A história da terra onde, hoje em dia, se localiza a Eritreia, é
associada aos seus quase 1.000 km de litoral pelo Mar Vermelho. Do outro
lado do mar, vieram vários invasores (e colonizadores), como os
árabes sauditas, vindos da área que hoje em dia corresponde ao
Iémen, os
turco-otomanos, os
Portugueses de
Goa (
Índia), os
egípcios, os
britânicos e, no século XIX, os
italianos. Ao longo dos séculos, invasores também vieram dos países vizinhos da África, como os
etíopes do sul e os
sudaneses pelo oeste. No entanto, o local foi altamente afetado pelos invasores italianos no século XIX.
Na era da corrida das potências europeias para a África e as tentativas
de estabelecer uma base de reabastecimento para seus navios após a
abertura do
canal de Suez
(1869), a Itália invadiu a Eritreia e a ocupou. Em 1 de janeiro de
1890, a Eritreia tornou-se oficialmente uma colónia da Itália. Em 1936,
ela tornou-se uma província da
África Oriental Italiana, juntamente com a Etiópia e a
Somália Italiana.
As forças armadas britânicas repeliram as forças armadas italianas em
1941 e tomaram a administração do pais, que havia sido criado pelos
italianos, para si. Os britânicos continuaram a administrar o território
sob um mandato da ONU até 1951, quando a Eritreia foi unida à Etiópia
pela resolução da ONU 390(A), sob o impulso dos Estados Unidos, adotado
em dezembro de 1950; a resolução foi aprovada após um referendo para
consultar a população da Eritreia.
A importância estratégica da Eritreia, que existe devido ao seu litoral
banhado pelo Mar Vermelho e aos seus recursos minerais, foram a
principal causa para a união com a Etiópia, o que foi o primeiro passo
da anexação da Eritreia como sua 14ª província em 1962, apesar de
muitas outras nações optarem pela independência da Eritreia. Este foi o
culminar de um processo gradual de aquisição por parte das autoridades
etíopes, um processo que incluiu, em edital de 1959, o estabelecimento
do ensino obrigatório da
língua amárica,
a principal língua da Etiópia, em todas as escolas eritreias. A falta
de respeito para com a população da Eritreia levou a um movimento de
independência do país, formado no início dos anos 60, que eclodiu numa
guerra de 30 longos anos contra os governos sucessivos da Etiópia,
terminando em 1991. Após um referendo, supervisionado pela ONU, na
Eritreia, apelidado de UNOVER, no qual a população da Eritreia votou
pela independência da Etiópia, vencendo por uma grande maioria, fez com
que a Eritreia declarasse oficialmente a sua independência e ganhasse
reconhecimento internacional em 24 de maio de 1993.
As línguas predominantes, de facto, são o
tigrínia e o
árabe, ambos pertencentes ao ramo
afro-asiático da família de línguas
semitas. O
italiano é utilizado por extensão, em conjunto com as duas principais línguas, nos negócios públicos e comerciais. O
inglês é usado na comunicação internacional e é a língua de instrução em toda a educação formal a partir do 6° ano.
A Eritreia é um
estado de partido único no qual eleições legislativas nacionais nunca foram realizadas desde a independência
- embora a sua Constituição, adotada em 1997, estabeleça que o estado é
uma república presidencialista com uma democracia parlamentar, isto
ainda está para ser implementado. De acordo com o governo, isto ocorre
devido ao conflito fronteiriço com a
Etiópia, que teve início em maio de 1998 e permanece até os dias de hoje. Desde sua independência, em 1993, o país nunca teve
eleições. De acordo com a
Human Rights Watch, o registo de
direitos humanos
do governo da Eritreia é considerado um dos piores do mundo. O governo
da Eritreia rejeitou essas alegações como motivadas politicamente.
Juntamente com os
Estados Unidos,
a Eritreia é um dos dois únicos países do mundo que cobra impostos de
seus cidadãos independentemente de onde residam no mundo. O serviço militar obrigatório requer longos e indefinidos períodos de
conscrição, que alguns eritreus deixam o país para evitar. Uma vez que todas os
media locais são de propriedade estatal, a Eritreia também foi classificada como tendo a segunda menor
liberdade de imprensa no
Índice de Liberdade de Imprensa, atrás da
Coreia do Norte.