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domingo, dezembro 08, 2024
Camille Claudel nasceu há cento e sessenta anos...
Camille Claudel, nome artístico de Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper (Aisne, 8 de dezembro de 1864 - Paris, 19 de outubro de 1943) foi uma escultora francesa.
Auguste Rodin, Retrato de Camille Claudel com um boné, 1886
Biografia
Camille era filha de Louis Prosper, um hipotecário, e Louise Athanaïse Cécile Cerveaux. Camille passou toda sua infância em Villeneuve-sur-Fère, morando em um presbitério
que o seu avô materno, doutor Athanaïse Cerveaux, havia adquirido. Foi a
primeira filha do casal, sendo quatro anos mais velha que Paul Claudel.
Ela impõe ao seu irmão, assim como à sua irmã mais nova Louise, a sua forte
personalidade. Ela comandava os dois desde pequena. Segundo Paul, o seu
irmão, ela declarou desde cedo o seu desejo de ser escultora. Camille
também tinha certas premonições e previu também que o seu irmão se
tornaria escritor e a sua irmã Louise seria música.
O seu pai, maravilhado com o seu estupendo e precoce talento que, ainda na infância, produziu esculturas de ossos e esqueletos
com impressionante verosimilhança, oferta-lhe todos os meios de
desenvolver as suas potencialidades, colocando-a em escolas e cursos de
primeira linha. A sua mãe, por outro lado, não vê com bons olhos,
colocando-se sempre contra todo aquele empreendimento, reagindo muitas
vezes violentamente no sentido de reprovar a filha que traz incómodos e
custos excessivos para a manutenção do seu "capricho". O sonho de
Camille é ser uma escultora de sucesso e vê essa vontade ameaçada pela
mãe, que acha que ocorrem muitos gastos com a educação da menina.
Em 1881, já com 17 anos, sai de casa para ir em busca do seu grande sonho. Parte para Paris e ingressa na Academia Colarossi, uma escola que forma artistas escultores. Ela teve por mestre primeiramente Alfred Boucher e depois Auguste Rodin. É desta época que datam suas primeiras obras que nos são conhecidas: A Velha Helena (La Vieille Hélène - coleção particular) ou Paul aos treze anos (Paul à treize ans - Châteauroux).
O tempo passa, e o seu professor Rodin, impressionado pela solidez e
tamanha beleza de seu trabalho, admite-a como aprendiz de seu ateliê, na
rua da Universidade, em 1885 e é nesse momento que ela colaborará na execução das Portas do Inferno (Les Portes de l'Enfer) e do monumento Os Burgueses de Calais (Les Bourgeois de Calais).
Tendo deixado a sua família pelo amor a escultura, ela trabalha vários
anos a serviço do seu mestre, por quem está secretamente apaixonada, e
ela mantém-se à custa da sua própria criação, pois ela ganha salário
como
aprendiz. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se
sabe qual obra de seu professor ou da aluna. Às vezes se confunde em
quem inspirou um ou copiou o outro, pois Camille faz tão bem seu
trabalho que parece que há anos ela trabalha com arte. As suas
esculturas e
as de Rodin são muito idênticas, facto que aproxima os dois.
O tempo passa e Camille e Rodin se envolvem, e têm um caso ardente de
amor. Porém Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes
dificuldades: de um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose
Beuret, a sua namorada desde os primeiros anos difíceis, e de outro
lado,
alguns afirmam que as suas obras seriam executadas pelo seu próprio mestre,
ou seja, acusam Camille de ter copiado todos os trabalhos de seu
professor em vez dela mesma fazer. Muito triste e depressiva pelas
acusações e por Rodin ainda ter outra mulher, Camille tentará
distanciar-se de Rodin e a fazer as suas obras de arte sozinha.
Percebe-se
muito claramente essa tentativa de autonomia na sua obra (1880-94),
tanto na escolha dos temas como no tratamento: A Valsa (La Valse, Museu Rodin) ou A Pequena Castelã (La Petite Châtelaine,
Museu Rodin). Esse distanciamento segue até ao rompimento definitivo, em
1898. A rutura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).
Ferida e desorientada, ainda mais por descobrir que o seu o romance com
Rodin não passou de uma aventura para ele e que ele preferiu a namorada,
Camille Claudel passa a nutrir por Rodin um estranho amor-ódio que a
levará à paranoia e a loucura. Ela instala-se então no número 19 do hotel Quai Bourbon
e continua a sua busca artística em grande solidão, pois ama loucamente
Rodin, mas ao mesmo tempo odeia-o, por tê-la abandonado. Ela
entregou-se a esse homem de corpo e alma e em troca só teve ingratidão e
abandono. Apesar do apoio de críticos como Octave Mirbeau,
Mathias Morhardt, Louis Vauxcelles e do fundidor Eugène Blot, seus
amigos, ela não consegue superar a dor da saudade. Eugène Blot organiza
duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício
sentimental e financeiro para Camille Claudel, pois ele quer ajudar a
amiga em dificuldade. As suas exposições têm grande sucesso de crítica, mas
Camille já está doente demais para se reconfortar com os elogios. Ela
passa a ficar estranha e obsessiva, querendo a morte de Rodin. Ela passa
a se lembrar de seu passado, a mãe a impedi-la de ser uma artista e as
lembranças más da infância passam a sufocá-la cada vez mais.
Depois de 1905,
os períodos paranoicos de Camille multiplicam-se e acentuam-se. Ela crê
nos seus delírios. Entre seus sonhos doentes, ela acredita que Rodin
roubará as suas obras de arte para moldá-las e expô-las como suas, ou seja,
ela acha que Rodin roubará as esculturas e falará que foi ele quem as fez.
Ela passa a achar que o inspetor do Ministério das Belas-Artes está em
conluio com Rodin, e que desconhecidos querem entrar em sua casa para
lhe furtar suas obras de arte. Nessa fase ela passa a falar sozinha e já
adquiriu a esquizofrenia.
Também chora muito, e passa a ter ideias de suicídio. Camille cria
histórias imaginárias que ela passa a achar que são puramente verdade.
Nessa terrível época que suas crises de loucura aumentam, vive um grande
abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando
de todas as pessoas, achando que todos a matarão. Ela isola-se e como
mora sozinha no hotel, ninguém sabe da sua condição, pois ela rompe a
amizade com os amigos e passa a querer ficar e viver sozinha em seu
quarto. Ela mantém-se vendendo as poucas obras que ainda lhe restam.
O seu pai, o seu porto-seguro, a única pessoa que a mais entendeu na sua vida, morre em 3 de março de 1913,
o que piora por completo a sua depressão e a faz sair da realidade mais
ainda. Ela entra numa crise violenta, partindo tudo e gritando, e, em 10 de março, é internada no manicómio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon
onde morre, após trinta anos de internamento e desespero, passando todo
esse tempo amarrada e sedada. Morreu em 19 de outubro de 1943, com 79
anos incompletos.
in Wikipédia
Camille Claudel, Sakountala, escultura em mármore, 1905, Museu Rodin, Paris
domingo, novembro 17, 2024
Auguste Rodin morreu há 107 anos...
François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna,
não se propôs rebelar-se contra o passado. Foi educado
tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e
desejava o reconhecimento académico, embora nunca tenha sido aceite na principal escola de arte de Paris.
Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única de modelar argila.
Muitas das suas esculturas mais notáveis foram duramente criticadas
durante a sua vida. Elas entraram em confronto com a tradição da escultura
da figura predominante, onde as obras eram decorativas,
estereotipadas, ou altamente temáticas. O seu trabalho mais original
partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria,
modelando o corpo humano com realismo, e celebrando o caráter
individual e fisicalidade. Rodin era sensível à controvérsias em torno
de seu trabalho, mas recusou a mudar o seu estilo. Sucessivas obras
trouxeram aumentos de encomendas do governo e da comunidade artística.
Do inesperado realismo da sua primeira grande figura – inspirada pela
sua viagem à Itália, em 1875 – para os memoriais não convencionais cujas
encomendas mais tarde ele procurou, a sua reputação cresceu, de tal
forma que se tornou o escultor francês proeminente de seu tempo. Em
1900, ele era um artista de renome mundial. Clientes particulares ricos
procuraram os seus trabalhos após a sua mostra na Exposição Universal,
e ele fez companhia a uma variedade de intelectuais e artistas de
alto nível. Ele casou com a sua companheira ao longo da vida, Rose
Beuret, no último ano de vida de ambos. As suas esculturas sofreram um
declínio de popularidade após a sua morte, em 1917, mas, após algumas
décadas, o seu legado solidificou. Rodin continua a ser um dos poucos
escultores conhecidos fora da comunidade das artes visuais.
Auguste Rodin, Porta do Inferno
in Wikipédia
terça-feira, novembro 12, 2024
Rodin nasceu há 184 anos
François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna,
não se propôs rebelar-se contra o passado. Foi educado
tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e
desejava o reconhecimento académico, embora nunca tenha sido aceite na principal escola de arte de Paris.
Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única de modelar argila.
Muitas das suas esculturas mais notáveis foram duramente criticadas
durante a sua vida. Elas entraram em confronto com a tradição da escultura
da figura predominante, onde as obras eram decorativas,
estereotipadas, ou altamente temáticas. O seu trabalho mais original
partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria,
modelando o corpo humano com realismo, e celebrando o caráter
individual e fisicalidade. Rodin era sensível à controvérsias em torno
de seu trabalho, mas recusou a mudar o seu estilo. Sucessivas obras
trouxeram aumentos de encomendas do governo e da comunidade artística.
Do inesperado realismo da sua primeira grande figura – inspirada pela
sua viagem à Itália, em 1875 – para os memoriais não convencionais cujas
encomendas mais tarde ele procurou, a sua reputação cresceu, de tal
forma que se tornou o escultor francês proeminente de seu tempo. Em
1900, ele era um artista de renome mundial. Clientes particulares ricos
procuraram os seus trabalhos após a sua mostra na Exposição Universal,
e ele fez companhia a uma variedade de intelectuais e artistas de
alto nível. Ele casou com a sua companheira ao longo da vida, Rose
Beuret, no último ano de vida de ambos. As suas esculturas sofreram um
declínio de popularidade após a sua morte, em 1917, mas, após algumas
décadas, o seu legado solidificou. Rodin continua a ser um dos poucos
escultores conhecidos fora da comunidade das artes visuais.
Auguste Rodin, Porta do Inferno
Monumento a Balzac (1898), Paris, Jardim do Museu Rodin
in Wikipédia
sexta-feira, dezembro 08, 2023
Camille Claudel nasceu há 159 anos
Camille Claudel, nome artístico de Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper (Aisne, 8 de dezembro de 1864 - Paris, 19 de outubro de 1943) foi uma escultora francesa.
Auguste Rodin, Retrato de Camille Claudel com um boné, 1886
Biografia
Camille era filha de Louis Prosper, um hipotecário, e Louise Athanaïse Cécile Cerveaux. Camille passou toda sua infância em Villeneuve-sur-Fère, morando em um presbitério
que o seu avô materno, doutor Athanaïse Cerveaux, havia adquirido. Foi a
primeira filha do casal, sendo quatro anos mais velha que Paul Claudel.
Ela impõe ao seu irmão, assim como à sua irmã mais nova Louise, a sua forte
personalidade. Ela comandava os dois desde pequena. Segundo Paul, o seu
irmão, ela declarou desde cedo o seu desejo de ser escultora. Camille
também tinha certas premonições e previu também que o seu irmão se
tornaria escritor e a sua irmã Louise seria música.
O seu pai, maravilhado com o seu estupendo e precoce talento que, ainda na infância, produziu esculturas de ossos e esqueletos
com impressionante verosimilhança, oferta-lhe todos os meios de
desenvolver as suas potencialidades, colocando-a em escolas e cursos de
primeira linha. A sua mãe, por outro lado, não vê com bons olhos,
colocando-se sempre contra todo aquele empreendimento, reagindo muitas
vezes violentamente no sentido de reprovar a filha que traz incómodos e
custos excessivos para a manutenção do seu "capricho". O sonho de
Camille é ser uma escultora de sucesso e vê essa vontade ameaçada pela
mãe, que acha que ocorrem muitos gastos com a educação da menina.
Em 1881, já com 17 anos, sai de casa para ir em busca do seu grande sonho. Parte para Paris e ingressa na Academia Colarossi, uma escola que forma artistas escultores. Ela teve por mestre primeiramente Alfred Boucher e depois Auguste Rodin. É desta época que datam suas primeiras obras que nos são conhecidas: A Velha Helena (La Vieille Hélène - coleção particular) ou Paul aos treze anos (Paul à treize ans - Châteauroux).
O tempo passa, e o seu professor Rodin, impressionado pela solidez e
tamanha beleza de seu trabalho, admite-a como aprendiz de seu ateliê, na
rua da Universidade, em 1885 e é nesse momento que ela colaborará na execução das Portas do Inferno (Les Portes de l'Enfer) e do monumento Os Burgueses de Calais (Les Bourgeois de Calais).
Tendo deixado a sua família pelo amor a escultura, ela trabalha vários
anos a serviço do seu mestre, por quem está secretamente apaixonada, e
ela mantém-se à custa da sua própria criação, pois ela ganha salário
como
aprendiz. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se
sabe qual obra de seu professor ou da aluna. Às vezes se confunde em
quem inspirou um ou copiou o outro, pois Camille faz tão bem seu
trabalho que parece que há anos ela trabalha com arte. As suas
esculturas e
as de Rodin são muito idênticas, facto que aproxima os dois.
O tempo passa e Camille e Rodin se envolvem, e têm um caso ardente de
amor. Porém Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes
dificuldades: de um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose
Beuret, a sua namorada desde os primeiros anos difíceis, e de outro
lado,
alguns afirmam que as suas obras seriam executadas pelo seu próprio mestre,
ou seja, acusam Camille de ter copiado todos os trabalhos de seu
professor em vez dela mesma fazer. Muito triste e depressiva pelas
acusações e por Rodin ainda ter outra mulher, Camille tentará
distanciar-se de Rodin e a fazer as suas obras de arte sozinha.
Percebe-se
muito claramente essa tentativa de autonomia na sua obra (1880-94),
tanto na escolha dos temas como no tratamento: A Valsa (La Valse, Museu Rodin) ou A Pequena Castelã (La Petite Châtelaine,
Museu Rodin). Esse distanciamento segue até ao rompimento definitivo, em
1898. A rutura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).
Ferida e desorientada, ainda mais por descobrir que o seu o romance com
Rodin não passou de uma aventura para ele e que ele preferiu a namorada,
Camille Claudel passa a nutrir por Rodin um estranho amor-ódio que a
levará à paranoia e a loucura. Ela instala-se então no número 19 do hotel Quai Bourbon
e continua a sua busca artística em grande solidão, pois ama loucamente
Rodin, mas ao mesmo tempo odeia-o, por tê-la abandonado. Ela
entregou-se a esse homem de corpo e alma e em troca só teve ingratidão e
abandono. Apesar do apoio de críticos como Octave Mirbeau,
Mathias Morhardt, Louis Vauxcelles e do fundidor Eugène Blot, seus
amigos, ela não consegue superar a dor da saudade. Eugène Blot organiza
duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício
sentimental e financeiro para Camille Claudel, pois ele quer ajudar a
amiga em dificuldade. As suas exposições têm grande sucesso de crítica, mas
Camille já está doente demais para se reconfortar com os elogios. Ela
passa a ficar estranha e obsessiva, querendo a morte de Rodin. Ela passa
a se lembrar de seu passado, a mãe a impedi-la de ser uma artista e as
lembranças más da infância passam a sufocá-la cada vez mais.
Depois de 1905,
os períodos paranoicos de Camille multiplicam-se e acentuam-se. Ela crê
nos seus delírios. Entre seus sonhos doentes, ela acredita que Rodin
roubará as suas obras de arte para moldá-las e expô-las como suas, ou seja,
ela acha que Rodin roubará as esculturas e falará que foi ele quem as fez.
Ela passa a achar que o inspetor do Ministério das Belas-Artes está em
conluio com Rodin, e que desconhecidos querem entrar em sua casa para
lhe furtar suas obras de arte. Nessa fase ela passa a falar sozinha e já
adquiriu a esquizofrenia.
Também chora muito, e passa a ter ideias de suicídio. Camille cria
histórias imaginárias que ela passa a achar que são puramente verdade.
Nessa terrível época que suas crises de loucura aumentam, vive um grande
abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando
de todas as pessoas, achando que todos a matarão. Ela isola-se e como
mora sozinha no hotel, ninguém sabe da sua condição, pois ela rompe a
amizade com os amigos e passa a querer ficar e viver sozinha em seu
quarto. Ela mantém-se vendendo as poucas obras que ainda lhe restam.
O seu pai, o seu porto-seguro, a única pessoa que a mais entendeu na sua vida, morre em 3 de março de 1913,
o que piora por completo a sua depressão e a faz sair da realidade mais
ainda. Ela entra numa crise violenta, partindo tudo e gritando, e, em 10 de março, é internada no manicómio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon
onde morre, após trinta anos de internamento e desespero, passando todo
esse tempo amarrada e sedada. Morreu em 19 de outubro de 1943, com 79
anos incompletos.
in Wikipédia
Camille Claudel, Sakountala, escultura em mármore, 1905, Museu Rodin, Paris
sexta-feira, novembro 17, 2023
Rodin morreu há 106 anos...
François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna,
não se propôs rebelar-se contra o passado. Foi educado
tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e
desejava o reconhecimento académico, embora nunca tenha sido aceite na principal escola de arte de Paris.
Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única de modelar argila.
Muitas das suas esculturas mais notáveis foram duramente criticadas
durante a sua vida. Elas entraram em confronto com a tradição da escultura
da figura predominante, onde as obras eram decorativas,
estereotipadas, ou altamente temáticas. O seu trabalho mais original
partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria,
modelando o corpo humano com realismo, e celebrando o caráter
individual e fisicalidade. Rodin era sensível à controvérsias em torno
de seu trabalho, mas recusou a mudar o seu estilo. Sucessivas obras
trouxeram aumentos de encomendas do governo e da comunidade artística.
Do inesperado realismo da sua primeira grande figura – inspirada pela
sua viagem à Itália, em 1875 – para os memoriais não convencionais cujas
encomendas mais tarde ele procurou, a sua reputação cresceu, de tal
forma que se tornou o escultor francês proeminente de seu tempo. Em
1900, ele era um artista de renome mundial. Clientes particulares ricos
procuraram os seus trabalhos após a sua mostra na Exposição Universal,
e ele fez companhia a uma variedade de intelectuais e artistas de
alto nível. Ele casou com a sua companheira ao longo da vida, Rose
Beuret, no último ano de vida de ambos. As suas esculturas sofreram um
declínio de popularidade após a sua morte, em 1917, mas, após algumas
décadas, o seu legado solidificou. Rodin continua a ser um dos poucos
escultores conhecidos fora da comunidade das artes visuais.
Auguste Rodin, Porta do Inferno
in Wikipédia
domingo, novembro 12, 2023
Rodin nasceu há 183 anos
François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna,
não se propôs rebelar-se contra o passado. Foi educado
tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e
desejava o reconhecimento académico, embora nunca tenha sido aceite na principal escola de arte de Paris.
Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única de modelar argila.
Muitas das suas esculturas mais notáveis foram duramente criticadas
durante a sua vida. Elas entraram em confronto com a tradição da escultura
da figura predominante, onde as obras eram decorativas,
estereotipadas, ou altamente temáticas. O seu trabalho mais original
partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria,
modelando o corpo humano com realismo, e celebrando o caráter
individual e fisicalidade. Rodin era sensível à controvérsias em torno
de seu trabalho, mas recusou a mudar o seu estilo. Sucessivas obras
trouxeram aumentos de encomendas do governo e da comunidade artística.
Do inesperado realismo da sua primeira grande figura – inspirada pela
sua viagem à Itália, em 1875 – para os memoriais não convencionais cujas
encomendas mais tarde ele procurou, a sua reputação cresceu, de tal
forma que se tornou o escultor francês proeminente de seu tempo. Em
1900, ele era um artista de renome mundial. Clientes particulares ricos
procuraram os seus trabalhos após a sua mostra na Exposição Universal,
e ele fez companhia a uma variedade de intelectuais e artistas de
alto nível. Ele casou com a sua companheira ao longo da vida, Rose
Beuret, no último ano de vida de ambos. As suas esculturas sofreram um
declínio de popularidade após a sua morte, em 1917, mas, após algumas
décadas, o seu legado solidificou. Rodin continua a ser um dos poucos
escultores conhecidos fora da comunidade das artes visuais.
Auguste Rodin, Porta do Inferno
Monumento a Balzac (1898), Paris, Jardim do Museu Rodin
in Wikipédia
quinta-feira, dezembro 08, 2022
Camille Claudel nasceu há 158 anos
Camille Claudel, nome artístico de Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper (Aisne, 8 de dezembro de 1864 - Paris, 19 de outubro de 1943) foi uma escultora francesa.
Auguste Rodin, Retrato de Camille Claudel com um boné, 1886
Biografia
Camille era filha de Louis Prosper, um hipotecário, e Louise Athanaïse Cécile Cerveaux. Camille passou toda sua infância em Villeneuve-sur-Fère, morando em um presbitério
que o seu avô materno, doutor Athanaïse Cerveaux, havia adquirido. Foi a
primeira filha do casal, sendo quatro anos mais velha que Paul Claudel.
Ela impõe ao seu irmão, assim como à sua irmã mais nova Louise, a sua forte
personalidade. Ela comandava os dois desde pequena. Segundo Paul, o seu
irmão, ela declarou desde cedo o seu desejo de ser escultora. Camille
também tinha certas premonições e previu também que o seu irmão se
tornaria escritor e a sua irmã Louise seria música.
O seu pai, maravilhado com o seu estupendo e precoce talento que, ainda na infância, produziu esculturas de ossos e esqueletos
com impressionante verosimilhança, oferta-lhe todos os meios de
desenvolver as suas potencialidades, colocando-a em escolas e cursos de
primeira linha. A sua mãe, por outro lado, não vê com bons olhos,
colocando-se sempre contra todo aquele empreendimento, reagindo muitas
vezes violentamente no sentido de reprovar a filha que traz incómodos e
custos excessivos para a manutenção do seu "capricho". O sonho de
Camille é ser uma escultora de sucesso e vê essa vontade ameaçada pela
mãe, que acha que ocorrem muitos gastos com a educação da menina.
Em 1881, já com 17 anos, sai de casa para ir em busca do seu grande sonho. Parte para Paris e ingressa na Academia Colarossi, uma escola que forma artistas escultores. Ela teve por mestre primeiramente Alfred Boucher e depois Auguste Rodin. É desta época que datam suas primeiras obras que nos são conhecidas: A Velha Helena (La Vieille Hélène - coleção particular) ou Paul aos treze anos (Paul à treize ans - Châteauroux).
O tempo passa, e o seu professor Rodin, impressionado pela solidez e
tamanha beleza de seu trabalho, admite-a como aprendiz de seu ateliê, na
rua da Universidade, em 1885 e é nesse momento que ela colaborará na execução das Portas do Inferno (Les Portes de l'Enfer) e do monumento Os Burgueses de Calais (Les Bourgeois de Calais).
Tendo deixado a sua família pelo amor a escultura, ela trabalha vários
anos a serviço do seu mestre, por quem está secretamente apaixonada, e
ela mantém-se à custa da sua própria criação, pois ela ganha salário
como
aprendiz. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se
sabe qual obra de seu professor ou da aluna. Às vezes se confunde em
quem inspirou um ou copiou o outro, pois Camille faz tão bem seu
trabalho que parece que há anos ela trabalha com arte. As suas
esculturas e
as de Rodin são muito idênticas, facto que aproxima os dois.
O tempo passa e Camille e Rodin se envolvem, e têm um caso ardente de
amor. Porém Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes
dificuldades: de um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose
Beuret, a sua namorada desde os primeiros anos difíceis, e de outro
lado,
alguns afirmam que as suas obras seriam executadas pelo seu próprio mestre,
ou seja, acusam Camille de ter copiado todos os trabalhos de seu
professor em vez dela mesma fazer. Muito triste e depressiva pelas
acusações e por Rodin ainda ter outra mulher, Camille tentará
distanciar-se de Rodin e a fazer as suas obras de arte sozinha.
Percebe-se
muito claramente essa tentativa de autonomia na sua obra (1880-94),
tanto na escolha dos temas como no tratamento: A Valsa (La Valse, Museu Rodin) ou A Pequena Castelã (La Petite Châtelaine,
Museu Rodin). Esse distanciamento segue até ao rompimento definitivo, em
1898. A rutura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).
Ferida e desorientada, ainda mais por descobrir que o seu o romance com
Rodin não passou de uma aventura para ele e que ele preferiu a namorada,
Camille Claudel passa a nutrir por Rodin um estranho amor-ódio que a
levará à paranoia e a loucura. Ela instala-se então no número 19 do hotel Quai Bourbon
e continua a sua busca artística em grande solidão, pois ama loucamente
Rodin, mas ao mesmo tempo odeia-o por tê-la abandonado. Ela
entregou-se a esse homem de corpo e alma e em troca só teve ingratidão e
abandono. Apesar do apoio de críticos como Octave Mirbeau,
Mathias Morhardt, Louis Vauxcelles e do fundidor Eugène Blot, seus
amigos, ela não consegue superar a dor da saudade. Eugène Blot organiza
duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício
sentimental e financeiro para Camille Claudel, pois ele quer ajudar a
amiga em dificuldade. As suas exposições têm grande sucesso de crítica, mas
Camille já está doente demais para se reconfortar com os elogios. Ela
passa a ficar estranha e obsessiva, querendo a morte de Rodin. Ela passa
a se lembrar de seu passado, a mãe a impedi-la de ser uma artista e as
lembranças más da infância passam a sufocá-la cada vez mais.
Depois de 1905,
os períodos paranoicos de Camille multiplicam-se e acentuam-se. Ela crê
nos seus delírios. Entre seus sonhos doentes, ela acredita que Rodin
roubará as suas obras de arte para moldá-las e expô-las como suas, ou seja,
ela acha que Rodin roubará as esculturas e falará que foi ele quem as fez.
Ela passa a achar que o inspetor do Ministério das Belas-Artes está em
conluio com Rodin, e que desconhecidos querem entrar em sua casa para
lhe furtar suas obras de arte. Nessa fase ela passa a falar sozinha e já
adquiriu a esquizofrenia.
Também chora muito, e passa a ter ideias de suicídio. Camille cria
histórias imaginárias que ela passa a achar que são puramente verdade.
Nessa terrível época que suas crises de loucura aumentam, vive um grande
abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando
de todas as pessoas, achando que todos a matarão. Ela isola-se e como
mora sozinha no hotel, ninguém sabe da sua condição, pois ela rompe a
amizade com os amigos e passa a querer ficar e viver sozinha em seu
quarto. Ela mantém-se vendendo as poucas obras que ainda lhe restam.
O seu pai, o seu porto-seguro, a única pessoa que a mais entendeu na sua vida, morre em 3 de março de 1913,
o que piora por completo a sua depressão e a faz sair da realidade mais
ainda. Ela entra numa crise violenta, quebrando tudo e gritando, e, em 10 de março, é internada no manicómio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon
onde morre, após trinta anos de internamento e desespero, passando todo
esse tempo amarrada e sedada. Morreu em 19 de outubro de 1943, com 79
anos incompletos.
in Wikipédia
Camille Claudel, Sakountala, escultura em mármore, 1905, Museu Rodin, Paris
quinta-feira, novembro 17, 2022
Auguste Rodin morreu há 105 anos...
François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna,
não se propôs rebelar-se contra o passado. Foi educado
tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e
desejava o reconhecimento académico, embora nunca tenha sido aceite na principal escola de arte de Paris.
Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única de modelar argila.
Muitas das suas esculturas mais notáveis foram duramente criticadas
durante a sua vida. Elas entraram em confronto com a tradição da escultura
da figura predominante, onde as obras eram decorativas,
estereotipadas, ou altamente temáticas. O seu trabalho mais original
partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria,
modelando o corpo humano com realismo, e celebrando o caráter
individual e fisicalidade. Rodin era sensível à controvérsias em torno
de seu trabalho, mas recusou a mudar o seu estilo. Sucessivas obras
trouxeram aumentos de encomendas do governo e da comunidade artística.
Do inesperado realismo da sua primeira grande figura – inspirada pela
sua viagem à Itália, em 1875 – para os memoriais não convencionais cujas
encomendas mais tarde ele procurou, a sua reputação cresceu, de tal
forma que se tornou o escultor francês proeminente de seu tempo. Em
1900, ele era um artista de renome mundial. Clientes particulares ricos
procuraram os seus trabalhos após a sua mostra na Exposição Universal,
e ele fez companhia a uma variedade de intelectuais e artistas de
alto nível. Ele casou com a sua companheira ao longo da vida, Rose
Beuret, no último ano de vida de ambos. As suas esculturas sofreram um
declínio de popularidade após a sua morte, em 1917, mas, após algumas
décadas, o seu legado solidificou. Rodin continua a ser um dos poucos
escultores conhecidos fora da comunidade das artes visuais.
Auguste Rodin, Porta do Inferno
in Wikipédia
sábado, novembro 12, 2022
Rodin nasceu há 182 anos
François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna,
não se propôs rebelar-se contra o passado. Foi educado
tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e
desejava o reconhecimento académico, embora nunca tenha sido aceite na principal escola de arte de Paris.
Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única de modelar argila.
Muitas das suas esculturas mais notáveis foram duramente criticadas
durante a sua vida. Elas entraram em confronto com a tradição da escultura
da figura predominante, onde as obras eram decorativas,
estereotipadas, ou altamente temáticas. O seu trabalho mais original
partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria,
modelando o corpo humano com realismo, e celebrando o caráter
individual e fisicalidade. Rodin era sensível à controvérsias em torno
de seu trabalho, mas recusou a mudar o seu estilo. Sucessivas obras
trouxeram aumentos de encomendas do governo e da comunidade artística.
Do inesperado realismo da sua primeira grande figura – inspirada pela
sua viagem à Itália, em 1875 – para os memoriais não convencionais cujas
encomendas mais tarde ele procurou, a sua reputação cresceu, de tal
forma que se tornou o escultor francês proeminente de seu tempo. Em
1900, ele era um artista de renome mundial. Clientes particulares ricos
procuraram os seus trabalhos após a sua mostra na Exposição Universal,
e ele fez companhia a uma variedade de intelectuais e artistas de
alto nível. Ele casou com a sua companheira ao longo da vida, Rose
Beuret, no último ano de vida de ambos. As suas esculturas sofreram um
declínio de popularidade após a sua morte, em 1917, mas, após algumas
décadas, o seu legado solidificou. Rodin continua a ser um dos poucos
escultores conhecidos fora da comunidade das artes visuais.
Auguste Rodin, Porta do Inferno
in Wikipédia
quarta-feira, dezembro 08, 2021
Camille Claudel nasceu há 157 anos
Camille Claudel, nome artístico de Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper (Aisne, 8 de dezembro de 1864 - Paris, 19 de outubro de 1943) foi uma escultora francesa.
Auguste Rodin, Retrato de Camille Claudel com um boné, 1886
Biografia
Camille era filha de Louis Prosper, um hipotecário, e Louise Athanaïse Cécile Cerveaux. Camille passou toda sua infância em Villeneuve-sur-Fère, morando em um presbitério
que o seu avô materno, doutor Athanaïse Cerveaux, havia adquirido. Foi a
primeira filha do casal, sendo quatro anos mais velha que Paul Claudel.
Ela impõe ao seu irmão, assim como à sua irmã mais nova Louise, a sua forte
personalidade. Ela comandava os dois desde pequena. Segundo Paul, o seu
irmão, ela declarou desde cedo o seu desejo de ser escultora. Camille
também tinha certas premonições e previu também que o seu irmão se
tornaria escritor e a sua irmã Louise seria música.
O seu pai, maravilhado com o seu estupendo e precoce talento que, ainda na infância, produziu esculturas de ossos e esqueletos
com impressionante verosimilhança, oferta-lhe todos os meios de
desenvolver as suas potencialidades, colocando-a em escolas e cursos de
primeira linha. A sua mãe, por outro lado, não vê com bons olhos,
colocando-se sempre contra todo aquele empreendimento, reagindo muitas
vezes violentamente no sentido de reprovar a filha que traz incómodos e
custos excessivos para a manutenção do seu "capricho". O sonho de
Camille é ser uma escultora de sucesso e vê essa vontade ameaçada pela
mãe, que acha que ocorrem muitos gastos com a educação da menina.
Em 1881, já com 17 anos, sai de casa para ir em busca do seu grande sonho. Parte para Paris e ingressa na Academia Colarossi, uma escola que forma artistas escultores. Ela teve por mestre primeiramente Alfred Boucher e depois Auguste Rodin. É desta época que datam suas primeiras obras que nos são conhecidas: A Velha Helena (La Vieille Hélène - coleção particular) ou Paul aos treze anos (Paul à treize ans - Châteauroux).
O tempo passa, e o seu professor Rodin, impressionado pela solidez e
tamanha beleza de seu trabalho, admite-a como aprendiz de seu ateliê, na
rua da Universidade, em 1885 e é nesse momento que ela colaborará na execução das Portas do Inferno (Les Portes de l'Enfer) e do monumento Os Burgueses de Calais (Les Bourgeois de Calais).
Tendo deixado a sua família pelo amor a escultura, ela trabalha vários
anos a serviço do seu mestre, por quem está secretamente apaixonada, e
ela mantém-se à custa da sua própria criação, pois ela ganha salário
como
aprendiz. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se
sabe qual obra de seu professor ou da aluna. Às vezes se confunde em
quem inspirou um ou copiou o outro, pois Camille faz tão bem seu
trabalho que parece que há anos ela trabalha com arte. As suas
esculturas e
as de Rodin são muito idênticas, facto que aproxima os dois.
O tempo passa e Camille e Rodin se envolvem, e têm um caso ardente de
amor. Porém Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes
dificuldades: de um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose
Beuret, a sua namorada desde os primeiros anos difíceis, e de outro
lado,
alguns afirmam que as suas obras seriam executadas pelo seu próprio mestre,
ou seja, acusam Camille de ter copiado todos os trabalhos de seu
professor em vez dela mesma fazer. Muito triste e depressiva pelas
acusações e por Rodin ainda ter outra mulher, Camille tentará
distanciar-se de Rodin e a fazer as suas obras de arte sozinha.
Percebe-se
muito claramente essa tentativa de autonomia na sua obra (1880-94),
tanto na escolha dos temas como no tratamento: A Valsa (La Valse, Museu Rodin) ou A Pequena Castelã (La Petite Châtelaine,
Museu Rodin). Esse distanciamento segue até ao rompimento definitivo, em
1898. A ruptura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).
Ferida e desorientada, ainda mais por descobrir que o seu o romance com
Rodin não passou de uma aventura para ele e que ele preferiu a namorada,
Camille Claudel passa a nutrir por Rodin um estranho amor-ódio que a
levará à paranóia e a loucura. Ela instala-se então no número 19 do hotel Quai Bourbon
e continua a sua busca artística em grande solidão, pois ama loucamente
Rodin, mas ao mesmo tempo o odeia por ele tê-la abandonado. Ela
entregou-se a esse homem de corpo e alma e em troca só teve ingratidão e
abandono. Apesar do apoio de críticos como Octave Mirbeau,
Mathias Morhardt, Louis Vauxcelles e do fundidor Eugène Blot, seus
amigos, ela não consegue superar a dor da saudade. Eugène Blot organiza
duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício
sentimental e financeiro para Camille Claudel, pois ele quer ajudar a
amiga em dificuldade. As suas exposições têm grande sucesso de crítica, mas
Camille já está doente demais para se reconfortar com os elogios. Ela
passa a ficar estranha e obsessiva, querendo a morte de Rodin. Ela passa
a se lembrar de seu passado, a mãe a impedi-la de ser uma artista e as
lembranças más da infância passam a sufocá-la cada vez mais.
Depois de 1905,
os períodos paranóicos de Camille multiplicam-se e acentuam-se. Ela crê
nos seus delírios. Entre seus sonhos doentes, ela acredita que Rodin
roubará as suas obras de arte para moldá-las e expô-las como suas, ou seja,
ela acha que Rodin roubará as esculturas e falará que foi ele quem fez.
Ela passa a achar que o inspetor do Ministério das Belas-Artes está em
conluio com Rodin, e que desconhecidos querem entrar em sua casa para
lhe furtar suas obras de arte. Nessa fase ela passa a falar sozinha e já
adquiriu a esquizofrenia.
Também chora muito, e passa a ter ideias de suicídio. Camille cria
histórias imaginárias que ela passa a achar que são puramente verdade.
Nessa terrível época que suas crises de loucura aumentam, vive um grande
abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando
de todas as pessoas, achando que todos a matarão. Ela isola-se e como
mora sozinha no hotel, ninguém sabe da sua condição, pois ela rompe a
amizade com os amigos e passa a querer ficar e viver sozinha em seu
quarto. Ela mantém-se vendendo as poucas obras que ainda lhe restam.
O seu pai, seu porto-seguro, a única pessoa que a mais entendeu na sua vida, morre em 3 de março de 1913,
o que piora por completo sua depressão e a faz sair da realidade mais
ainda. Ela entra numa crise violenta, quebrando tudo e gritando, e, em 10 de março, é internada no manicómio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon
onde morre, após trinta anos de internamento e desespero, passando todo
esse tempo amarrada e sedada. Morreu em 19 de outubro de 1943, com 79
anos incompletos.
in Wikipédia
Camille Claudel, Sakountala, escultura em mármore, 1905, Museu Rodin, Paris
quarta-feira, novembro 17, 2021
Rodin morreu há 104 anos
François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna, ele não se propôs rebelar contra o passado. Foi educado tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e desejava o reconhecimento académico, embora curiosamente nunca tenha sido aceite pela principal escola de arte de Paris.
Monumento a Balzac (1898), Paris, Jardim do Museu Rodin
in Wikipédia
sexta-feira, novembro 12, 2021
Auguste Rodin nasceu há 181 anos
François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de novembro de 1840 - Meudon, 17 de novembro de 1917), mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna,
ele não se propôs rebelar-se contra o passado. Foi educado
tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem ao seu trabalho e
desejava o reconhecimento académico, embora nunca tenha sido aceite na principal escola de arte de Paris.
Esculturalmente, Rodin possuia uma capacidade única em modelar argila.
Muitas de suas esculturas mais notáveis foram duramente criticadas
durante sua vida. Eles entraram em confronto com a tradição da escultura
da figura predominante, onde as obras eram decorativas,
estereotipadas, ou altamente temáticas. O seu trabalho mais original
partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria,
modelando o corpo humano com realismo, e celebrando o caráter
individual e fisicalidade. Rodin era sensível à controvérsias em torno
de seu trabalho, mas recusou a mudar o seu estilo. Sucessivas obras
trouxeram aumentos de encomendas do governo e da comunidade artística.
Do inesperado realismo da sua primeira grande figura – inspirada pela
sua viagem à Itália, em 1875 – para os memoriais não convencionais cujas
encomendas mais tarde ele procurou, a sua reputação cresceu, de tal
forma que se tornou o escultor francês proeminente de seu tempo. Em
1900, ele era um artista de renome mundial. Clientes particulares ricos
procuraram os seus trabalhos após a sua mostra na Exposição Universal,
e ele fez companhia a uma variedade de intelectuais e artistas de
alto nível. Ele casou com a sua companheira ao longo da vida, Rose
Beuret, no último ano de vida de ambos. As suas esculturas sofreram um
declínio de popularidade após a sua morte, em 1917, mas após algumas
décadas, o seu legado solidificou. Rodin continua a ser um dos poucos
escultores conhecidos fora da comunidade das artes visuais.
Auguste Rodin, Porta do Inferno
A idade do bronze, 1875/76
in Wikipédia
terça-feira, dezembro 08, 2020
Camille Claudel nasceu há 156 anos
Camille Claudel, nome artístico de Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper (Aisne, 8 de dezembro de 1864 - Paris, 19 de outubro de 1943) foi uma escultora francesa.
Auguste Rodin, Retrato de Camille Claudel com um boné, 1886
Biografia
Camille era filha de Louis Prosper, um hipotecário, e Louise Athanaïse Cécile Cerveaux. Camille passou toda sua infância em Villeneuve-sur-Fère, morando em um presbitério
que o seu avô materno, doutor Athanaïse Cerveaux, havia adquirido. Foi a
primeira filha do casal, sendo quatro anos mais velha que Paul Claudel.
Ela impõe ao seu irmão, assim como à sua irmã mais nova Louise, a sua forte
personalidade. Ela comandava os dois desde pequena. Segundo Paul, o seu
irmão, ela declarou desde cedo o seu desejo de ser escultora. Camille
também tinha certas premonições e previu também que o seu irmão se
tornaria escritor e a sua irmã Louise seria música.
O seu pai, maravilhado com o seu estupendo e precoce talento que, ainda na infância, produziu esculturas de ossos e esqueletos
com impressionante verosimilhança, oferta-lhe todos os meios de
desenvolver as suas potencialidades, colocando-a em escolas e cursos de
primeira linha. A sua mãe, por outro lado, não vê com bons olhos,
colocando-se sempre contra todo aquele empreendimento, reagindo muitas
vezes violentamente no sentido de reprovar a filha que traz incómodos e
custos excessivos para a manutenção do seu "capricho". O sonho de
Camille é ser uma escultora de sucesso e vê essa vontade ameaçada pela
mãe, que acha que ocorrem muitos gastos com a educação da menina.
Em 1881, já com 17 anos, sai de casa para ir em busca do seu grande sonho. Parte para Paris e ingressa na Academia Colarossi, uma escola que forma artistas escultores. Ela teve por mestre primeiramente Alfred Boucher e depois Auguste Rodin. É desta época que datam suas primeiras obras que nos são conhecidas: A Velha Helena (La Vieille Hélène - coleção particular) ou Paul aos treze anos (Paul à treize ans - Châteauroux).
O tempo passa, e o seu professor Rodin, impressionado pela solidez e
tamanha beleza de seu trabalho, admite-a como aprendiz de seu ateliê, na
rua da Universidade, em 1885 e é nesse momento que ela colaborará na execução das Portas do Inferno (Les Portes de l'Enfer) e do monumento Os Burgueses de Calais (Les Bourgeois de Calais).
Tendo deixado a sua família pelo amor a escultura, ela trabalha vários
anos a serviço do seu mestre, por quem está secretamente apaixonada, e
ela mantém-se à custa da sua própria criação, pois ela ganha salário
como
aprendiz. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se
sabe qual obra de seu professor ou da aluna. Às vezes se confunde em
quem inspirou um ou copiou o outro, pois Camille faz tão bem seu
trabalho que parece que há anos ela trabalha com arte. As suas
esculturas e
as de Rodin são muito idênticas, facto que aproxima os dois.
O tempo passa e Camille e Rodin se envolvem, e têm um caso ardente de
amor. Porém Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes
dificuldades: de um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose
Beuret, a sua namorada desde os primeiros anos difíceis, e de outro
lado,
alguns afirmam que as suas obras seriam executadas pelo seu próprio mestre,
ou seja, acusam Camille de ter copiado todos os trabalhos de seu
professor em vez dela mesma fazer. Muito triste e depressiva pelas
acusações e por Rodin ainda ter outra mulher, Camille tentará
distanciar-se de Rodin e a fazer as suas obras de arte sozinha.
Percebe-se
muito claramente essa tentativa de autonomia na sua obra (1880-94),
tanto na escolha dos temas como no tratamento: A Valsa (La Valse, Museu Rodin) ou A Pequena Castelã (La Petite Châtelaine,
Museu Rodin). Esse distanciamento segue até ao rompimento definitivo, em
1898. A ruptura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).
Ferida e desorientada, ainda mais por descobrir que o seu o romance com
Rodin não passou de uma aventura para ele e que ele preferiu a namorada,
Camille Claudel passa a nutrir por Rodin um estranho amor-ódio que a
levará à paranóia e a loucura. Ela instala-se então no número 19 do hotel Quai Bourbon
e continua a sua busca artística em grande solidão, pois ama loucamente
Rodin, mas ao mesmo tempo o odeia por ele tê-la abandonado. Ela
entregou-se a esse homem de corpo e alma e em troca só teve ingratidão e
abandono. Apesar do apoio de críticos como Octave Mirbeau,
Mathias Morhardt, Louis Vauxcelles e do fundidor Eugène Blot, seus
amigos, ela não consegue superar a dor da saudade. Eugène Blot organiza
duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício
sentimental e financeiro para Camille Claudel, pois ele quer ajudar a
amiga em dificuldade. As suas exposições têm grande sucesso de crítica, mas
Camille já está doente demais para se reconfortar com os elogios. Ela
passa a ficar estranha e obsessiva, querendo a morte de Rodin. Ela passa
a se lembrar de seu passado, a mãe a impedi-la de ser uma artista e as
lembranças más da infância passam a sufocá-la cada vez mais.
Depois de 1905,
os períodos paranóicos de Camille multiplicam-se e acentuam-se. Ela crê
nos seus delírios. Entre seus sonhos doentes, ela acredita que Rodin
roubará as suas obras de arte para moldá-las e expô-las como suas, ou seja,
ela acha que Rodin roubará as esculturas e falará que foi ele quem fez.
Ela passa a achar que o inspetor do Ministério das Belas-Artes está em
conluio com Rodin, e que desconhecidos querem entrar em sua casa para
lhe furtar suas obras de arte. Nessa fase ela passa a falar sozinha e já
adquiriu a esquizofrenia.
Também chora muito, e passa a ter ideias de suicídio. Camille cria
histórias imaginárias que ela passa a achar que são puramente verdade.
Nessa terrível época que suas crises de loucura aumentam, vive um grande
abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando
de todas as pessoas, achando que todos a matarão. Ela isola-se e como
mora sozinha no hotel, ninguém sabe da sua condição, pois ela rompe a
amizade com os amigos e passa a querer ficar e viver sozinha em seu
quarto. Ela mantém-se vendendo as poucas obras que ainda lhe restam.
O seu pai, seu porto-seguro, a única pessoa que a mais entendeu na sua vida, morre em 3 de março de 1913,
o que piora por completo sua depressão e a faz sair da realidade mais
ainda. Ela entra numa crise violenta, quebrando tudo e gritando, e em 10 de março, é internada no manicómio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon
onde morre, após trinta anos de internamento e desespero, passando todo
esse tempo amarrada e sedada. Morreu em 19 de outubro de 1943, com 79
anos incompletos.
in Wikipédia
Camille Claudel, Sakountala, escultura em mármore, 1905, Museu Rodin, Paris
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