O terramoto foi causado pela
subducção da placa oceânica indo-australiana que desencadeou uma série de
tsunamis devastadores ao longo das costas da maioria dos continentes banhados pelo
Oceano Índico, matando mais de 230.000 pessoas em catorze
países diferentes e inundando comunidades costeiras com ondas de até 30 metros de
altura. Foi um dos mais mortais
desastres naturais da história. Em número de vítimas, a
Indonésia foi o país mais atingido, seguida pelo
Sri Lanka,
Índia e
Tailândia.
O Sismo ocorreu a
26 de dezembro de 2004, por volta das oito da manhã, na hora local da região do seu
epicentro, em pleno oceano, a oeste da ilha de
Sumatra, nas coordenadas 3,298°N (
latitude) e 95,779°O (
longitude). O abalo teve
magnitude sísmica estimada primeiramente em 8,9 na
Escala de Richter,
posteriormente elevada para 9,0 e sendo o sismo mais violento registado
desde 1960, sendo um dos cinco maiores dos últimos cem anos. Ao tremor
de terra seguiu-se um
tsunami
de cerca de dez metros de altura que devastou as zonas costeiras. O
tsunami atravessou o Oceano Índico e provocou destruição nas zonas
costeiras da
África oriental, nomeadamente na
Tanzânia,
Somália e
Quénia.
O terramoto foi causado por ruptura na
zona de subducção onde a
placa tectónica da Índia e Austrália mergulha por baixo da
placa da Birmânia.
A linha de rutura está calculada como tendo cerca de 1.200 km de
comprimento e a deslocação relativa das placas foi cerca de 15 metros.
Este deslocamento pode parecer pouco, mas em condições normais as
placas oceânicas movimentam-se com
velocidade
da ordem do milímetro por ano. A energia libertada provocou o
terramoto de magnitude elevada, enquanto que a deslocação do fundo do
oceano, quer das placas tectónicas quer de sedimentos remobilizados
pelo abalo, deram origem ao tsunami e
alteração na rotação da Terra.
O número de vítimas, que era de aproximadamente 150.000, elevou-se para
220 000 quando o governo da Indonésia suspendeu as buscas a 70.000
desaparecidos e os incluiu no saldo de mortos no desastre.
Animação mostrando a evolução do tsunami
Efeitos
O sismo de
26 de dezembro alterou em 2,5 cm a posição do
Polo Norte.
Este movimento sugere uma tendência sísmica já verificada em
terramotos anteriores. O sismo também afetou a forma da Terra. A forma
da Terra (aplanada nos pólos e com maior diâmetro sobre a
linha do equador), variou uma parte em 10 milhões, tornando a Terra
mais redonda. No entanto, todas as mudanças são muito pequenas para serem percebidas sem instrumentos.
O sismo diminuiu ainda o comprimento dos
dias em 6,8
microssegundos, pelo que se depreende que a Terra gira um pouco mais rápido do que o fazia antes.
Sempre que acontecem variações da posição das massas sobre a Terra,
como acontece num sismo, estas têm de ser compensadas por variações da
velocidade de rotação do planeta. É isto que em
Física
se designa por conservação do momento angular. Apesar da oscilação do
eixo terrestre ter sido muito pequena - abaixo de três microssegundos -
o planeta sofreu tal efeito, graças a um tempo superior a três minutos
de vibração contínua, na zona do epicentro. Como a Terra não é
perfeitamente esférica, mas sim um
elipsoide achatado nos pólos, as diferentes posições do planeta em relação ao
Sol e à
Lua,
bem como as referidas movimentações de massas, dão origem ao tal
movimento. No Brasil os radares mostraram uma elevação dos mares e o
radar que alerta como possível tsunami foi acionado.
Mapa do epicentro do terramoto e países mais afetados pelo tsunami