quinta-feira, abril 24, 2025

O holocausto arménio começou há um século...

Arménios escoltados por soldados otomanos, marchando da cidade de Harput (atual Elazığ) para um campo de prisioneiros, em abril de 1915
       
Genocídio arménio, holocausto arménio ou ainda o massacre dos arménios e, tradicionalmente, como Medz Yeghern (em arménio: Մեծ Եղեռն; "Grande Crime") foi o extermínio sistemático pelo governo otomano de seus súbditos arménios, minoritários dentro da sua pátria histórica, que se encontra no território que constitui a atual República da Turquia. O número total de pessoas mortas como resultado do genocídio é estimado entre 800 mil e 1,8 milhão. O dia 24 de abril de 1915 é convencionalmente considerado a data de início dos massacres, quando as autoridades otomanas caçaram, prenderam e executaram cerca de 250 intelectuais e líderes comunitários arménios em Constantinopla.

O genocídio foi realizado durante e após a Primeira Guerra Mundial e executado em duas fases: a matança da população masculina sã, através de massacres e sujeição de recrutas do exército para o trabalho forçado, seguida pela deportação de mulheres, crianças, idosos e enfermos em marchas da morte que levavam ao deserto sírio. Impulsionada por escoltas militares, os deportados foram privados de comida e água e submetidos a roubos, violações e massacres periódicos. Outros grupos étnicos nativos e cristãos, como os assírios e gregos otomanos, também foram igualmente perseguidos pelo governo otomano e o seu tratamento é considerado por muitos historiadores como parte da mesma política genocida. A maioria das comunidades arménias que surgem após a diáspora deste povo por todo o mundo são um resultado direto do genocídio.

Raphael Lemkin foi expressamente movido pela aniquilação dos arménios ao cunhar a palavra genocídio em 1943 e definir extermínios sistemáticos e premeditados dentro dos parâmetros legais. O genocídio arménio é reconhecido como tendo sido um dos primeiros genocídios modernos, os estudiosos apontam para a forma organizada em que os assassinatos foram realizados a fim de eliminar o povo arménio, e é o segundo caso mais estudado de genocídio após o Holocausto, promovido pela Alemanha nazi durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente este conceito é contestado por autores da segunda metade do século XX, pois o Império nunca teve uma conceção étnica ou colonial de Estado antes do genocídio, diferente do colonialismo europeu.

A Turquia, estado sucessor do Império Otomano, nega o termo "genocídio" como uma definição exata para os assassinatos em massa de arménios, que começaram sob o domínio otomano em 1915. Nos últimos anos, o governo turco tem enfrentado seguidas reivindicações para reconhecer o episódio como um genocídio. Até o momento, 29 países reconheceram oficialmente os assassinatos em massa como um genocídio, uma visão que é compartilhada pela maioria dos estudiosos e historiadores deste período histórico.

    
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Mapa dos locais de massacres e campos de extermínio e deportação no território otomano
   
Negação e revisionismo
A Turquia atualmente não reconhece o genocídio arménio. Ela diz que os arménios passaram por uma terrível mortalidade e que na verdade agiu para defender a soberania nacional. A Turquia também alega que o número de mortes é exagerado. Ela diz que estudos demográficos dizem que antes da Primeira Guerra Mundial, viviam menos de 1,5 milhão de arménios em todo o Império Otomano. Conforme os historiadores, mais de 1,5 milhão de arménios foram mortos na Arménia Oriental. Por isso a Turquia acredita ser exagerado o número de arménios mortos. O governo turco foi acusado de usar fakes de Internet para importunar parlamentares alemães que se pronunciaram contra o genocídio em 2016.
      

quarta-feira, abril 23, 2025

Ruggero Leoncavallo nasceu há 168 anos

   

Ruggero (Ruggiero) Leoncavallo (Nápoles, 23 de abril de 1857Montecatini Terme, 9 de agosto de 1919) foi um compositor de óperas italiano.
A sua ópera "I Pagliacci", com os personagens Canio, Tonio, Peppe e Silvio, continua uma das mais populares obras do repertório de ópera.
Filho de um magistrado, Leoncavallo nasceu em Nápoles em 23 de abril de 1857 e estudou no Conservatório San Pietro a Majella. Depois de alguns anos de estudo, e ineficazes tentativas de obter a produção de mais de uma ópera, ele viu o enorme sucesso de Mascagni em Cavalleria rusticana em 1890, e não desperdiçou tempo na elaboração do seu próprio verismo, I Pagliacci (segundo Leoncavallo, o enredo deste trabalho teve origem na vida real: um julgamento sobre assassinato a que seu pai tinha presidido).
I Pagliacci foi apresentada em Milão, em 1892, com sucesso imediato e hoje é o único trabalho de Leoncavallo no reportório padrão de ópera. A sua mais famosa ária Vesti la giubba, "Veste a manta de retalhos") foi gravada por Enrico Caruso e foi o primeiro registo do mundo a vender um milhão de cópias.
I Medici e Chatterton (1896) foram também produzidas em Milão. Grande parte de Chatterton foi gravado pela Gramophone Company (mais tarde HMV). Foi em La bohème, realizada em 1897 em Veneza que o seu talento obteve confirmação pública (as suas duas árias para tenor são realizadas ocasionalmente, especialmente em Itália). Posteriormente compôs as óperas Zaza (1900) (a ópera de Geraldine Farrar, famosa pelo seu desempenho de despedida no Met) e Der Roland Von Berlin (1904). Obteve um breve sucesso em Zingari que estreou em Itália, e Londres, em 1912. (Zingari esteve longo tempo, no Hipódromo Teatro). Zingari chegou aos Estados Unidos, mas logo depois desapareceu do repertório.
Após uma série de operetas, Leoncavallo, num último esforço, criou Edipo Re, mas morreu antes de terminar a orquestração, que foi acabada por Giovanni Pennacchio. Desde a década de 70 esta ópera tem tido um número surpreendentemente elevado de representações (incluindo Roma em 1972, Viena em 1977 e Amesterdão em 1998), bem como uma produção totalmente encenada no Teatro Regio di Torino, em 2002.
A famosa Mattinata foi por ele escrita, para a Gramofone Company, com Caruso em mente. Escreveu o libreto para a maioria das suas próprias óperas e é considerado o maior libretista italiano do seu tempo, após Arrigo Boito. Importante foi ainda a sua contribuição para o libreto de Manon Lescaut de Giacomo Puccini.
Ruggero Leoncavallo morreu em Montecatini, Toscânia, em 9 de agosto de 1919. 
   
 

Max Planck nasceu há 167 anos

      
Max Karl Ernst Ludwig Planck (Kiel, 23 de abril de 1858 - Göttingen, 4 de outubro de 1947) foi um físico alemão. É considerado o pai da física quântica e um dos físicos mais importantes do século XX. Planck foi laureado com o Nobel de Física de 1918, pelas suas contribuições na área da física quântica.
   
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Como consequência do nascimento da física quântica, foi laureado em 1918 com o Nobel de Física. De 1930 a 1937, Planck foi presidente da Kaiser-Wilhelm-Gesellschaft zur Förderung der Wissenschaften (KWG, Sociedade para o Avanço das Ciências do Imperador Guilherme).
Avesso aos ideais nazis, Planck tentou convencer Hitler a dar liberdade aos cientistas judeus. Planck argumentou que haveria diversos tipos de judeus, alguns valiosos e outros inúteis para a Alemanha. O Führer então respondeu-lhe: "Se a ciência não pode passar sem judeus, teremos de nos haver sem a ciência!"
Este facto desagradou a Hitler. Mais tarde o seu filho Erwin foi executado, a 20 de julho de 1944, acusado de traição, relacionada com um atentado para matar Hitler.
Foi senador da Sociedade Kaiser Wilhelm, de 1916 a 1947, e participou da 1ª e da 5ª Conferência de Solvay.
    
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A morte trágica do seu filho Erwin abalou-o psicologicamente. Este facto fez com que Planck perdesse a vontade de viver. Assim, após o final da Segunda Guerra Mundial, ele e a sua segunda esposa mudaram -se para Göttingen, onde, a 4 de outubro de 1947, aos 89 anos, Planck morreria, em consequência de uma queda e de diversos derrames e que, segundo James Franck, via "como uma redenção."
Logo após a sua morte, a Sociedade KWG foi renomeada como Max-Planck-Gesellschaft zur Förderung der Wissenschaften (MPG, Sociedade Max Planck para o Progresso das Ciências). O seu corpo encontra-se sepultado no Stadtfriedhof de Göttingen, na Alemanha.
  

Mais dados sobre choque contra a Terra de Theia...

O que aconteceu ao planeta que a Terra “comeu”?


 

Conceito artístico da colisão de um corpo celeste semelhante a Theia com a Terra

 

O corpo celeste Theia terá colidido com a Terra há 4,5 mil milhões de anos e originado a Lua, assim como deixado marcas na nossa geologia e pode até ter ajudado o planeta a tornar-se habitável.

Os cientistas estão a desvendar a história cataclísmica da origem da Lua, remontando-a a uma colisão dramática ocorrida há mais de 4,5 mil milhões de anos que remodelou a Terra e deixou para trás pistas nas profundezas do planeta.

A teoria amplamente aceite defende que um objeto da dimensão de Marte, denominado Theia, embateu na Terra primitiva num impacto de alta energia. Este acontecimento não só fundiu partes dos dois corpos planetários, como também ejetou uma enorme quantidade de detritos para a órbita. Esses detritos acabaram por se fundir para formar a Lua.

Embora teorias anteriores sugerissem que Theia poderia ter apenas roçado a Terra, simulações mais recentes e provas geológicas indicam um impacto muito mais direto. Neste cenário, a colisão foi tão intensa que os dois mundos se tornaram num só, misturando os seus materiais quase completamente. Alguns dos detritos formaram um grande satélite, que mais tarde caiu na Terra, enquanto um pedaço mais pequeno foi empurrado para fora – acabando por se tornar a Lua.

Uma peça chave de apoio vem de comparações detalhadas de isótopos de oxigénio em rochas lunares e terrestres. Estes isótopos são praticamente idênticos, o que sugere que o material que formou ambos os corpos provém de uma fonte partilhada e completamente misturada, refere o IFLScience.

“Se tivesse havido uma diferença de isótopos, isso teria apontado para um golpe angulado. Mas o que encontrámos apoia uma colisão mais violenta e central”, explica Ed Young, um dos investigadores principais dedicados a este assunto.

As propriedades invulgares da Lua também apoiam esta teoria. A sua órbita está estreitamente alinhada com a da Terra em torno do Sol, permitindo eclipses solares e lunares. Há também o elevado impulso angular do sistema Terra-Lua, a menor densidade da Lua, a falta de elementos mais leves e o facto de o passado fundido da Lua não poder ser explicado com um simples modelo de acreção.

Mas o legado de Theia pode ser ainda mais profundo – literalmente. Os cientistas acreditam agora que regiões densas e anómalas nas profundezas do manto terrestre, conhecidas como Grandes Províncias de Baixa Velocidade (LLVPs), podem ser remanescentes de Theia.

Localizadas por baixo das placas tectónicas do Pacífico e de África, estas estruturas podem ter-se afundado no manto após o impacto, o que sugere que tiveram uma origem extraterrestre. Alguns investigadores propõem mesmo que o material do núcleo de Theia ajudou a iniciar a atividade tectónica da Terra, uma das caraterísticas derradeiras que torna o nosso planeta habitável.

A colisão pode também ter inclinado o eixo da Terra, dando origem às estações que definem o nosso clima atual.

Embora Theia já não exista como um corpo celeste distinto, a sua chegada dramática alterou para sempre a Terra, moldando tanto a sua superfície como os seus céus.

 

in ZAP

Novidades sobre a história inicial do nosso planeta e as suas camadas internas...

Gigantesco oceano de magma formou-se no início da história da Terra (e continua a moldar o planeta)

 

 

Um novo estudo revelou que a Terra manteve um profundo oceano de magma sob a sua superfície no início da sua história. Isso pode explicar as estranhas anomalias observadas ainda hoje, no manto do nosso planeta.

Um oceano de magma formou-se no início da história da Terra. Um novo estudo teoriza que os restos dessa camada líquida de magma perto do núcleo da Terra podem persistir ainda hoje como estranhas anomalias no manto.

Esta não é uma ideia nova. Como escreve a Live Science, esse oceano de magma basal tem sido objeto de um debate aceso durante anos. Algumas provas geoquímicas indicam que, nas primeiras centenas de milhões de anos da existência do planeta, se formou um mar persistente de fusão na fronteira entre o núcleo da Terra e a sua camada intermédia, o manto.

No entanto, os modelos de formação do planeta sugerem que, quando a Terra era nova e fundida, solidificou-se de baixo para cima, tornando difícil compreender como poderia existir um oceano de magma profundo.

O novo estudo, publicado na Nature, descobriu que não só podia existir um oceano de magma, como a sua presença era inevitável. Independentemente do local exato onde o recém-nascido planeta fundido começou a cristalizar-se num sólido, formou-se mesmo um oceano basal.

Um das conclusões do estudo é que os vestígios deste mar de magma oculto podem ainda existir hoje sob a forma de grandes províncias de baixa velocidade de corte (LLVPs) ou “bolhas” do manto. Essas são regiões gigantes do manto profundo onde as ondas sísmicas viajam mais lentamente do que no resto do manto.

Os cientistas têm debatido se estas LLVPs são os restos da crosta oceânica que foram empurrados para as profundezas do manto, o que significa que datam de há algumas centenas de milhões de anos, ou se são os restos do oceano de magma basal da Terra, o que faz com que tenham 4,4 mil milhões de anos.

O novo estudo defende a segunda hipótese; e os resultados podem ter implicações importantes na forma como os investigadores compreendem a história da Terra.

 

Os primórdios da Terra

Como detalha a Live Science, no novo estudo, os investigadores construíram um novo modelo de formação da Terra que considerou tanto os dados geoquímicos como os dados sísmicos – os dois principais métodos de perscrutar a história profunda da Terra.

A equipa analisou o ponto em que o manto teria sido suficientemente cristalizado para se comportar como um sólido e não como um líquido. Descobriu-se que, independentemente do local onde a solidificação começou – no meio do manto ou mesmo na fronteira com o núcleo – formou-se um oceano de magma basal.

Os investigadores variaram as condições do seu modelo para alterar a profundidade da formação sólida, mas esses parâmetros não alteraram nada. Ou seja, mesmo nas circunstâncias menos propícias à formação de um oceano de magma profundo, este formou-se.

“Os resultados sugerem que a estrutura principal do planeta se formou muito cedo na sua história”, disse, à Live Science, o autor principal do estudo e físico planetário da Universidade de York em Toronto (Canadá), Charles-Édouard Boukaré.

A dinâmica da Terra ter-se-á estabelecido muito cedo, com estas estruturas antigas a continuarem a influenciar a forma como o planeta se alterou no futuro.

“Se tivermos uma condição inicial do planeta e conseguirmos modelar as fases iniciais da evolução planetária, podemos prever a maior parte do seu comportamento em escalas de tempo longas”, explicou Boukaré.

 

in ZAP

Shirley Temple nasceu há 97 anos...

    
Shirley Temple Black (Santa Mónica, 23 de abril de 1928 - Woodside, 10 de fevereiro de 2014) foi uma atriz, dançarina, cantora e diplomata norte-americana. De 1935 a 1938, Temple foi a atriz juvenil que proporcionou a Hollywood os maiores lucros obtidos em bilheteira. Já adulta, foi nomeada embaixadora dos Estados Unidos no Gana e na Checoslováquia, e também atuou como Chefe de Protocolo dos Estados Unidos.
    
   
Temple começou a sua carreira no cinema aos três anos de idade, em 1932. Dois anos depois, alcançou fama internacional com Bright Eyes, um filme projetado especificamente para os seus talentos. Em fevereiro de 1935 recebeu um Óscar Juvenil especial, pela sua contribuição excecional como artista juvenil em filmes durante o ano de 1934. Sucessos como Curly Top (1935) e Heidi (1937) vieram, ano após ano, de meados até o fim da década de 30. Temple capitalizou com mercadorias licenciadas que apresentavam a sua imagem; os produtos incluíam bonecas, pratos e roupas. A sua popularidade nas bilheteiras foi diminuindo conforme chegava à adolescência. Ela apareceu nalguns filmes, de qualidade variável, de meados ao fim de sua adolescência, e retirou-se do cinema em 1950, aos 22 anos de idade.

Em 1958, Temple retornou ao show business com uma série televisiva de adaptações de contos de fadas, a qual durou duas temporadas. No início dos anos 60, ela fez participações especiais em programas de televisão, e chegou a filmar o episódio piloto de uma sitcom, mas a mesma nunca foi lançada. Posteriormente, fez parte do conselho de grandes empresas e organizações, incluindo a The Walt Disney Company, a Del Monte Foods e a National Wildlife Federation.

Em 1969, ela começou a sua carreira diplomática, quando foi nomeada para representar os Estados Unidos em uma sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, onde trabalhou na missão norte-americana, sob comando do embaixador Charles W. Yost. Em 1988 publicou a sua autobiografia, Child Star.

Temple recebeu inúmeros prémios e honrarias, incluindo o Prémio Kennedy e o Prémio Screen Actors Guild Life Achievement, além de ter sido eleita a 18ª melhor atriz na lista das maiores lendas do cinema americano, feita pelo American Film Institute

  

Foto nos anos noventa

El-Rei D. Afonso II nasceu há 840 anos

    
D. Afonso II de Portugal (cognominado o Gordo, o Crasso ou o Gafo, em virtude da doença que o teria afetado; Coimbra, 23 de abril de 1185 - Santarém, 25 de março de 1223), terceiro rei de Portugal, era filho do rei D. Sancho I de Portugal e da sua mulher, D. Dulce de Aragão. Afonso sucedeu ao seu pai em 1211.
  
   

O Estado Novo criou oficialmente o Campo de Concentração do Tarrafal há 89 anos...

Muro exterior do Campo do Tarrafal
   
A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom, do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26.539, de 23 de abril de 1936.
Em 18 de outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande (37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros, ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo, em 8 de setembro daquele ano de 1936.
O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
O Estado Novo, sob a capa da reorganização dos estabelecimentos prisionais, ao criar este campo pretende atingir dois objetivos ligados entre si: afastar da metrópole presos problemáticos, e, através das deliberadas más condições de encarceramento, enviar um sinal de que a repressão dos contestatários será levada ao extremo.
Esta visão está claramente definida nos primeiros parágrafos do Decreto-Lei, ao afirmar que serve para receber os presos políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o desterro, aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram refratários à disciplina e ainda os elementos perniciosos para outros reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim, os presos por crime de rebelião.
Foram trinta e sete os prisioneiros políticos que morreram no Tarrafal; os seus corpos só depois do 25 de abril puderam voltar à pátria.
   

Roy Orbison nasceu há 89 anos...

   
Roy Kelton Orbison (Vernon, 23 de abril de 1936 - Hendersonville, 6 de dezembro de 1988), apelidado de "The Big O", foi um influente cantor e compositor norte-americano e um dos pioneiros do rock and roll, e cuja carreira se estendeu por mais de quatro décadas. Orbison foi internacionalmente reconhecido pelas suas baladas sobre amores impossíveis, pelas suas melodias ritmicamente avançadas, o seu timbre vocal de três oitavas, os seus característicos óculos escuras e um ocasional uso de falsete, tipificado nas canções como "Only The Lonely", "Oh, Pretty Woman" e "Crying". Em 1988 foi incluído, postumamente, na galeria da fama de compositores de música.
   
 

Glenn Cornick nasceu há 78 anos...

    

Glenn Cornick (Barrow-in-Furness, 23 de abril de 1947 - Hilo (Havaí), 28 de agosto de 2014) foi um músico britânico. Foi o primeiro baixista e um dos fundadores do Jethro Tull. Ele saiu da banda depois de seu terceiro álbum, Benefit, em 1970. Seu estilo (meio virtuoso, meio performático), fica presente nas primeiras músicas da banda, como "Bouree" e "The Witch's Promisse".

Cornick foi "convidado" a deixar o Tull pelo empresário Terry Ellis, mas recebeu o apoio e encorajamento para formar sua própria banda, Wild Turkey, que obteve certo êxito com alguns álbuns e turnês - em 1972, abriram os shows para a turnê mundial do Black Sabbath.

Ele mudou-se depois para Berlim, onde gravou o álbum "Rock'n Roll Testament" com a banda Karthago. Mais tarde, nos EUA, formou o grupo Paris com Bob Welch, ex-Fleetwood Mac. A parceria durou até 1977, quando Cornick abandonou a música e se tornou gerente de vendas de uma empresa de alimentos.

Depois de dez anos voltou a tocar, participando em vários projetos - inclusive uma reunião dos Wild Turkey, lançando mais três álbuns.

Cornick morreu em Hilo, no Havai, a 28 de agosto de 2014, por causa de insuficiência cardíaca congestiva.

    

 

Steve Clark, o precocemente desaparecido guitarrista dos Def Leppard, nasceu há 65 anos...

    
Stephen Maynard Clark (Hillsborough, Sheffield, 23 de abril de 1960 – Londres, 8 de janeiro de 1991) foi um dos guitarristas fundadores da banda de hard rock britânica Def Leppard. Morreu em 1991, de uma overdose acidental de codeína, misturada com Valium, morfina e bebidas alcóolicas. Clark foi classificado em 11º pela Classic Rock Magazine's na lista dos "100 maiores heróis da guitarra".
    
      
 

A Ordem da Jarreteira faz hoje 677 anos - Honi soit qui mal y pense...

  
A Nobilíssima Ordem da Jarreteira (do inglês, Most Noble Order of the Garter) conhecida simplesmente como Ordem da Jarreteira, é uma ordem militar de cavalaria britânica, a mais antiga da Inglaterra e do sistema de honras britânico, fundada em 1348 criada por Eduardo III de Inglaterra, com a dedicação da imagem e das armas a São Jorge, patrono da Inglaterra (embora existam registos de nomeações para a ordem em 1344), baseada nos nobres ideais da demanda do Santo Graal e da corte do rei Artur.
Por ser o mais antigo sistema de honras britânico, é visto como a mais importante comenda desde essa altura até aos dias de hoje. Supõe-se que tenha sido criada para destacar os esforços do reino e de aliados, para conquistar a Terra Santa e um "Império Cristão" nas subsequentes cruzadas, numa época de ouro para os cavaleiros, a nobreza das guerras.
Os membros da ordem são limitados ao Soberano, ao Príncipe de Gales e somente mais vinte e quatro membros ou companheiros, que também incluem cavaleiros e damas extranumerários (por exemplo, membros da família real e monarcas estrangeiros). Conceder a honra, é descrito como uma das poucas prerrogativas executivas remanescentes do monarca de caráter verdadeiramente pessoal.
O emblema da ordem, retratado na insígnia, é uma jarreteira com a escrita "Envergonhe-se quem nisto vê malícia", ou "Maldito seja quem pense mal disto” (do francês antigo: motto Honi soit qui mal y pense) em letras douradas. Os membros da ordem recebem uma liga nas ocasiões cerimoniais.
Novas nomeações para a Ordem da Jarreteira sempre são anunciadas no Dia de São Jorge, a 23 de abril.
  

William Turner nasceu há 250 anos...!

William Turner: Auto-retrato, 1798
  
Joseph Mallord William Turner (Londres, 23 de abril de 1775 - Chelsea, 19 de dezembro de 1851) foi pintor romântico londrino, considerado por alguns um dos precursores do impressionismo, em função dos seus estudos sobre cor e luz. Ele é conhecido por suas colorações expressivas, paisagens imaginativas e pinturas marinhas turbulentas, muitas vezes violentas. Turner nasceu em Maiden Lane, Covent Garden, Londres, numa modesta família de classe média baixa. Ele viveu em Londres toda a sua vida, mantendo o seu sotaque característico e evitando assiduamente o sucesso e a fama.
Uma criança prodígio, Turner passou a estudar na Academia Real Inglesa em 1789, matriculando-se quando tinha 14 anos, e exibindo seu primeiro trabalho lá aos 15 anos. Durante esse período, ele também trabalhou como desenhador de arquitetura. Ele ganhava um valor estável de encomendas e vendas, que devido à sua natureza problemática e contrariada, eram muitas vezes aceites de má vontade. Ele abriu sua própria galeria em 1804 e tornou-se professor de perspetiva na academia em 1807, onde lecionou até 1828, embora fosse visto como profundamente inarticulado. Ele passou a viajar para a Europa a partir de 1802, geralmente retornando com volumosos cadernos de esboços.
Intensamente misogino, excêntrico e recluso, Turner foi uma figura controversa ao longo de sua carreira. Ele não se casou, mas teve duas filhas, Eveline (1801–1874) e Georgiana (1811–1843), ambas filhas da sua governanta, Sarah Danby. Ele ficou mais pessimista e moroso quando ficou mais velho, especialmente após a morte do seu pai, quando a sua visão se deteriorou, a sua galeria saiu da ribalta e foi negligenciada, mas a sua arte se intensificou. Ele viveu na miséria e com saúde precária a partir de 1845, e morreu em Londres em 1851 aos 76 anos. Turner foi enterrado na Catedral de São Paulo, em Londres.
Ele deixou para trás mais de 550 pinturas a óleo, 2.000 aguarelas e 30.000 obras em papel. Ele havia sido amplamente defendido pelo principal crítico inglês da época, John Ruskin, em meados de 1840; hoje é considerado como detentor de uma pintura paisagista sofisticada, elevada a uma eminência que rivaliza com a pintura histórica.
 
 

Castelo Arundel com arco-íris (1824), Museu Britânico - Londres
    
Erupção do Vesúvio (1817), The British Art Center - New Haven
       

Hoje é o Dia Internacional do Livro...!

    
O Dia Internacional do Livro teve a sua origem na Catalunha, região autónoma de Espanha.
A data começou a ser celebrada em 5 de abril de 1926, em comemoração do nascimento de Miguel de Cervantes, escritor espanhol. O escritor e editor valenciano, estabelecido em Barcelona, Vicent Clavel Andrés, propôs este dia à Câmara Oficial do Livro de Barcelona.
Em 6 de fevereiro de 1926, o governo espanhol, presidido por Miguel Primo de Rivera, aceitou a data e o Rei Afonso XIII assinou o decreto real que instituiu a Festa do Livro Espanhol.
No ano de 1930, a data comemorativa foi mudada para 23 de abril, dia provável do falecimento de Cervantes.
Mais tarde, em 1995, a UNESCO instituiu 23 de abril como o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, em virtude de a 23 de abril se assinalar o falecimento de outros escritores, como Josep Pla, escritor catalão, e William Shakespeare, dramaturgo inglês.
No caso do escritor inglês, tal data não é precisa, pois que em Inglaterra, naquele tempo, ainda se utilizava o calendário juliano, pelo que havia uma diferença de 10 dias apara o calendário gregoriano usado em Espanha. Assim Shakespeare faleceu, efetivamente, dez dias depois de Cervantes.

Pixinguinha nasceu há 128 anos...

  
Alfredo da Rocha Viana Filho, conhecido como Pixinguinha (Rio de Janeiro, 23 de abril de 1897 - Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1973), foi um flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro.
Pixinguinha é considerado um dos maiores compositores da música popular brasileira, contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva.
   
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No dia 23 de abril comemora-se no Brasil o Dia Nacional do Choro, uma homenagem ao nascimento de Pixinguinha. A data foi criada oficialmente a 4 de setembro de 2000, quando foi sancionada lei originada por iniciativa do bandolinista Hamilton de Holanda e seus alunos da Escola de Choro Raphael Rabello.
Pixinguinha morreu na igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, quando era para ser padrinho numa cerimónia de batismo. Foi enterrado no Cemitério de Inhaúma.
        
 

O terramoto de Benavente foi há 116 anos...

(imagem daqui)
   
O Sismo de Benavente de 1909 foi um abalo telúrico que ocorreu no dia 23 de abril de 1909, às 17.05 horas. Afetou a região ribatejana que abrange os concelhos de Benavente e Salvaterra de Magos, tendo provocado cerca de quatro dezenas de mortos e elevados prejuízos materiais.
  
Evento geológico
O sismo teve origem na Falha do Vale Inferior do Tejo, uma falha intra-placa ativa e terá atingido uma magnitude Ms = 6.3 na escala de Richter. Foi o mais importante sismo gerado sob o território continental português em todo o século XX, uma vez que o sismo de 1969 (de magnitude superior a 7.0) teve o seu epicentro a SW da costa algarvia.
De acordo com relatos da época, o sismo teve uma duração de 22 segundos. Os mesmos relatos referem que o terramoto se terá desenrolado em duas fases, iniciando com um movimento vertical seguido por vários abalos horizontais mais violentos e de maior duração. Ao longo das semanas que se seguiram, sentiram-se várias réplicas com menor intensidade.
 
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El-Rei D. Manuel II em Benavente após o sismo
    
Consequências
O sismo provocou 42 mortos e 75 feridos, distribuindo-se as vítimas mortais do seguinte modo: 30 na freguesia de Benavente, 7 na freguesia de Samora Correia, 3 na freguesia de Santo Estêvão e 2 na freguesia de Salvaterra de Magos.
Para além das perdas humanas, o sismo provocou ainda elevados danos materiais, tanto nas habitações como em edifícios que constituem património municipal, de que são exemplos a Igreja Matriz, a Igreja de Santiago, a Igreja de S. Tomé, a capela de Nª Srª da Paz e os Paços do Concelho.
 
 
     

Ruy Barata morreu há 35 anos...

(imagem daqui)
  
Ruy Guilherme Paranatinga Barata (Santarém, Párá, 25 de junho de 1920 - São Paulo, 23 de abril de 1990) foi um poeta, político, advogado, professor e compositor brasileiro.
Filho único de Maria José (Dona Noca) Paranatinga Barata e do advogado Alarico de Barros Barata. Recebeu o nome Rui em virtude da admiração paterna por Rui Barbosa. O indígena Paranatinga vem do lado materno, que significa rio (paraná) branco (tinga).
Foi alfabetizado pelo pai. Aos dez anos vem para Belém para continuar os estudos. Primeiro, no internato do Colégio Moderno; depois, no Colégio Nossa Senhora de Nazaré, dirigido pelos Irmãos Maristas. Faz o pré-jurídico no Colégio Estadual Paes de Carvalho, onde tem como professor o intelectual Francisco Paulo do Nascimento Mendes, de quem se torna amigo para a vida inteira, e se inicia na poesia escrevendo na revista Terra Imatura. Em 1938, entra para a Faculdade de Direito do Pará.
Em meio aos estudos jurídicos sente aumentar a paixão pela poesia. Mergulha fundo nos poemas de Maiakovski, Garcia Lorca, T.S. Elliot, Mallarmé, Rilke, Pablo Neruda, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Murilo Mendes, Jorge de Lima, entre outros. Abre-se ao pensamento de esquerda através da leitura do Manifesto Comunista de Marx e Engels.
Em 1941, casa-se com Norma Soares Barata, com quem teve sete filhos: Maria Diva, Rui Antônio, Paulo André (parceiro constante em várias canções, entre elas, as mais famosas, Foi assim e Pauapixuna), Maria Helena, Maria de Nazaré, Maria Inez e Cristóvão Jaques.
Em 1943, forma-se em Direito e, como orador da turma, em plena ditadura do Estado Novo, faz um discurso em que pede a volta do país ao Estado de Direito e defende teses avançadas no campo da justiça social. Nessa fase, prefere trocar o exercício da advocacia pela presença na redação do jornal Folha do Norte, de Paulo Maranhão.
Passa a frequentar as tertúlias do Central Café, no centro de Belém, lideradas pelo professor Francisco Paulo do Nascimento Mendes, onde convive e integra a mais brilhante geração de intelectuais paraenses republicanos, que gravitou em torno de Chico Mendes. Entre eles, Mário Faustino, Paulo Plínio Abreu, Benedito Nunes, Haroldo Maranhão, Waldemar Henrique, Machado Coelho, Nunes Pereira, Cauby Cruz, Napoleão Figueiredo e Raimundo Moura.
Ainda em 1943, publica seu primeiro livro de poemas Anjo dos Abismos, pela José Olympio Editora, com o decisivo apoio do romancista paraense Dalcídio Jurandir.
Nessa época, o pai de Ruy, Alarico Barata, exercia forte liderança política na região do Baixo Amazonas contra a violência do chamado Baratismo, liderado pelo caudilho Joaquim Magalhães de Cardoso Barata.
No decorrer dessa luta contra o autoritarismo de Magalhães Barata, Rui Guilherme Paranatinga Barata entra na política partidária e, aos 26 anos, em 1946, é eleito deputado para a Assembleia Constituinte do Pará, pelo Partido Social Progressista (PSP). Embalado pelo clima de explosão democrática que sucedeu a vitória dos aliados contra o nazifascismo na Europa, nenhum tema relevante aos direitos humanos escapou da perceção do jovem deputado naquela legislatura. A luta pela paz num mundo traumatizado pela morte de milhões de seres humanos nos campos de batalha, o horror da ameaça atómica que exterminara as populações de Hiroshima e Nagasaki, o respeito à autodeterminação dos povos, o Estado de Direito no Brasil, a defesa da soberania da Amazónia e a luta contra a pobreza foram temas caros a Ruy Barata.
Foi reeleito em 1950. Em 1951, publica os poemas de A Linha Imaginária (Edições Norte, Belém). A partir daí e depois, como deputado federal (1957 a 1959), se afirma como a voz progressista no Pará em defesa do monopólio estatal do petróleo, das grandes causas nacionais e da paz mundial, nos momentos cruciais da chamada guerra fria.
Em 1959, saúda a revolução cubana com o poema Me trae una Cuba Libre/Porque Cuba libre está. Nesse mesmo ano, entra para a militância clandestina do Partido Comunista Brasileiro, o Partidão. A filiação no PCB tem reflexo na própria criação poética, que opta por evidenciar, nessa fase, um tom político. A sua poesia busca o caminho das palavras acessíveis à compreensão popular e denuncia claramente a miséria e a injustiça social.
Nessa época, provavelmente, dá início à construção de O Nativo de Câncer, poema inacabado com força épica a contar a história de uma cultura em face da invasão de culturas estranhas, um impressionante inventário das coisas e do homem amazónico, incluindo aí o inventário do próprio poeta, um nativo de câncer (em português de Portugal, o signo astrológico Caranguejo). O primeiro canto do poema foi publicado em fevereiro de 1960 no jornal Folha do Norte.
Em 1964, com o golpe militar, foi preso, demitido de seu cartório (então 4º Ofício do Cível e Comércio da Comarca de Belém) e aposentado compulsivamente do cargo de professor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Pará, com menos de 10% de seus proventos. Para sobreviver passa a exercer a advocacia no escritório de seu pai, Alarico Barata, e escreve artigos e reportagens com pseudónimos, como Valério Ventura, para os jornais Folha do Norte e Flash.
A partir de 1967, Ruy Barata, que tinha, desde a juventude, uma estreita ligação com a música, passa a compor em parceria com seu filho, o então jovem músico e instrumentista Paulo André Barata.
Ruy mostra-se um exímio letrista para as melodias do filho. Compõem dezenas de músicas, de cunho rural e urbano, que se tornaram sucessos nacionais e internacionais.
Em 1978, lança mais um capítulo do estudo sobre a Cabanagem, a revolução paraense de 1835, cuja publicação iniciara no ano anterior pela revista do Instituto Professor Sousa Marques (Rio de Janeiro): O Cacau de Sua Majestade, O Arroz do Marquês, A Subversão do Cacau e do Algodão, A Economia Paraense às Vésperas da Tormenta.
Em 1979, com a promulgação da Lei da Amnistia, Ruy Barata é reintegrado no quadro de professores da Universidade Federal do Pará, e volta a ensinar Literatura Brasileira. Em 1984, é publicada a primeira edição do livro Paranatinga, um estudo biográfico do poeta escrito por Alfredo Oliveira.
Ruy Barata morreu em 23 de abril de 1990, durante uma cirurgia, em São Paulo, para onde viajara a fim de obter dados sobre a passagem de Mário de Andrade pela Amazónia.
Pouco depois de sua morte foi lançada a segunda edição, revista e ampliada, do livro Paranatinga. A sua estátua está nos jardins do Parque da Residência, antiga casa dos governadores do Pará, que hoje abriga a Secretaria de Cultura do Estado. Empresta seu nome a uma avenida, ainda em construção, que vai ladear as águas da baía do Guajará em Belém.
Em 2000, foi lançado o livro Antilogia, uma coletânea de poemas organizada e revista pelo próprio Rui entre janeiro e fevereiro de 1990, pouco antes de sua morte, cuja edição reúne quatorze poemas e uma das correspondências que lhe foram enviadas pelo poeta Mário Faustino.
O trabalho de Ruy Barata continua a inspirar músicas, poesias, vídeos, cinema, trabalhos escolares, teses, documentários, dança, artes plásticas e dezenas de outras manifestações culturais em todo o Pará, para reverenciar a memória do poeta que disse em uma canção: Tudo que eu amei estava aqui".
A poesia não se faz com ideias, mas com palavras.
Ruy Barata

Ode


Os dedos contam as ondas,
os minutos talvez,
jamais o anelo.

Podes marcar a face disfarçada,
a barba,
os bens,
todos os sonhos,
mas escravos do real só te aceitamos
na tua farda de pêlos,
sangue
e ossos.

Quando recriarás a trança libertária,
o horizonte do mito,
o Deus negado,
a tela do perene e do intocável?

Quando libertarás a página e o relógio,
o ser distante que revel condenas
às arestas da ruga e aos frutos sazonados?

Quando
(deste olhar em diagonal ao espelho e à morte)
farás ruir ao peso de teu gládio
e ao sulco de teu grito
as taças do não ser,
o veneno da aurora,
as portas do visível,
e do invisível?

Ó jamais seremos sós perante a Fonte,
jamais seremos nós e a ti mostramos
o sorriso de "clown" que se reparte
em contorções de esperma,
tédio,
e ódio.

Jamais conservaremos o perfume e a liturgia,
e a hora que se esvai não justifica
este desabrochar em cálice e corola.

Não ser
..................(embora seja no retrato),
não ter
..................(para ao flagelo condenar-se),
não sentir o chamar do céu porque beleza
e memória de ausências povoada.

Estamos sós,
bem sei,
e como é noite
arrancas o teu mundo no arbitrário,
e a poesia morde o que não é.

Quem te susteve o braço suicida:
a ode ou o catecismo?
Quem te ligou à sorte deste povo:
o sonho ou a promissória?
Quem te fez espalmar a mão como inocente
e a cabeça baixar como culpado?

Ó tempo,
ó dimensão do exílio e da orfandade,
e se não digo eterno,
quase eterno,
deixai toda esperança
"voi che entratte".
  


in A linha imaginária (1951) - Ruy Barata

Um referendo deu independência à Eritreia há trinta e dois anos

   
O referendo sobre a independência da Eritreia em 1993 foi realizado na Eritreia entre 23 e 25 de abril de 1993. O resultado foi de 99,83% a favor, com uma participação de 98,5%. A independência foi declarada em 27 de abril.
  
Conduta
A Missão de Observação das Nações Unidas para a Verificação do Referendo na Eritreia (UNOVER) foi estabelecida de acordo com a resolução 47/114 da Assembleia Geral de 16 de dezembro de 1992 e durou até 25 de abril de 1993. Os objetivos da missão foi verificar a imparcialidade do referendo, relatar reivindicações de irregularidades e verificar a contagem, computação e anúncio dos resultados. O referendo foi concluído dentro do orçamento e foi considerado livre e justo.
  

 

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A Eritreia é um Estado de partido único no qual eleições legislativas nacionais nunca foram realizadas desde a independência - embora a sua Constituição, adotada em 1997, estabeleça que o Estado é uma república presidencialista com uma democracia parlamentar, isto ainda está para ser implementado. De acordo com o governo, isto ocorre devido ao conflito fronteiriço com a Etiópia, que teve início em maio de 1998 e permanece até os dias de hoje. Desde sua independência, em 1993, o país nunca teve eleições. De acordo com a Human Rights Watch, o registo de direitos humanos do governo da Eritreia é considerado um dos piores do mundo. O governo da Eritreia rejeitou essas alegações como motivadas politicamente. Junto com os Estados Unidos, a Eritreia é um dos dois únicos países do mundo que cobra impostos de seus cidadãos independentemente de onde residam no mundo. O serviço militar obrigatório requer longos e indefinidos períodos de conscrição, pelo que alguns eritreus deixam o país para o evitar. Uma vez que todos os media locais são de propriedade estatal, a Eritreia também foi classificada como tendo a segunda menor liberdade de imprensa no Índice de Liberdade de Imprensa, depois da Coreia do Norte

 

Boris Iéltsin morreu há dezoito anos

   
Boris Nicoláievitch Iéltsin (Sverdlovsk, 1 de fevereiro de 1931 - Moscovo, 23 de abril de 2007) foi o primeiro presidente da Rússia após o colapso económico da União Soviética. Iéltsin foi também o primeiro líder de uma Rússia independente após o czar Nicolau II. Os seus anos como senador e líder da oposição no Soviete Supremo são lembrados com glória, mas o seu governo, lembrado com frustração por conta das grandes expectativas, ficou marcado na história por reformas políticas e económicas fracassadas e pelo caos social.
Iéltsin foi responsável pela transformação da economia socialista da Rússia numa economia de mercado, implementando a chamada "terapia de choque", com programas de privatizações e liberalização económica. Graças aos meios como foi conduzido este processo, uma grande parcela da riqueza nacional caiu nas mãos de um restrito grupo de milionários, que ficariam conhecidos como "oligarcas russos". A era Iéltsin foi marcada pela corrupção excessiva e generalizada, inflação, colapso económico e enormes problemas políticos e sociais que afetaram a Rússia e também as demais  antigas repúblicas da União Soviética. Alexander Rutskoi, opositor de Iéltsin, denunciou as reformas do adversário, considerando-as um "genocídio económico".
Iéltsin é lembrado, principalmente, pelas suas várias reformas políticas, sociais e económicas da Rússia, as diversas situações constrangedoras, decorrentes do seu alcoolismo, e o seu papel como líder da oposição, tendo sido ele um dos mais notáveis políticos favoráveis à independência da Rússia, uma república então controlada pela União Soviética.
    
(...)
   
Em 31 de dezembro de 1999, num anúncio surpresa, divulgado ao meio-dia, hora de Moscovo, Iéltsin renunciava ao cargo de presidente da Rússia. Vladimir Putin assumiu a presidência, consoante à Constituição. As eleições aconteceriam no ano seguinte, em 26 de março