terça-feira, junho 04, 2024

Casanova morreu há 226 anos

   
Giacomo Girolamo Casanova (Veneza, 2 de abril de 1725 - Duchcov, Reino da Boémia, 4 de junho de 1798) foi um escritor e aventureiro italiano.
Interrompeu as duas carreiras profissionais que iniciou - a militar e a eclesiástica - e levou uma vida acidentada.
A cidade onde Casanova nasceu, em 2 de abril de 1725, proporcionou aos turistas um acervo de centenas de peças vindas de museus dos quatro cantos da Europa, do Louvre ao Ermitage de São Petersburgo, de Dresde a Varsóvia, de Estugarda a Aix-en-Provence, de Viena a Amesterdão.
Filho de uma atriz de 17 anos de idade e, provavelmente, do nobre Michele Grimani, proprietário do Teatro de San Samuele onde a sua mãe passou a atuar, Casanova teve uma vida apaixonante, tendo sido inicialmente orientado na sua educação para a vida eclesiástica.
Uma aura mágica envolve toda a sua vida de debochado, libertino, colecionador de mulheres, vigarista e conquistador empedernido, aquele homem que conseguiu fugir das masmorras do Palácio Ducal de Veneza (ou Palácio do Doge), com uma fuga rocambolesca pelos telhados do palácio, depois de estar prisioneiro durante 16 meses.
Tinha sido preso na madrugada de 26 de julho de 1755, sob a acusação de levar uma vida dissoluta, de possuir livros proibidos e de fazer propaganda antirreligiosa. Esperavam-no cinco anos de cativeiro. Na sua primeira cela minúscula, Casanova nem conseguia se erguer.
Cedo adoece, mas mesmo assim planeia uma fuga e cava um túnel, descobrindo desesperado que os seus planos estão condenados ao fracasso quando o mudam de cela em 25 de agosto.
Mas com um companheiro da prisão, o abade Balbi, planeia meticulosamente nova fuga. Na madrugada do dia 1 de novembro de 1756, escapa-se por um buraco que conseguiu escavar no teto da cela e trepa para os telhados do Palácio Ducal de onde não consegue descer.
Esgotado pela procura de uma escada ou de cordas que lhe permitirão sair do telhados que percorre durante toda a noite, Casanova adormece por um par de horas nas águas-furtadas, uma espécie de forro interior dos telhados do Palácio, mas os sinos da Basílica de São Marcos acordam-no providencialmente e forçam-no a procurar novamente uma outra saída.
Acaba por penetrar novamente na Sala Quadrada do Palácio Ducal servida pela Escada dos Gigantes, decorada pelo famoso arquiteto Sansovino no século XVI. Um guarda vê os dois fugitivos e, pensando que são magistrados de Veneza que ficaram até altas horas da madrugada a trabalhar nos processos judiciais, abre-lhes a porta e deixa-os sair pela Porta da Carta, a entrada habitualmente usada para o ingresso no Palácio dos Doges.
Casanova atravessa a Piazetta numa corrida desesperada ao longo das colunas do Palácio Ducal e atira-se para dentro de uma gôndola, escondendo-se da curiosidade dos transeuntes sob a antiga proteção que muitas destas embarcações possuíam outrora, uma cabina chamada "felze" que foi proibida mais tarde, devido aos encontros amorosos que o esconderijo facilitava.
O aventureiro atravessa a fronteira, parte para Munique e só regressa a Veneza vinte anos mais tarde, em 1785, vindo de Trieste e com a incumbência de escrever regularmente relatórios secretos para a Inquisição de Veneza sobre as pessoas que ele frequenta nas suas longas noites de jogo e de dissolução.
Cruel ironia do destino, que ele aceita, existindo cerca de 50 relatórios onde ele acusa nobres e banqueiros de adultério e deboche, da posse de livros cabalísticos e proibidos, de conjura contra o Estado ou de vigarices, crimes que não lhe repugnava cometer!
Em 1772, é recebido novamente no palácio dos Grimani, uma família patrícia de Veneza com a qual pensa estar aparentado, mas por causa das dívidas do jogo envolve-se num confronto com um dos aristocrata de onde sai humilhado, com toda a gente a troçar da sua situação.
Vinga-se ao escrever uma brochura intitulada "Nem Amor Nem Mulheres ou O Limpador dos Estábulos", que todos reconhecem como um retrato do nobre Grimani. Os inquisidores ameaçam-no e ele é forçado a abandonar Veneza, onde nunca mais regressou. A sociedade aristocrática e absolutista do Antigo Regime não podia permitir as ousadias da vingança de um plebeu contra um nobre.
Viaja novamente até Paris e, mergulhando nos salões eruditos e nas bibliotecas, transforma-se num enciclopedista à maneira de Voltaire, Diderot, D'Alembert e do Barão d' Holbach.
Irrequieto e agitado por uma inquietação, que nunca o abandonou, em 73 anos de vida, este sedutor em movimento perpétuo passa grande parte da sua vida em viagens por Avinhão, Marselha, Florença, Roma, Praga, São Petersburgo, Istambul e Viena.
Viajou por toda a Europa e conheceu todos as personagens relevantes da sua época. Personagem, por sua vez, característico do iluminismo do século XVIII, epicurista e racionalista, é recordado sobretudo pelas suas inumeráveis histórias galantes. Já idoso, em 1788, foi nomeado bibliotecário do conde de Waldstein-Wartenberg.
Dedicou os seus últimos anos à escrita de um romance, Isocameron, e, especialmente, à redação das suas memórias, História da minha vida, volumosas e escritas em francês, que constituem um fascinante testemunho da época. Desde a sua primeira publicação, em 1822-25, fizeram-se múltiplas edições novas retocadas. O original integral não foi publicado até 1960.
   

O Lampião nasceu há 126 anos



Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião (Serra Talhada, 4 de junho de 1898 ? - Poço Redondo, 28 de julho de 1938), foi um cangaceiro brasileiro.
  
Nascido na cidade de Vila Bela, atual Serra Talhada, no semiárido do estado de Pernambuco, foi o terceiro filho de José Ferreira da Silva e Maria Lopes de Oliveira. O seu nascimento só foi registado no dia 7 de agosto de 1900. Até os 21 anos de idade ele trabalhava como artesão, era alfabetizado e usava óculos para leitura, características bastante pouco comuns para a região sertaneja e pobre onde ele morava. Uma das versões a respeito de seu apelido é que ele modificou um fuzil, possibilitando-o a atirar mais rápido, sendo que o cano aquecia tanto que brilhava dando a aparência de um lampião.
A sua família travava uma disputa mortal com outras famílias locais até que seu o pai foi morto em confronto com a polícia em 1919. Virgulino jurou vingança. Tornou-se um mito em termos de disciplina. O bando chamava os integrantes das volantes de "Macacos" - uma alusão ao modo como os soldados fugiam quando avistavam o grupo de Lampião: "pulando".
Durante os 20 anos seguintes (começou aos 21 anos), Lampião viajou com o seu bando de cangaceiros, que nunca ultrapassou o número de 50, todos a cavalo e em trajes de couro, chapéus, sandálias, casacos, cintos de munição e calças para protegê-los dos arbustos com espinhos típicos da vegetação da caatinga. Para proteger o "capitão", como Lampião era chamado, todos usavam sempre um poder bélico potente. Como não existia contrabando de armas para se adquirir, na sua maioria eram roubadas à polícia e unidades paramilitares. A espingarda Mauser e uma grande variedade de pistolas semiautomáticas e revólveres também eram adquiridos durante confrontos. A arma mais utilizada era o rifle Winchester.
Lampião foi acusado de atacar pequenas fazendas e cidades em sete estados além de roubo de gado, sequestros, assassinatos, torturas, mutilações, violações e saques. Entretanto para muitas pessoas, especialmente no Nordeste, tem-se imagem de que Lampião era como o Robin Hood do sertão brasileiro, que roubava de fazendeiros, políticos e coronéis para dar aos pobres miseráveis, que passavam fome e lutavam para sustentar famílias com inúmeros filhos.
Era devoto de Padre Cícero e respeitava as suas crenças e conselhos. Os dois se encontraram uma única vez, no ano de 1926, em Juazeiro do Norte.
A sua namorada, Maria Gomes de Oliveira, conhecida como Maria Bonita, juntou-se ao bando em 1930 e, assim como as demais mulheres do grupo, vestia-se como um cangaceiro e participou de muitas das ações do bando. Virgulino e Maria Bonita tiveram uma filha, Expedita Ferreira, nascida em 13 de setembro de 1932. Há ainda a informação controversa de que eles tiveram mais dois filhos: os gémeos Ananias e Arlindo Gomes de Oliveira, mas nunca foi comprovada a verdade dos factos, além de outros dois natimortos.
  
(...)
  
Morte
No dia 27 de julho de 1938, o bando acampou na fazenda Angicos, situada no sertão de Sergipe, esconderijo tido por Lampião como o de maior segurança. Era noite, chovia muito e todos dormiam em suas barracas. A volante chegou tão de mansinho que nem os cães pressentiram. Por volta das 05.15 horas do dia 28, os cangaceiros levantaram para rezar o oficio e se preparavam para tomar café; quando um cangaceiro deu o alarme, já era tarde demais.
Não se sabe ao certo quem os traiu. Entretanto, naquele lugar mais seguro, o bando foi apanhado totalmente desprevenido. Quando os polícias do Tenente João Bezerra e do Sargento Aniceto Rodrigues da Silva abriram fogo com metralhadoras portáteis, os cangaceiros não puderam empreender qualquer tentativa viável de defesa.
O ataque durou uns vinte minutos e poucos conseguiram escapar ao cerco e à morte. Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a morrer. Logo em seguida, Maria Bonita foi gravemente ferida. Alguns cangaceiros, transtornados pela morte inesperada do seu líder, conseguiram escapar. Bastante eufóricos com a vitória, os policiais apreenderam os bens e mutilaram os mortos. Apreenderam todo o dinheiro, o ouro e as joias.
A força volante, de maneira bastante desumana para os dias de hoje, mas seguindo o costume da época, decepou a cabeça de Lampião. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando foi degolada. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão (os dois também tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luis Pedro, Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela. Um dos polícias, demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe de coronha de fuzil na sua cabeça, deformando-a; este detalhe contribuiu para difundir a lenda de que Lampião não havia sido morto e escapara da emboscada, tal foi a modificação causada na fisionomia do cangaceiro. "Feito isso, salgaram os seus troféus de vitória e colocaram em latas de querosene, contendo aguardente e cal." Os corpos mutilados e ensanguentados foram deixados a céu aberto, atraindo urubus.
  
(...)
  
Lampião compositor
"Mulher Rendeira" é um antigo tema popular, muito cantado nos sertões nordestinos no tempo de Lampião, e cuja origem é controversa. Segundo a versão mais conhecida, do Padre Frederico Bezerra Maciel, regionalista pernambucano e biógrafo de Lampião, é de que o mesmo teria escrito os versos da versão original da música. A ele acrescenta Câmara Cascudo, segundo o qual Lampião teria feito escrito a letra em homenagem à sua avó, D.ª Maria Jocosa Vieria Lopes ("Tia Jacosa") em 15 de setembro, no seu aniversário, e  que era uma rendeira. Compôs a música entre setembro de 1921 e fevereiro de 1922, quando apresentou a música em Floresta (Pernambuco). A música tornou-se praticamente um hino de guerra dos cangaceiros do bando de Lampião, tendo inclusive relatos de que o seu ataque à Mossoró em 1927 teria sido feito com mais de 50 cangaceiros cantando "Mulher Rendeira".
Por isso foi incluído no premiado filme "O Cangaceiro", de Lima Barreto, que o celebrizou no país e no exterior. Na ocasião, sofreu uma adaptação do compositor Zé do Norte (Alfredo Ricardo do Nascimento), autor de outras músicas do filme, que manteve a sua estrutura original. Há também uma gravação de um antigo cabra do bando de Lampião, o cangaceiro Volta Seca.
  

 


Angelina Jolie nasceu há 49 anos

      
Angelina Jolie (nascida Angelina Jolie Voight; Los Angeles, 4 de junho de 1975) é uma atriz, cineasta e ativista humanitária americana.
    

Jorge de Sena morreu há quarenta e seis anos...

(imagem daqui)
     
Jorge Cândido Alves Rodrigues Telles Grilo Raposo de Abreu de Sena (Lisboa, 2 de novembro de 1919 - Santa Barbara, Califórnia, 4 de junho de 1978) foi poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, tradutor e professor universitário português.
 
Primeiros anos
Filho único de Augusto Raposo de Sena, natural de Ponta Delgada e comandante da marinha mercante, e de Maria da Luz Teles Grilo de Sena, natural da Covilhã e dona-de-casa. Ambas as famílias eram da alta burguesia, a paterna de suposta linhagem aristocrática de militares e altos funcionários, e a materna de comerciantes ricos do Porto. Segundo relata no seu conto Homenagem ao Papagaio Verde, teve uma infância recolhida, solitária e infeliz, o que fez com se tornasse introspetivo, observador e imaginativo.
Fez a instrução primária e os primeiros anos do liceu no Colégio Vasco da Gama. Concluiu os estudos secundários no Liceu Camões, onde foi aluno de Rómulo de Carvalho. Era um jovem que lia avidamente, tocava piano e escrevia poemas. Na Faculdade de Ciências de Lisboa, fez os exames preparatórios com as notas mais elevadas.

Na Escola Naval
Sena nutria a ideia algo romântica de se tornar oficial da marinha, seguindo as pisadas do pai. Em 1938, aos 17 anos, entrou para a Escola Naval como 1º do seu curso. A 2 de outubro de 1937, iniciou a sua viagem de instrução a bordo do navio-escola Sagres. Visitou os portos de S. Vicente, Santos, Lobito, Luanda, S. Tomé e Dakar, chegando a Lisboa no final de fevereiro de 1938. O contacto com a imensidão do oceano, a azáfama da vida a bordo e o movimento e mudança constantes agradaram ao jovem Sena, mas nem tudo correu bem. Segundo o relato de um antigo camarada de curso, naquele ano a viagem de instrução foi excecional e particularmente dura e exigente em termos de preparação e destreza física, copiando o modelo da marinha alemã. Na parte teórica do curso Sena era brilhante, mas em termos atléticos era medíocre e apesar dos muitos esforços que fez não conseguiu satisfazer as elevadas expectativas do comandante do curso, que parecia nutrir um ódio de estimação pelo cadete contemplativo e intelectual. No final da viagem, foi comunicado a Sena que iria ser proposta a sua exclusão da Marinha por lhe faltarem as "necessárias qualidades" para oficial. Sena ficou profundamente frustrado e desgostoso com esta rejeição e o seu afastamento definitivo de um modo de vida que tanto almejava.

Engenharia civil, casamento e primeiras obras
Apesar da sua inclinação natural para a literatura, o sobredotado Sena decidiu frequentar o curso de Engenharia Civil, iniciando-o em Lisboa e concluindo-o no Porto, em 1944, com a ajuda financeira dos seus amigos Ruy Cinatti e José Blanc de Portugal. O curso pouco o entusiasmou, mas durante todo esse tempo escreveu bastantes poemas, artigos, ensaios e cartas. Desde os 16 anos que escrevia e em 1940, sob o pseudónimo de Teles de Abreu, publicou os seus primeiros poemas na revista Cadernos de Poesia, dirigida por Cinatti, Blanc de Portugal e Tomás Kim. Em 1942, publica o seu primeiro livro de poemas, Perseguição, que não impressiona muito o seu amigo e crítico João Gaspar Simões e Adolfo Casais Monteiro considera-o um livro revelador mas difícil.
Em 1947, Sena inicia a sua carreira de engenheiro, que durou 14 anos. Trabalhou como engenheiro civil na Câmara Municipal de Lisboa, na Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização e na Junta Autónoma das Estradas (JAE), onde permanecerá até ao seu exílio para o Brasil em 1959.
Em 1940, no Porto, Jorge de Sena conhece e torna-se amigo de Maria Mécia de Freitas Lopes (irmã do crítico e historiador literário Óscar Lopes), começando a namorar em 1944 e casando-se em 1949. Jorge de Sena e Mécia de Sena tiveram nove filhos. Mécia, sua incansável companheira e enérgica colaboradora, apoiando o escritor nas inúmeras crises que lhe surgiram ao longo de uma vida por vezes atribulada.
Trabalhava incansavelmente, para sustentar a crescente família. Além do seu absorvente trabalho diurno na JAE (que lhe possibilitou viajar e conhecer o Portugal profundo), Sena também se dedicava à direção literária em editoras, à tradução e revisão de textos, ocupações que lhe roubavam precioso tempo para a investigação literária e a para a sua obra. A banalidade e a pequenez do quotidiano no Portugal de Salazar das décadas de 1940 e 1950 atormentam-no, bem assim como a mediocridade, a mesquinhez e a intriga dos meios literários, a opressão política, a censura literária, resultando num ambiente de trabalho sufocante e absolutamente frustrante, mas que não deixam de o inspirar para o poema É tarde, muito tarde na noite…
Durante esses anos publica várias obras: O Dogma da Trindade Poética – Rimbaud (1942), Coroa da Terra, poesia (1946), Páginas de Doutrina Estética de Fernando Pessoa (organização), 1946, Florbela Espanca (1947), Pedra Filosofal poesia (1950), A Poesia de Camões (1951), etc. Colabora na revista Mundo literário (1946-1948) com contos e poesia e também como crítico artístico na rúbrica de cinema.

Exílio no Brasil
A sua situação como escritor e cidadão estava a tornar-se insustentável. Como escritor, não tinha tempo livre para escrever, apenas o podia fazer de modo insuficiente e limitado à noite e aos domingos. Também o facto de não pertencer a nenhum círculo académico e a falta de apoio institucional lhe frustrava qualquer pretensão de poder vir a editar alguma obra mais ambiciosa. Por outro lado, a sua participação numa tentativa revolucionária abortada em 12 de março de 1959, colocou-o em posição de prisão iminente, no caso muito provável de algum dos conspiradores presos pela PIDE denunciar os que ainda se encontravam livres.
Em agosto de 1959, viajou até ao Brasil, convidado pela Universidade da Bahia e pelo Governo Brasileiro a participar no IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros. Tendo sido convidado como catedrático contratado de Teoria da Literatura, em Assis, no Estado de S. Paulo, aproveitou essa oportunidade e aceitou o lugar, iniciando assim o seu longo exílio. Ele faz amizade com o poeta Jaime Montestrela, que dedicou o seu livro Cidade de lama. Por motivos profissionais teve de adotar a cidadania brasileira.
Não foi contudo um exílio libertador. Sentia saudades da pátria, apesar do rancor perene que nutria pela pequenez, mesquinhez e falta de reconhecimento nacionais que o atormentariam até ao final da vida.
Em 1961, Jorge de Sena foi ensinar Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara. Em 1964, depois de vencer alguns preconceitos académicos pelo facto de ser licenciado em Engenharia, Jorge de Sena defendeu a sua tese de doutoramento em Letras (Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular), tendo obtido os títulos académicos "com distinção e louvor".
O período de seis anos que passou no Brasil foi muito produtivo. Finalmente, tinha toda a disponibilidade para se dedicar à sua obra com a devida profundidade e profissionalismo. Poesia, teatro, ficção, ensaísmo e investigação. Parte do romance Sinais de Fogo e a totalidade dos contos Novas Andanças do Demónio foram escritos neste período.

Estados Unidos e últimos anos
A degradação da situação política no Brasil, com a instalação de uma ditadura militar a partir de março de 1964, fez com que Jorge de Sena, mais do que nunca avesso a prepotências, aceitasse um convite para ensinar Literatura de Língua Portuguesa na Universidade de Wisconsin, para partir para os Estados Unidos em outubro de 1965. Em 1967 foi nomeado catedrático do Departamento de Espanhol e Português da referida universidade.
De 1970 até 1978 foi catedrático efetivo de Literatura Comparada na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara. Apesar da satisfação de ensinar e da amizade que os alunos lhe dedicavam, Sena não foi feliz. Queixava-se da "medonha solidão intelectual da América" onde não havia "convívio intelectual algum" e da esterilidade e espírito burguês do meio académico, que não se interessava pela sua obra.
Quando se deu o 25 de abril Jorge de Sena ficou entusiasmado e queria regressar definitivamente a Portugal, ansioso de dar a sua colaboração para a construção da democracia. Sena visitou Portugal, contudo, nenhuma universidade ou instituição cultural portuguesa se dignou convidar o escritor para qualquer cargo que fosse, facto que muito o desiludiu e amargurou, decidindo continuar a viver nos Estados Unidos, onde tinha a sua carreira estabelecida.
Jorge de Sena morreu em 4 de junho de 1978, aos 58 anos, de cancro. Em 11 de setembro de 2009, os seus restos mortais foram trasladados de Santa Barbara, Califórnia, para o cemitério do Prazeres em Lisboa, depois de uma cerimónia de homenagem na Basílica da Estrela, com a presença de familiares, amigos e entidades oficiais.

Obra
Foi um dos mais influentes intelectuais portugueses do século XX, com vasta obra de ficção, drama, ensaio e poesia, além de importante epistolografia com figuras tutelares da literatura portuguesa e brasileira. A sua obra de ficção mais famosa é o romance autobiográfico Sinais de Fogo, adaptado ao cinema em 1995 por Luís Filipe Rocha. Grande parte da sua obra foi publicada postumamente pelos cuidados da viúva, Mécia de Sena.
 
Prémios
Recebeu o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina, pelo conjunto da sua obra poética, e foi condecorado com a Ordem do Infante D. Henrique, por serviços prestados à comunidade portuguesa. Recebeu, postumamente, a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago. Em 1980, foi inaugurado o Jorge de Sena Center for Portuguese Studies, na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara.

 

 

Cessação


Quando a morte vier, ou procurada
eu a tiver comigo apenas por um instante,
qual já nem for amante
a esperança conseguida à liberdade,
então do nada que a existência invade
alguma dor virá de não ter dito
que a vida eu sofria como um rito
do Sol de outras manhãs. Expatriada?


Não. Que só a morte nunca existirá.
Sonharei - sonhará,
na treva, a cantiga:
Que luz não amiga
a treva será?


Nem longe, nem perto;
nem riso decerto.
Apenas um rumor de madrugada.
 


in Coroa da Terra (1946) - Jorge de Sena

A ditadura comunista chinesa esmagou o protesto na Praça da Paz Celestial há 35 anos...

(imagem daqui)
      
O Protesto na Praça da Paz Celestial (Tian'anmen) em 1989, mais conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial, ou ainda Massacre de 4 de junho consistiu em uma série de manifestações lideradas por estudantes na República Popular da China, que ocorreram entre os dias 15 de abril e 4 de junho de 1989. O protesto recebeu o nome do lugar em que o Exército Popular de Libertação suprimiu a mobilização: a praça Tiananmen, em Pequim, capital do país. Os manifestantes (em torno de cem mil) eram oriundos de diferentes grupos, desde intelectuais que acreditavam que o governo do Partido Comunista era demasiado repressivo e corrupto, a trabalhadores da cidade, que acreditavam que as reformas económicas na China haviam sido lentas e que a inflação e o desemprego estavam dificultando suas vidas. O acontecimento que iniciou os protestos foi o falecimento de Hu Yaobang. Os protestos consistiam em marchas (caminhadas) pacíficas nas ruas de Pequim.
Devido aos protestos e às ordens do governo pedindo o encerramento dos mesmos, houve no Partido Comunista uma divisão de critérios (opiniões) sobre como se deveria responder aos manifestantes. A decisão tomada foi suprimir os protestos pela força, no lugar de atenderem suas reivindicações. Em 20 de maio, o governo declarou a lei marcial e, na noite de 3 de junho, enviou os tanques e a infantaria do exército à praça de Tiananmen para dissolver o protesto. As estimativas das mortes civis variam: 400 a 800 (segundo o jornal The New York Times), 2.600 (segundo informações da Cruz Vermelha chinesa) e sete mil (segundo os manifestantes). O número de feridos é estimado em torno de sete mil e dez mil, da acordo com a Cruz Vermelha. Diante da violência, o governo empreendeu um grande número de prisões para suprimir os líderes do movimento, expulsou a imprensa estrangeira e controlou completamente a cobertura dos acontecimentos na imprensa chinesa. A repressão do protesto pelo governo da República Popular da China foi condenada pela comunidade internacional.
No dia 4 os protestos estudantis intensificam-se. No dia 5 de junho, um jovem solitário e desarmado invade a Praça da Paz Celestial e anonimamente faz parar uma fileira de tanques de guerra. O fotógrafo Jeff Widener, da Associated Press, registou o momento e a imagem ganhou os principais jornais do mundo. O rapaz, que ficou conhecido como "o rebelde desconhecido" ou o homem dos tanques" foi eleito pela revista Time como uma das pessoas mais influentes do século XX. A sua identidade e o seu paradeiro são desconhecidos até hoje.
     

O Rebelde Desconhecido
         

Jorge III do Reino Unido nasceu há 286 anos

Jorge III - pintura de Allan Ramsay, 1762
       
Jorge III do Reino Unido (nome de batismo: George William Frederick; 4 de junho de 173829 de janeiro de 1820) foi Rei da Grã-Bretanha de 1760 até 1801. A partir do Ato de União de 1800, Jorge III passou a ser Rei do Reino Unido. Foi também Duque de Brunswick-Lüneburg e, a partir de 1814, Rei de Hanôver. Jorge III recebeu o cognome de o Louco devido à instabilidade mental causada pela doença crónica que sofria (porfíria). Era filho de Frederico, Príncipe de Gales e da princesa Augusta de Saxe-Gota. Sucedeu ao seu avô Jorge II. No reinado de Jorge III deu-se a independência dos Estados Unidos da América, até então as treze colónias britânicas.
     

Brasão de Jorge III com Rei do Reino Unido
     

Ronnie Lane morreu há 27 anos...

   
Ronald Frederick "Ronnie" Lane (Londres, 1 de abril de 1946 - Trinidad, Colorado, 4 de junho de 1997) foi um cantor, compositor e baixista britânico. É mais conhecido por sua associação com duas bandas de rock britânicas de destaque, The Small Faces (1965-1969) e The Faces (1970-1975).

Biografia
Ronnie Lane nasceu no East End de Londres. Após deixar a escola aos 16 anos, conheceu Kenney Jones num pub, e eles formaram um grupo chamado "The Outcasts". Inicialmente guitarrista-base, não demorou muito para que decidisse passar para o baixo. Em 1965, durante uma visita ao J60 Music Bar em Manor Park, Londres, procurando por um baixo novo, Lane conheceu Steve Marriott, um funcionário do bar. Ele comprou o baixo, e foi para a casa de Marriott ouvir alguns discos; foi então que Marriott o apresentou à sua coleção de álbuns da Motown e da Stax. Os dois decidiram formar uma banda, convidando os seus amigos Jones (bateria) e Jimmy Winston (que passou da guitarra para o órgão). Marriott foi escolhido para ser o vocalista.

Carreira
Os Small Faces logo progrediram dos ensaios para apresentações em bares, passando para shows profissionais. A banda lançou vários singles de sucesso, como "Tin Soldier, "Sha-La-La-La-Lee" e "Itchkoo Park", mas terminou em 1969 com a saída de Marriott. Para seu lugar foi convidado Rod Stewart, e o grupo então passou a se chamar The Faces.
Lane deixou os Faces em 1973 e montou a sua própria banda, Slim Chance, gravando o álbum Anymore For Anymore, demonstrando influências de rock britânico, folk e country.
Depois de um sucesso inicial com os compactos "How Come" e "The Poacher", assinou contrato com a Island Records, lançando Ronnie Lane's Slim Chance e One For The Road. Gravou um álbum com Pete Townshend, Rough Mix, e um último disco solo, See Me.
Foi-lhe diagnosticada esclerose múltipla no final dos anos 70 (a sua mãe também sofria da mesma doença), e em 1983 passou a utilizar cadeira de rodas. Devido ao alto custo financeiro do seu tratamento, os seus amigos organizaram um show de caridade no Royal Albert Hall, o A.R.M.S. Concert, apresentando Eric Clapton, Jimmy Page, Steve Winwood, Bill Wyman, Charlie Watts e Kenney Jones, entre outros.

Mudança para o Texas e morte
Lane mudou para o Texas em 1984, onde o clima era mais benéfico à sua saúde, e esforçou-se para continuar tocando, apresentando-se pela última vez em 1992 num show de Ron Wood. Rod Stewart continuava a fazer doações para o tratamento de Ronnie, pois os ex-integrantes do The Small Faces não recebiam os royalities pelo seu trabalho (resultado de um contrato com a gravadora Immediate). Graças aos esforços do baterista Kenney Jones, os dois integrantes sobreviventes eventualmente conseguiram receber os seus direitos, nos anos 90.
Um álbum de gravações ao vivo para a BBC estava prestes a ser lançado para arrecadar fundos para seu tratamento quando Lane morreu, de pneumonia, em 4 de junho de 1997. Encontra-se sepultado no Cemitério Maçónico, em Trinidad, Colorado, nos Estados Unidos.
     

 


Raul Indipwo morreu há dezoito anos...

(imagem daqui)
    
Raúl José Aires Corte Peres Cruz (Chibia, Huíla, Angola; 1933 - Barreiro, 4 de junho de 2006), conhecido como Raul Indipwo foi um cantor e pintor angolano. Em 1959 Raul Indipwo e Milo MacMahon formaram o grupo Duo Ouro Negro, que fez grande sucesso nas décadas 60 e 70, quer em Angola quer em Portugal (e mesmo no exterior do país). Quando Milo MacMahon faleceu, em abril de 1985, Raul Indipwo mudou o seu nome artístico para Raul Ouro Negro, em homenagem ao colega da dupla falecido, passando a vestir-se de branco, a cor do luto em Angola.
Raul faleceu em 4 de junho de 2006, em Portugal.
  
Mulheres de África, por Raul Indipwo
      

 


O senhor Trololó morreu há doze anos...

     
Eduard Anatolyevich Khil (Smolensk, 4 de setembro de 1934São Petersburgo, 4 de junho de 2012), também conhecido como Eduard Gil, Edward Hill, Edward Khil ou Sr. Trololó, foi um cantor barítono russo, condecorado com o Prémio de Artista do Povo da República Socialista Federativa Soviética da Rússia, ganho após a performance na canção russa Pora v Put Dorogu.
Após se aposentar da carreira musical, na década de 80, Khil desapareceu lentamente do cenário cultural russo, ressurgindo em meados de 2010 quando se tornou um grande meme ao ser divulgado um vídeo viral em que foi apelidado de "Trololó", uma versão vocalizada da música Eu Estou Feliz por Finalmente Regressar a Casa, de 1976. O vídeo foi visto milhões de vezes em todo o mundo. Hospitalizado em São Petersburgo, por causa de um AVC, entrou em coma e acabou por falecer no dia 4 de junho de 2012, aos 77 anos. Em 4 de setembro de 2017, Eduard Khil recebeu uma homenagem do Google com um Doodle animado, em homenagem ao seu 83º aniversário.
    

 


Michelle Phillips, dos Mamas & The Papas, nasceu há oitenta anos...!

  
 
Michelle Phillips nome artístico de Holly Michelle Gilliam (Long Beach, 4 de junho de 1944) é uma cantora e atriz norte-americana e o único membro ainda vivo do famoso grupo vocal dos anos 60 The Mamas & The Papas
 
     

 


O cantor Ricky Shayne nasceu há oitenta anos...!

  

George Albert Tabett (Cairo, 4 de junho de 1944), conhecido pelo nome artístico Ricky Shayne, é um cantor, compositor, ator e empresário francês de ascendência libanesa que fez sucesso na década de 60, principalmente em países de língua alemã

 

Biografia

Filho de um libanês e de uma francesa, mudou-se para Paris aos 15 anos, com a sua mãe, e teve aulas de música durante dois anos. Em seguida foi para a Itália, passando a adotar o nome artístico de Ricky Shayne, lançando em 1965 seu primeiro hit, "Uno dei Mods" (composição de Gianni Meccia e Franco Migliacci), rendendo-lhe um disco de ouro. Um ano depois faz uma participação em La Battaglia dei Mods, onde interpretou um jovem insatisfeito e também atuou como cantor no filme, que teve ainda participações de Udo Jürgens, Joachim Fuchsberger e Elga Andersen, passando a morar na Alemanha durante a produção.

Em terras germânicas, gravou Ich sprenge alle Ketten, composta pelos então desconhecidos Giorgio Moroder e Michael Holm, que alcançou sucesso nas rádios da Alemanha e tornou Shayne um ídolo dos fãs alemães de música pop. Outras músicas de destaque foram "Das hat die Welt noch nicht gesehn", "Es wird ein Bettler zum König" e "Ich mache keine Komplimente" (1967).

Em 1971, lançou uma versão em alemão de seu maior sucesso, "Mamy Blue" (composta por Hubert Giraud), sendo executada com frequência no país, obtendo o 8º lugar nas paradas musicais - ficou também entre os 10 primeiros hits na Bélgica e na França, além de ocupar a primeira posição nas rádios argentinas e brasileiras. Ele ainda atuou no filme de comédia Hurra, wir sind mal wieder Junggesellen!, no mesmo ano. "Mamy Blue" fez parte da banda sonora internacional da novela Bandeira 2, da TV Globo.

Shayne mudou-se para os Estados Unidos em 1976, viajando ocasionalmente à Alemanha para fazer negócios comerciais e se apresentar em shows nostálgicos. Em 1989, lançou "King Ricky", com destaque para a faixa "Once I'm Gonna Stay Forever'' (que fez parte da banda sonora da série Rivalen der Rennbahn), e desde então não voltou a lançar novos álbuns, passando a trabalhar como pintor. Em 2010, organizou a exposição "Ricky Shayne. The Outsider".

 

in Wikipédia

 


Jorge Palma faz hoje 74 anos

     
Jorge Manuel de Abreu Palma (Lisboa, 4 de junho de 1950) é um músico, cantor e compositor português.
     

 


segunda-feira, junho 03, 2024

Charles Lecocq nasceu há 192 anos

  
Alexandre Charles Lecocq (Paris, 3 de junho de 1832Paris, 24 de outubro de 1918) foi um compositor francês. Escreveu operetas e ópera buffa: La fille de Madame Angot (1872), Giroflé-Girofla (1874), Le petit duc (1878).
Nascido numa família pobre, sofreu de uma enfermidade que o obrigou a usar muletas toda a vida. Estudou no Conservatório de Paris, ao mesmo tempo que Georges Bizet. Começa a compor operetas graças a um concurso organizado, em 1856, por Offenbach, onde divide o primeiro prémio com Bizet. Isso determinará a sua carreira, sendo o seu principal nicho de composições.
Obteve o seu grande sucesso em 1872 com La Fille de Madame Angot (A Filha da Senhora Angot) que é considerada, hoje em dia, como umas das melhoras obras que representam o reportório lírico.
  

 


Muhammad Ali morreu há oito anos...

   
Muhammad Ali-Haj, nascido Cassius Marcellus Clay Jr. (Louisville, 17 de janeiro de 1942 - Scottsdale, 3 de junho de 2016), foi um pugilista norte-americano, considerado um dos maiores ​​da história do desporto. Foi eleito "O Desportista do Século" pela revista americana Sports Illustrated em 1999.
    
(...)
   

Muhammad Ali morreu nos Estados Unidos, aos 74 anos, no dia 3 de junho de 2016, vítima de uma doença degenerativa. Estava internado com graves problemas respiratórios num hospital de Phoenix, cidade onde vivia, quando a sua morte foi declarada. A família divulgou nota à imprensa que dizia que "depois de uma batalha de 32 anos contra o mal de Parkinson, Muhammad Ali morreu aos 74 anos".

Em 4 de junho de 2016, um porta-voz da família informou, em entrevista coletiva, que Muhammad Ali morreu por causa de um choque séptico, devido a causas naturais não especificadas.
  

Suzi Quatro nasceu há 74 anos

 
Suzi Quatro, nome artístico de Susan Kay Quatrocchio, (Detroit, Michigan, 3 de junho de 1950) é uma cantora, baixista, personalidade da rádio e atriz norte-americana.
Ela teve uma série de sucessos na década de 70, que encontraram maior repercussão na Europa do que na sua terra natal, e um papel recorrente na sitcom popular americana Happy Days.
 

 


O ditador haitiano Baby Doc nasceu há 73 anos...

      
Jean-Claude Duvalier (Port-au-Prince, 3 de junho de 1951 - Port-au-Prince, 4 de outubro de 2014), mais conhecido como "Baby Doc", foi um ditador do Haiti, de 1971 a 1986, tendo sucedido ao seu pai, François Duvalier, no posto de presidente da república. 
   
Primeiros anos
Duvalier nasceu em Port-au-Prince e foi criado num ambiente isolado. Na infância e adolescência frequentou as instituições de ensino Nouveau College Bird e Saint-Louis de Gonzague. Mais tarde, estudou Direito na Université d'Etat d'Haïti (Universidade do Estado do Haiti), sob a direção de vários professores, incluindo Maître Gérard Gourgue.
Único filho homem de François Duvalier, o "Papa Doc", e Simone Ovide ("Mama Doc"), uma ex-enfermeira, Jean-Claude tinha três irmãs: Marie Denise, Nicole e Simone. 
   
Antecedentes e cargo vitalício
Em 1957 o seu pai, François Duvalier, assumiu a presidência e implantou um regime de terror que durou até à sua morte, em 1971. O terrorismo político continuou sob o comando de Baby Doc, que aos 19 anos lhe sucedeu em regime vitalício, numa época em que dezenas de milhares de haitianos foram torturados e mortos, segundo grupos de direitos humanos. Tal terror era espalhado por sua milicia particular, um exército de cruéis soldados denominados tonton-macoutes ("bichos-papões").
No governo de Baby Doc a taxa de analfabetismo subiu a índices ainda mais grotescos e a expectativa de vida decaiu vertiginosamente, o que, junto com a epidemia de SIDA e a fome que grassava através de todo o país, mergulhou o país no caos social, forçando dezenas de milhares de haitianos ao degredo nos Estados Unidos em arriscadas barcaças superlotadas.
  
Autodegredo e retorno 
Já na década de 80, com a crise económica e o empobrecimento da população, o regime de terror perdeu força, até que, em 1986, Baby Doc fugiu para um exílio na França. Durante a sua saída do país, constatou-se o abismo entre o fausto da sua mudança, que incluía carregamentos de malas Louis Vuitton e milhões de dólares nas suas contas em bancos suíços, e a miséria reinante em Port-au-Prince.
Entre 1986 e 1990, o Haiti procurou estabilizar a sua situação política, mas uma sucessão de golpes militares impediu qualquer organização. Em 16 de janeiro de 2011 Baby Doc retornou ao Haiti alegando que seu regresso visava "ajudar o povo" após o terramoto de 2010 e poucos dias depois foi acusado de vários crimes, incluindo detenção ilegal e tortura contra os seus opositores, corrupção, apropriação de dinheiro público e formação de quadrilha. Mesmo assim nenhum julgamento foi realizado. O ex-presidente só compareceu diante da Justiça em fevereiro de 2013, quando se apresentou no Tribunal de Recurso de Port-au-Prince. Em fevereiro de 2014, a justiça haitiana ordenou um novo inquérito sobre crimes contra a humanidade "imprescritíveis" atribuídos a ele.
   
Vida pessoal  
O seu casamento com Michele Bennett, em 1980, foi pago pelo estado haitiano e teria custado cerca de cinco milhões de dólares aos cofres públicos, enquanto a população vivia na miséria, no que foi considerado o país mais pobre do hemisfério ocidental.
No dia 4 de outubro de 2014, Baby Doc morre de um ataque cardíaco, em Port-au-Prince.
   

Billy Powell, teclista dos Lynyrd Skynyrd, nasceu há 72 anos...

  
William Norris "Billy" Powell (Corpus Christi, 3 de junho de 1952 - Orange Park, 28 de janeiro de 2009) foi um teclista dos Estados Unidos da América, integrante da banda de southern rock Lynyrd Skynyrd.

Biografia
Começou como roadie da banda em 1970, até que em 1972, durante o aquecimento de um show do Lynyrd em Jacksonville, tocou uma versão de "Free Bird" no teclado. O vocalista Ronnie Van Zant ficou tão impressionado que imediatamente o convidou para ser o teclista oficial do grupo.
Sobreviveu ao desastre aéreo que abateu a banda em 1977, sofrendo apenas ferimentos no rosto. Entre essa época e 1987, esteve numa banda chamada Vision.
Voltou aos Lynyrd em 1987 para uma turnê-tributo, permanecendo com a banda até à sua morte, em 28 de janeiro de 2009, em Orange Park, Flórida.
  

 


Poesia para um Papa Santo...

   
  
Para João XXIII
  
Porque não sei de Deus não trago preces.
Sou apenas um homem de boa vontade.
Creio nos homens que acreditam como tu nos homens
creio no teu sorriso fraternal
e no teu jeito de dizer
quase como quem semeia
as palavras que são
trigo da vida.
Creio na paz e na justiça
creio na liberdade
e creio nesse coração terreno e alto
com raízes no céu e em Sotto il Monte
De Deus não sei. Mas quase creio
que Deus poisou nas mãos cheias de terra
dum jovem camponês de Sotto il Monte.
  
Por isso mando à Praça de S. Pedro
não uma prece
mas a minha canção fraterna e livre
esta canção
que vai pedir-te a humana bênção
João XXIII avô do século.
  
  

  
in A Praça da Canção (1965) - Manuel Alegre

Harry Glicken, geólogo especialista em nuvens ardentes, morreu, com uma, há 33 anos...

   
Harry Glicken (Los Angeles, March 7, 1958 – Unzen, June 3, 1991) was an American volcanologist. He researched Mount St. Helens in the United States before and after its famous 1980 eruption, and blamed himself for the death of fellow volcanologist David A. Johnston, who had switched shifts with Glicken so that the latter could attend an interview. In 1991, while conducting avalanche research on Mount Unzen in Japan, Glicken and fellow volcanologists Katia and Maurice Krafft were killed by a pyroclastic flow. His remains were found four days later, and were cremated in accordance with his parents' request. Glicken and Johnston remain the only American volcanologists known to have died in volcanic eruptions.
Despite a long-term interest in working for the United States Geological Survey, Glicken never received a permanent post there because employees found him eccentric. Conducting independent research from sponsorships granted by the National Science Foundation and other organizations, Glicken accrued expertise in the field of volcanic debris avalanches. He also wrote several major publications on the topic, including his doctoral dissertation based on his research at St. Helens titled "Rockslide-debris Avalanche of May 18, 1980, Mount St. Helens Volcano, Washington" that initiated widespread interest in the phenomenon. Since being published posthumously by Glicken's colleagues in 1996, the report has been acknowledged by many other publications on debris avalanches. Following his death, Glicken was praised by associates for his love of volcanoes and commitment to his field.