William Turner: Auto-retrato, 1798
Joseph Mallord William Turner (
Londres,
23 de abril de
1775 -
Chelsea,
19 de dezembro de
1851), foi
pintor romântico londrino, considerado por alguns um dos precursores do
impressionismo, em função dos seus estudos sobre cor e luz. Ele é conhecido por suas colorações expressivas, paisagens imaginativas e pinturas marinhas turbulentas, muitas vezes violentas.
Turner nasceu em Maiden Lane,
Covent Garden,
Londres, numa modesta família de classe média baixa. Ele viveu em
Londres toda a sua vida, mantendo seu sotaque característico e evitando
assiduamente o sucesso e a fama.
Uma criança
prodígio,
Turner passou a estudar na Academia Real Inglesa em 1789,
matriculando-se quando tinha 14 anos, e exibindo seu primeiro trabalho
lá aos 15 anos. Durante esse período, ele também serviu como desenhista
de
arquitetura.
Ele ganhava uma renda estável de encomendas e vendas, que devido à sua
natureza problemática e contrariada, eram muitas vezes aceitas de má
vontade. Ele abriu sua própria galeria em 1804 e tornou-se professor de
perspectiva na academia em 1807, onde lecionou até 1828, embora fosse visto como profundamente
inarticulado. Ele passou a viajar para a
Europa a partir de 1802, geralmente retornando com volumosos cadernos de esboços.
Intensamente privado,
excêntrico
e recluso, Turner foi uma figura controversa ao longo de sua carreira.
Ele não se casou, mas teve duas filhas, Eveline (1801–1874) e Georgiana
(1811–1843), ambas por sua governanta Sarah Danby. Ele ficou mais
pessimista e
moroso quando ficou mais velho, especialmente após a morte de seu pai, ao que sua
visão
se deteriorava, sua galeria caiu em desuso e negligência, mas sua arte
se intensificou. Ele viveu na miséria e com saúde precária em 1845, e
morreu em Londres em 1851 aos 76 anos. Turner está enterrado na Catedral
de Saint Paul, em Londres.
Ele deixou para trás mais de 550 pinturas a óleo, 2.000 aquarelas e 30.000 obras em papel.
[1] Ele havia sido amplamente defendido pelo principal crítico inglês da época,
John Ruskin,
em meados de 1840; hoje é considerado como detentor de uma pintura
paisagista sofisticada, elevada a uma eminência que rivaliza com a
pintura histórica.
Biografia
Turner foi batizado em
14 de maio de
1775 na
Igreja Anglicana, porém nasceu em
23 de abril de
1775. O seu pai,
William Mikael Turner, era
barbeiro e fabricante de perucas. Já a sua mãe, Mary Marshall, veio de uma família de
açougueiros.
Quatro anos mais tarde, entrou para a Real Academia de
Londres.
Começou como pintor topográfico e pouco a pouco foi se inclinando para
as paisagens, principalmente as marinhas. Em 1802 foi admitido como
membro da Academia de
Londres. Algum tempo depois, fez sua primeira viagem ao continente. Ficou entusiasmado com a pintura dos grandes mestres no
Museu do Louvre, então enriquecido com os saques de
Napoleão.
Lorrain e
Poussin eram seus pintores preferidos.
Turner dedicou-se à pintura da paisagem com paixão, energia, força,
interpretando seus temas de forma épica. Os seus trabalhos transmitiam uma
emoção extrema e foi considerado o ponto culminante da paisagem
romântica.
Turner foi extremamente precoce, brilhante e bem sucedido. Iniciou na
arte aos 13 anos com seus desenhos e com 15 anos atingiu sua reputação.
Era um homem solitário, sem amigos e quando pintava não permitia a
presença de pessoas, mesmo que fossem outros artistas.
Uma de suas preocupações principais foi a aplicação da luz e sua
incidência sobre as cores da maneira mais natural possível. Para tanto,
dedicou-se intensamente ao estudo dos paisagistas
holandeses do século XVIII, muito em voga naquela época na
Europa. Em sua obra os motivos eram em geral paisagens, e o mar era uma constante nos quadros do pintor inglês.
Com o tempo desenvolveu um estilo próprio de pintar. Sua vida foi inteiramente dedicada à
pintura.
Seu acervo é magnífico, com mais de 20.000 obras. Os temas que
ilustravam efeitos de dramaticidade particularmente o fascinavam. Pintou
muito o mar, os rios, os rápidos e os abismos, pois eram belos e
perigosos.
O modo como Turner trata a água, o céu e a atmosfera, em geral se
afasta de todo o realismo natural e se transforma no reflexo anímico da
situação. As pinceladas soltas e difusas dão forma a um torvelinho de
nuvens e ondas, a uma desesperança interior que se transmite à natureza,
uma das características básicas do romantismo.
Também foi de grande relevância para sua pintura a viagem que fez a
Veneza
em 1812, quando o pintor descobriu a importância da cor e conseguiu
dar corpo à atmosfera de uma maneira que, anos depois, os
impressionistas retomariam. Não surpreendentemente,
Veneza tornou-se a sua cidade preferida, uma fusão de água e de civilização, pintou-a muitas vezes, em
1819 e depois em
1828.
De
1830 a
1840, Turner deixou de lado a forma e criou espaços voláteis de nuvens e cores, como em
Chuva, Vapor e Velocidade
(1844), por exemplo, que remete aos quadros abstratos de pleno século
XX. Não é sem motivo que foi qualificado por muitos historiadores como o
primeiro pintor de vanguarda.
A sua última exposição foi em
1850.
No ano seguinte veio a falecer, doente e solitário como sempre viveu.
Após meses desaparecido, foi descoberto, muito doente, por uma sua
empregada. Morreu em
Chelsea em dezembro, de 1851. As suas obras mais importantes estão na
National Gallery e na
Tate Gallery, ambas em
Londres.
Sobre Turner escreveu muito bem Richard Lacayo, na revista TIME
(em 2 de novembro de 2007) afirmando que, embora pudesse desenhar com
precisão molecular, o seu impulso não era delinear a forma mas
dissolvê-la.
Erupção do Vesúvio (1817), The British Art Center - New Haven