em festivais e festivalecos, sem retorno de qualquer tipo, pelo menos que apoiem mais a prevenção de desastres  naturais. Incluindo a tal cultura de protecção civil, tão badalada  e útil.  Não se zanguem com este reformadinho...
        
Amen!
Victor Hugo Forjaz, Geólogo  - vforjazovga@gmail.com

Acabou a disputa do título de Campeão Mundial de Xadrez!

O campeão atual, o norueguês Magnus Carlsen, revalidou o título, ao vencer o 11º jogo, ficando o resultado em 6,5 - 4,5. Parabéns ao vencedor e ao vencido, o indiano Viswanathan Anand...! 

Posição final, ao 45º lance

Há 124 anos morreu o Rei Guilherme III e o Luxemburgo tornou-se independente

Guilherme III (Bruxelas, 17 de fevereiro de 1817 - Apeldoorn, 23 de novembro de 1890) foi o rei dos Países Baixos e Grão-Duque de Luxemburgo de 1849 a 1890, filho e sucessor de Guilherme II dos Países Baixos.

Guilherme nasceu em Bruxelas, na Bélgica, como filho de Guilherme II dos Países Baixos e da Rainha Ana, filha do Czar Paulo I da Rússia e da Imperatriz Maria Feodorovna. Na sua juventude, teve uma carreira militar.
Ele casou-se com a sua prima Sofia, filha do Rei Guilherme I de Württemberg e da Grã-Duquesa Catarina Pavlovna da Rússia, em 18 de junho de 1839. O casamento foi definitivamente infeliz. Sofia era uma intelectual liberal, odiando tudo relacionado com ditadura, como a armada. Guilherme era mais simples, mais conservador e amava o exército.

Guilherme III pretendeu repetidamente abdicar assim que seu filho tivesse dezoito anos. Isso ocorreu em 1858, mas como nunca tomou uma decisão, permaneceu Rei. O seu primeiro ato foi a inauguração do gabinete parlamentar de Thorbecke, o projetista da constituição de 1848, a quem Guilherme III odiava.
Quando a hierarquia católica dos bispos foi restaurada em 1853, ele achou uma razão para demitir o seu rival. Nas primeiras duas décadas de seu reinado, ele demitiu vários gabinetes e debandou vários generais de estado muitas vezes, instalando gabinetes reais que reinaram brevemente, pois não havia apoio no parlamento eleito.
Em 1867, tentou vender o grão-ducado de Luxemburgo. A tentativa por pouco não causou uma guerra entre a França e a Prússia e fez de Luxemburgo um país completamente independente.
Guilherme III foi popular entre pessoas ordinárias, apresentado-se como um homem cordial.
Em 1877, Sofia morreu, e anos de guerra dentro do palácio tiveram um fim. Em 1879, dois anos depois, Guilherme III resolveu desposar a jovem Princesa Ema de Waldeck e Pyrmont, um pequeno principado na Alemanha. Alguns políticos ficaram furiosos porque Ema tinha 41 anos a menos do que Guilherme. Entretanto, Ema revelou ser uma mulher cordial, e, quando o rei pediu permissão ao parlamento, o casamento foi facilmente aceito e foi rápido. Contudo, Ema não havia sido sua primeira escolha: sua irmã, a princesa Paulina de Waldeck e Pyrmont, o tinha rejeitado, bem como Tira da Dinamarca, cuja irmã era a Princesa de Gales (depois Rainha Alexandra).
Ema teve uma influência atenuada e suavizadora nas mudanças constantes de personalidade de Guilherme, e o casamento entre os dois foi feliz. A última década foi, sem dúvida, a melhor de seu reinado. Em 1880, Ema deu luz a uma menina: a futura Guilhermina dos Países Baixos, que se tornou herdeira em 1884, com a morte do último filho sobrevivente do primeiro casamento de Guilherme III. Muitos herdeiros potenciais morreram entre 1878 e 1884, e o mausoléu de Nieuwe Kerk em Delft nunca foi aberto tantas vezes na história.
Guilherme III ficou seriamente doente em 1887, morrendo em 1890. Como Guilhermina tinha apenas 10 anos, Ema tornou-se a Rainha Regente, cargo que assumiu até o aniversário de dezoito anos de sua filha. O Grã-Ducado de Luxemburgo, que na época só podia ser herdado por homens, sob a Lei Sálica, foi passado para um primo distante de Guilherme III, Adolfo, Duque de Nassau.