sexta-feira, novembro 20, 2015

A agonia de Franco terminou há 40 anos

Francisco Franco Bahamonde (Ferrol, 4 de dezembro de 1892 - Madrid, 20 de novembro de 1975) foi um militar, chefe de estado e ditador espanhol. Conhecido como Generalíssimo, Francisco Franco ou simplesmente Franco, integrou o Golpe de Estado na Espanha em julho de 1936 contra o governo democrático da Segunda República, que levou à Guerra Civil Espanhola. Foi nomeado como chefe supremo das tropas sublevadas em 10 de outubro de 1936, sendo o chefe de Estado da Espanha desde o final do conflito até ao seu falecimento, em 1975, e como chefe de Governo entre 1938 e 1973.
Foi líder do partido único Falange Espanhola e das JONS (Juntas Ofensivas Nacional Sindicalistas), nos quais se apoiou para estabelecer um regime fascista no começo do seu governo, que mais tarde derivaria numa ditadura conhecida como franquismo, de tipo conservador, católico e anti comunista. A mudança do seu regime deveu-se à derrota do fascismo na Segunda Guerra Mundial. Aglutinou em torno do culto da sua imagem diferentes tendências do conservadorismo, nacionalismo e catolicismo, opostas à esquerda política e ao desenvolvimento de formas democráticas de governo.
Durante o seu mandato à frente do Exército e da Chefia do Estado, especialmente durante a Guerra Civil e os primeiros anos do regime, tiveram lugar múltiplas violações dos direitos humanos, segundo assinalam numerosas pesquisas históricas e denúncias de pessoas.  O número total de vítimas mortais varia em torno de centenas de milhares de pessoas que morreram, na maioria em campos de concentração, execuções extrajudiciais ou em prisão.
Ao contrário de Hitler e Mussolini, o governo de Franco, devido à teórica neutralidade na Segunda Guerra Mundial, resistiu ao fim da Segunda Guerra. Mas o líder fascista liderava um país industrialmente atrasado, mais pobre  do que as outras nações europeias. E, apesar de não gostar particularmente de futebol, viu no desporto uma forma da Espanha passar a ser conhecida positivamente no exterior. Depois de um governo de quase quarenta anos, Franco restaurou a monarquia e deixou o Rei Juan Carlos I como seu sucessor. Juan Carlos liderou a transição para a democracia, deixando a Espanha com seu atual sistema político.

Vida
Nascido Francisco Paulino Hermenegildo Teódulo Franco y Bahamonde na cidade galega de Ferrol, estudou na Academia de Infantaria de Toledo. Entre 1912 e 1917, distinguiu-se nas campanhas bélicas do Marrocos espanhol. Após uma estada de três anos em Oviedo, voltou ao Marrocos, onde combateu às ordens de Rafael de Valenzuela y Urzaiz e de Millán Astray, destacando-se pelo seu valor e frieza no combate. Em 1923, apadrinhado por Afonso XIII, casou-se com Carmen Polo, de uma família da burguesia das Astúrias.
Destinado novamente a Marrocos com a patente de tenente-coronel, assumiu o comando da Legião Espanhola em 1923 e participou activamente no desembarque na baía de Alhucemas e na reconquista do Protectorado (1925). É considerado, juntamente com José Sanjurjo, o mais brilhante dos militares chamados africanistas. Entre 1928 e 1931 dirigiu a Academia Militar de Saragoça.
Quando da implantação da República (1931) foi afastado de cargos de responsabilidade e destacado para os governos militares da Corunha e das Baleares. Com o triunfo das forças de direita em 1933, regressou a altos cargos do Exército. Planificou a cruel repressão da Revolução das Astúrias (1934) com tropas da Legião. Quando José María Gil-Robles ocupou o Ministério da Guerra, foi nomeado Chefe do Estado-Maior Central (1935). Em 1936, o Governo da Frente Popular nomeou-o comandante militar das Canárias. Dali manteve contacto com Emilio Mola (chamado «O Director») e Sanjurjo, que preparavam o levantamento militar.
Em 17 de julho voou das Canárias até Marrocos, revoltou a guarnição e tornou-se comandante das tropas. Cruzou o Estreito de Gibraltar com meios precários (aviões cedidos por Mussolini e Hitler e navios de pouca tonelagem) e avançou até Madrid por Mérida, Badajoz e Talavera de la Reina. Apoderou-se rapidamente da direcção militar e política da guerra (em setembro de 1936), e em 1 de outubro de 1936 converteu-se em Chefe do Estado, chefiando igualmente o Governo. Em abril de 1937 uniu os membros da Falange Espanhola das Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista, FE-JONS, e os monárquicos carlistas da Comunhão Tradicionalista numa única força política, a FET y de las JONS (Falange Espanhola Tradicionalista e das JONS), e colocou-se à frente da nova organização como seu Chefe Nacional - Caudilho. Anos mais tarde, disse que apenas prestaria contas da sua atividade "perante Deus e perante a História".
Terminada a guerra civil espanhola empreende a reconstrução do país. Recebeu a condecoração portuguesa do Grande-Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 30 de junho de 1939. Não só não quer contar com os vencidos para esta tarefa, mas também a repressão e os fuzilamentos prolongam-se durante, pelo menos, um lustro. Cria um estado católico, autoritário e corporativo que recebe o nome de franquismo. Apesar das suas estreitas relações com a Alemanha e a Itália, mantém a neutralidade espanhola durante a Segunda Guerra Mundial. Terminada esta, os vencedores isolam o regime franquista. Contudo, este vai-se consolidando no poder, com a promulgação das novas Leis Fundamentais: criação das Cortes Espanholas(1942), o Foro dos Espanhóis (1945), Lei do Referendo Nacional (1945), Lei da Sucessão na Chefia do Estado (1947), etc.
Em 1953 são restabelecidas as relações diplomáticas com os Estados Unidos e, em 1955, o regime de Franco é reconhecido pela Organização das Nações Unidas. Recebeu a condecoração portuguesa da Banda das Três Ordens a 14 de fevereiro de 1962. Em 1966 promulga uma nova lei fundamental que junta às já existentes, a Lei Orgânica do Estado, e, três anos mais tarde, apresenta às Cortes, como sucessor a título de Rei, o Príncipe Juan Carlos, neto de Afonso XIII. Em junho de 1973 cede a presidência do Governo ao seu mais directo colaborador, Luis Carrero Blanco. A morte deste num atentado, poucos meses depois, é o princípio da decomposição do regime. Franco morre, após longa doença, num hospital de Madrid.

Jared Followill - 29 anos

Michael Jared Followill (Tennessee, 20 de novembro de 1986) é um músico norte-americano, baixista da banda Kings of Leon.


quinta-feira, novembro 19, 2015

A maior catástrofe ambiental galega foi há 13 anos...

O Prestige foi um navio petroleiro monocasco, que afundou na costa galega, produzindo uma imensa maré negra, que afetou uma ampla zona compreendida entre o norte de Portugal e as Landas ou Vendée em França, tendo especial incidência na Galiza. O petroleiro, construído em 1976, com um deslocamento de 42 mil toneladas, transportava 77 mil toneladas de fuel oil, óleo combustível pesado.
Apesar de ter o navio identificado, as investigaçőes judiciais pertinentes não chegaram a um responsável direto deste acidente.

A 13 de novembro de 2002 começou a maior catástrofe ambiental que até o momento havia sacudido a costa galega: o afundamento e posterior derramamento de milhares de toneladas de fuel-oil por parte do petroleiro "Prestige". Enquanto transportava cerca de 77 mil toneladas de fuel oil, um dos seus 12 tanques rebentou durante uma tormenta nas costas da Galiza. A partir daquele momento e até ao seu afundamento, estima-se que foram derramadas cerca de 5 000 toneladas de fuel-oil.
Cerca das 8 da manhã de 19 de novembro, o barco partiu-se em dois, a cerca de 250 km da costa da Galiza, tendo-se afundado, o que provocou um incremento no volume da mancha negra.
Após o afundamento, o Prestige continuou a libertar cerca de 125 toneladas de fuel oil por dia, contaminando o fundo do mar e a linha de costa, especialmente ao longo da Galiza.
Em 1 de dezembro, 200 000 pessoas manifestaram-se em Santiago de Compostela com o lema "Nunca mais".
A 2 de dezembro chegou o batiscafo ou mini-submarino especializado em mergulho à grande profundidade, chamado de "Nautile", à zona do afundamento. Foram efectuadas diversas tarefas de avaliação e controle da situação, pois os destroços da embarcação continuavam a libertar petróleo.
A extensa zona de costa que foi atingida, não só tem uma grande importância ecológica (como no caso das Rías Baixas), mas também uma notável indústria pesqueira.
O Presidente da Junta de Galiza, Manuel Fraga, assegurou que o afundamento não teria efeitos sobre o meio ambiente. Em 10 de dezembro o Presidente do Governo, José María Aznar, disse que o executivo cometera "erros de apreciação", pois teria sido mais aconselhável (como tinha solicitado inicialmente o comandante) que se tivesse rebocado o petroleiro para uma zona costeira abrigada, de modo a ser possível a remoção do petróleo a bordo.
Em 2 de janeiro de 2003, as manchas de óleo estavam a 50 km da costa francesa. O Primeiro Ministro francês prometeu 50 milhões de euros para a limpeza.
O capitão grego do Prestige, Apostolos Mangouras, foi detido durante 85 dias (até 7 de fevereiro de 2003) e acusado de não cooperar com as equipas de salvamento durante o naufrágio e de causar danos ao meio ambiente.
Em 2004, no âmbito da campanha da Repsol YPF "Prestige Recovery Project" que ocorreu de junho a outubro, recolheu-se aproximadamente 95% do petróleo que restava a uma profundidade de cerca de 4.000 metros. Foram utilizados ROVs modificados, e grandes tanques cilíndricos submersíveis, funcionando como um vai-vem, fabricados especialmente para esse fim.

Óleo vertido do Prestige chega a costa

Indira Gandhi nasceu há 98 anos

Indira Priyadarshini Gandhi (Allahabad, 19 de novembro de 1917 - Nova Délhi, 31 de outubro de 1984) foi primeira-ministra da Índia entre 1966 e 1977 e entre 1980 e 1984.

Hoje é o Dia Mundial do Xadrez!

O Dia Internacional do Xadrez é comemorado todos os anos no dia 19 de novembro, data de nascimento de José Raúl Capablanca, considerado um dos maiores xadrezistas de todos os tempos e o único hispano-americano a sagrar-se campeão mundial.


Benjamin Franklin jogando Xadrez, quadro do artista Edward Harrison May (1824-1887)

quarta-feira, novembro 18, 2015

Música dos anos oitenta para geopedrados...


O Calvin e o Hobbes nasceram há 30 anos!

Calvin and Hobbes (Calvin & Hobbes em Portugal, Calvin e Haroldo no Brasil) é uma série de tiras criada, escrita e ilustrada pelo autor norte-americano Bill Watterson e publicada em mais de 2000 jornais do mundo inteiro, entre 18 de novembro de 1985 e 31 de dezembro de 1995, tendo ganho em 1986 e 1988 o Reuben Award, da Associação Nacional de Cartunistas dos Estados Unidos.
Calvin é um rapaz de seis anos de idade, cheio de personalidade, que tem como companheiro Hobbes, um tigre sábio e sardónico, que para ele está tão vivo como um amigo verdadeiro, mas para os outros não é mais que um tigre de peluche. De acordo com algumas visões, as fantasias mirabolantes de Calvin constituem frequentemente uma fuga à cruel realidade do mundo moderno para a personagem e uma oportunidade de explorar a natureza humana para Bill Watterson.
Ao fim de dez anos de publicação, os fãs consideram Calvin & Hobbes uma obra prima pela sua visão única do mundo, pela imaginação do protagonista e pelas situações insólitas que se estabelecem.
Watterson abandonou a criação que o tornou famoso em 1995, embora as tiras continuem em publicação em vários jornais, incluindo o português Correio da Manhã e o brasileiro O Estado de S. Paulo, primeiros jornais em seus respectivos países a publicar a tira.
A última tira inédita foi publicada a 31 de dezembro de 1995.




Kim Wilde - 55 anos!

Kim Smith (Chiswick, Middlesex, Inglaterra, 18 de novembro de 1960), mais conhecida pelo nome artístico de Kim Wilde, é uma cantora pop britânica.

Biografia
Kim alcançou a fama nos inícios dos anos 1980 com o seu maior sucesso "Kids in America", que atingiu o primeiro lugar no Reino Unido, e pelo quale recebeu em 1983, o Brit Award de melhor cantora britânica. A canção teve várias versões por diversas bandas e até hoje às vezes ainda é tocada nas rádios, como ícone da música daquela década.
A sua carreira musical começou com um pop mais ligado ao punk e ao new wave. A maioria das suas canções foram composições próprias, em colaboração com o seu irmão. Nos primeiros anos da década de 80 destaca-se a sua canção "View from a Bridge", que mistura romance e intriga como uma comédia de detetives.
Nos finais da década de 80, Kim Wilde, lança-se num pop mais clássico e dançável, que devolveu-lhe a fama depois de alguns discos sem sucesso e fez alcançar sucesso em toda a Europa com canções como "You Came", "Never Trust a Stranger" ou "You Keep Me Hangin' On", que foi o seu primeiro e até ao momento (2008) o único número um nos Estados Unidos da América.
Em 1988, acompanhou Michael Jackson como estrela convidada nas apresentações europeias da turnê Bad World Tour.
A sua fama perdeu-se na década de 1990, ainda que publicasse singles de sucesso como "Love Is Holy" e especialmente "If I Can't Have You", e o álbum Kim Wilde: The Singles Collection. Em 1995, depois do fracasso de vendas do seu álbum Now and Forever, retirou-se da música para se dedicar à televisão. Apesar disso, periodicamente ainda se lança na música, com compilações e alguns singles. Em 2003, fez sucesso num dueto com a cantora alemã Nena, com a música "Anyplace, Anywhere, Anytime" (ou "Irgendwie Irgendwo Irgendwann", em alemão) . Em 2006, lançou um novo álbum: Never Say Never. Kim também escreveu vários livros sobre jardinagem, atividade a que também se dedica profissionalmente.


O Aleijadinho morreu há 201 anos

António Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, (Ouro Preto, circa 29 de agosto de 1730 ou, mais provavelmente, 1738 - Ouro Preto, 18 de novembro de 1814) foi um importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial.
Pouco se sabe com certeza sobre sua biografia, que permanece até hoje envolta em cerrado véu de lenda e controvérsia, tornando muito árduo o trabalho de pesquisa sobre ele e ao mesmo tempo transformando-o em uma espécie de herói nacional. A principal fonte documental sobre o Aleijadinho é uma nota biográfica escrita cerca de quarenta anos depois da sua morte. A sua trajetória é reconstituída principalmente através das obras que deixou, embora mesmo neste âmbito a sua contribuição seja controversa, já que a atribuição da autoria da maior parte das mais de quatrocentas criações, que hoje existem associadas ao seu nome, foi feita sem qualquer comprovação documental, baseando-se apenas em critérios de semelhança estilística com peças documentadas.
Toda a sua obra, entre talha, projetos arquitetónicos, relevos e estatuária, foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto, Sabará, São João del-Rei e Congonhas. Os principais monumentos que contém suas obras são a Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. Com um estilo relacionado ao Barroco e ao Rococó, é considerado pela crítica brasileira quase em consenso como o maior expoente da arte colonial no Brasil e, ultrapassando as fronteiras brasileiras, para alguns estudiosos estrangeiros é o maior nome do Barroco americano, merecendo um lugar destacado na história da arte do ocidente.

Anjo com o cálice da Paixão, na Via Sacra de Congonhas


terça-feira, novembro 17, 2015

Rodin morreu há 98 anos

François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna, ele não se propôs rebelar-se contra o passado. Foi educado tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e desejava o reconhecimento académico, embora ele nunca tenha sido aceite pela principal escola de arte de Paris.

Balzac, Paris

Rock Hudson nasceu há 90 anos

Roy Harold Scherer Jr., conhecido profissionalmente como Rock Hudson (Winnetka, 17 de Novembro de 1925 - Los Angeles, 2 de outubro de 1985), foi um ator norte-americano, famoso pelos dramas que fez com o diretor Douglas Sirk e pelas comédias românticas que fez ao lado de Doris Day.
Rock Hudson teve uma vida conturbada. Aos quatro anos foi abandonado pelo pai, Roy Harold Scherer, passando a ser educado com muita dificuldade pela mãe, Katherine Wood, uma empregada doméstica, na cama de quem dormiu até os quinze anos, no alojamento dos criados.
Estudou na New Trier High School, de Illinois. Ganhava algum dinheiro entregando jornais. Aos dezoito anos, alistou-se na Marinha dos Estados Unidos, servindo na lavandaria. Foi quando a sua sexualidade despertou. No meio de tantos rapazes, sentia-se inteiramente à vontade. Tentou até manter um comportamento viril, para se mostrar um deles. Entrou para a universidade e, orientado por um professor, tirou várias fotos e enviou-as para vários agentes de artistas de Hollywood.
Em 1946, após sair da Marinha, Roy foi para Los Angeles, onde trabalhou como camionista durante dois anos para se sustentar, até que um encontro fortuito com o observador de talentos Henry Wilson em 1948 o tirou do anonimato. Wilson apresentou Roy a Ken Hodge, um produtor musical. Os dois tornaram-se amantes. E foi numa festa, no apartamento de Ken, que Roy Sherer se tornou Rock Hudson. Os convidados decidiram que, se ele queria se tornar ator, deveria "renascer" com um outro nome. Ken pronunciou aleatoriamente "Rock", por causa do som duro; "Hudson" foi escolhido na lista telefónica.
Hudson estreou no cinema como ator secundário no filme Sangue, Suor e Lágrimas (Fighter Squadron, 1948), de Raoul Walsh e assinou um contrato com os Estúdios Universal que lhe garantia a realização de vinte e dois filmes em quatro anos. O seu primeiro grande papel a chamar atenção da crítica e do público foi no drama Sublime Obsessão (Magnificent Obsession, 1954), de Douglas Sirk, com quem faria alguns de seus melhores filmes.
Bem apessoado e com 1,93 m, a sua carreira começou como galã em vários westerns, dramas de guerra e comédias principalmente, mas não só, ao lado de Doris Day. Recebeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Ator pelo clássico O Gigante (Giant, 1956), mas perdeu o prémio para Yul Brynner. O clássico, dirigido por George Stevens, também tinha James Dean e Elizabeth Taylor, que se transformaria numa de suas melhores amigas fora das telas.
Liz Taylor admitiu que, durante as filmagens de O Gigante, sentiu-se atraída por Hudson. Tudo inútil, pois havia para o ator alguém bem mais atraente que ela - James Dean. Este era um bissexual assumido e extrovertido. Porém, de acordo com a última biografia autorizada por Rock Hudson (Rock Hudson - História de Sua Vida), escrita pelo próprio Rock Hudson e Sara Davinson,  este diz: "Eu não simpatizava com ele (James Dean) pessoalmente", confessa Rock, "mas isso não tem importância". Rock não se dava bem com James Dean porque, na sua opinião, Dean não era "profissional". Durante as filmagens de "O Gigante", Rock Hudson e Elizabeth Taylor tiveram que passar o dia inteiro maquilhados e vestidos, esperando James Dean, que não chegava, pois assistia a uma corrida de carros noutra cidade.
Nas décadas de 50 e 60, figurou entre os dez astros de maior sucesso de bilheteira do cinema norte-americano. Quando os rumores começaram a circular em Hollywood que, ao contrário dos amantes românticos que ele interpretava no cinema, a sua orientação sexual era outra, o seu agente cinematográfico arranjou um pseudo-casamento de Hudson com Phyllis Gates, a sua secretária. Eles passaram a lua-de-mel na Jamaica e em Manhattan; o divórcio deu-se em 1958.
Na década de 70, a carreira de Hudson no cinema parecia estar no fim. Assinou então contrato para uma longa série televisiva. Para um astro de sua grandeza, era uma queda enorme. E o pior é que teria de participar de cenas na cama com a atriz Susan St. James. Eles inclusive teriam um filho na série. Para ele, era demais. Começou a beber e descuidou a sua aparência, sendo visto nos meios homossexuais de Los Angeles, São Francisco e Nova Iorque. A sua imagem ficou seriamente abalada quando se espalharam boatos de que teria se "casado" com o apresentador de um show da televisão, o ator Jim Nabors. Este acabou por perder o seu contrato quando o falatório chegou à CBS. Os dois não ousavam aparecer juntos e jamais se falaram novamente. Rock inclusive tinha medo de ir ao Havaí, pois sabia que Nabors tinha uma casa lá. Em 1982, uma revista anunciou o seu "divórcio".
A sua última aparição no cinema foi em O Embaixador (The Ambassador, 1984), de J. Lee Thompson, coestrelado por Robert Mitchum. Desde o início da década de 80, já com os primeiros indícios de que havia contraído SIDA, o ator passou a fazer mais séries para a TV, como O Casal McMillan (McMillan & Wife, 1971-1977). Os seus últimos trabalhos foram a participação em vários capítulos da série Dinastia (Dinasty).
Rock Hudson só assumiu a doença três meses antes de morrer, ao anunciar que doaria 250 mil dólares para uma fundação recém-aberta para cuidar de pesquisas sobre o vírus da SIDA. Também estava escrevendo uma biografia, cujo título provisório era A Minha História, e cujos lucros seriam para essa fundação. Faleceu a 2 de outubro de 1985, em Los Angeles, nos Estados Unidos; o seu corpo foi cremado e as cinzas atiradas ao mar.
Ganhou quatro vezes o Golden Globe.


Kat DeLuna faz hoje 28 anos

Kathleen Emperatriz DeLuna (Bronx, Nova Iorque, 26 de Novembro de 1987) é uma cantora americana de R&B e pop de origem dominicana, mais conhecida como Kat DeLuna. Ela assinou um contrato com a gravadora Universal Motown, sendo bastante conhecida pelo sua voz de soprano e por ter ganho um Billboard Latin Music Awards com o seu primeiro single "Whine Up". 


Heitor Villa-Lobos morreu há 56 anos

Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 - Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959) foi um maestro e compositor brasileiro.
Destaca-se por ter sido o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do modernismo no Brasil, compondo obras que contém nuances das culturas regionais brasileiras, com elementos das canções populares e indígenas. No Brasil, a sua data de nascimento é celebrada como Dia Nacional da Música Clássica.


A Rainha D.ª Leonor morreu há 490 anos

A Rainha, trajando de viúva, rezando no seu magnífico Livro de Horas, por sobre a pintura flamenga Panorama de Jerusalém, oferecida por seu primo, o Imperador Maximiliano I
Leonor de Avis, Leonor de Portugal, Leonor de Lencastre ou Infanta Leonor, e, mais recentemente, no estrangeiro, "Leonor de Viseu", do nome do título secundário de seu pai, o infante Fernando de Portugal, Duque de Viseu (Beja, 2 de maio de 1458 - Paço de Xabregas, Lisboa, 17 de novembro de 1525), foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, e Rainha de Portugal a partir de 1481, pelo casamento com seu primo João II de Portugal, o Príncipe Perfeito. Pela sua vida exemplar, pela prática constante da misericórdia, e mais virtudes cristãs, alcançou de alguns historiadores o epíteto de "Princesa Perfeitíssima", inspirado no cognome do Rei seu marido, a cuja altura sempre se soube manter para o juízo da história.
A rainha D.ª Leonor de Avis é também a terceira e última rainha consorte de Portugal nascida em Portugal, tendo a primeira sido Leonor Teles e a segunda a sua tia, e sogra, Isabel de Avis, mulher de Afonso V. Com o seu casamento acaba o Século de Oiro Português, caracterizado por casamentos endogâmicos continuados entre os descendentes da Ínclita Geração, entre a prole de João I e da sua rainha Filipa de Lancastre. Leonor foi sem dúvida uma das mais notáveis soberanas portuguesas de todos os tempos, pela sua vida, importância, influência, obra, e legado aos vindouros.
Foi também a primeira dos ocupantes do trono português com sangue Bragança, pela sua avó materna, a infante Isabel de Barcelos, filha do 1º duque de Bragança - logo se lhe seguindo seu irmão Manuel I, como primeiro rei reinante, e seu sobrinho Jaime I, Duque de Bragança, como primeiro Bragança herdeiro jurado do trono, na permanente relação entre a Casa Real, de origem ilegítima, e o seu ramo Bragança, igualmente ilegítimo, sempre casando entre si.
(...)
 
Estátua da rainha D. Leonor em Beja, sua cidade natal
Leonor reinou no apogeu da fortuna da expansão portuguesa, quando Lisboa se transformara na capital europeia do comércio de riquezas exóticas: e foi por isso mesmo no seu tempo a mais rica princesa da Europa, conforme demonstra uma obra recente a respeito da administração da sua grande casa.
Essa grande fortuna, que cresceu exponencialmente com a chegada à Índia e com o comércio ultramarino, visto seu pai ter sido filho adoptivo e herdeiro universal do Infante D. Henrique, o Navegador, e das grandes mercês que recebeu dos reis seu marido e seu irmão, empregou-a depois de viúva na prática da caridade constante, da devoção verdadeira, no patrocínio de obras religiosas, e sobretudo na assistência social aos pobres: assim, encorajou, fomentou e financiou o projecto de Frei Miguel Contreiras de estabelecimento de Misericórdias gerida por irmandades em todo o reino, notável iniciativa precursora em toda a Europa. A rede de Misericórdias portuguesa chegou até aos nossos dias, sempre activa no papel social e caritativo a que a Rainha a destinou.
Armas da Rainha D. Leonor de Aviz, enquanto casada

segunda-feira, novembro 16, 2015

Notícia sobre um desastre ambiental (e não só...) no Brasil

O Brasil não tem as cores da bandeira francesa por causa da lama de Minas Gerais
Kathleen Gomes (no Rio de Janeiro)
16.11.2015

A povoação de Bento Rodrigues depois da ruptura da barragem

Dilma e a imprensa demoraram a chegar a um dos maiores desastres ambientais da História do Brasil. Começou há 11 dias, pode durar décadas.

Quando o Cristo Redentor e o Palácio do Planalto se acendem à noite com as cores da bandeira francesa e Paris domina os noticiários, muitos brasileiros perguntam: e Mariana? A ruptura de duas barragens no estado de Minas Gerais há 11 dias provocou um dos maiores desastres ambientais da História do Brasil, mas quem olhasse ontem para as bancas de jornais ou assistisse ao telejornal da Globonews no domingo à noite não iria encontrar nada sobre o assunto. Uma frase tornou-se popular no Facebook brasileiro: “Minha foto do perfil não tem cores da bandeira de França devido a lama de Minas Gerais”.
Tratada inicialmente como uma tragédia de impacto meramente local, que soterrou uma comunidade rural de 600 habitantes, Bento Rodrigues, a enxurrada de lama, resíduos de minério e químicos – com um volume equivalente a 25 mil piscinas olímpicas – segue o seu percurso lento, mas imparável, no Rio Doce. A quinta maior bacia hidrográfica do Brasil já foi declarada oficialmente morta por ambientalistas e biólogos.
Poucos prestaram real atenção ao que estava a acontecer, antes da mancha de lama alastrar a centenas de quilómetros e antes dos vídeos de peixes a morrer numa sopa de lama e detritos circularem nas redes sociais. Boa parte da imprensa demorou em reagir e enviar repórteres para a região. A empresa mineira que administrava as duas barragens de Mariana, utilizadas para depositar os resíduos produzidos no tratamento e limpeza do minério de ferro, não ofereceu muitas explicações sobre as rupturas, apesar dos indícios de negligência, como a inexistência de um sistema de alerta das populações próximas das barragens, divulgadas na imprensa. Os políticos locais e regionais relativizaram inicialmente o sucedido, escudando-se de apontar responsabilidades à empresa mineira Samarco, que chegou a ser classificada como uma “vítima” do acidente por um representante do governo de Minas Gerais.
A Presidente Dilma Rousseff limitou-se a fazer algumas declarações de solidariedade e apoio no Twitter um dia depois da ruptura das barragens e foi cumprindo a sua agenda habitual em Brasília. Depois das críticas se avolumarem, Dilma visitou a região afectada na quinta-feira, uma semana depois da ruptura das barragens, mas apenas sobrevoou de helicóptero. Não se encontrou com as vítimas mais directamente atingidas pelo desastre.
“Foi muito ruim ela não ter descido”, diz ao PÚBLICO Alexandra Sandra Maranho, moradora de Mariana e coordenadora do Movimento dos Atingidos Por Barragens (MAB) em Minas Gerais, uma organização histórica de génese popular destinada a representar e defender os direitos das populações adjacentes a barragens. “Ela deveria ter visitado as famílias” desalojadas pela inundação de lama, “deveria ter mostrado esse lado humano”, diz por telefone.
O MAB opera como porta-voz e negociador popular junto do poder político e das empresas mineiras. “Esses processos são muito delicados, porque deixam uma comunidade pobre diante de uma empresa muito grande, muito poderosa. A empresa procura sempre negociar com as famílias separadamente. O que a gente cobra do governo federal e estadual é que cuidem para que esses processos sejam feitos colectivamente, com a participação das famílias, e que não apliquem uma receita pronta”, explica Alexandra Maranho. “A empresa tem muita pressa em fazer as coisas. Quer logo resolver tudo para dizer que fez."
Alexandra Sandra Maranho encontrou-se com Dilma em Belo Horizonte na quinta-feira de manhã para apresentar as preocupações e necessidades das 183 famílias – num total de 631 pessoas – que estão realojadas em hotéis e pousadas de Mariana. Elas querem que a Samarco garanta o seu realojamento provisório, uma renda mensal e apresente um plano para reconstruir e manter a comunidade agregada. A Samarco tem feito propostas individuais de realojamento, “mas não tem uma metodologia de agrupamento”, no sentido de manter a comunidade unida. “Não tem como reconstruir a comunidade de Bento Rodrigues naquele lugar”, diz.
Na manhã da sua visita a Minas Gerais, Dilma Rousseff disse ter presenciado “talvez o maior desastre ambiental que afectou grandes regiões no país" e anunciou a aplicação de uma multa à Samarco no valor de 250 milhões de reais (60,8 milhões de euros).
Apesar de a Samarco anunciar desde o primeiro dia que a lama não é tóxica, análises laboratoriais das águas do Rio Doce detectaram a presença de metais pesados como chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre e mercúrio. “O Rio Doce acabou. Parece que atiraram a tabela periódica inteira” para dentro do rio, disse Luciano Magalhães, director do Serviço Autónomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guandu, município no estado de Espírito Santo que declarou o estado de calamidade pública e que, como tantas outras localidades dependentes do Rio Doce, teve de suspender a distribuição de água potável à população.
O impacto ambiental do desastre ainda é incalculável, alertam biólogos, e pode demorar décadas até a biodiversidade e a fertilidade dos solos atingidos ser reposta. Alguns cientistas têm notado que, independentemente de ser tóxica ou não, a lama altera a profundidade e a largura do rio e reduz os níveis de oxigénio na água, afectando a reprodução e alimentação dos peixes. O último balanço oficial do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, fornecido ao PÚBLICO, é de sete mortos confirmados e 15 pessoas desaparecidas – nove são trabalhadores ligados à Samarco, seis são moradores de Bento Rodrigues, incluindo uma menina de quatro anos. Foram encontrados quatro corpos, mais aguardam identificação.
As causas da ruptura das barragens ainda estão por apurar. Segundo a revista Época, há já três anos que as barragens não eram inspeccionadas pela entidade pública responsável pela fiscalização das empresas e equipamentos mineiros, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O DNPM não exige que as empresas emitam relatórios anuais sobre a segurança das suas barragens. E no estado de Minas Gerais existem apenas oito inspectores para 735 barragens.
“A fiscalização fica a cargo da empresa, que por sua vez contrata consultores externos. Isso tem uma vantagem e uma desvantagem. Vantagem: contrata-se um especialista que percebe do assunto. Desvantagem: a informação sobre a barragem perde-se ao longo do tempo, de cada vez que vai um especialista externo diferente”, diz ao PÚBLICO Anderson Pires Duarte, professor de engenharia de segurança no trabalho em Belo Horizonte. “Uma barragem não rompe de um dia para o outro. Ela apresenta sinais. Se você monitorizar constantemente, você vai conhecer essa barragem e perceber se há mudanças – de inclinação, fendas, infiltração, crescimento de vegetação, etc.”
Entre 2006 e 2008, Anderson analisou 123 barragens de Minas Gerais para uma investigação de mestrado e calculou que 30% tinham um potencial elevado de ruptura. Contudo, nenhuma delas estava classificada como tal pelo órgão ambiental de Minas Gerais. Apesar de não poder confirmar se as barragens de Mariana que se romperam estavam incluídas nesses 30% por ter assinado um acordo de confidencialidade em que se comprometeu a não identificar as barragens analisadas, o engenheiro diz que “pelo porte, volume e altura, e pelo facto de terem população a jusante, automaticamente se classificam nesse grupo de alto risco”.

José Saramago nasceu há 93 anos

Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. A 24 de agosto de 1985 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 3 de dezembro de 1998 foi elevado a Grande-Colar da mesma Ordem, uma honra reservada apenas a Chefes de Estado.
O seu livro Ensaio sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil, Uruguai e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Fiel Jardineiro e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.
Nasceu no distrito de Santarém, na província geográfica do Ribatejo, no dia 16 de novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director-adjunto do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado, em segundas núpcias, com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.
A 29 de junho de 2007 constitui a Fundação José Saramago para a defesa e difusão da Declaração Universal dos Direitos Humanos e dos problemas do meio ambiente. Em 2012 a Fundação José Saramago abre as suas portas ao público na Casa dos Bicos em Lisboa, presidida pela sua mulher Pilar del Río.


Passado, Presente, Futuro

Eu fui. Mas o que fui já me não lembra:
Mil camadas de pó disfarçam, véus,
Estes quarenta rostos desiguais.
Tão marcados de tempo e macaréus.

Eu sou. Mas o que sou tão pouco é:
Rã fugida do charco, que saltou,
E no salto que deu, quanto podia,
O ar dum outro mundo a rebentou.

Falta ver, se é que falta, o que serei:
Um rosto recomposto antes do fim,
Um canto de batráquio, mesmo rouco,
Uma vida que corra assim-assim.

 

in Os Poemas Possíveis (1966) - José Saramago

António Aleixo morreu há 66 anos

António Fernandes Aleixo (Vila Real de Santo António, 18 de fevereiro de 1899 - Loulé, 16 de novembro de 1949) foi um poeta popular português.

Poeta possuidor de uma rara espontaneidade, de um apurado sentido filosófico e notável pela «capacidade de expressão sintética de conceitos com conteúdo de pensamento moral», António Aleixo tinha por motivos de inspiração desde as brincadeiras dirigidas aos amigos até à crítica sofrida das injustiças da vida. É notável em sua poesia a expressão concisa e original de uma "amarga filosofia, aprendida na escola impiedosa da vida".
A sua conhecida obra poética é uma parte mínima de um vasto repertório literário. O poeta, que escrevia sempre usando a métrica mais comum na língua portuguesa (heptassílabos, em pequenas composições de quatro versos, conhecidas como "quadras" ou "trovas"), nunca teve a preocupação de registar as suas composições. Foi o trabalho de Joaquim de Magalhães, que se dedicou a compilar os versos que eram ditados pelo poeta, no intuito de compor o primeiro volume das suas poesias (Quando Começo a Cantar), com o posterior registo do próprio poeta, tendo o incentivo daquele mesmo professor, a obra de António Aleixo adquiriu algum trabalho documentado. Antes de Magalhães, contudo, alguns amigos do poeta lançaram folhetos avulsos com quadras por ele compostas, mais no intuito, à época, de angariar algum dinheiro que ajudasse o poeta na sua situação de miséria que com a intenção maior de permanência da obra na forma escrita.
Estudiosos de António Aleixo ainda conjugam esforços no sentido de reunir o seu espólio, que ainda se encontra fragmentado por vários pontos do Algarve, algum dele já localizado. Sabe-se também que vários cadernos seus de poesia, foram queimados, como meio de defesa contra o vírus infeccioso da doença que o vitimou, sem dúvida, um «sacrifício» impensado, levado a cabo pelo desconhecimento de seus vizinhos. Foi esta uma perda irreparável de um património insubstituível no vasto mundo da literatura portuguesa.

Que Feliz Destino o Meu

MOTE

«Que feliz destino o meu
Desde a hora em que te vi;
Julgo até que estou no céu
Quando estou ao pé de ti.»



GLOSAS

Se Deus te deu, com certeza,
Tanta luz, tanta pureza,
P'rò meu destino ser teu,
Deu-me tudo quanto eu queria
E nem tanto eu merecia...
Que feliz destino o meu!

Às vezes até suponho
Que vejo através dum sonho
Um mundo onde não vivi.
Porque não vivi outrora
A vida que vivo agora
Desde a hora em que te vi.

Sofro enquanto não te veja
Ao meu lado na igreja,
Envolta num lindo véu.
Ver então que te pertenço,
Oh! Meu Deus, quando assim penso,
Julgo até que 'stou no céu.

É no teu olhar tão puro
Que vou lendo o meu futuro,
Pois o passado esqueci;
E fico recompensado
Da perda desse passado
Quando estou ao pé de ti.

in
Este Livro que Vos Deixo (1969) - António Aleixo

Paul Hindemith nasceu há 120 anos

Paul Hindemith (Hanau, Hesse, 16 de novembro de 1895Frankfurt am Main, 28 de dezembro de 1963), foi um compositor, violinista, violista, maestro e professor alemão.


domingo, novembro 15, 2015

Estamos todos de luto...


A Rainha D.ª Maria II morreu há 162 anos


Maria II de Portugal, de nome completo: Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1819 - Lisboa, 15 de novembro de 1853) foi rainha de Portugal de 1834 a 1853. Era filha do rei D. Pedro IV de Portugal (Imperador do Brasil como D. Pedro I) e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria e irmã mais velha de D. Pedro II, imperador brasileiro, também filho de Pedro IV com Leopoldina. Foi cognominada de A Educadora ou A Boa Mãe, em virtude da aprimorada educação que dispensou ao seus muitos filhos. Maria da Glória era loira, de pele muito fina, olhos azuis como a mãe austríaca. Foi a 31.ª Rainha de Portugal e dos Algarves aquando da abdicação do pai, de 1826 a 1828, e de 1834 a 1853.